quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Perguntas







De vez em quando damos por nós a pensar porque razão fazemos as coisas que fazemos. Fazemos o que é certo? Fazemos o suficiente? Não haveria coisas bem mais importantes com que ocuparmos as nossas vidas?
Muitas vezes fiz estas e outras perguntas sobre o meu ofício de cantigueiro. Se não foi, não é, nem será um plano para enriquecer, é o quê? Como vêem, tudo perguntas simples...

No seu blog "Queridas Bibliotecas", o José Fanha conta que alguém, na falta de assunto mais "profundo", perguntou ao escritor espanhol António Muñoz Molina porque é que escrevia os romances, ao que ele respondeu "Escrevo para saber como é que acaba a história".
Será também por isso que canto o que canto?
Quantos companheiros terei nesta viagem até ao fim desta história?

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

"Alterne"


Imagem surripiada descaradamente ao "WEHAVEKAOSINTHEGARDEN"

Comentário profundo (o possível...) à última entrevista de Menezes:

É ou não desesperante viver num país em que a maioria das pessoas ainda acha que a alternativa ao Partido Socialista é o PPD-PSD e este é dirigido por Santana Lopes, Ribau Esteves e esta grande anedota?

O Paulinho das feiras...


...afinal tem um "bom-nome" a defender!
Para isso, decidiu processar o Ministro da Agricultura. Acho que estão bem um para o outro.
Já lhe vi muitas características, desconfio de outras tantas... 
Esta do bom-nome, confesso que me tinha passado completamente ao lado.
Grande distracção a minha!...

Mais dois "singles"...






Uma das utilidades que encontrei (e não é pequena) para posts como o anterior ou este, é que são excelentes para descomprimir...
Um dos "desafios" com mais piada que anda por aqui já há alguns dias, é o das músicas da nossa juventude, o que dependendo da "antiguidade" dos postadores, pode ter diferenças na ordem das várias décadas.
Hoje voltamos lá bem ao fundo do baú. A Kaótica do "O Pafúncio", desafiou-me para este exercício que já aqui fiz por duas vezes, só que neste caso não me importo nada de ir repetindo.
A primeira cantiga era uma das preferidas das minhas muito jovens colegas. Pensando nisso agora, devia ser para descançarem um pouco do agarranço dos seus pares e poderem sacudir um pouco os trajes. Confesso que na altura achava muito mais graça à cantora que à cantiga, mas hoje vejo a "mão" do Serge Gainbourg na fina ironia da letra, que põe a cantora a brincar com a sua própria condição de vedeta teenager fantasiada por adultos.
A segunda, foi uma das lembradas pela Maria, do "O Cheiro da Ilha" e embora não tenha por aqui à mão os "Les chats sauvages", ofereço-a aos "estimados ouvintes" e claro, à Maria, na versão deste rapaz que é quase da minha geração, mas que gravou isto há pouquíssimo tempo. Quem nunca teve um final de férias de verão com fins de namoro desesperados e a garganta magoada pelo desgosto, que atire a primeira pedra...
Liguem a máquina do tempo e divirtam-se, "amigas, amigos e camaradas", pois se este post não tem más notícias é porque decidi (por hoje) ignorá-las e infelizmente, certamente amanhã lá terei que voltar aos meus desabafos e estados de alma...

"Poupée de cire, poupée de son" - France Gall
(Serge Gainsbourg)



"Derniers baisers" - Laurent Voulzy
(Título original: "Sealed with a kiss" - P.Saka/P.Udell/G.Geld)


Dose dupla




As amigas Avelaneiraflorida do "Cantares de Amigo" e Carminda Pinho, do "Forum Cidadania", resolveram, ao mesmo tempo, presentear-me com este mimo. Para além do significado e do ar pachola do dito, o facto de vir em "stereo" é um extra que qualquer músico, como eu, não deixaria de apreciar. Muito obrigado!
Como é natural, agora não sei mesmo a quem o passar... assim, quem ainda não o tiver e for visita da casa, "não se acanhe". 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O último a saber



Quer-me parecer que esta coisa dos vôos da CIA vai ficar em águas de bacalhau. As chamadas de atenção para o assunto, ao que parece, são promovidas por aquele grupo de comunas, sempre os mesmos, que andam a perseguir o Senhor Presidente do Conselho por todo o País, armados até aos dentes com telemóveis, ora fazendo-se passar por professores, ora por funcionários da administração pública, ou até por desempregados, insultando sua excelência, embora por vezes consigam fazer crer (os grandes sacanas!) que estão a protestar contra as políticas do governo.
Há também a deputada Ana Gomes, que até milita no PS, mas como os seus próprios "camaradas" de partido não se cansam de dizer, "é uma desequilibrada". Finalmente eu, que sou uma espécie de teimoso com tempo livre.
José Sócrates tem uma técnica muito particular de "gerir prejuízos". No caso da nebulosa licenciatura, optou por establecer o "grande granel". No caso das falcatruas com os projectos que os seus amigos não podiam assinar e ele assinava por eles, optou por assumir a "responsabilidade" pelos ditos, tenham lá o aspecto que tiverem. No caso dos vôos da CIA, optou por não saber, ninguém lhe ter dito, não ter autorizado... até ao limite da resistência.

Considerações cá com os meus botões:
1. Espero que apareça rapidamente um agente da CIA desbocado, que diga de uma vez quantos foram "o raça" dos vôos, em que dias e aeroportos, para acabar com esta agonia ao homem.
2. Para uma pessoa que mente tanto, todos os dias, seria de esperar que já o fizesse com mais competência.
3. A carreira de actor também não vai ser o seu futuro... esta representação do papel de "O Último a Saber", não convence...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Olha o Sol que vai nascendo...






Se o timing das chegadas e partidas desta vida obedecesse a alguma espécie de lógica compreensível pelas pessoas comuns, este homem bom estaria hoje a festejar os seus 65 anos.
Harrison não foi muitas vezes autor de cantigas dos Beatles, mas quando foi, foi grande.
Esta cantiga, em particular, quando a cantarolava com e para os amigos, ainda nos tempos de escola, antes de Abril, adquiria significados inesperados, carregados de futuro. Sinto que hoje a história se repete...
Gosto muito deste Beatle!

"Here Comes the Sun" - George Harrison
George Harrison  (25 Fev. 1943 - 2001)


Sempre a aprender



Fiquei a saber por puro acidente, que a "Triagem de Manchester" é afinal uma coisa respeitável, usada com sucesso nos hospitais e urgências, que ajuda a salvar vidas, etc, etc.
Na minha altamente especializada e vasta ignorância, estava convencido que o "Manchester" se devia ao facto de o Ministério da Saúde e o Governo, tratarem o Serviço Nacional de Saúde, pessoal médico e doentes incluídos, aos pontapés...
Há confusões realmente tremendas!
 

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Com a voz dos outros...


Ontem, em vários dos blogs que se recordaram do Zeca e igualmente nas suas caixas de comentários, uma das cantigas mais lembradas foi a "Balada de Outono", com o seu famoso verso "...que eu não volto a cantar", o qual tem ao longo dos últimos mais de 21 anos, atado grandes e doloridos nós nas nossas gargantas.
Todos os comentadores me acompanham na certeza de que o Zeca não deixou de cantar e os vários trabalhos, gravações e espectáculos feitos por jovens e menos jovens a partir da sua música, estão aí para o mostrar.
Passemos então o Domingo com dose dupla de Zeca. 
No primeiro vídeo, brilha a Luanda Cozetti, filhota dessa grande "figuraça" e protagonista de uma outra cantiga também do Zeca, o Alípio de Freitas, acompanhada apenas pelo seu cúmplice de cantigas e de vida, Norton Daiello. São os "Couple Coffee" e continuo a achar que o seu disco "Com as tamanquinhas do Zeca" é o melhor desta recente fornada de homenagens e adaptações. Aqui, reinventam exactamente a "Balada de Outono" com que este texto começou.
No segundo vídeo e também reincidentes aqui no Cantigueiro, os "Luar na Lubre", um grande grupo da música de raíz tradicional da Galiza, interpretando (soberbamente), "Tu Gitana".

"Balada de Outono" - Couple Coffee
José Afonso



"Tu Gitana" - Luar na Lubre
José Afonso


sábado, 23 de fevereiro de 2008

21 anos



Que dizer de alguém que tendo "mudado a vida" de tantas e tantas pessoas, ainda encontrou tempo para transformar a minha em particular e para sempre?

A descoberta



Gostava de dizer aos senhores da SEDES, apenas por uma questão humanitária, que a pólvora foi descoberta pelos chineses, nos idos do Século Nove e que portanto fica um pouco ridículo, nos nossos dias, fazer declarações sobre isto e aquilo, exibindo o ar de quem descobriu a dita.
Como de repente a "grande descoberta" da iminência de uma crise social, das desigualdades obscenas, da falta de diálogo, da diminuta coesão social, foi revelada por uns "graves" senhores, na sua maior parte responsáveis pelos males que subitamente descobriram, já merece uma especial atenção de comentadores, politólogos e derivados?
Ainda mais ninguém tinha dado por nada?
Estão surdos? Ou estão exactamente o quê?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Saiam do "armário", que diabo! Coragem!...





Quando é que o governo de Portugal decide "imitar", embora já com grande atraso, a atitude do governo britânico? Embora forçados pela total falta de solidariedade dos EUA, que se estiveram nas tintas para o facto de desmascararem as mentiras continuadas dos seus mais fiéis criados, perdão, aliados, ao divulgarem que "Yes!" houve vôos secretos da CIA transportando alegados suspeitos de terrorismo a caminho dos vários locais de tortura, lá vieram admitir a coisa, achar uma vergonha e pedir desculpa.
Quanto tempo vamos esperar pela mesma atitude da parte de Sócrates? Pouco tempo? Muito tempo? Para sempre?
A exibição pública da total falta de vergonha é sempre um espectáculo degradante!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Quem quer ser nêspera?



O Sérgio Ribeiro, no seu "Anónimo do Séc.XXI" levanta (num post muito bonito) uma momentosa questão, que é a de chover ou não chover, no próximo dia 1 de Março. Pelo que por lá vi escrito, tanto pelo Sérgio como pelos seus leitores, parece que o pessoal se está nas tintas para a chuva. Eu também! O pior que me pode acontecer é a viola, que é eléctrica, ir para a sucata.
Claro que existe sempre a alternativa de ficar em casa, muito calado, a ver o que acontece...

Mas para que estou eu a esforçar-me por explicar o que penso sobre este "dilema", se o Mário-Henrique Leiria o escreveu de forma genial e o Mário Viegas o disse "à Mário Viegas"?

"Rifão Quotidiano" - Mário Viegas
(Mário-Henrique Leiria)


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O desafio das palavras



A Maria do blog "O Cheiro da Ilha" desafia-me para construir uma frase com 12 palavras de que goste e depois, como se impõe, passar a outras vítimas.
Sem jeito nenhum para estas "partidas", direi que um verdadeiro Desafio, na minha profissão, é encontrar a Melodia de um Canto de Esperança, num Coro de Amigos, a Sonhar o Futuro e a Viver a Construção da grande Aventura que é a Liberdade.
Uma modalidade também possível, é escolher 12 palavras "importantes" em termos pessoais e dizer qual o seu significado, como o que escreveu um tal de Cantigueiro, para aí há 35 anos: "Amigos = São mais que irmãos".
Agora era a parte em que eu passava este desafio a 12 blogues... Como já vai sendo hábito, passo o dito a toda a gente que por aqui apareça e que esteja com paciência para me ligar.
Vá lá... Este desafio até é giro e o que não falta entre as visitas regulares desta casa, são escritores com "engenho & arte" para tratar as palavras.

Prendas






Tenho tenho um monte de "trabalhos de casa" por fazer, portanto o melhor é pôr mãos à obra.
A Sininho, do "Ecos da Falésia", resolveu classificar-me como um blogue decente. Já agradeci no local próprio. Agora resta-me exibir a prenda e fazer o "milagre da multiplicação", prendando 7 blogues que eu considere "blogs muito bons, sim senhor!"
Obrigado, mais uma vez, Sininho e aí vai...

Para as meninas dos blogues:
Porque têm "blogues muito bons sim senhor" e porque me parece que (pelo menos hoje) não receberam este prémio.

Para a menina Sal, do blogue
Porque tem um blog para aí há uns 15 dias apenas (a própria Sal tem pouco mais idade), o blog é muito bom... e ela tem que começar a saber o que isto custa :)

Finalmente, para o jovem José Manangão, do blogue
Primeiro, porque o blogue também é muito bom, e "primeiro" para o deixar encavacado com esta coisa "maluca" dos prémios blogueiros (pensavas que escapavas!...)

Havia muito mais meninas e meninos... mas não perdem pela demora!

E esta?!



Que me desculpem os senhores do PSD e da SOMAGUE, que devem estar chateados como perús, mas se o Tribunal Contitucional fosse uma colectividade, eu hoje entrava para sócio!

Cachopos...




A propósito do debate sobre a educação no programa da SIC Notícias "Expresso da Meia-Noite", com a sinistra-ministra mais 3 emplastros, conduzido por "Nicolaço" Santos, de que falei aqui e onde foi impedida a participação da FENPROF, esta organização de professores decidiu encaminhar uma queixa sobre o sucedido para a ERC.
Em "resposta", o director-geral-adjunto da SIC, Ricardo Costa, nega a censura à FENPROF e contra-ataca com pérolas de má-criação como "São opções cá da casa", ou "A FENPROF está na SIC Notícias de manhã à noite, quase todos os dias e Mário Nogueira (secretário geral) aparece mais que o Paulo Bento", acabando com um cinismo porco "Além disso, no Expresso da Meia-Noite não há lugar para todos, só existem quatro lugares".
Apenas dois comentários rápidos, para não ir por aí fora a perder a compostura...
1. Numa terra de gente com mau-feitio a sério, passaria a haver apenas 3 lugares no programa, pois ninguém mais veria a quarta cadeira, que alguém se encarregaria de lhe escavacar na testa.
2. O nosso amigo, escritor (e militante do PCP) Orlando Costa, partiu a tempo de já não ter que ler estas baboseiras ditas pelo filho.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

País virtual




E pronto. José Sócrates lá fez mais uma sessão informal de abertura da campanha eleitoral. A partir de agora vai continuar a mentir, mas com voz mais doce e se a coisa se proporcionar, talvez arranje até umas mentiras novas.
Deixou de me interessar como personagem. Tudo farei para ajudar a despedir com justa causa o Primeiro Ministro, mas o homem José Sócrates já me cansa... não passa de um incompetente e de um mentiroso, que ou está a viver uma realidade virtual, portanto enlouqueceu, ou vende-nos este país cor-de-rosa conscientemente, por pura trafulhice. Adiante...
Do que gostei mesmo, mesmo, foi do "debate" que se seguiu!
Lá estava o jovem do laço, desta vez acompanhado do chefe e aqueles senhores todos, assaz variados e plurais. O costume!...
Apenas duas considerações:

1. Nestes estúdios de televisão devia existir qualquer coisa, tipo "analizador de audio", que automaticamente atirasse um pano encharcado à fronha de qualquer comentador profissional que chamasse ao líder do PPD-PSD, líder da oposição. Depois de avisados e informados de que o líder do PPD-PSD não é ao mesmo tempo, líder do CDS, do BE, dos Verdes e do PCP, qualquer reincidência durante o mesmo programa, seria então tratada a taco de "beiseból".
2. É de facto uma pena que um partido com o historial do Partido Comunista Português, não consiga arranjar um militante que tenha, vá lá... a quarta classe antiga (pelo menos um, caramba), para ir a estes debates da SIC (e não só) e não deixar os directores de informação e de programação, coitaditos, naquele estado de desânimo por terem sempre apenas gente do PS, CDS e PSD nas suas tertúlias. É que se vê mesmo nas caras dos pobrezitos, que eles querer, queriam... mas efectivamente não há ninguém!...

Estas duas "considerações" são assim como que uma piada... se calhar eu devia estar "com um sorriso a iluminar-me as trombas", como diz a cantiga do Grupo Outubro... mas não consigo.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

SIC - Jornalismo de excelência...



... como eles próprios gostam de se classificar naquela estação de televisão. O pluralismo também é irrepreensível, como se pode ver todas as semanas por exemplo na "Quadratura do Círculo" e no "Expresso da Meia-Noite", neste caso o do último dia 15.
Conduzido apenas por Nicolau Santos (Ricardo Costa terá sentido subitamente vergonha de participar "naquilo"?), lá tivemos direito a um "passeio" da Ministra da Educação, como sempre, irradiando escuridão à sua volta, ladeada por um "representante das escolas", fantoche inventado pelo próprio ministério, um "representante" dos pais e outro de professores, inventados por "curiosos"... (para não ser malcriado).
Ah, esquecia-me do toque de "excelência jornalística". Não convidaram para o debate (???) a FENPROF. Mas, pensando bem, que falta é que lá fazia uma organização que (como é sabido) só representa 4 ou 5 professores mal dispostos, que têm a mania de constantemente incomodar a senhora ministra por "dá cá aquela palha?"

Que independência?




Pois free... mas o que eu gostava mesmo era de ver esta história da independência do Kosovo bem contada! 
Que "independência" é esta, a de um território que à partida não é autosuficiente, que no terreno é controlado pelos narco-traficantes, máfias várias, corruptos e que politicamente vai ficar nas mãos de "beneméritos" estrangeiros, para suprir todas as necessidades imediatas, desde a segurança até aos mantimentos?
Se juntarmos a isto que os mais entusiasmados apoiantes desta, digamos, independência, são os países da UE (com a desconfiança da Espanha, mas unicamente por razões internas) e à frente, agitando histericamente as bandeirinhas da "Democracy" e do "Free Kosova", estão os EUA do criminoso de guerra Geoge Bush, o meu sobrolho franzido de desconfiança pode ver-se à distância.
Esta imagem de um "Kosovo livre" nesta estética de garrafa de Coca-Cola, é algo inquietante.
Sem querer fazer uma  piada, de que me arrependeria amargamente se algo corresse mal, direi apenas esperar que não tenham já, ou venham ainda, a agitar demasiado a "garrafa" deste Kosovo cheio de pressão e gás mais que suficientes para explodir...

domingo, 17 de fevereiro de 2008

El pueblo unido


Um destes dias sou bem capaz de dar por mim ao fim da tarde, no Rossio, a cantar esta cantiga, entre muitas e boas razões, para matar saudades da própria cantiga, que já não canto em público há uns anos.
Quem sabe se não vai estar bastante gente a ouvir?... Quem sabe se alguns não cantarão este refrão comigo?...
Espero até lá para saber. Já não falta muito!

Entretanto, ficamos com o Grupo Quilapayún, cantando a sua versão original, em frente ao Palácio La Moneda, dias antes do golpe militar de Pinochet.

"El pueblo unido jamás será vencido"
Sergio Ortega / Quilapayún



A luz






Afinal sempre há portugueses, embora pouquíssimos, que "vêem a luz ao fundo do túnel". Sócrates, mas esse em abono da verdade, "vê a luz" em todo o lado, e evidentemente, os empreiteiros de túneis.
A empreitada do túnel do Rossio foi uma mina, como já tinha sido (ainda mais) a do túnel do Marquês, como hão-de ser... e ainda...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Os "ases"



Que raio de volta se dá a um país em que os donos de casinos tratam com o Governo como se ele fosse o seu banco enquanto ao mesmo tempo alguns banqueiros gerem os bancos como se fossem casinos?

Primeira página




Havia antigamente nos regulamentos militares, uma norma que determinava que o sargento devia saber ler e escrever, pois podia dar-se o caso de o seu oficial superior não saber. Isto devia-se ao facto de os filhos da nobreza que não tinham a fina inteligência que os poderia levar a bispos ou cardeais, nem a esperteza para gerir propriedades, ou seja, os que eram umas bestas, normalmente abraçarem a carreira militar, entrando directamente para oficiais superiores, embora analfabetos.
E a que propósito vem a recordação desta página brilhante da nossa história castrense? Pois bem, a propósito da capa do DN de 15 de Fev. de 2008, ou seja, ontem. Se tiverem a amabilidade de clicar na imagem da "estimada" capa, verão com facilidade que vários dos títulos correspondem a notícias que mereceriam posts, mas hoje, ou por estar sem pedalada para vôos mais altos, ou porque estou em dia de ser picuínhas, apenas embiquei com o "raça" da notícia sobre o Congresso da CGTP. 
Ia tudo muito bem, com uma fotografia a puxar para o "artístico" e tudo, mas o jornalista não se conteve e lá vai disto, acrescentou mais uma legenda de significado profundo, mesmo sobre a dita fotografia, "Congresso de um sindicato em crise". Com maior profundidade que o comentário, só mesmo a ignorância, (ou será a má fé?) que o produziu!
Voltando à história de abertura, nestas alturas faz muita falta em alguns destes jornais, um "sargento" que saiba ler e escrever, para dizer aos "oficiais superiores" da Redacção, entre outras coisas, que a CGTP-IN não é um sindicato!!!
Mas isto, lá está... é apenas o meu mau-feitio.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Brando país




Enquanto as muitas vítimas dos pedófilos do famoso "Processo Casa Pia" esperam indefinidamente para verem o seu caso avançar nem que seja uns centímetros, enquanto o país vai descobrindo a conta-gotas as manobras dos "santarrões" que geriam o BCP para roubarem o estado e os clientes, enquanto grandes médicos necessitam de muitos milhares de euros de "incentivos" para fazerem operações, quais vedetas do bisturi, enquanto se vêem "saír" inexplicavelmente das áreas protegidas e reservas ecológicas, milhares e milhares de hectares de território que é prontamente ocupado por empreendimentos turísticos e afins, enquanto (desgraçadamente) temos que continuar a encarar todos os dias com os "projectos" de José Sócrates (não, não estou a falar das célebres casas), nós lá vamos, levados... levados, sim!
Todos? Não. Ainda há gente com quem "não se brinca". Os intrépidos escuteiros!
Uma empresa de electrodomésticos e similares, aceitou retirar da comunicação social uma campanha de publicidade, que dava pelo nome genérico de "A Parvónia", constituida por vários anúncios e que lhes deve ter custado uma fortuna, porque os escuteiros protestaram, alegando que a dita campanha os "punha a ridículo".

Apenas duas observações:
1. A retirada da campanha é uma coisa boa, há que o admitir, já que os anúncios eram uma bela bosta.
2. Além de má, a campanha era algo redundante, pois uma boa parte dos escuteiros que tenho visto ao longo da vida, não precisa da "ajuda" de nada nem ninguém, para cair no ridículo.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

"O afundanço"





Tal como em Portugal, também os franceses elegeram para os governar, um demagogo. Lá, para Presidente da República, cá, para "Presidente do Conselho".
Lá como cá, os votos vieram de uns tantos convictos, muitos adeptos do conceito oportunista do "voto útil" e finalmente, uma multidão de gente que foi pura e simplesmente enganada.
Se eu soubesse elaborar estudos comparativos e muito científicos de perfis "sócio-politico-qualquer coisa", podia fazer aqui um brilharete. Assim, fico-me apenas por umas poucas comparações de características evidentes dos ditos.

- Característica em que Sarkozy é pior que Sócrates:
     Sarkozy tenta "pôr a render" a exposição da sua vida íntima nos media, de uma forma algo abjecta.
- Característica em que Sarkozy é melhor que Sócrates:
     Sarkozy não assina projectos de casas.
- Característica em que Sarkozy é igual a sócrates:
     Sarkozy também gosta de andar às corridinhas para mostrar "não se sabe bem o quê em corpo são".
- Característica em que Sarkozy é muito melhor que Sócrates:
     Sarkozy não tem a mania de dizer que é socialista e de esquerda.

Numa coisa os franceses estão a ultrapassar-nos... é na rapidez com que estão a descobrir o erro cometido. Ao que parece vão demonstrá-lo com algum estrondo (espera-se) nas próximas eleições autárquicas.
Sarkozy desce nas sondagens como um seixo num fundão da curva de um rio. Neste caso, uma curva da História. Iremos, também nós, aprender alguma coisa?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

É tão difícil!



Por vezes quando vejo, obviamente compadecido, as notórias dificuldades dos nossos ministros, secretários e outros dirigentes em geral, que negam aeroportos, que confirmam a seguir, anunciam pontes que mudam a seguir "e fica o caso encerrado" para se reabrir a seguir, as casotas do Sócrates (dignas do diploma, diga-se), os "problemas de comunicação" de tantos, as promessas falhadas de todos... pergunto-me se esta coisa de governar não será peso demais nos ombros dos nossos pobres governantes.
Aí lembro-me deste poema de um alemão baixinho que escrevia coisas "grandes" e que se chamava Bertold Brecht.


"Dificuldade de governar"

No fim do texto do poema podem ouvi-lo dito magistralmente pelo Mário Viegas, oferta do Hertz.


1. Todos os dias os ministros dizem ao povo como é difícil governar. 
Sem os ministros o trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas se o chanceler não fosse tão inteligente. 
Sem o ministro da propaganda mais nenhuma mulher podia ficar grávida. 
Sem o ministro da guerra nunca mais haveria guerra. 
E atrever-se-ia a nascer o sol sem autorização do Führer?
Não é nada provável e, se o fosse, nasceria por certo fora do lugar.

2. É também difícil, ao que nos é dito, dirigir uma fábrica. 
Sem o patrão as paredes cairiam e as máquinas enchiam-se de ferrugem.
Se algures fizessem um arado ele nunca chegaria ao campo sem as palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem, senão ele, lhes poderia falar na existência de arados? 
E que seria da propriedade rural sem o lavrador?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3. Se governar fosse fácil não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina e se o camponês soubesses distinguir um campo de uma forma para tortas
não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
É só porque toda a gente é tão estúpida que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4. Ou será que governar só é assim tão difícil 
porque a exploração e a mentira
são coisas que custam a aprender?



terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Pensar alto






E o que é que as minhas amigas e amigos pensam desta, digamos, "justiça", que condenou pela primeira vez desde o 25 de Abril, um trabalhador, pelo crime de "manifestação ilegal", neste caso o nosso amigo e sindicalista João Serpa, do Sindicato da Construção Civil do Sul, sem testemunhas, sem advogado do Sindicato, sem nada? Hein?!

(pausa para pensarem um pouco)

Ah! Vocês pensam isso e depois eu é que sou o mal disposto... o malcriado...
Está de facto na altura de cada vez mais, pensarmos juntos e em voz bem alta!

Gira-discos







A Ernesta do "Cabra de Serviço", decidiu ou por fazer anos no Dia dos Namorados que aí vem, ou porque sim, iniciar um género novo de corrente, em que as "vítimas" confessam as músicas que eram especiais na sua adolescência. Ora aí vai...

Na época, em minha casa, por razões que não interessam para nada, o aparelho de rádio só era ligado para os noticiários e por vezes, durante o almoço, os Parodiantes de Lisboa. Assim, para além de uma música qualquer que passasse na Emissora Nacional antes de começarem as notícias, ou da Banda de Quadrazais dos Parodiantes, se quizesse realmente ouvir música tinha que me socorrer de colegas da escola que tivessem gira-discos. Os campeões dos "singles" eram um cromo da minha turma e a irmã, cujos pais achavam graça a que quase todos os fins de semana os filhos organizassem bailaricos debaixo do grande alpendre que dava para o jardim. Tive rapidamente que convencer todo o pessoal de que não dançava por não gostar (o que mantenho até hoje) para continuar a frequentar os ditos convívios dançantes. A mania de não dançar acabou por ser recompensada, pois acabei promovido a confidente das alegrias e desgostos das minhas e meus colegas dançarinos e, o que é muito importante, por "controlar" as músicas que se ouviam.
Dessa actividade bailante, a minha música preferida era uma que já aqui postei, a Françoise Hardy e o seu "Tous les garçons et les filles de mon age...", que servia como uma luva à minha "personagem" de solitário.
Practicamente ao mesmo tempo, por culpa de um extraordinário padre de cujo nome (injustamente) não me lembro, fui assaltado irremediavelmente pelas músicas de um tal Dr. José Afonso, que cantava e compunha uma "espécie" de baladas que o nosso professor de moral achava que devíamos conhecer... Ao fim de todos estes anos continuo a não conseguir eleger uma das cantigas do Zeca, como "a cantiga".
Agora a maldade é ter que passar esta corrente de facto diferente, a mais umas vítimas, poucas, porque convém não abusar e que serão:

A Maria, do "O Cheiro da Ilha"
(Por ser a primeira visita regular do Cantigueiro e para saber como andávamos de música lá pelo Oeste)
O José Manangão do "Poesia no Popular"
(Porque já aqui disse que tem 66 anos e tenho mesmo curiosidade de saber com que cantigas se divertiam eles e elas nos anos 50, antes das "tecnologias")
Finalmente, o Rui Vasco Neto, do "Sete Vidas Como os Gatos"
(Porque no meio do Atlântico e sem televisão, seria certamente diferente... talvez para melhor )

Não me deixem ficar mal...


Assim, não!!!




Para quem tem o atrevimento de cometer aqui quase diariamente textos sobre política e actualidade, sei que devia ter estado pregado à televisão a ver o "Prós e tal e coisa", mas confesso que não tive paciência.
Prefiro deixar uma nota sobre Timor, independentemente de gostar deste ou não gostar daquele de entre os muitos protagonistas desta estória. 
Nada justifica estes actos! Podem (como quase tudo) ter explicação, mas não justificação.
Estes últimos acontecimentos, demonstram que quase tudo o que se fez e faz em Timor, tem sido profundamente errado e pode levar (mais uma vez) a consequências trágicas.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Isto não é um concurso!

Na intenção de acalmar os ânimos e adoçar os sentidos, tinha pensado fazer um post, se possível interessante, sobre o cinema francês ou melhor ainda, centrado numa das suas excelentes actrizes.
Infelizmente, até à hora de fecho desta edição, não consegui decidir-me por nenhuma delas. As minhas desculpas!
A melhor solução, será escolherem a vosso gosto e, se estiverem para isso... dizerem porquê.
Volto a informar que isto não é um concurso e que "porque sim" também conta como justificação para qualquer uma das vossas escolhas.


domingo, 10 de fevereiro de 2008

Tempos modernos


A estúpida e desproporcionada violência da policia sobre os "simpatizantes" do Grémio Lisbonense, que tinham ar de ser malta pacífica e aparentemente em menor número que os polícias, não teve a "grandiosidade" e sobretudo, a importância histórica das grandes cargas policiais de Haymarket em Chicago, nos fins do Século 18, que terão dado orígem à comemoração do 1º de Maio.

Mesmo assim, a curiosidade fez-me telefonar para o "gabinete de imagem" do Governo de Sócrates, para ter alguma espécie de explicação sobre o sucedido. Fui atendido por o que me pareceu ser um jovem Relações Públicas, ou "spin doctor", como agora se diz, a quem perguntei "mas o que é que é isto?", tentando não ficar muito parecido com o falecido Jorge Perestrelo. Respondeu-me que aquilo é o "exercício da autoridade democrática da esquerda moderna praticante de um socialismo do século 21 virado para o futuro".
Não me convenceu e com todo o respeito, na dúvida, mandei-o bardamerda!

A segunda metade deste post é pura ficção, mas tenho muita pena!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O que eu gostava de entender!...



Começo a estar convencido de que somos de facto um bando ignaro que não tem condições para, sem ajuda especializada, ir onde quer que seja.
Senão vejamos. 
- Por qualquer razão obscura andámos durante meses, convencidos de que o promeiro ministro se tinha comprometido a fazer um referendo sobre o tratado europeu.
- O ministro Jamé preparava-se pacatamente para fazer e encomendar paletes de estudos sobre aeroportos e pontes sobre o Tejo e nós, patetas a pensar que um era para a Ota e a outra entre Chelas e o Barreiro. Inventámos até, na nossa palermice, declarações do engenhoso Sócrates, anúncios oficiais e tudo...
- Aquele senhor da "judite" (não, não é o Dr. Fernando Seara), que se vê pelas pausas pensativas, pelo cofiar do queixo e enigmáticos gestos de mãos, ser uma pessoa que está assaz atenta ao que diz, disse o que disse sobre o processo dos McCann e entretanto já apareceram várias pessoas a explicar o que ele "queria" dizer, o que "significa" o que disse... e lá ficamos nós na maior humilhação.
- Julgamentos de Isaltinos, pedófilos, Valentins, Pintos da Costa, Operações Furacão, agressões "mandadas e confessadas" pelas Carolinas deste mundo, que feitos tolos, julgávamos que estavam a ir para a frente, voltam à estaca zero ou são arquivados, porque uma folha do processo teria um canto dobrado, ou o delegado do ministério público estava com uma meia de cada cor...
- O ministro Correia de Campos acabou por ter que abandonar um emprego tão jeitoso, só porque nós não fomos capazes de entender nada do que ele dizia.
- Até, agora, o deputado Manuel Alegre "que ninguém cala", quando nós feitos tótós, pensávamos que ia votar com o Tó Zé Seguro e o resto dos chatos que (como ele) preferiam um referendo... absteve-se!
- Como se não bastasse, o Bastonário da Ordem dos Advogados enlouqueceu e prega aos quatro ventos sobre coisas que não existem, ou se existem deve ser só no estrangeiro. E ainda por cima, engordou!...
Aqui tem que haver uma lógica... uma linha de coerência... que só não entendemos porque somos, como já disse, um bando ignaro que não tem condições para, sem ajuda especializada, ir onde quer que seja.
Escrevam o que eu digo. A grande profissão por estes tempos vai ser a de intérprete! 

(Ou então, haverá, quem sabe, outro caminho...)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Há passados e passados...


"Tipografia clandestina" - gravura de José Dias Coelho

A ver se a gente se entende. Participar nos esquemas inventados para contornar as incompatibilidades de técnicos que trabalham em Câmaras Municipais, estando por isso impedidos de fazer aprovar projectos seus nessas Câmaras, recorrendo às assinaturas de favor de outros técnicos amigos, que por vezes trabalham na autarquia do Concelho mais próximo e assim ir alimentando a pequena corrupção que corroi o nosso poder local, não será o crime do século... acho até, que no caso do "nosso engenheiro", a vergonha de se ver obrigado a dizer que aqueles projectos são dele, para uma pessoa tão "armani", deve ser um castigo já bastante assinalável. O facto de ter que mentir sobre o caso não, pois o único esforço que tem que fazer consiste em abrir a boca... e a coisa sai-lhe naturalmente.
Como dizia, não é o crime do século, apenas revela um "estilo", mas também não é uma "rebeldia de juventude" tão corriqueira e inocente como subtraír duas laranjas do quintal da vizinha, ou "escrever uma obscenidade na carteira da escola, ou copiar num teste, ou não devolver um livro à biblioteca do liceu", como escreve Vital Moreira, numa tentativa patética de achincalhar as críticas que se possam fazer ao primeiro ministro, a propósito dos seus "projectos", dignos de estar no atelier de um Siza, de um Souto Moura, ou mesmo de um Frank Gehry... no caixote do lixo.
De José Sócrates, já não espero nada. De Vital Moreira, sempre que se arvora em arauto do socratismo, já quase nunca espero "honestidade" acima deste nível.
De qualquer maneira, gostaria de lembrar que pertenço a uma geração que teve, admirou (e ainda tem), muitos dirigentes políticos e militantes anónimos, cujas "rebeldias de juventude" tiveram consequências e uma dimensão muito superior a estas de que fala o génio de Coimbra, no seu estilo chocarreiro.
O que é triste é que Vital Moreira também, só que finge ter-se esquecido, sempre que isso lhe interessa.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

As hienas







Será que os dirigentes da CIP estão numa espécie de competição para ver quem consegue produzir as declarações mais obscenas na comunicação social? Agora foi a vez de um tal Gregório Rocha se sair com esta "pérola":


Exactamente que raça de gente é esta?

E se não pagarem batem-lhes?




Durante o jantar levei com a notícia. Pelos vistos, a Ernesta do blog Cabra de Serviço, também. A parte interessante é termos reagido com uma frase absolutamente igual. Bem antes da hora a que estou a fazer este post, passei por lá e descobri isso.
Pensei mudar o título, mas acabei por decidir não o fazer. Parece-me simbolicamente importante que cada vez mais pessoas reajam da mesma maneira e pensem o mesmo destes fenómenos surreais que assolam o nosso país.
A notícia. Uma vítima de violência doméstica, teve que se socorrer e fazer tratar no Hospital de Braga. Uns tempos depois, recebeu em casa a "continha" para pagar os tratamentos. 
Na televisão, um doutor "qualquer coisa" Mesquita Machado (deve ser uma maldição que caiu sobre Braga) explicava sorrindo, que tinha que ser assim, a menos que a vítima prove que foi realmente agredida e por quem. Nesse caso a "continha" passará para a responsabilidade do agressor. É o regulamento... Disse isto tudo com uma espécie de sorriso nas ventas.
Agora, só depois de divulgada a notícia "desagradável", como sempre acontece, já ouvi políticos responsáveis por este "fenómeno" legislativo, virem à pressa dizer que na verdade há um problema com o tal regulamento, que pode dar lugar a "interpretações".
Triste país, em que é preciso uma norma exacta em cada ponto, em cada vírgula e em cada letra, para que um director de um hospital "perceba" que cobrar os tratamentos hospitalares a uma vítima é uma grande canalhice!