terça-feira, 30 de abril de 2013

O cheiro a “consenso”


Em condições normais as palavras teriam valor por si próprias e não sofreriam tão violentas variações de significado ao sabor das intenções daqueles que as usam (e abusam). Debrucemo-nos, por exemplo, sobre palavra “consenso”.
À primeira vista é uma palavra “boa”, que apela ao avanço, à construção, à harmonia, à civilidade, ao trabalho e interesse comum, à busca do melhor e mais justo para o maior número possível de cidadãos. Resumindo, uma palavra que apela à verdadeira democracia participada, já que não pode haver consenso sem antes ter havido uma ampla e participada discussão dos problemas.
Desgraçadamente, quando sai das bocas de Cavaco Silva, de Passos Coelho, ou de Vítor Gaspar, para citar apenas estes... a palavra “consenso” assume significados estranhos ao habitual. Passa a querer dizer capitulação, traição de princípios, negociata, interesses particulares, batota, jogo, desonestidade, insulto à inteligência.
Desgraçadamente, quando sai das bocas de Cavaco Silva, de Passos Coelho, ou de Vítor Gaspar, para citar apenas estes... a palavra “consenso” assume a textura e o cheiro do esterco, das estrumeiras a céu aberto, dos esgotos... e porque não dizê-lo em “estrangeiro”... da merda.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A indigência de sempre... ou o velho “fascismo à portuguesa”


Uma juventude alienada dos valores da liberdade, do civismo e da solidariedade, uma classe média baixa e algum proletariado resistente à cultura, à formação política e ao respeito pelos outros, são, a somar ao universo da marginalidade, um campo fértil para a sementeira das ideias radicais de direita: a xenobobia, o racismo, o ódio cego a qualquer ideal de esquerda.
A canalha que nos tem governado sabe disso. Ainda assim, uns por indigente irresponsabilidade, outros propositadamente, não têm feito outra coisa senão criar condições para o florescimento destes grupelhos e mesmo partidos assumidamente neofascistas.
Felizmente para Portugal e para os portugueses, esse fenómeno não atingiu ainda entre nós a dimensão que assume a ascensão de novos fascistas em países como a Grécia, a Hungria, França... para nomear apenas três entre tantos casos.
Isso não impede que os “nossos” neofascistas, ainda que reduzidos a alguns grupelhos de provocadores, façam “prova de vida” sempre que podem. É aí que se enquadra esta mais recente provocação do PNR, na forma de uma falsificação do que seria um cartaz da CDU para as eleições autárquicas de Lisboa.
Como se sabe, o candidato da CDU à autarquia da capital é o comunista João Ferreira. O PNR achou que poderia boicotar e enxovalhar a candidatura do João Ferreira, inventando um cartaz “da CDU” em que o candidato seria o escritor Mia Couto. Como se não bastasse, a fotografia que figura no cartaz não é de Mia Couto, mas sim do fascista José Pinto-Coelho, dirigente do PNR.
Não há grandes comentários a fazer a este excremento... a não ser que num país normal, o fascista Pinto-Coelho já estaria a ser visitado pela Polícia Judiciária, dado que, em qualquer regime penal decente (não sei se é o caso do nosso) a usurpação de identidade – ainda por cima com este fim – é crime.
Seja como for, não há qualquer perigo de Mia Couto ser confundido com este “pequeno” fascista.
Ainda que no cartaz estivesse uma fotografia do rabo de Mia Couto... esta teria um ar bem mais inteligente do que a cara deste porco imbecilóide.
Adenda 1: Já agora... um abraço ao João Ferreira e felicidades para a sua candidatura!
Adenda 2: A dar-se o caso de, afinal, não existir este “cartaz” do PNR (que me chegou através de uma “rede social”), isso poderá transformar este post num acto falhado... mas não retira uma vírgula ao que eu penso sobre os movimentos neofascistas, sejam portugueses ou não.

Gaspar e Passos – “castelo de cortes”


Começa a ser mais do que evidente a falta de bases de sustentaçãomesmo dentro dos dois partidos da maioria e do próprio elenco ministerialpara o delírio destruidor e fanáticode Gaspar e Passos Coelho.
Começa a ser evidente para muitos que o demencial “castelo de cortes” ameaça colapso iminentecolapso que irá arrastar para o abismo da mais abjecta irrelevância política tanto os poucos fanáticos que teimam em construí-lo, como os muitos cobardes que não têm a “vontade” de o impedir.
Desgraçadamentearrastarão também o país para o abismo. Quase todos estes canalhas estarão esquecidos e “enterrados”, quando os trabalhadores portugueses voltarem a atingir o patamar de conquistas que tinham já sido alcançadas, podendo voltar a viver melhores diasPodendo virardefinitivamenteesta página negra da nossa História, página negra quecomo quase todas as que a antecederamestá intimamente ligada à traição de uns poucos corruptos que se vendem a interesses“ estrangeiros”.
Ainda assimesta é uma certeza que  sentido ao caminho... que se faz caminhando: O futuro chega sempre! E não será condescendente com estes patifes!

domingo, 28 de abril de 2013

Han-Na Chang – Um post excessivo


Demos as boas vindas à jovem sul-coreana Han-Na Chang. Violoncelista e directora de orquestra. Tem um currículo que dificilmente cabe nos escassos trinta e um anos de vida que conta... o que é perfeitamente normal num post feito de “excessos”.
É excessiva a beleza que Camille Saint-Saens concentrou num dos vários e pequenos movimentos do seu “Carnaval dos animais”... uma peça que fez por puro divertimento e que durante muito tempo, erradamente, pensou que não abonaria muito à sua imagem de compositor “sério”. Apesar dessa humilde desconfiança, até ele achava que este “Cisne” era uma excepção.
É excessiva a perfeição com que os pais de Han-Na Chang passaram do sonho à prática, quando se tratou de “criar” o rosto (e tudo o mais) da filha e seleccionaram os genes que, acrescentado o trabalho técnico necessário... floresceram como génio puro.
É excessiva a qualidade da “alma” que o construtor do violoncelo colocou dentro do instrumento que ela aqui toca... e que resulta neste som fabuloso que exibe no encore de final de concerto.
É excessiva a distância que Han-Na Chang percorre na viagem que a leva lá para onde “vai” enquanto toca. Assim olhando apenas, imagina-se que, para além de longínquo, seja um lugar onde a beleza e o prazer correm... excessivamente.
Bom domingo!
“O cisne” – Han-Na Chang
(Camille Saint-Saens)



sábado, 27 de abril de 2013

Redacções – A caminho do imenso rebanho acéfalo



Existe apenas um programa no universo da programação da TVI que vejo voluntariamente. Nem sempre vejo... mas quando vejo é porque quero ver. Nem sequer é na TVI principal, mas no cabo.
Tirando esse, só por infeliz acidente assisto a alguns escassos segundos do que aquela estação de televisão tem por norma verter para o chão sem antes, sequer, fazer passar os infectos fluídos por uma qualquer ETAR.
Assim sendo, não conheço a jornalista Ana Leal, nem a sua produção jornalística. Só sei que terá feito um trabalho sobre cuidados de saúde, trabalho que era suposto ter passado em “horário nobre”, mas que continha algo que fez a comissária Judite de Sousa não só não o passar, como tê-lo remetido para um tal de “25ª hora”, que como o nome indica, passa para lá da meia noite.
A jornalista queixou-se ao chefe, José Alberto de Carvalho... o tal do "não faz sentido sermos condenados por não cumprirmos regras do tempo do gonçalvismo". Queixou-se de Judite e do que terá chamado censura, eufemisticamente... ou por considerar ter sido de facto censurada.
Em condições normais isso seria dirimido dentro da redacção. Em condições um pouco menos normais... daria uma repreensão ou qualquer outra punição simbólica, caso a acusação fosse infundada. Em condições de gravidade comprovada, daria lugar a um processo disciplinar, precedido da obrigatória investigação.
Mas não! Estamos em Portugal e sob este abjecto regime de tiques fascizantes!
Assim sendo, a ousadia da jornalista, ousadia que, insisto, pode ter sido deslocada ou não, deu direito, à partida, a uma suspensão com proibição de entrada no local de trabalho.
Que outra melhor forma haveria de mostrar (com estrondo e garras de fora) aos jornalistas que ainda fazem um esforço de alinhamento pela liberdade que o que se quer por estes dias nos diversos órgãos de comunicação social não são redacções compostas por verdadeiros jornalistas, mas sim rebanhos de lacaios dos donos?

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Cavaco Silva – Nada de espantar


Ao jantar, depois do nosso espectáculo de Vila Viçosa, um amigo dizia que o discurso de Cavaco, tomando descaradamente partido pelo PSD, pela troica e pelas suas políticas, ao mesmo tempo que vertia lágrimas de crocodilo pela «fadiga da austeridade»... apenas para negar a necessidade de eleições antecipadas e, segundo ele, evitar uma crise política... era um discurso absolutamente “espantoso”.
Claro que lhe chamava espantoso, mas no pior sentido. Ainda assim, tive que discordar. Não há ali rigorosamente nada de espantoso. Senão, vejamos:
Nunca, nem por um dia ou uma hora sequer, o cargo de Presidente da República, cargo que, em teoria, deveria elevar o cidadão seu titular, conseguiu fazer subir Cavaco Silva, um furo que fosse, na escala da sua rasteira ignorância e mesquinha mediocridade. Não há nada de espantoso em vê-lo, portanto, servir-se do seu cargo para defender, interesseiramente, os amigos, transformado, como bem observou Jerónimo, em «PM adjunto».
Nunca, à excepção das eleições que o favoreceram, Cavaco Silva valorizou a liberdade, a democracia... ou as próprias eleições. Não esqueçamos que a cavacalfigura se considerava «perfeitamente integrado no sistema político» durante o regime fascista, tal como, voluntariamente, escreveu numa célebre ficha da PIDE. Não conta que tenha mudado de posição. Não há nada de espantoso em vê-lo, portanto, defender um arranjinho entre os mesmos de sempre, em desfavor de eleições antecipadas... para evitar a tal “crise política”.
Para rematar, diria que não há nada de espantoso no facto de ele achar que estamos a tempo de evitar uma crise política em Portugal.
Na verdade, o homem é tão liminarmente estúpido que, provavelmente, acredita mesmo que uma crise económica e social com a dimensão que atingiu entre nós... não é, já, a crise política que o patético manequim da Rua dos Fanqueiros diz querer evitar.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Continua a viagem


Mais duas visitas a dois municípios alentejanos com o espectáculo “Alentejo – Terra, luta, arte e futuro”, integrado nas comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal.
Hoje, à noite, é no Centro Sociocultural, em Vendas Novas.
Amanhã, dia 25 de Abril, é às 19 horas, na Praça da República, em Vila Viçosa.
Vemo-nos por lá!

Eufemismos


Quantos mais eufemismos, como “produtos de risco”, teremos que suportar, no lugar da verdadeira designação deste fenómeno dos “SWAP”?
Na minha opinião ficaria tudo mais claro se lhe chamássemos:
Roubo
Pouca vergonha
Capitalismo de casino
Jogo na “dona branca”
... ou então, em alternativa, ser explicado a preceito, como fez o deputado Bruno Dias neste vídeo.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Governo “doente”


A cor, o estado semi-liquefeito e, sobretudo, o cheiro... não enganam. Este governo de lacaios da troica ocupante está podre. Podre e a desfazer-se!
Já não há banana, coca cola... ou mesmo “imodium”, que segure esta espécie de intestino descontrolado em que vive o executivo de Pedro Passos Coelho.
Este governo não precisa de mais remodelações!
Este governo precisa de um autoclismo!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

João Proença – Missão cumprida!


Sobre o Congresso da UGT não tenho, de momento, quaisquer comentários a fazer... apesar da tentação de dizer umas coisas sobre os elogios do governo à Central, ou ainda da «identificação clara» do CDS com as ideias da mesma. Sobre Carlos Silva, o novo líder da equipa eleita no Congresso... também não.
Já este belo abraço de Álvaro Santos Pereira, ministro do “trabalho”(??) e da “economia”(??), ao secretário-geral cessante da UGT, João Proença, ainda que não sendo um “troféu” por aí além... mostra que uma missão bem cumprida merece sempre reconhecimento por parte dos mandantes.

Médicos – Avaliação por objectivos


Não possuo as ferramentas teóricas necessárias para avaliar esta forma de avaliação... mas, avaliando o teor de alguns dos quesitos a avaliar, como actividade assistencial, produtividade e atitude profissional”, espero bem não começar a ver por aí reproduzidas pelos nosso hospitais e centros de saúde, “versões livres” de uma velha estória que envolvia escuteiros e uma velhinha.
Esclarecendo quem não estiver familiarizado com a dita estória, diz a crónica que um grupo de escuteiros – seis, para ser mais preciso - terá apresentado o facto de ter ajudado uma velhinha a atravessar uma rua como “boa acção” da semana, acção digna de avaliação no sentido de acrescentar pontos à sua classificação enquanto escuteiros.
Diz ainda a crónica que o instrutor/avaliador estranhando esta candidatura em grupo, terá perguntado porque diacho tinham sido precisos seis escuteiros para ajudar uma velhinha a atravessar a rua.
- É que a velhinha não queria atravessar!... – responderam os moços.

domingo, 21 de abril de 2013

Outro mundo é possível...


Anuncio mais uma mulher guitarrista clássica... e logo vocês: lá vem ele com a Ana Vidovic, ou outra que tal! Não. As mulheres guitarristas clássicas tomaram a cena de assalto de uma forma esmagadora. Começam a chegar de todos os lados... e assim chegamos à novidade de hoje: Kim Chung.
Vem do Vietname, é assombrosa. Algures os mistérios da Alhambra de que ela não pode recordar-se verdadeiramente, arranjaram maneira de lhe habitar o berço e produzir a maravilha que é esta interpretação dos “Recuerdos de la Alhambra”, de Francisco Tárrega.
Há algo de mágico na serenidade deste momento, na perfeição do equilíbrio entre a linha melódica e o tremolo que lhe serve de acompanhamento, na ilusão, tremendamente enganadora, de facilidade.
Há algo de mobilizador neste vislumbre breve do que seria um mundo em que tudo se fosse depurando assim... a caminho da paz, da beleza, da perfeição, da poesia.
Bom domingo!
Recuerdos de la Alhambra” – Kim Chung
(Francisco Tárrega)



sábado, 20 de abril de 2013

Hoje é no Crato!



A bela terra do Crato tem um programa bem recheado, por estes dias, à volta do tema do 25 de Abril. Um dos momentos será garantido por nós, a “troupe” que vai andar por aí lembrando a Reforma Agrária, num espectáculo integrado no Centenário do Nascimento de Álvaro Cunhal, espectáculo de que já antes aqui falei.
Portanto, já sabem! Quem nos quiser ver – e puder - é mais logo, hoje, sábado dia 20 de Abril, depois do jantar, na Praça do Município do Crato.
Quem até quereria ver – mas não pode – tem ainda muitas mais ocasiões em vários outros municípios a anunciar.
Quem puder... mas não nos quiser ver, também não tem nada que enganar: é ficar no sofá a disfrutar uma das cinquenta novelas disponíveis.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cavaco Silva – Bendita coerência!




Quando soube que Cavaco Silva andava a passear a sua carcaça pela Colômbia, pensei que não viria a ter qualquer interesse em comentar esse facto. Pensei apenas com os meus botões no azar dos colombianos: não há droga que não lhes invada o país!
Afinal, estava enganado. Cavaco, no seu melhor, decidiu recitar umas mal decoradas cábulas sobre escritores portugueses, discursando numa feira de livros em que Portugal é convidado de honra... esquecendo o nome de José Saramago.
É aqui que eu divirjo das várias pessoas que acharam isso ofensivo. Tal como insinuo no título deste texto, acho, pelo contrário, que Cavaco fez muitíssimo bem! Tal como evitou conspurcar com a sua presença o funeral do nosso Nobel da Literatura, vai fazendo os possíveis por não infectar a sua memória lambuzando o seu nome com restos de bolo-rei mal mastigados e idiotia babosa.
Resumindo, não há rigorosamente nada de errado neste “esquecimento” de Cavaco Silva. Cavaco, coerentemente, está certíssimo!
Profundamente errado, é o triste facto de termos como Presidente da República este ser pequeno, mesquinho, ignorante, boçal, irremediavelmente inútil.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Thatcher – Alguma explicação deve existir...


Alguma explicação deve existir para a abjecta e asinina subserviência parola com que os canais de televisão foram transmitindo longos directos e não menos longos diferidos do funeral da facínora inglesa Thatcher.
A facínora, compreensivelmente, tem quem a venere. Há sempre alguém disposto a desempenhar esse papel... mesmo fora do círculo dos poucos que lucram muito com isso. Apesar de ser a maior inimiga dos trabalhadores do seu próprio país. Apesar do ódio cego aos sindicatos. Apesar de representar o que há de pior na política mundial. Apesar de nunca ter deixado de classificar Mandela como terrorista. Apesar de, até à morte, ter defendido o fascista e assassino chileno Augusto Pinochet (facto que os fascistas que ainda o idolatram agradecem)... tendo até afirmado, numa altura em que já ninguém podia alegar desconhecimento sobre as atrocidade que o assassino cometeu contra o povo chileno, que «Pinochet devolveu a democracia ao Chile».
Alguma explicação deve existir para a abjecta e asinina subserviência parola das nossas televisões... mas aquilo parece ser coisa que se pega.
Ao fim de, acidentalmente, ter visto alguns dos directos do funeral, tive que me bater contra uma inexplicável vontade de beber sumo de feno... e zurrar.
Já passou! Obrigado!!!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Boston, terrorismo, justiça... e tempos de antena


Ponto prévio:
Nunca descartei, nem descartarei a luta armada como legítima forma de luta ao alcance dos povos que assim o entendam colectivamente... mesmo quando uma parte do mundo não esteve (ou está) ainda preparada para reconhecer a sua razão.
Apesar disso (ou exactamente por isso), não estou nem estarei alguma vez disponível para apoiar ataques terroristas dirigidos a vítimas perfeitamente inocentes, homens, mulheres, jovens e crianças que (como foi o caso no final da Maratona de Boston) se limitavam a estar na rua, em festa, apoiando e aplaudindo os atletas, os quais acabaram igualmente por sofrer a agressão.
Foram (até ao momento) três vítimas mortais e quase duzentos feridos... poderiam ter sido mais. Todos foram demais! Todos merecendo solidariedade e público repúdio pelo terrorismo que os vitimou.
Posto isto, perante o caudal de directos televisivos, discursos presidenciaisreacções internacionais, "cavacais" e centenas de outras, exploração dos sentimentos dos familiares e amigos das vítimas e do medo dos restantes... e mais directos televisivos e debates... e comentários do verdadeiro cardume de especialistas que sempre emerge nestas alturas... apetece-me deixar apenas um reparo:
Gostaria muito que, de cada vez que um avião não tripulado, um dos tristemente famosos (e igualmente terroristas!) drones, seja norte-americano, ou um dos seus “gémeos” israelitas (para citar apenas os mais mediáticos), bombardeia uma qualquer aldeia afegã, iraquiana, paquistanesa, ou palestiniana e, a pretexto de atacar este ou aquele “líder” disto ou daquilo, acaba por assassinar a sangue frio dezenas, centenas, ou milhares de vítimas perfeitamente inocentes, homens, mulheres, jovens e crianças que se limitavam a estar na rua, ou em suas casas, tratando da sua vida... 

... gostaria muito, como disse, que estas vítimas, todas as vítimas, tivessem o mesmo “tempo de antena” nas nossas televisões e jornais.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Tradutor, precisa-se!


O senhor Jeroen Dijsselbloemministro das Finanças da Holanda, que é também presidente do Eurogrupo, fez uma coisa que muitos de nós já, alguma vez, fizemos: fez «umas investigações» com vista à futura obtenção de um mestrado em não sei bem o quê.
Eu próprio, durante alguns anos, entre os meus 19 e os vinte e muitos, fiz “investigações” com vista à futura obtenção de licenciaturas em Histórico-Filosóficas, Psicologia Aplicada, Motricidade Humana, estive quase a ir para o Conservatório... tenho é uma pequena diferença (tal como milhões de pessoas) em relação ao senhor Jeroen Dijsselbloem: não decidi incluir essas “investigações” no currículo… na forma de mestrados.
Claro que o senhor já retirou a coisa do currículo, depois de a situação ter sido denunciada (é sempre depois!!!), explicou que tudo não passou de um acidente… e pronto! A vida segue como dantes!
Como será que se diz “Vai estudar, ó Relvas!”, 
ou “Grândola vila morena”… em holandês?

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Matam-se já estes...


Matam-se já estes... que são os que se mexem menos e não podem ir a lado nenhum! - parecem dizer os “governantes” que o capitalismo selvagem encarregou de cuidar dos seus negócios em Portugal.
Pode até ser que, ao de leve, muito ao de leve, eventualmente... os interesses dos multimilionários, dos especuladores, dos lavadores de dinheiro, dos que fogem com milhões para paraísos fiscais, sejam tocados, simbolicamente, um dia destes... vamos a ver...
Pode ser... mas o facto de, para além das malfeitorias que por aí vêm para “contornar” (termo mais acanalhado!) o chumbo do TC, a primeira medida que saiu das cabeças de “Gaspar, Passos & Cia. Lda.” ser o roubo de (mais) uma parte dos magros subsídios devidos aos trabalhadores desempregados e aos doentes, mostra bem o calibre de canalhas com que temos que nos bater.
Como se não bastasse, depois ainda tenho que dar “explicações” a uns maduros que ficam chocados e com dói-dói se eu aqui chamar filhos da outra... a estes grandecíssimos e alternadíssimos filhos da dita!

domingo, 14 de abril de 2013

Algo na maneira como ela se move...


Ao mesmo tempo que estou de partida para um concerto recheado das chamadas canções de intervenção, deixo o “Cantigueiro” encarregado de lembrar uma extraordinária canção de amor.
Espero que nenhum de vocês ache que existe qualquer espécie de contradição entre as canções ditas de intervenção e as ditas de amor. A única coisa que separa as canções é a sua qualidade e, sobretudo, a sua intenção.
Na verdade, uma canção de intervenção é sempre, ao mesmo tempo, uma canção de amor. Da mesma forma, as canções de amor intervêm na realidade que as rodeia, dependendo do seu conteúdo a forma como o fazem.
Chegamos à canção de hoje. “Something”, composta pelo “Beatle” mais sereno, Geoge Harrison, é um clássico dos clássicos e fez parte do álbum histórico “AbbeyRoad”, que o grupo editou em 1969.
No vídeo que hoje partilho, um excerto de um grande concerto de homenagem a Harrison, temos uma épica versão de “Something”, interpretada pelos Beatles sobreviventes Paul McCartney e Ringo (este, como sempre, na bateria, com a participação preciosa de Eric Clapton, acompanhados por um tremendo grupo de músicos.
Something”, já todos ouvimos centenas de vezes. O que poderemos não ter ouvido é a estória da dedicatória... e assim chegamos (finalmente!) ao verdadeiro assunto deste post, a jovem inglesa da fotografia, modelo, fotógrafa e autora: Pattie Boyd.
Quando a canção foi escrita por Geoge Harrison, ela era casada com ele e, ao que parece, a canção foi-lhe dedicada. Só que, anos depois e findo o casamento,Pattie casou novamente, desta vez com Eric Clapton, que lhe terá dedicado dois dos seus maiores êxitos musicais, “Layla” e “Wonderful tonight”.
Provavelmente, estas não são as únicas canções que os jovens autores da época lhe dedicaram… mas mesmo só estas, fazem dela uma espécie de encantador “íman” para atrair grandes canções, uma “musa” absolutamente campeã… isto se existisse algum campeonato para estas coisas.
Ah… aqueles anos 60 e 70!...
Bom domingo!
Something” – Paul McCartney e Eric Clapton
(George Harrison)




sábado, 13 de abril de 2013

Álvaro Santos Pereira – Agarrado aos “pós”




Numa mesma página digital vejo links para variadíssimas notícias, cobrindo os mais diversos assuntos. Destaco duas:
Convém esclarecer que os subsídios a “redesenhar”, o que no idioma deste governo (internacionalmente conhecido por “canalhês”) quer dizer cortar... são os subsídios de doença e de desemprego. Convém lembrar que, reunidas as devidas condições, esta intenção de “redesenhar” para pior a já tão difícil situação de desempregados e doentes, justificaria o “redesenho” das caras de Vítor Gaspar e demais ministros responsáveis pela ideia.
Este caso é ainda mais caricato. Com o desemprego nos níveis que se conhecem, com os cortes generalizados nos deveres sociais do Estado, com as falências a ultrapassarem, largamente, o número de criação de novas empresas... o inexplicável ministro da Economia aproveita o acto de inauguração de um empreendimento multimilionário, destinado exclusivamente a multimilionários, para fazer esta insólita e demente declaração.
Deve ser, de facto, uma questão de “pós”, mas não de “pós-crise”. A questão é: que dianho de “pós” é que o ministro snifa antes de dizer estas baboseiras?!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Vemo-nos em Santarém?


Esperando que ninguém de entre vós tenha, entretanto, contraído qualquer alergia à minha estimada pessoa... direi que não haverá, então, qualquer desculpa para que aqueles e aquelas que estiverem em Santarém e arredores, não se desloquem ao local indicado no cartaz e à hora anunciada.
A minha presença cantando duas cantigas é apenas uma gota no mar de gente boa que vai ali estar prestigiando com a sua arte, militância e anseio de futuro... um grande amigo comum.
Estamos à vossa espera!
(Entretanto, amanhã, Sábado... vemo-nos no Barreiro)

Ferreira do Amaral e eu – Juntos contra as “PPP”


O senhor ex-ministro de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral, diz que as “PPP” são uma erva daninha terrível, que foram um grande desastre e que não concorda nada com aquilo.
O senhor ex-ministro de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral, diz que no seu tempo não houve dessas falcatruas, disfarçadas com o pomposo nome de “Parcerias Público-Privadas”, mas que são, na verdade (isto já sou eu que digo), uma forma de alguns amigalhaços privados de gente que “foi ao pote” do Governo, roubarem descaradamente o erário público.
Estou muito de acordo com o senhor ex-ministro de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral! Também abomino o roubo “legal” de milhões e milhões de euros dos contribuintes, que vão parar aos bolsos dos donos dos negócios da saúde, educação, energia, banca, comunicações, etc., etc.
Ainda assim, apenas para colocar o assunto em perspectiva, lembro que o senhor ex-ministro de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral, foi o ministro das Obras Públicas que “negociou” com o consórcio Lusoponte a construção e posterior exploração da Ponte Vasco da Gama, consórcio que acabou por sacar “direitos” sobre a “outra” ponte sobre o Tejo (a tal de que não se diz nunca o nome), mais alguma que se venha a construir, seja pela Lusoponte ou não... e creio que até sobre qualquer “ponte” que uma Junta de Freguesia de Trás-os-Montes construa no jardim da sua aldeia.
Lembro ainda que o senhor ex-ministro de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral, fez o negócio de uma maneira em que só a Lusoponte é que ganha e só nós é que pagamos.
Lembro ainda que o senhor ex-ministro de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral, saltou para a Administração da Lusoponte assim que deixou de ser ministro de Cavaco Silva.
Ainda assim, estou de acordo com o senhor ex-ministro de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral! As “PPP” são uma bela falcatrua... e, como ele bem diz, a Lusoponte não é uma “PPP”. Aqui para nós... acho que é uma “VCFA – Vamos Cevar o Ferreira do Amaral”.
Alguém me pode dizer por que cargas de água é que, para além de sustentarmos principescamente estes pascácios... ainda temos que os ouvir?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Acusem-se, julguem-se, condenem-se... e prendam-se estes canalhas!!!


Vai continuando o desfile de figuras dirigentes das mais variadas organizações públicas, desfiando o rol de situações absurdas, ou mesmo desastrosas, que poderão verificar-se um pouco por toda a parte, a dar-se o caso desta birra demencial de Gaspar e Passos ir para a frente por mais do que um par de dias.
Na verdade, à birra a que eu chamo demencial, deveria antes chamar abuso de poder, vingança mesquinha, cerco ao país, ou, no caso de o querer dizer em português... uma “gigantesca filha de putice!”
Não dirijo nenhuma universidade, politécnico, centro de saúde... o que quer que seja. Não tenho, igualmente, meios para tomar qualquer atitude no plano legal.
Ao contrário de mim, quem não garante que os dirigentes das organizações que vão ser fortemente prejudicadas, são obrigados a suportar esta prepotência? Quem sabe se este nível de crime contra o funcionamento do Estado não justifica que comecem a chover nos tribunais centenas de queixas-crime contra os canalhas do governo? Responsabilizando-os pessoalmente por danos patrimoniais e morais!
Onde é que está escrito que um bando de celerados pode, a coberto de um programa eleitoral que já traíram e que nunca tiveram intenção de cumprir, tornar-se “dono” de um país, fechando-o ou abrindo-o ao sabor dos seus estados de humor?
Quem garante que não haverá por aí alguns juízes dispostos a fazer História?
Vá lá... coragem, meus senhores!!!

A corja – Não é de estranhar...




É perfeitamente natural que a corja que nos governa tencione cortar ainda mais nas verbas destinadas à Educação, apesar de essas verbas já terem recuado para valores de há mais de dez anos.
A corja tem sentido na pele o quanto é incómodo ter uma população jovem cada vez mais preparada para criticar, com conhecimento e fundamentos, estas suas políticas de desastre e roubo do país.
A corja sabe que é mais fácil convencer um exército de desempregados semi-analfabetos, ou que, tendo estudado, nem acabou o 12º ano, como já acontece a milhares de jovens... a aceitar ordenados de miséria, do que impor essa realidade, eternamente, a jovens licenciados, sobretudo se também forem cultos e esclarecidos politicamente.
A corja sabe que, ainda que tenham simpatia pelas ideias de direita com que têm sido formatados pelos esmagadores meios de propaganda do “pensamento único”, alguns desses jovens qualificados acabam, eventualmente, por entender a dimensão do logro em que caíram.
Assim, não é de estranhar ver a corja a tudo fazer para sufocar a Educação e desmantelar a produção livre de Cultura e Pensamento... tudo coisas consideradas como extremamente perigosas por uma corja infestada de tiques salazaristas e “inspirada” pela velha inclinação fascista para puxar da pistola sempre que lhe falam em cultura.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Vítor Gaspar – O ruir do mito


Eles sabem que é extremamente difícil vir a conseguir-se desfazer os crimes que estão a cometer contra os trabalhadores portugueses.
Eles sabem que sem uma Revolução e as convulsões que ela acarretaria neste lugar do mundo, ou com despesas absolutamente incomportáveis para o Estado, não será possível reverter as privatizações que eles têm como uma das principais missões.
Eles sabem que uma vez perdidas quer a TAP, quer a RTP, quer a água pública, uma boa parte da saúde, ensino etc... tal como já aconteceu com sectores absolutamente estratégicos da nossa economia, será praticamente impossível o povo português tomar de volta aquilo que lhe foi roubado.
Eles sabem que para cumprir até ao fim a tarefa de que foram incumbidos, terão que suportar toda a contestação, todas as humilhações, insultos, moções de censura... tudo o que vier. Nada os fará sair a bem!
Esta nova canalhice, anunciada por Gaspar, bem classificada pelo PCP como uma chantagem a merecer toda a repulsa, é apenas mais um passo na estratégia da quadrilha de celerados colocada no governo com a tarefa de desmembrar Portugal, como se faz a uma empresa que se quer vender às parcelas.
Já é tarde para continuar a considerar Gaspar como um técnico competente que, simplesmente, tem uma ideologia com que não concordamos... ou sequer alguém que, embora defendendo outro caminho, é movido por boas intenções. Nada disso!
Gaspar é um simples lacaio! Um inútil enquanto ministro e um incompetente miserável enquanto técnico. Um incompetente que não consegue acertar uma única previsão nem cumprir uma única das metas com que se tem comprometido. Nem sendo dirigido pelos donos como um boneco teleguiado (até fala como tal!).
Já não é mais possível separar o homem do político ou do técnico. É abjecto. É repulsivo. É nojento. É nocivo. É daninho. É asqueroso.

Tudo considerado e à mistura... é um canalha!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Margaret Thatcher


Não me lembro de alguma vez ter feito festa pela morte de alguém... mesmo quando, pessoalmente, poderia considerar ter motivos para tal. Daí que as notícias sobre os festejos a propósito da morte de Margaret Thatcher não me agradem... excepto um pormenor de génio, terrível no seu silencioso simbolismo: alguém que foi deixar um ramo de flores e uma garrafa de leite à porta da falecida ex-primeira-ministra, lembrando o facto de ter sido ela a cortar o fornecimento de leite às escolas, deixando milhares de crianças pobres sem o seu leite gratuito.
Na verdade, aqueles que sofreram na pele a paranoia fanática da “dama de ferro” não esquecem que foi ela a percursora de uma trágica viragem na política europeia moderna. Uma viragem para o neoliberalismo mais canalha. Para o egoísmo cego. Para a insensibilidade social. Para o recrudescimento da exploração selvagem.
Na verdade, por mais que os “cavacos” e os “passos coelhos” desta vida a venerem, há quem não esqueça que a megera foi uma espécie de Ronald Reagan de saias que, embora sem o poder bélico dele, era tão ou mais perigosa, por ser infinitamente mais inteligente que o idiótico fantoche dos “boys de chicago”, a matilha neoliberal que o dominava a seu belo prazer.
"Plagiando" (e adaptando) um locutor da velha Emissora Nacional dos tempos de Salazar, numa famosa piada de improviso e em directo na chegada da rainha Isabel II a Lisboa, piada que lhe valeu uma suspensão...
“Vai descer à terra a ex-primeira-ministra da Ingladita!”