sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Era fatal!







Como seria de esperar, o Jornal da RTP1 abriu com o triste número de malabarismo da triste imitação de Secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, que nos brindou com o "seu" número das adesões à greve de hoje.
21,81%
Chegado a este ponto, não sei o que será mais extraordinário...
- Será a dimensão da mentira?
- Será a precisão absolutamente científica dos 21,81 por cento?
- Será a falta de vergonha de Sócrates (que não quer entrar em guerra de números)?
- Será a figura ridícula do Sec. de Estado a querer dizer muitas coisas, muito depressa e com muitos números, para dar a impressão de que sabe o que diz?

Mesmo sabendo que a terceira hipótese praticamente não conta, já que este Sec. de Estado faz uma figura ridícula mesmo que diga as horas e por sorte até estejam certas, aceito opiniões que me tirem desta triste dúvida.

A matilha



Apesar do "número" piedoso do Ministro das Finanças Teixeira dos Santos, para consumo televisivo, a que assistimos há umas semanas, a funcionária da Junta de Freguesia de Piães, Ana Maria Brandão, que só se desloca com ajuda e depende de terceiros para coisas tão simples como alimentar-se ou vestir-se, viu novamente recusada a reforma, pela Caixa Geral de Aposentações.

Quem é esta gente? Porque é que ninguém lhes dá um berro bem no meio do focinho? Porque é que já nem ficamos surpreendidos?

Somos governados por gente que "fala bonito" mas que pela calada nos vai atiçando os "rottweilers"!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Greve geral



Começa daqui a pouco. 

Que seja grande! 
Que corra bem!
Que obtenha resultados!

Estava-se a ver...



Estes novos (?) dirigentes do PSD, tão desejosos (e necessitados) de "pactos" e notoriedade estarão a usar os elementos do seu partido na Assembleia Municipal de Lisboa, como carne para canhão, com a intenção de forçar o PS a não se percebe bem o quê, fora da Câmara?
Sou eu que estou a ficar paranóico? Aquela ameaça de não deixar resolver a crise financeira com o famoso empréstimo, que estava mais que falado e anunciado na CML, serve exactamente para quê?

Outros tempos vieram...


Encontrado no "Água Lisa"

Também eu concedo montes de dias de indulgência a quem neste momento já esteja a rir desta tão triste anedota. O certo, certo era chorar, mas felizmente os tempos são outros, embora alguns (poucos) tenham saudades deste país negro em que imbecis como este bispo António(!!!) de Coimbra, publicavam estas preces.
É assim como que uma espécie de antepassado analfabeto, cavernícola e ainda coberto de pelos, do Bispo Januário Torgal Ferreira.

"Arrastão" em casa nova



Se ainda não tinha reparado na mudança de casa do "Arrastão", fica informado. Se clicar na imagem não o levar para lá, clique AQUI que a coisa dá-se com tranquilidade...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Prelúdio...


Hoje é um dia especial! 
Embora por vezes pareça que de Bruxelas só vêm directivas parvas, pode não ser sempre assim...
Esta nossa amiga, é Belga, da região de Bruxelas, chama-se Maurane, é uma das mais espantosas intérpretes da cena francófona actual e faz-nos companhia cá em casa há bastantes anos. Diz que gosta de Bach, de preferência tocado por Glenn Gould e especialmente, deste prelúdio.
Eu também! Costo de Bach, de Glen Gould e dela... muito!
Haveria muitas cantigas da Maurane para partilhar, mas como disse logo a abrir, hoje é um dia para ficar assim... sobre um prelúdio de Bach.

"Sur un prélude de Bach" - Maurane (1991)


terça-feira, 27 de novembro de 2007

A inveja é uma coisa tão feia!...



Dizem vários órgãos de comunicação que estes figurões se juntaram na bela cidade de Annapolis para tratar da paz israelo-palestiniana. Não sei não!...
A mim parecem-me mais um gang de invejosos a tentar surripiar o Nobel ao "nosso" José Manuel Durão Barroso!

As aparências (ainda) iludem?




Ah, o cinema, essa fábrica de ilusões!...
Li há pouco num jornal que o bonito e misterioso avião da mítica cena final do filme "Casablanca", afinal era um modelo reduzido, feito em cartão e que para dar credibilidade ao tamanho do "imponente aparelho", tiveram que contratar anões para fazerem o papel dos mecânicos que faziam a assistência. Para disfarçar ainda mais, inundaram o cenário com nevoeiro e assim iludiram uns milhões de espectadores.
Agora vá lá saber-se porque é que esta historieta me fez ficar a pensar no governo!...
Terá que ver com a real dimensão de alguns dos governantes de um governo que, também ele, não é o "avião" que alguns pretendiam fazer crer?
Realmente, só falta pôr-se um grande nevoeiro lá fora...

Cantar "sem dizer nada"...




Há uns dias, tive o prazer da visita (rara) do Pedro Osório e (ainda mais rara) do Alfredo Vieira de Sousa. Não vou aqui entrar em explicações embaraçosas (mais para eles) do quanto gosto deles e porquê... 
Os dois, fundaram o Grupo Outubro (mais a Maria e a Madalena Leal e o C. Moniz), grupo que enquanto durou foi o melhor grupo de "canção de intervenção" da nossa cena musical. Infelizmente, tantos anos depois de deixar a actividade, continua a ser!
Não é que as outras cantigas, as músicas só para divertir e passar tempo, não tenham "cabimento"... não sou assim tão radical!... Só que como nesta altura do campeonato já devem ter percebido, tenho uma assinalável preferência por canções que nos cerca de 3 minutos que duram, consigam dizer alguma coisa de interessante à inteligência de quem as ouve.
Parece-me que o Alfredo também prefere. Mesmo quando escreve canções como esta, em que tenta não falar de nada...

Vejam lá se se lembravam desta, se não parece que practicamente tudo foi escrito ontem... e, já agora, digam qualquer coisa.

Boa viagem!
"A vossa vontade será feita" (1977)
Do LP "Cantigas de ao pé da porta"
Letra: Alfredo Vieira de Sousa
Música: Alfredo V. de Sousa / Pedro Osório


segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Alucinogénios...





Depois balbuciou mais umas coisas sem sentido, começou a rir muito, cada vez mais, até ser levado por uma equipa do INEM...
Ainda não há certezas sobre o que poderá ter provocado a grave intoxicação alimentar do mocinho, mas as maiores suspeitas recaem sobre uns "cogumelos com ar esquisito"...

Por muito estranho que possa parecer, a segunda parte do texto é que é completamente inventada!

Sejamos realistas, exijamos o impossível!




Nesta capa do DN de ontem (clicar na imagem para aumentar), há uma "chamada" para a entrevista com o Dr. Mário Soares, que podem ler aqui. Na frase da capa, Soares diz que "gostava que o Partido Socialista se virasse um bocadinho mais para a esquerda".

Se isto quer dizer que o Diário de Notícias iniciou uma espécie de concurso de capas com "desejos malucos", eu acho que vou concorrer com alguns dos meus, aliás, bastante mais realizáveis, tipo, "gostava que me saísse um hiper-jackpot do euromilhões", ou "gostava de ter um quintal onde aparecesse um poço de petróleo", sei lá... tudo assim coisas simples.
Se os milhões de leitores do Cantigueiro também têm desejos que gostassem de ver na capa do DN, sintam-se livres de os partilhar... 

domingo, 25 de novembro de 2007

Querido inimigo






Vasco Pulido Valente, no Público (sem link), arrasa o novo livro de Miguel Sousa Tavares, "em defesa" da literatura, da História e outras causas igualmente nobres, aproveitando no balanço, para também arrasar o próprio autor, isso já por conta própria.
Vindo de onde vem, o "arraso" é na prática um gigantesco anúncio, equivalente a várias campanhas publicitárias.
A parte "triste" é que Vasco Pulido Valente (já) não tem noção disso. A parte engraçada é que Miguel Sousa Tavares, ao que parece, nem teve que lhe pagar nada...


No caso de eu próprio vir a editar qualquer coisa... "fáxavor", onde é que são as incrições para o Grupo dos "Inimigos" do VPV?

A paz em saldo



José Ramos Horta, que conseguiu chegar a presidente de Timor, pretende propor o nome de Durão Barroso para Prémio Nobel da Paz 2008.
Confesso que não sei o que será pior... Se ver o Nobel da Paz ser entregue ao cúmplice na guerra do Iraque, que nos mentiu quando disse que viu provas que justificavam a guerra e voltou a mentir agora quando disse que foi enganado mas que tudo acabou em bem pois até foi "promovido", ou se é alguém receber seja que prémio for, proposto por Ramos Horta.
Aceito sugestões para a resolução deste meu dilema. Obrigado!

sábado, 24 de novembro de 2007

Com o tempo...


Há minutos fui ao café e numa das mesas estavam duas das vizinhas do costume. Uma delas devia estar a queixar-se de alguma coisa, já que a outra a "consolou" com a velha frase que sempre resolve tudo, "Deixe lá que isso com o tempo passa!"
Como a pessoa que se queixa está quase sempre a sofrer "agora" e não quando passar o tempo, esta frase feita sempre me irritou um bocadito... coisa que perdôo rapidamente, pois normalmente ela "põe-me" a trautear esta grande cantiga, deste grande poeta/músico/cantor de voz partida e figura improvável, de quem, quando se gosta, gosta-se contra tudo e quase contra todos.

Leo Ferré - "Avec le temps"


sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Era tão diferente!...


Maurice Béjart, coreógrafo,   1.Jan.1927 - 22.Nov.2007


Morreu o grande bailarino e coreógrafo Maurice Béjart! Tinha 80 anos. Era diferente de tudo, excitante, culto, divertido, não fazia sobre a dança esta espécie de discurso manhoso que agora aqui e ali se ouve e que tanto dá para vender performances de bailado, como instalações de qualquer coisa, como cestos de vime...
Deixa um lugar imenso por preencher. A liberdade que ajudou a trazer para a dança foi uma felicidade para os nossos sentidos, mas também em alguns casos (é sempre o ponto fraco da liberdade), uma porta aberta para os "espertos".
Em 1968, no Coliseu dos Recreios, interrompeu a "função" para vir à boca de cena falar de Martin Luther King e das vítimas do fascismo, para quem pediu um minuto de silêncio. O minuto de silêncio fez-se! Silêncio de grande qualidade...  Conta quem viu que se "ouviram" cair no chão algumas lágrimas do público, que terminado o minuto, fez "a casa vir abaixo" com palmas e gritos de "Viva a Liberdade!"
Béjart nessa noite ganhou novos amigos. Uns, os "da onça", os elementos da PIDE que nessa mesma noite o foram buscar ao Hotel e pôr na fronteira, de madrugada. Outros, muitos, a malta muito nova como eu era nessa época, que ainda não fazia ideia de que a dança também podia ser "aquilo".

Obrigado Béjart!

São voltas e voltas, sem parar... *





Ao ler várias notícias, por exemplo aqui, ou aqui, que asseguram o apoio de Sócrates a Barroso para uma recandidatura europeia, tudo num clima o mais "porreiro, pá!" possível, dou voltas e voltas para descobrir de onde virá uma tão "sincera amizade", daquelas que parecem vir dos bancos da escola...
Realmente, Sócrates já foi um activo jovem do PPD-PSD, só que nessa altura, Durão Barroso era um ainda mais activo jovem, mas do PCTP-MRPP.
As voltas (e cambalhotas) que o mundo dá!...

* Peço imensa desculpa à Viviane dos "Entre Aspas" pela utilização "abusiva" de um verso de uma das suas cantigas mais conhecidas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Ó amigo! Isto sim...


Não quero (e não vou) acabar o dia mal disposto!
Descobri este vídeo do Quinteto Belle Chase no "Jaime - o comentarista" em boa hora. Embora o arranjo musical talvez devesse... (blá blá), a partir do meio podiam ter deixado as asas abrirem-se... (e mais blá blá), talvez... e tal... tudo coisas importantes que os puristas e críticos musicais sabem dizer Hergé por Hergé.
A verdade é que me deliciei com esta versão dos "Verdes Anos" do Carlos Paredes e vendo a idade dos músicos, abre-se-me um sorriso na "alma" de orelha a orelha (sim, algumas almas têm orelhas e em casos mais raros, ouvido) e penso: Abençoados pais!

Fiz alguns milhares de quilómetros e muitas horas de actuações com o Paredes. Tenho a certeza de que onde está, pôs aquele sorriso que só ele tinha e já disse a alguém:
 "Ó amigo! Isto sim, é que é uma bela abordagem dos Verdes Anos!"



Se não for pedir muito...



Entre os chefes dos estados africanos que estarão na cimeira UE África, não poucos, infelizmente, são ditadores sem escrúpulos, trazem as mãos sujas do sangue de  milhares e milhares de mortes infligidas aos seus próprios povos e os bolsos e contas bancárias off-shore a transbordar com as fortunas perfeitamente obscenas que metodicamente têm desviado das bocas dos cidadãos, que vivem, em muitíssimos casos, na miséria mais abjecta.
Tudo isto nas trombas impávidas e serenas dos grandes estadistas europeus, que os recebem de braços abertos, satisfazendo-lhes os caprichos de tendas, de taras, de carros blindados, o que for...
Perdão! Há uma excepção! Mugabe. Robert Mugabe!
Não é em nada melhor que esses outros, mas por qualquer razão, que insiste em me escapar, é absolutamente inaceitável para o sr. Brown de Inglaterra e pelos vistos, agora também para o nosso MNE, o sr. Luís Amado.
Se não for pedir muito, alguém poderá fazer o grande favor de me explicar porquê?
Mas agradeço que se possível, o faça bastante devagar...

Marteladas no bom senso





Contra os vários pareceres de pedopsiquiatras (como se noticia aqui, ou aqui) que estudam a situação de Esmeralda, do ponto de vista humano, familiar, psicológico, ou simplesmente do "amor e dos afectos", esse conceito tão estranho para a Lei, ao que parece, os juízes encarregados de despachar, perdão, julgar o caso, decidiram-se pelo "melhor para a criança".
Assim e muito rapidamente, a Esmeralda será separada da família verdadeira para ser entregue ao pai "biológico".
Tudo leva a crer que pelo facto de o pai não ter casa para a acolher, a pobre miúda vai viver para casa dos pais da madrasta (!). Presumo que tenham com a Esmeralda mais ou menos a ligação que eu tenho às sobrinhas da prima da minha vizinha de cima que estão na Alemanha e que nunca vi...
Rigorosamente, como gosta a Lei, a grande mudança terá que ter lugar exactamente um dia depois do Natal.
Belo Natal!
Bela decisão judicial!
Pobre Esmeralda!
Que raio de gente é esta?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Eu não tenho gato. Mas se tivesse... *

* de um poema de António Gedeão

Então vá!... Allez, allez! (ou lá como é...)



Eu e o futebol, mantemos desde sempre uma relação de cordial indiferença. Como todas as regras têm excepções e para sossego dos amigos "sofredores", exclareço que hoje, no jogo do Dragão "de encontro" à Finlândia, o meu desejo de que a Selecção Nacional ganhe é um bom pedaço maior do que a grande vontade de ver o Scolari espalhar-se e ir à sua vida...

Mesmo sem perceber nada de bola... estar sempre a dizer que basta empatar será a melhor "mentalização" para os jogadores que vão estar em campo?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Aprendam!...


De súbito e sem razão aparente, apeteceu-me "humilhar" a rapaziada dos Gatofedorento, que nunca me fizeram mal nenhum, bem antes pelo contrário!

Observação curiosa:
Qualquer dos intervenientes no vídeo que se segue, poderia ter chegado a juíz no caso comentado no post anterior, se tivesse assistido, pelo menos, a uma... vá lá... duas aulas de Direito.

Encontrado no Irmãolúcia


Cego é o preconceito!



Como se prova neste triste caso do cozinheiro portador do vírus da sida que foi despedido com a cumplicidade de um tribunal, o pior que pode acontecer a uma justiça(?) que já é "cega" é ser tambem estúpida, ignorante e preconceituosa.
Quem (ainda) não souber do que estou a falar pode confirmar aqui, aqui, ou aqui...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A nojeira




Rais parta o "raça" do homem que não me sai da ideia!
Eu bem tentei dois posts atrás brincar com o assunto mas a azia não passa. 
O caso é o seguinte: o sr. José Manuel Durão Barroso tem família e amigos e certamente para a maioria deles é uma excelente pessoa, só que o meu encanitanso é com o Durão Barroso com que os que não são amigos nem membros da família têm que levar.
O homem reconhece que na decisão de ataque ao Iraque, foi enganado com "provas" e documentos falsos. Desse "engano"(?) eclodiu uma guerra cujos resultados se conhecem, fora o que está para vir...
Espantosamente, não se lhe ouve uma palavra de arrependimento nem um ataque ou crítica, leve que seja, a quem supostamente o enganou...
O que pensa então Barroso de tudo isto? Aproveita para fazer uma "contabilidade" porca sobre os alegados interesses de Portugal, com o nojo de frase "Do ponto de vista português não há nada a lamentar!", para logo a seguir, não fosse estar alguém com dificuldade para conseguir vomitar com a primeira frase, atirar a segunda "A prova é que eu fui quase logo a seguir escolhido para Presidente da comissão Europeia!".
Portanto o país "não perdeu nada" e o crápula até ganhou!

Quão "pequeno" tem que se ser por dentro para ser um político assim?

domingo, 18 de novembro de 2007

Dylan - Blowin' in the wind


Para uma cantiga com 45 anos, está ou não com boa cara?


(Katie Melua - encontrado no Porta do Vento) 
Eram na época, grandes perguntas. E hoje?
Voltando a 1963...




Ó p'ra mim...




...tão triste! 

José Manuel Durão Barroso finalmente saiu do coma profundo e descobriu que foi enganado no "negócio" das armas de destruição em massa, na posse do Iraque. Deve estar perfeitamente devastado... 

Não posso estar mais "solidário"!

sábado, 17 de novembro de 2007

Ora 25%... humm... é fazer as contas!




De vez em quando visito o Abrupto de José Pacheco Pereira. São visitas que frequentemente têm "resultados" assaz contraditórios.
Hoje foi um mau dia!
O facto de não encontrar logo à entrada uma bela fotografia (das toneladas já publicadas) de um "Banco de Jardim a Passar o Tempo no Dito de Santo Amaro", não augurava nada de bom e nem o poema do costume, sempre "em estrangeiro", que vinha logo a seguir, conseguiu remediar a coisa.

Passo a explicar: 
Hoje Pacheco Pereira resolveu aventurar-se num assunto que lhe deve ser completamente estranho, a percentagem de música portuguesa que deve ou não passar nas rádios portuguesas.
Em qualquer país em que as pessoas, intelectuais incluídos, gostem minimamente da sua cultura, seja ela a de raíz tradicional ou a mais erudita, ou contemporânea (ou tudo à mistura), este problema começa logo por nem se colocar... De qualquer modo, infelizmente, nós somos como somos e dado que há estações de rádio que atingem a percentagem fabulosa de zero por cento de música portuguesa, alguma coisa teria que ser feita, quanto mais não seja, falar disso.
Foi o que certamente com "boa intenção" fez JPP. Em má hora...

Ficamos a saber que para JPP, passar 25% de música portuguesa à força, como diz, será uma tortura já que terão forçosamente que passar também "a má".
Isto deve querer dizer que JPP acha que os actuais mais de 95% de música estrangeira com que nos inundam diariamente é toda boa.

Ficamos igualmente a saber que JPP acha realmente que para a Antena 2 conseguir intercalar música erudita portuguesa com "Bach e Mahler" estará condenada a passar exclusivamente "Joly Braga Santos e Luís de Freitas Branco".
Isto deve querer dizer que JPP (faz de conta que) nunca ouviu falar de outros compositores portugueses, que vêm desde as cantigas de amigo até aos dias de hoje. Os jovens compositores de música contemporânea ficarão felizes...

Ficamos ainda a saber que na opinião de JPP, uma estação de rádio portuguesa que apenas divulgue Jazz, se for obrigada a tocar 25% de música portuguesa, tem que passar a incluir na sua programação "a épica do bacalhau, da cabrinha e do ketchup".
As muitas dezenas de formações de jazz portuguesas que lutam desesperadamente por uma divulgação minimamente digna do seu trabalho, ficar-lhe-ão muito agradecidas.

Transpondo para os livros, tema muito mais caro a JPP, estas considerações "artísticas" (e parolas) quereriam dizer que se quiséssemos nas nossas leituras respeitar uma percentagem de 25% de livros portugueses, teríamos que intercalar os grandes autores mundiais da preferência de JPP, apenas com Margarida Rebelo Pinto e para os mais exigentes, Eça (!)... e mais nada.

O que é que isto tudo prova? Pouca coisa para além do facto de que mesmo pessoas "atascadas" em cultura de vez em quando argumentam como "amebas".

Peço desculpa aos milhões de leitores do Cantigueiro pelo tamanho do texto, mas José Pacheco Pereira espalhou-se tão ao "comprido" que não havia outra forma...

Adenda 1: Espero que as rádios, como por exemplo a Antena 1, que tratam a música portuguesa com muito mais atenção, não se sintam de todo atingidas por este post.
Nós sabemos que existem e gostamos que existam!

Adenda 2: O blog "Abrupto" de José Pacheco Pereira é um bom blog, bem feito e tal... Só que como tudo nesta vida, felizmente, os textos de JPP assim como os de todos nós, são discutíveis...
Mesmo quando forem (por vezes até são) muito "bons"!

Parabéns, José!




Como tantos portugueses cujos pais se descuidavam com o prazo para registar os filhos e depois tinham que "inventar" uma data para o nascimento, também José Saramago faz anos a 16 e 19 de Novembro.
Saramago não precisa para nada de um post no Cantigueiro a festejar os seus 85 anos, mas acho que devo ajudar a equilibrar o peso que na "blogaria" nacional terão seguramente os verdadeiros "ensaio(s) sobre a cegueira" onde lhe chamarão como de costume "todos os nomes", o que a juntar ao triste episódio da obra censurada no tempo do cavaquismo, tem feito de cada "viagem a Portugal" um acontecimento cada vez mais raro (e aqui param os trocadilhos com os títulos de livros senão isto nunca mais acaba).

Na grande festa que lhe fizeram em Madrid, disse que a sua esperança está depositada na possibilidade de "os amantes da beleza se unirem contra a barbárie"...
Também a minha, amigo!

Todo o cuidado é pouco!





A trilby lembra e muito bem...

Já alguém na segurança e protocolo do Estado descobriu como é que se vai conseguir "controlar" D. Duarte de Bragança durante a próxima visita de Hugo Chávez?

É já na Terça-Feira! 
Depois não se queixem...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Papões de ovos e fruta...



Embora a descrição das iguarias, protocolo e de quem é quem à mesa seja um bom passatempo, não consegue distrair-me o suficiente para eu deixar de pensar que não gosto deste senhor Ramos Horta. É já uma "malapata" antiga, ainda ele nem era "ignóbel" da Paz.
Agora, perguntem-me lá: Porquê?
Pois... o problema é que não sei muito bem ainda. Sei que já me aconteceu com outras e outros figurões de que era suposto todos gostarmos muito. Durante uns tempos os meus amigos quase se "indispõem" comigo...  e passados uns meses ou mesmo anos, torna-se evidente que eu tenho razão.
Normalmente nessas ocasiões, vá-se lá saber porquê, não fico contente por ter razão.

A paciência vai escasseando...




Anthony Bennett, advogado britânico até agora estranho ao caso "Maddie McCann", certamente farto do cinismo e sobretudo a cara de pau que (a meu ver) caracterizam a postura dos pais e o exército dos seus apoiantes, decidiu por conta própria, processar os McCann por negligência para com os filhos, deixados sós num apartamento enquanto eles foram "conviver" com os amigos, mostrando que ainda consegue enchergar alguma coisa, apesar das núvens de poeira que todos os implicados vão atirando para os olhos de meio mundo, com apoios ao mais alto nível do governo (???) e um enorme orçamento disponível.
Como sempre, qualquer beliscadura na encenação montada pelos McCann, provoca as reacções mais extraordinárias! Desta vez é um acessor, Clarence Mitchel, que nos assegura que "eles lamentam muito não terem estado com Maddie quando esta foi levada e estão a fazer tudo para encontrá-la".
Estado com Maddie quando foi levada é antológico!
Alguém poderia explicar a esta luminária que se os pais tivessem efectivamente "estado com Maddie", muito provavelmente ela não teria sido "levada"?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Esta cara é a "ilustração de sonho" para qualquer seguidor de Darwin



Leio entretanto no Boina Frígia que o senhor bush terá criticado uma proposta do Congresso, de maioria Democrata, porque " the legislation was bloated with wasteful projects including funding for a prison museum, a sailing school and Portugese language classes."
Traduzindo assim à pressa, não se dê o caso do Nosso Primeiro ser leitor do Cantigueiro, o senhor Bush acha que a tal legislação está "inchada"(?) de projectos desperdiçadores incluindo um museu numa prisão, uma escola de vela e...  aulas de Português(!).
Dando de barato o facto de a criatura não saber quantas almas falam português nos EUA, no mundo e onde, é de facto um "desperdício" só ultrapassado pelo dinheiro gasto na tentativa inglória de lhe ensinarem inglês...

A desordem dos médicos







Isto são palavras de Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, com as quais pretende justificar a decisão da direcção daquele organismo público, de não alterar o célebre artigo 47º do seu Código Deontológico, que faz incorrer um médico que legalmente pratique uma IVG em "falha grave" de conduta, indo assim contra uma lei da República.

Ficamos a saber que além de ter jeito para "ilustrar" as suas opiniões com exemplos completamente parvos, o sr. Nunes preside a uma Direcção mais dada ao obscurantismo, beatice e perseguição a médicos que não alinhem por esta atitude revanchista dos movimentos-alegadamente-pró-vida que ainda não digeriram a derrota no último referendo, do que a um digamos... grande apego à legalidade.
Desgraçadamente, toda esta dor aguda de "consciência pró-vida" direccionada principalmente para os establecimentos de saúde pública que são virtualmente gratuitos, deve esbater-se bastante nas clínicas privadas com uns "pensos analgésicos" de milhares de euros por cada IVG.
Infelizmente, não vejo a classe médica em geral, de que tinha outra ideia, confesso, tomar posição sobre esta vergonha.

Adenda 1: Afinal o "jámé" era talvez. É bom... mas parece que isto se pega!...

Adenda 2: Afinal já há médicos que se estão a mexer. Ainda bem!

a pia



Já se percebeu que a habilidade preferida de Dona Joaquina Madeira, actual Presidente do Conselho Directivo da Casa Pia de Lisboa é abanar amplamente a cabeça enquanto vai repetindo "não sei, não tenho conhecimento, não comento".
Ainda não se tinha extinguido a ventania provocada pelo último amplo abanar de cabeça de Dona Joaquina e lá chegaram, mesmo agora, mais notícias de suspensões de "educadores" da extremamente pia casa, ainda e sempre por "alegado" abuso sexual de menores e favorecimento da prostituição dos mesmos.
Dá gosto um país assim, com grandes instituições dirigidas por grandes figuras!
Pobres miúdos! 

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

No seu "melhor"!


Podemos ver no vídeo que se segue, Sócrates em todo o seu explendor de arrogância, a brincar com truques de palavras para fazer o que é a sua especialidade mais conhecida: aldrabar o pessoal.

No meu tempo de juventude tínhamos sítios com nomes fabulosos para onde "mandávamos ir" os colegas mais atacados por este vício e mentirosos em geral.
Se calhar esses "lugares" já nem existem...

Quando souber de um bom destino a aconselhar a este "cromo", partilharei a informação.


terça-feira, 13 de novembro de 2007

Imaginação delirante



Ultimamente têm aparecido nos jornais e televisões pessoas já com idade para ter juízo, alguns ministros, inclusivé, a tentar convercer-nos com a maior das latas, que RAVE é uma empresa de ferrovias de alta velocidade...
Este pessoal dá cada desculpa alucinada aos pais quando quer pirar-se para as "raves", enfiar umas pastilhas e beber e dançar toda a noite!...
Vá... vão lá mas deixem de ser mentirosos e sobretudo, não exagerem nos "divertimentos"...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

De preferência, depressa :)




Deputado da A.L. da Madeira, Gabriel Drumond

Fui confirmar se isto era ou não era um link para a "Gazeta dos Tempos Livres" do Hospital Júlio de Matos.
Infelizmente não era!... É um link para uma notícia do DN, sobre uma entrevista dada à TSF por este cómico Gabriel, que ao contrário da "Gazeta" inventada por mim, existe mesmo e é pago pelos nossos impostos.

Leva lá a independência e pira-te...  
Queres de morango ou ananás?
Rais parta os cachopos quando são assim chupistas e chatos!

Por falar em venezuelanos...




Deixem-me falar-vos de um que me "encantou". Parece que a Hugo Chavez também, já que passa o tempo citando ou trauteando excertos de cantigas dele em público. Temos então uma coisa em comum...

Estou a falar do cantautor Ali Primera. Venezuelano originário da camada popular "desprivilegiada" (como alguns gostam de dizer) teve um trajecto de vida impressionante (que podem ler por exemplo aqui, ou aqui), até chegar aos estudos universitários, às canções, ao mundo e mais importante, ao coração do "seu" povo.
Cantor de intervenção sem meias-tintas nem paninhos quentes, cantava exactamente as lutas e sonhos desse povo. Estive com ele em palco (e nos convívios que normalmente se seguiam) por duas vezes. Fizemos uma "amizade instantânea" daquelas que continuam a saber bem muito tempo depois.
Teria agora 65 anos se não tivesse perdido a vida em 1985, num "acidente" que muitos amigos continuam a achar uma história muitíssimo mal contada...
Agora as suas canções são Património Nacional na Venezuela.

Um de vários vídeos possíveis

domingo, 11 de novembro de 2007

Legitimidades






Foram ambos malcriados, num acto público. em exercício de funções.
Faltaram ambos ao respeito um do outro e dos estados que ali  representavam.
Um, legitimado por eleições recentes. O outro, legitimado por uma queca longínqua.
Aqui não interessa para nada saber se prefiro eleições ou quecas, mas para legitimar chefes de países, acho que ainda vou mais pelas eleições.
Manias!...

P.S.  Todos os comentários são bem-vindos, mas apontar-me os mil e um defeitos de Chavez será uma perda de tempo, já que é pessoa por quem não tenho simpatia. Sobre Juan Carlos nem sequer me ocorre nada para acrescentar pois não sou grande cliente de revistas cor-de-rosa.

sábado, 10 de novembro de 2007

Habilidades




Como o café aqui da esquina só tem o Correio da Manhã, de quando em vez, se lhe deito os olhos, sou sujeito a mimos como este.
Parece que há hipótese de a coisa até ser legal!... Há sempre um artigozinho, um pormenorzinho na lei...
Realmente, os nossos legisladores têm sido por vezes "grandes artistas"!

Conta-me...


Não, infelizmente a "fotografia" não é minha, é do Goya! 
"Fuzilamento de 8 de Maio de 1808"


Tal como alguns snobs que se gabam de ler literatura estrangeira, mas nas versões originais, snobs, entenda-se, apenas pela "modéstia", também eu costumo ver a série "Conta-me como foi", que passa na RTP1, na versão original da TVE "Cuéntame cómo pasó".

As duas versões pretendem retratar o clima social e político que se viveu a partir dos anos sessenta do Séc.XX, cá e lá. Gosto da portuguesa, acho que gosto um pouco mais da espanhola. Uma faz-me ver a outra e vice-versa...

No último episódio de "lá", o pai-de-família e o irmão, bem em cima da hora da morte de Franco, teceram vários comentários sobre as vítimas da Guerra Civil Espanhola como "os que morreram  pela Espanha e pela Igreja" que foram sepultados com todas as honras pela ditadura e "os outros" que continuam a ser "rojos anónimos que se jodieran".

Em Espanha, pelos vistos, até em simples series de TV, a honra dos caídos pela liberdade e a reconciliação da sociedade, está a fazer o seu caminho (apesar da palhaçada montada pelo Vaticano há uns dias, onde se "fizeram" quase 500 beatos, mas todos do lado de Franco).

Eu já invejava os espanhóis pelo apego e amor que têm à sua música e à sua cultura em geral...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A (bendita) 5ª linha









Andava a dizer que não, mas o Manuel Correia do "Puxapalavra" fez o passe com tanto jeito... que lá vai!
Se bem percebi, agarra-se num livro à balda, vai-se à página 161 e transcreve-se a primeira frase completa a partir da 5ª linha. Ora então,

"A arquitectura, a arte civil por excelência, aquela que, entre todas, mais directamente contribui para a felicidade dos povos, a que os governos sempre vigiam como um dos mais vivos interesses nacionais, é em todo o Portugal, mesmo em Lisboa, a negação mais flagrante de todos os princípios da arte e do gosto."
In "As Farpas" de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão
(a edição que tenho é uma prenda muito recente e não, infelizmente não é a da fotografia!)

Não vá o demo tecê-las, não vai ser afinal por mim que a corrente será quebrada. Assim, passo a bola (espero que ainda não tenham sido "atingidos") à Trilby do "Ai o Cócó", à Minerva McGonagall do "Avada Kedavra", à Avelaneiraflorida do "Cantares de Amigo", ao José Gomes do "Chuviscos" e finalmente, ao Fernando Samuel do "Cravo de Abril".

Devo esclarecer que o critério usado para a escolha das "vítimas" foi assaz sofisticado: a eito pela lista abaixo, tentando excluir aqueles que me lembro de já terem entrado na brincadeira.

A ideia




No blog "O Mundo Perfeito", a Isabela lembrou-se de uma cena parlamentar de que eu também me lembro. 
Já há uns meses, num debate na Assembleia (confesso... às vezes vejo os debates), a deputada dos Verdes Heloísa Apolónio, propôs que a vacina contra o cancro do colo do útero fosse incluída no Plano de Vacinas.
José Sócrates fez imediatamente uma "peixeirada" das suas e de mão na anca, pouco faltou para tratar a deputada abaixo de atrasada mental. Que "isso não podia ser", que isso "não se praticava em país nenhum" e mais umas aldrabices que lhe foram ocorrendo na passada.
Agora, com o total descaramento a que nos vai habituando, anunciou exactamente essa medida, como uma grande carta na manga e com aquele sorrisinho cínico e arrogante de quem teve o exclusivo da "ideia".
Não faço ideia do que é que apeteceu a Heloísa Apolónio dizer-lhe ou fazer-lhe naquele momento, mas apoio!
Afinal o problema do nosso Primeiro Ministro que vai ganhando avanço a todos os outros que lhe conhecemos é mesmo um problema de carácter!