sexta-feira, 31 de agosto de 2012

EUA – As “candidatas”


Alguns dos “jornalistas” que, pelas mais diversas razões, ocupam nos órgãos de comunicação social um exagerado número lugares que deveriam estar ocupados por verdadeiros jornalistas, insistem em chamar à senhora Ann Romney, esposa do candidato presidencial “republicano” Mitt Romney... «candidata a primeira-dama».
Não é novo. Já antes o fizeram e, infelizmente, continuarão a fazer, o que, seguindo esse princípio, faz com que Michelle Obama esteja a recandidatar-se ao “cargo”.
Poderia pensar-se que esta designação de “candidatas a primeira-dama” estaria ligada a uma qualquer votação popular paralela à eleição do Presidente... mas, felizmente, tal não acontece.
Ainda assim... apenas duas observações:
1. Adoraria saber o que estes cromos, se acaso se tratasse de uma mulher na corrida à presidência dos EUA, chamariam então ao marido... ou a que é que o senhor seria “candidato”.
2. Ainda bem que os eleitores não vão “votar” nas “candidatas a primeira-dama” em listas separadas, já que nem quero imaginar a confusão que iria resultar da possível “eleição” de uma “primeira-dama” que não correspondesse ao Presidente certo.


EUA e Paul Ryan – Saltar da frigideira para o lume?


ultra-conservador “republicano” Mitt Romney foi, finalmente, confirmado como único candidato daquele partido às eleições presidenciais nos EUA. Há dias, numa manobra de pura hipocrisia, demarcou-se publicamente de um senador do seu partido e que se recandidata ao posto, que teve o desplante de dizer que se opunha à interrupção da gravidez, mesmo em casas de violação... até porque nos casos de «violação verdadeira» (???) as mulheres muito raramente engravidam, pois nessas situações o corpo da mulher tem mecanismos naturais para se “defender” da gravidez.
Curiosamente, o oportunista hipócrita Romney, fez apenas aquilo que a cobardia lhe ditou, dada a onda de indignação e condenações que percorreu o país depois destas declarações do senador, um tal Todd Akin.
Não menos curiosamente, ao mesmo tempo que se “demarcava” desta companhia momentaneamente inconveniente, confirmava como seu número dois e, portanto, candidato a vice-presidente, o fanático tresloucado Paul Ryan, aqui na fotografia e que, sobre a mesma matéria, tem uma opinião ainda mais nojenta.
Paul Ryan é mais um produto da estrumeira que dá pelo nome de “Tea Party”, estrumeira que integra as fileiras “republicanas” e acoita desde aberrações como a ex-candidata Sara Palin e fanáticos da violência e direito ilimitado ao porte de armas, até esta espécie de neonazi que, para além de defender, não os costumeiros cortes nas políticas sociais, típica dos neoliberais, mas sim a terraplanagem total de todos esses direitos, como saúde, educação, segurança social, etc., etc... veio também ele dizer que a razão porque é contra a interrupção voluntária da gravidez, mesmo em caso de violação, é por considerar a violação como «apenas mais um método de concepção», apenas mais uma «fonte de vida».
A parolice de alguns meios de comunicação, sempre à procura de rótulos vistosos e “bordões” que fiquem no ouvido, chamam à postura política de Paul Ryan o «conservadorismo amistoso»... porque, dizem, ele «sorri o tempo todo».
OK!!! Está sempre a rir; e depois?! Também as hienas!!!...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Nuno Crato e o "novo" ensino – Salazar revisitado...


“Para a mentira ser segura
E atingir profundidade
Deve trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade”
(António Aleixoin “Estas quadras que vos deixo”)

Não duvido que muitos dos velhos maoistas portugueses, querendo dizer com “velhos” aqueles que são da minha geração, ou com mais, ou menos uns anitos... foram gente que se opôs a Salazar e Caetano. Não ponho em dúvida nem essa atitude, nem as consequências que alguns tiveram que suportar pelo facto de publicamente a assumirem.
Ainda assim, vendo a evolução política de alguns e algumas, como o caso de Durão Barroso e mais uma pequena multidão que se pulverizou pelo espectro partidário... até chegar ao protagonista deste texto, o ministro da Educação Nuno Crato, parece que alguns sofreram de uma espécie de variante da Síndrome de Estocolmo, patologia que ataca seres humanos vítimas de sequestro, que sujeitos à tremenda pressão psicológica que essa provação implica, acabam por desenvolver, por auto-defesa e instinto de sobrevivência, uma espécie de irresistível empatia pelos agressores.
Só isso explica esta atracção fatal que Nuno Crato manifesta por conceitos pouco menos que “salazarentos” de educação, como esta novidade, em que alunos ainda no princípio da vida escolar, no caso de apresentarem más notas, serem automaticamente “empurrados” (como diz, e bem, a FENPROF) para cursos profissionais do tipo electricista, cozinheiro, talhante, canalizador, etc., deixando no ar a ideia de que haverá algo de errado com estas dignas profissões, já que aparecem como castigos.
E assim, de uma assentada, matam-se dois coelhos. Refina-se o carácter elitista de um ensino para mais ricos, que de uma forma geral conseguem melhor aproveitamento, dado o enquadramento familiar mais propício à aquisição de conhecimentos e ao estudo necessário para tal... e, ao mesmo tempo, desclassifica-se socialmente toda uma classe de futuros trabalhadores que entram na vida activa com o estigma de terem sido empurrados para os “cursos dos burros”. A meta do ministro é atingir rapidamente os 50% de estudantes “encaminhados”.
É o velho sonho canalha da superioridade da classe dirigente sobre uma classe trabalhadora “desclassificada”... a que deve corresponder uma realidade de salários igualmente “desclassificados”. É a velha e sempre, sempre actual luta de classes!
Sim, eu sei que no universo de alunos de qualquer escola há sempre um grupo que não tem, nem terá capacidade intelectual, ou sequer o interesse, em seguir estudos teóricos seja do que for. Esses ficarão a ganhar com a oportunidade de logo no ensino básico, se for o caso, terem contacto com uma profissão que lhes garanta a sobrevivência.
Sim, eu sei que existem! Mas sei também que são a excepção. São exactamente a conveniente “qualquer coisa de verdade” que serve de pretexto “para a mentira ser segura e atingir profundidade”.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Passos e Relvas – Perguntas simples


Pergunta-se: por que razão se sentarão Passos e Relvas sempre lado a lado?
Para juntar o inútil ao desagradável!

Marques Mendes – Mais um grande profissional do “achismo”


Borges é um joguete nas mãos dos donos do dinheiro. Profissional do lambebotismo como forma de vida, lambebotismo que lhe tem dado muito dinheiro. Deu no Goldman Sachs (onde terá ajudado à destruição de uma boa parte da economia mundial), deu no FMI (de onde saiu pela porta das traseiras) e dá gora, trabalhando ao mesmo tempo para os canalhas que querem vender meio país e para os outros que o querem comprar ao desbarato, na sua qualidade de consultor do governo para as privatizações e assalariado dos capitalistas interessados nas mesmíssimas privatizações.
Para quem ainda não tivesse reparado, Borges foi, por enquanto o único (ainda que com autorização, como afirma) a anunciar a destruição da RTP que, segundo a sua “opinião”, seria oferecida de bandeja a privados que não só teriam renda garantida pelo Estado, como estariam livres para despedir à vontade.
É também sabido que a RTP não é do lacaio Borges, mas sim do Estado. Logo, quando a administração da RTP manifestou o seu desacordo quanto a este projecto de negócio de contornos mafiosos, não se “rebelou” contra o Estado, mas apenas contra a “proposta de concessão” do lacaio Borges.
Nada que convença o grande Marques Mendes, que aproveitou para “achar” mais uma coisa. O agora comentador especialista em generalidades, pago pela TVI para dizer umas larachas, TVI que faria tudo e ainda mais alguma coisa para ver a RTP não privatizada, mas sim liminarmente extinta... “achou” que ficaria bem à administração da RTP ficar calada... ou então, para discordar publicamente do lacaio Borges, devia apresentar a sua demissão.
E pronto... depois voltou para o quintal, para brincar no seu baloiço instalado no “bonsai”... corajosamente arriscando uma queda para aí de alguns quinze centímetros!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

“Afundações”


Não pode haver uma posição generalista quanto à utilidade ou inutilidade das centenas de “fundações” semeadas por todo o país. Exactamente por isso: porque umas são úteis, enquanto outras são inúteis. Umas estão ao serviço das comunidades, outras não passam de “show-off gratuito de egos exibicionistas. Umas são saudavelmente respeitáveis, outras não passam de esquemas de vigaristas. Umas acrescentam humanidade e cultura, outras são apenas truques para fugir aos impostos, quando não são mesmo capas que escondem crimes de lavagem de dinheiro.
No meio de toda esta complexidade... e como este governo já mostrou que para cada problema complexo tem “soluções” simplórias, desde que elas se encaixem na ideia (criminosa!) de que são os trabalhadores e o povo em geral, que têm que estar ao serviço da “economia” e das instituições... e não a Economia e as instituições a estarem ao serviço das populações... as luminárias que nos “governam” decidiram parir um formulariozinho, igual para todas as “fundações”, com um questionário sobre o funcionamento da dita e, para rematar com o já habitual tique autoritário e salazarento... com uma ameaça: não responder ao inquérito, poderia resultar na extinção automática da “fundação” renitente.
Consigo imaginar a risota que animou durante umas horas (embora por razões diferentes e com legitimidade muito distinta) os dirigentes de Fundações como, por exemplo, a Fundação Calouste Gulbenkian, ou a Fundação Mário Soares... perante esta “ameaça”.
O interessante no desenvolvimento deste assunto, é descobrirmos que, mais uma vez, a coisa a que chamaram avaliação, foi feita em cima do joelho e aconteceu o habitual: contas grosseiramente mal feitas, como no caso da Fundação Paula Rego, ou a fantástica avaliação extremamente negativa da Fundação do Côa, pelo seu desempenho... em anos em que ainda não existia.
Mas que diabo... pensando bem, porque raio é que o secretário, ou assessor, ou “boy” que se encarregou de fazer estas contas, haveria de ser mais competente do que o ministro das Finanças, cujas contas não há meio de darem certas?
A demonstrar (como se fosse preciso!) que ainda mais perigoso que ter calhordas à frente da coisa pública... é ter calhordas incompetentes à frente da coisa pública!

RTP – Assim não ajudam!


Neste último domingo, o telejornal da RTP1 abriu com José Rodrigues dos Santos a lançar uma frase fantástica, esmagadora, digna de fanfarra e de ir alugar cadeiras... para se desfrutar devidamente sentado:
«Boa noite! António José Seguro diz que a intenção do governo em privatizar a RTP, serve interesses privados!»
Confesso que fiquei um pouco “abasurdido” com o poder da revelação... mas passado o primeiro choque deu-me para ir ver de que raio se tratava. Fui ver... e para descrédito do Augusto Gil, a neve não caía, mas, pelo menos, o coitado do Tózé afinal não dissera a coisa exactamente assim, justiça lhe seja feita!
Seja como for, o que fica para a posteridade é a sonora "versão jornalística” escolhida. Uma frase de uma profundidade e significado transcendentes, sobretudo se pensarmos que tem tão poucas palavras. Não é fácil, apenas em segundos, mutilar uma frase alheia e revelar o tremendo segredo de que uma privatização serve interesses privados!!!
É uma daquelas frases dignas da honra de abrir (e encerrar de vez!!!) qualquer curso de jornalismo, ou de economia política!
Claro que o travo que me fica depois de toda esta “reinação” é saber que são momentos de “indigência jornalística” como este, que dificultam muito a defesa da RTP, hoje sob a cobiça de tantos, numa mais que evidente ameaça a tudo o que deveria representar, assim como ao futuro da maioria dos seus trabalhadores. Dificulta tanto como alguma da injustificável programação a que assistimos todos os dias. Tanto como os misteriosos ordenados que algumas figuras por lá ganham... e vai por aí...
Sem dúvida, é preciso defender um Serviço Público de Rádio e Televisão... mas que bom seria mudar de rumo! Aproveitar este abalo de terra para refundar, redesenhar e colocar o “universo RTP” ao serviço daquilo que realmente interessa, guardando e melhorando o muito de bom que já tem... e que tantos, por ignorância, ou por má fé, dizem não ver.
Quanto ao José Rodrigues dos Santos, bem poderia prescindir dos farfalhudos milhares de euros que ali ganha para piscar o olho e dizer asneiras... e dedicar-se exclusivamente à sua rentável habilidade para encher folhas de papel com letras, que depois vende às paletes (Mas não a mim!).

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Príncipe Harry – Antes nu, que mal ajaezado!



inútil parasita, 3º classificado na corrida à coroa britânica e que dá pelo nome de Harry, príncipe de profissão, deixou-se fotografar no decorrer de uma orgia erótico-desportiva, completamente nu.
Provavelmente, para se vingar dos aborrecimentos por que passou o seu império dos media exactamente no Reino Unido, o mafioso magnata dos jornais e televisões, Rupert Murdoch, apelando para a “liberdade de imprensa”, um conceito que o deve animar tanto como uma cólica renal, foi o único a publicar as fotografias na terra do “arejado” príncipe.
Ao contrário do que certamente estaria à espera, escândalo... “viste-lo”! A maioria dos britânicos sondados para o facto, aprova a garbosa participação do herdeiro da coroa na animada orgia e não se incomoda peva com as fotografias que testemunham a sua performance.
Dando de barato qualquer pormenor anatómico que possa, por excesso ou por defeito, ser embaraçoso para o amor-próprio dos súbditos de Sua Majestade, compreendo que estas fotografias tenham, possivelmente, sido mesmo um alívio para os britânicos. Realmente, se vai passar a ser um hábito que o príncipe perca a tramontana em locais frequentados por fotógrafos, antes ser fotografado nu, em orgias... do que vestido, mas de militar nazi, como aconteceu há uns tempos.
A coroa britânica já tem a sua dose de embaraços públicos, provocados pelas simpatias nazis de elementos destacados da família real!

EUA e eleições – Promessas de sangue



Mitt Romney, o ultra reaccionário candidato “republicano” à presidência dos EUA, promete envio de tropas para a Síria e mesmo para o Irão, caso seja eleito.
Mitt Romney poderia fazer como antes deles fizeram e depois dele farão, milhares e milhares de políticos oportunistas, medíocres e mentirosos compulsivos... como alguns que bem conhecemos por cá. Poderia prometer aumentos de salários e pensões, a felicidade na Terra, pleno emprego, sol na eira e chuva no nabal... mas não!
Num esforço para ser mais sincero nas promessas eleitorais do que o actual presidente, Barack Obama, seu rival na corrida eleitoral e Prémio Nobel da “Paz”, Romney, conhecedor do carácter profundamente medonho e doentio de uma grande parte do seu eleitorado, faz questão de a cada dia que passa, consolidar uma imagem de refinado filho da puta... prometendo mais guerra e mais morte!

domingo, 26 de agosto de 2012

Silvio Rodriguez... um presente de aniversário


Deixado “à solta” seria bem capaz de me esquecer do meu próprio aniversário... “habilidade” que há sempre quem se encarregue de impedir. O mesmo não acontece com os aniversários do “Cantigueiro”, que fez cinco anos... no passado dia 20 deste Agosto.
Não que seja costume os blogues prestarem contas... mas foram cinco anos divertidos, feitos de muitas ideias, acertos, erros, aplausos e críticas, que se foram espalhando por 2.940 textos, que inspiraram 33.700 comentários às amigas, amigos e restantes seres humanos que por aqui passaram, perfazendo o número de 1.250.000... a fazer fé nas contas do Sitemeeter. De há uns tempos a esta parte, a "porta do estabelecimento” vai-se abrindo a uma média relativamente estável de um pouco mais de mil vezes por dia.
Sejam todos muito bem vindos... mesmo aqueles que possam pensar que não o são!
Obrigado!
A canção de hoje, que há muitos anos me "desconcerta" sempre que a ouço, não deixando de ser a partilha que sempre são as músicas que aqui publico, é como que uma prenda também para mim, em especial... o que me desculparão, estou certo.
Recebam então a enorme canção de amor Oleo de mujer con sombrero, escrita e composta pelo grande autor e grande cubano Silvio Rodriguez, numa gravação em vídeo retirada de um documentário sueco (daí as fantásticas legendas), de 1976, em que o próprio Silvio Rodriguez, do alto dos seus, então, apenas 30 anos de idade, canta como deviam cantar os deuses... se existissem.
Bom domingo!
Oleo de mujer con sombrero” – Silvio Rodriguez
(Silvio Rodriguez)



sábado, 25 de agosto de 2012

RTP – Memórias…



Onde vais rio que eu canto

Quero ver teu novo norte
 no cais p’ra onde vais
Mãos de vida não de morte

Vai no mar barco à vela

Vai de paz se abastecer
Mais além barco veleiro
Flor da vida vai colher

Onde vais rio que eu canto

Nova luz  te alumia
 no cais p’ra onde vais
Nasce amor dia após dia

(Excerto da canção "Onde vais rio que eu canto", vencedora do Festival RTP da Canção, em 1970, Cantada por Sérgio Borges, com Música de Nóbrega e Sousa e letra de Joaquim Pedro Gonçalves)

Ainda sou do tempo em que os “Borges” eram “Sérgios” e, juntamente com mais um punhado de autores e cantores, tentavam dar alguma “cor” ao cinzento da RTP do fascismo, tanto em programas como, por exemplo, o “Zip-Zip”, como, ainda que apenas por uns minutos, ousando “tomar de assalto” o Festival da Canção, com canções diferentes, servidas por letras “atrevidas” para a época, como esta, “Onde vais rio que eu canto”, que ganhou o Festival de 1970, deixando no 2º lugar a candidata de grande peso que foi a célebre “Canção de madrugar”, do Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes.
Agora os “Borges” são outros, estão ao serviço da anti-cultura, do mais reles fanatismo neoliberal... e dão um novo significado à expressão “tomar de assalto” a RTP.
Dizem alguns biógrafos e historiadores que Salazar, o “santinho salvador da pátria”, não contava muito com a televisão para a evolução do país ou do seu povo. Dizem mesmo que detestava a televisão pública e que não lhe importaria nada que esta fechasse portas. Estes seus salazarentos candidatos a discípulos dilectos que se instalaram no Governo, estão decididos, nisso como em tantas outras coisas... a fazer-lhe a vontade.

Em jeito de homenagem – Lá vamos...


Um destes dias, não deixarei de partilhar aqui a minha opinião (valha ela o que valer) sobre esta canalhice criminosa em forma de "boato", com que o governo decidiu fazer “evoluir” o dossier RTP.
Como digo, esta novidade de medidas governamentais em forma de boato, neste caso da RTP espalhado por António Borges, um triste vendido que vem, ao longo dos tempos, provando copiosamente não passar de um inútil com vocação para lacaio, é uma novidade que merece uma atenção especial.
Seja como for... e porque hoje é sábado, limito-me a associar toda esta cambada, sem excepção, à minha singela e “sentida homenagem” a essa “grande e saudosa” instituição que parece ter-lhes moldado o carácter e o pensamento: 
Mocidade Portuguesa!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um dia destes... (empresta-me um final para o texto, Saramago)


Na cabeça dos bandalhos que nos governam, seria possível transformar milhares e milhares de cidadãos em novos pobres, arrastar aqueles que já eram pobres para a miséria, levar milhares de micro, pequenos e médios comerciantes e industriais à falência, com isso provocando o aumento exponencial do desemprego... e ainda assim, continuar a arrecadar os mesmos montantes em impostos, contribuições e taxas.
Tudo isto, deixando praticamente incólumes as fortunas e ordenados faraónicos dos amigalhaços e até as imorais mordomias do seu exército de "boys".
Adaptando uma frase atribuída a Einstein, que terá dito “esta equação não deve estar certa pois não é suficientemente bonita”, direi que esta equação não está certa, porque é um crime!
Chegará o dia em que já não haverá mais sangue para sugar aos aposentados, aos trabalhadores e aos pequenos empresários. Chegará o dia em que se verá que por cada novo corte naquilo a que chamam despesa, provocam um afundamento ainda maior na receita. Chegará o dia em que não restará mais nada para roubar.
Nesse dia, quando estes canalhas descobrirem que estão a um passo de matar a galinha dos ovos de ouro, arruinando milhões de cidadãos e com eles o país, o retorno será muito mais difícil do que se tivesse sido feito a tempo.
Nesse dia, apesar da inegável semelhança entre Passos Coelho e o célebre gendarme de Saint Tropez, não será possível sair da sala... rindo e dizendo que tudo não passou de ficção. Primeiro, porque Passos não é, de todo, Louis de Funès. Segundo, porque este “filme”, espero bem!, nem aos criminosos que agora ainda riem continuará a dar motivos para rir.
“E chegará o dia das surpresas”

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A difícil arte de saber parar...


Pronto! 
A avozinha espanhola é uma ternura... mas agora já seria altura de parar, não?!

Obama e as armas químicas – Só para ajudar...




Independentemente do que eu possa pensar sobre a criminosa bandalheira que (dos dois lados da contenda) se passa na Síria, há várias coisas (para além do principal, que são as mortes estúpidas e inúteis) que já cansam, como por exemplo:
1. A sonsice ocidental, que faz de conta que não sabe que a “oposição rebelde síria” é, maioritariamente, uma amálgama de mercenários estrangeiros, pagos por vários países da região e de fora dela... países esses movidos por interesses inconfessáveis, sendo que nenhum deles é nem sequer vagamente aparentado com a liberdade, a democracia, ou a paz.
2. A sonsice de Barack Obama, que continua a vender o “argumento” já com cheiro a peixe estragado, segundo o qual há “mãos boas” e “mãos más” no que diz respeito à posse de armas nucleares ou químicas. “Mãos boas”, os EUA e Israel, sempre! “Mãos más”, o resto do mundo... com raras e momentâneas excepções reservadas aos “aliados” de circunstância.
Lá veio ele, mais uma vez, com o seu ar de santinho de pau carunchoso, traçar a linha que a Síria não poderá pisar, sob pena de ser fustigada por um ataque dos EUA... e do resto do lastimável mundo que anda a reboque do “império”: vir a descobrir-se que a Síria tem, ou pretende usar, armas químicas.
Pronto! Agora só resta provar que as armas estão lá! 
Sempre com o intuito de ajudar, cá estou eu, oferecendo umas dicas a essa grande figura de estadista e esperança do “mundo livre”.
Ó Bama... perdão, ó Obama! Se você tiver alguma dificuldade em “provar” a existência das prostitutas das armas químicas da Síria, não hesite em voltar a recorrer aos nossos cronistas, como o ex director do Público, José Manuel Fernandes, ou do vistoso Durão Barroso, figuras que não terão qualquer dúvida em voltar a jurar que viram as provas... ou mesmo a inefável blogueira e jornalista Hiena Ma... perdão, Helena Matos, que para compensar a falta de protagonismo na invasão ao Iraque, será mesmo capaz de jurar que, para além das provas, já viu as próprias armas.
Se for preciso ainda se arranjam por cá mais alguns... mas presumo que você quererá ter outros países representados, o que não deve ser difícil. Idiotas úteis da estirpe destes... há-os por todo o lado!

Adenda:  Eu não disse?! Aí estão os "bobis" amestrados dos EUA...



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

As boas intenções


Sempre que algum amigo nosso cair na tentação, ainda que com boas intenções, de nos vender a ideia já estafada de que Pedro Passos Coelho, Vítor Gaspar, ou este ou aquele dos restantes membros do governo, ou Sócrates, ou Cavaco... fez o que fez ou faz o que faz com boas intenções, ou seja, por estar convencido de que o que faz é mesmo o melhor para o país e os portugueses, temos duas saídas possíveis:
1. Tentar mostrar-lhe (nalguns casos, pela centésima vez, mas lá terá que ser...) que os nossos governantes estão ao serviço de uma agenda neoliberal fanática e que, de uma maneira geral, fazem o mal que fazem, sabendo que fazem mal, que sabem porque o fazem e ao serviço de quem o fazem. Mais: na esmagadora maioria dos casos, fazem-no no seu próprio e venal interesse.
2. Mostrar-lhe (se não houver tempo disponível para seguir o ponto um) no que podem dar as “boas intenções”, mesmo quando existem, como foi o caso do fantástico “restauro” empreendido por esta simpática e, sem dúvida, bem intencionada senhora espanhola.

Cavaco Silva – E se fosse lamber sabão?!


Como vai sendo uso dizer-se, o diabo está nos detalhes. Convenhamos que a mais recente borrada, ou burrada, se preferirem, da autoria do cidadão Aníbal Cavaco Silva é um primor no que ao detalhe diz respeito... ainda que tenha conseguido passar algo despercebida. Senão vejamos:
Quando lhe perguntaram o que tinha a comentar sobre o esperado corte de mais duzentos milhões de euros no orçamento da saúde pública, respondeu que não fazia comentários... por estar de férias.
O “detalhe” é que, quando bolsou esta resposta, Cavaco Silva estava exactamente a interromper as benditas férias para inaugurar um hospital privado, logo, um estabelecimento comercial, propriedade de uns senhores que fazem fortuna com a doença alheia... praticamente “subsidiados” pelos sucessivos cortes com que os bandalhos do seu partido estão a arruinar o Serviço Nacional de Saúde, empurrando os cidadãos que ainda podem pagar, para os braços dos negociantes da morte, negociantes que já empregaram, empregam à socapa e voltarão, certamente, a empregar o lacaio que têm no Governo a fazer o papel de Ministro da Saúde.
Decididamente, aquilo que seria o prestigiado e prestigiante lugar de Presidente da República... está vago! O cidadão que o ocupa, não presta! Começou a sua vida activa «perfeitamente integrado no actual regime», isto no tempo do fascismo... e pouco avançou desde então. 
Ah... e não vale a pena cansarem-se (como eu fiz) a procurar atalhos que levem até à ficha da PIDE em que ele se declarou "perfeitamente integrado"... pois todos os links que tentei estão apagados e as páginas "não existem". Acidente informático muito conveniente!
Já não se trata de ter ou não vergonha na cara. Trata-se, desgraçadamente, de alguém que nem cara tem para ter vergonha!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Piadas de “marginal”


Um comentador diz a propósito de um dos meus textos que «quer ver os nossos “queridos líderes” partirem as trombas na parede».
Pergunto eu: E porque não já em Santos ou Alcântara? Para quê esperar tantos quilómetros... até à Parede?!

Jornalismo - Uma certa maneira de contar *


“Quem conta um conto, acrescenta um ponto” – diz o ditado popular. Acontece com todos, mas os jornalista fazem disso profissão. Nem todos bem. Muitos pecam por defeito, cortando muitos “pontos”, acto que da última vez que fui ver, se chamava censura... outros, são tão pródigos a acrescentar pontos, que estão sempre com um pé (ou os dois) na mentira, na demagogia, na baixa política...
Claro que muitos destes “jornalistas” têm a vidinha facilitada pelo (triste) facto de alguns dos seus colegas serem ignorantes de uma estupidez reincidente que tende a abafar as malfeitorias dos primeiros... como é o caso de alguém, na RTP, que pela enésima vez, ao fazer um gráfico descrevendo a subida para a Senhora da Graça, que os ciclistas teriam que enfrentar, disse qual a altura do Monte Farinha, qual a média da inclinação da ladeira e, como já vai sendo fatal, aos cerca de oito quilómetros de distância que separam o início da subida da linha de meta... voltou a chamar “longitude”.
Seja como for, a repetição desta triste calinada não me desviou a atenção de dois excelentes exemplos do que escrevi no primeiro parágrafo.
Quanto à censura:
É absolutamente “delicioso” percorrer com os olhos um trabalho de várias páginas da última “Visão”, onde se analisa a situação de vários municípios em que os actuais presidentes não podem recandidatar-se. O trabalho não me interessou particularmente. Nem pelo assunto, nem pela arte com que foi feito. Ainda assim, deliciou-me a calma com que os “jornalistas” percorreram o país em busca de exemplos, não tendo encontrado uma única Câmara Municipal gerida pela CDU (à excepção de uma referência minúscula, em três linhas de uma coluna, numa caixa à parte e em letras mais pequeninas)... embora várias dessas autarquias estejam a enfrentar o problema de que o artigo trata.
Presumo que para quem fez o trabalho “jornalístico”, ignorar a existência de autarquias comunistas, no número de 28 e tão insignificantes como, por exemplo, Almada... seja uma questão de princípio. Uma espécie de “sonho molhado”: se não se falar delas... não existem!
Quanto à mentira, demagogia e baixa política:
Num telejornal qualquer, um(a) “jornalista” apontou o microfone a Jerónimo de Sousa e pediu-lhe uma opinião sobre a sucessão na direcção do Bloco de Esquerda... e se ia sentir saudades de Francisco Louçã.
Jerónimo de Sousa respondeu que não se imiscuía nos assuntos internos do BE e, sobre o resto da “pergunta”, acrescentou que «não terá saudades, porque a vida e a luta continuam... não se trata aqui de uma questão de saudades, os indivíduos são, sem dúvida, muito importantes, mas mais importante é o colectivo»... resposta que desgostou o(a) “jornalista” e a sua estação de televisão, ao ponto de terem transformado (como o Correio da Manhã e outros) esta resposta, no texto que resolveram inserir por baixo das imagens, em letras garrafais:
Jerónimo de Sousa
Francisco Louçã: Não deixa saudades!

Brilhante! Depois... sou eu que tenho mau feitio...
Felizmente ainda há excepções! Felizmente conheço algumas dessas excepções e conto mesmo com um punhado de jornalistas a sério entre os meus amigos!
* Com um pedido de desculpas ao poeta José Gomes Ferreira

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Economia – Desculpem a minha ignorância...



Enquanto Paulo Portas nos dizia, descaradamente, que estamos todos de parabéns, por causa de um investimento chinês que dará muito a ganhar aos donos da EDP privatizada (digo eu...), os media dizem-me que  a «actividade económica melhora pela primeira vez desde 2010».
Não sei como é que estas “alegrias” se podem compaginar com as notícias que nos dão conta do maior desemprego de sempre, dos pendulares e esmagadores aumentos dos combustíveis e dos efeitos que têm exactamente sobre a actividade económica... da diminuição de candidatos ao ensino superior, da disposição de cerca de 70% desses estudantes de abandonarem o país assim que puderem, das quebras de acesso a serviços de saúde e medicamentos, por falta de dinheiro dos doentes, em particular dos mais idosos, cenário ainda agravado pela notícia de que o SNS sofrerá mais um gigantesco corte no seu orçamento... e mais o rol de realidades de chumbo e políticas de desastre, de que este governo é apenas o mais recente e entusiástico executante.
Mas pronto... que sei eu de macroeconomia?!

Rússia, “Pussy Riot” e Vladimir, esse dilecto filho...


Vladimir Vladimirovich, o asqueroso traste que tomou conta do poder na Rússia, lugar de que vai dispondo há já muitos anos seguidos, mesmo quando teve que sentar no seu lugar (por uns tempos) o pau-mandado Medvedev a fazer de conta que era presidente, até poder voltar fisicamente à cadeira... este Vladimir, como dizia, é o único bandido (que eu saiba) a quem se pode chamar “filho de Putin”, sem medo de errar. Ou do pai ou da mãe há-de ele ter herdado o apelido que lhe assenta como uma luva.
Putin gosta de mostrar o seu poder... nem que seja em patéticas fotografias de “macho alfa”, em tronco nu e espingarda de caçador nas mãos. Este episódio com as “Pussy Riot” serve apenas, para infelicidade delas, como uma espécie de gigantesco cartaz de propaganda/ameaça, mostrando o que pode acontecer a quem quer que seja que se lhe oponha... mesmo contando com o episódio hipócrita do "pedido de clemência".
Posto isto, fico a magicar sobre que tipo de cobarde é preciso ser, para se sentir mais “seguro”, encarcerando numa prisão, por dois anos, entre reais gangsters e assassinos(as), três jovens mulheres (Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, de 29, e Maria Alekhina, de 24), acusadas de “hooliganismo” por causa de uma canção inconveniente cantada dentro de uma igreja.
Mais: fico igualmente a magicar sobre que tipo Igreja que se diz “cristã”, por mais ortodoxa que seja, alinha nesta canalhice, incentivando as autoridades à condenação pesada das (segundo eles) «satânicas» manifestantes... não mexendo uma palha para refrear os instintos assassinos de alguns dos seus fanáticos fiéis, que vociferam nas ruas, babando os habituais castigos "divinos", querer «que as “Pussy” e aqueles que as apoiam ardam no inferno».
A brincar, direi que foi uma rara oportunidade para me verem lado a lado, numa “causa” (mesmo não apreciando a música “punk”), com Paul McCartney, Madonna, Elton John, StingYoko Ono, entre tantos outros...
A sério, direi que se era para isto, se era para colocar no poder – pelos vistos, eternamente – este tipo de dirigentes, plutocratas e demais ladrões, se era para fazer renascer esta “santa Rússia”, francamente... no dia em que decidiram abraçar o sacrossanto capitalismo e a triste caricatura de “democracia” que normalmente faz parte do seu pesado caderno de encargos... bem podiam ter ido lamber sabão!

domingo, 19 de agosto de 2012

Oblivion – Eternamente...


Astor Piazzola percorreu a sua vida por caminhos que ele próprio criou... o que para um músico e compositor, faz toda a diferença. Caminhos imaginados e desenhados por um génio inesgotável e aberto por pés e, sobretudo, dedos de uma agilidade irredutível. Há qualquer coisa na música de Piazzola, no mundo de realidades que brota das suas frases apaixonadas, que faz os grandes músicos tornarem-se ainda maiores. Tocarem de uma outra maneira.
Esta jovem violoncelista, Sol Gabetta, caiu sob o “feitiço” de Piazzola!
Diz-se, quando se ouve aquele balanço inexplicável que os músicos da Filarmónica de Viena dão ao tempo das valsas de Strauss, que só o conseguem... por serem vienenses. Provavelmente, ser tão argentina quanto era Piazzola, é o que faz esta jovem tocá-lo desta forma, sei lá...
Tivemos uma amiga querida que gostava destas coisas. Perdemo-la este fim de semana. Ela haveria de querer ouvir isto... e tecer um qualquer dos seus (tão terceirences!) comentários que me faria sorrir, como fizeram tantas vezes.
Bom domingo!
Oblivion” – Sol Gabetta
(Astor Piazzola)