domingo, 11 de maio de 2008

Música para cantar alto




Este companheiro de cantigas é o José Mário Branco, autor de várias obras-primas da música portuguesa "que importa". Foi também o escritor e compositor da cantiga que hoje aqui vos deixo para sonorizar o Domingo, a famosa "A cantiga é uma arma".
Neste vídeo, em que estou muito bem acompanhado e que foi retirado de um programa da RTP1 de há já uns anos feito também para comemorar o 25 de Abril, eu estou naquele estado deplorável por que todos já passámos alguma vez, em que não podemos dizer nada ou olhar para ninguém sem desatar a rir descontroladamente. Quando finalmente gravámos este take, a fase do "descontroladamente" já tinha passado, mas ainda era o que se pode ver...
Tudo tem uma explicação. Minutos antes desta gravação, uma colega cantora que participava no programa, tinha-se dispensado de entrar nesta cantiga "por não concordar com armas". A nossa profissão tem por vezes estes momentos "alegres"...
Ainda sobre esta e todas as cantigas de intervenção, faz-me igualmente sorrir a recordação de uma outra estória, esta de há poucos dias, em que num grupo de café onde se comentava a marginalização a que está sujeita esta música e os seus cantautores, um jovem candidato a neoliberal, me explicou do alto da sua sabedoria dos vinte e poucos anos, que "Essa vossa música não passa mais na televisão e nas rádios porque as pessoas não compram. É a lei do mercado."
Dei-lhe uma resposta que a princípio o deixou convencido de que eu seria parvo, mas segundos depois, um brilho nos seus olhos disse-me que ele estava a "chegar lá".
- Não amigo. A nossa música é a menos comprada porque é a que menos "se vende"!

"A cantiga é uma arma" - Vários
(José Mário Branco)

18 comentários:

amigona avó e a neta princesa disse...

Não é que eu estava para colocar este vídeo? Só não o fiz porque tenho andado a CORRER!!!
Beijinhos avó Maria...
Abreijos...

Anónimo disse...

Grande jogada samuel. O aspirante a neo-liberal custou a perceber porque já tem a cabeça mais ou menos formatada. Pode ser que tenhas metido areia na engrenagem da formatação!...

Anónimo disse...

Isso não nos vendemos! A cantiga é e sempre será uma arma...
Bom Domingo

Fernando Samuel disse...

Ou como numa dúzia de palavras se pode dizer tudo...
Se o rapaz «chegou lá» pode ser que... fique...

Meg disse...

A cantiga conheço-a bem, se conheço, mas não percebo é porque não consigo ver o vídeo... está com soluços.
Tenho de voltar mais tarde, não pode deixar de ser.
Um abraço, Samuel!

Anónimo disse...

"uma colega cantora que participava no programa, tinha-se dispensado de entrar nesta cantiga "por não concordar com armas".

"Essa vossa música não passa mais na televisão e nas rádios porque as pessoas não compram. É a lei do mercado."

Que parzinho tão amoroso que estes dois fariam...

BlueVelvet disse...

Eu vi agora mesmo esta canção na Maria:)))
Combinaram?
Abreijinhos

Elvira Carvalho disse...

Há tempos que não ouvia esta canção. E foi muito bom ouvi-la de novo.
Um abraço

Justine disse...

Pois é, a cantiga é uma arma das que não se vendem!

Maria disse...

Se tivéssemos combinado....
é bom continuarmos "nesta".... tantos, ainda....

Abreijos

GR disse...

A Cantiga é uma arma, com que vocês tanto lutaram e venceram!
Quanto ao pindérico, a falar assim, sem nunca se enganar e raramente ter dúvidas, até pode ter um promissor futuro.

GR

Lúcia disse...

Histórias engraçadas:)
Mas sinto que a música de intervenção é necessária, neste momento. Mas tão necessária... Ficou muito ligada à Ditadura. Mas à nossa volta há necessidade de dar gritos... cantando.

Sal disse...

Gosto de te ouvir cantar.

A canção de intervenção é contraditória ao próprio movimento editorial (discográfico) - que trata a música como produto de consumo e não como bem cultural, logo, fazendo parte do próprio conceito neo-liberal. É por isso que não vende. Porque não interessa ao Capital. Ponto. Mas isto dá para uma grande conversa...

beijinhos


bjs

Oliva verde disse...

Pena é se esses meninos nunca souberem como estas armas nos ajudaram a conhecer o País que não queríamos!
Pena é se nunca perceberem a pontaria que estes cantautores tiveram e como nos ajudaram a começar a construir o País que queríamos!

Anónimo disse...

Pensava eu, que as castigas são uma forma de arte, o "negócio" vem por acréscimo.

--a cantiga é uma arma, contra a burguesia--

Abraço

Susete Evaristo disse...

Claro que o mocinho deve ter levado algum tempo a chegar lá (se é que chegiou)vivemos num momento em que tudo se compra e alguns se vendem.
Não se vendem estas cantigas nem os seus autores por isso não envelhecem e continuam integros.
Um grande abraço ou melhor
Abreijos

Marina Luz disse...

Esta e outras tantas como esta foram musicas que preencheram a minha infância!
Foi bom re-ouvir :)
rsrsrs

antonio disse...

HOJE, MAIS DO QUE NUNCA, QUANDO O EMPREGO ESTÁ AMEAÇADO, O DESEMPREGO AUMENTA, AS MULTINACIONAIS LEVANTAM A "TENDA" A SEU BELO PRAZER, A CORRUPÇÃO É O QUE SE SABE (FACE OCULTA, ESCÃNDALO BPN - COM EX-MINISTROS ENVOLVIDOS, BPP, REFER (SUCATEIROS!), ENFIM, UM FARTAR VILANAGEM E MILHARES DE TRABALHADORES DESTE PAÍS SE ENCONTRAM EM SITUAÇÃO DE DESESPERO, ESTÁ NA HORA DO POVO SAIR À RUA E TRAUTEAR (A CANTIGA É UMA ARMA... CONTRA A BURGUESIA!). António Carvalho