quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Olá, Zeca!




 Na passagem destes vinte e cinco anos, quero dizer-te (entre tantas coisas que não é preciso dizer) que sempre conseguiste deixar-me arrepiado com a interpretação desta tua música que hoje aqui lembro. A demolidora garra e concentração com que te empenhaste em transformar a tua interpretação deste poema de Jorge de Sena... numa espada. Brilhante. Necessária. Com o som que produzem só algumas (muito raras) espadas.
É uma interpretação inultrapassável, servida genialmente pela desconcertante simplicidade do acompanhamento da viola do Bóris. Canto-a muitas vezes ao vivo, acompanhando-me à viola, sozinho. Porque é importante que se ouça... e também para provar exactamente o que acabo de dizer sobre a tua "versão".
Fazes-me falta, amigo! Para tudo... e para renovar o repertório de apresentações em frases curtas, entre cantigas... que fazias tão bem. Até o humor meio surreal com que temperavas esses intervalos me dá ainda combustível para o caminho.
Vemo-nos um destes dias... mas dá-me mais vinte e cinco anos, para além destes que já passaram, pois tu é que partiste cedo demais, meu sacana!

"Epígrafe para a arte de furtar" - José Afonso
(Jorge de Sena/José Afonso)



23 comentários:

Anónimo disse...

Camarada antes de ler o que escreveste digo que todos deviam recordar o Zeca todos os dias. O Samuel já o faz. Mas os outros não. Muitos andam esquecidos. E depois as datas ou motivos dessas datas devem ser vividas, celebradas e praticadas todos os dias.

Anónimo disse...

O Zeca era Genial como músico, cantor e compositor. Não tive o prazer de conviver com ele, porque quando vim já ele estava doente e era pequeno quando morreu. Mas não morreu a obra, morreu a pessoa infelizmente. Mas é bom saber que o camarada teima e bem em recordá-lo, quer seja através das músicas que compôs, quer seja de outras e fantásticas recordações, e que faz bem em partilhá-las. Fico feliz por ter tido conhecimento deste blogue através da Fátima Rosa, que o camarada conhece por ter morado com o irmão. E fico ainda mais feliz por saber que se escreve muito bem por aqui e porque se partilham coisas fantásticas. E falando em reportório com certeza que haverá alguém novo que escreva bem e que possa usar e dar-lhe vida. É diferente eu sei, mas não dá para trazer o Zeca de volta, nem o Ary, e o Adriano, mas outros cá estarão para continuar a caminhada. Um abraço camarada.

Maria disse...

Pois foi. Cedo demais.
Ficaram as cantigas. E a saudade...

Abreijo.

Anónimo disse...

Existem dias por mais tristes que eles sejam nunca se esquecem e o dia 23 de Fevereiro é um deles. Recordo-o sempre a ouvir as suas músicas e a lembrar-me como ele nos fazia sonhar com o mundo quando nos dava as aulas de Geografia ou nos falava da História e, por mais calor que estivesse ninguém faltava às suas aulas.
Até sempre, ZECA AFONSO!
Vicky

Anónimo disse...

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=2844125024733&set=a.1122195977583.2020025.1307583417&type=1

trepadeira disse...

Arrepia e dá força.

Um abraço,
mário

Graciete Rietsch disse...

Arrepiante!!!!!

Um beijo.

do Zambujal disse...

Arrepio!
E, dialecticamente, vou "roubar-te", em antitese, esta mensagem para um cantinho que por aí tenho.

Grande abraço

hugo disse...

Obrigado Zeca!

Camolas disse...

Quando ouvi pela primeira vez esta cantiga levei semanas com ela na cabeça, bate fundo!

Isabel disse...

é cada vez mais importante reafirmarmos "ZECA SEMPRE"

Eduardo Miguel Pereira disse...

Á minha maneira, também hoje já relembrei o Zeca lá meu "tasco".

Nos dias que correm, relembrar Zeca devia fazer parte das tarefas diárias de cada um de nós.

jrd disse...

"Levantada do chão", a formiga no carreiro, continua a cantar: Mudem de rumo!

Um poste e uma interpretação comoventes.

Abraço

folha seca disse...

Samuel.
Depois de ler o teu post, fiquei sem palavras para acrescentar seja o que for.
Apenas um pedido. Aguenta essa voz pois com ela consegues fazeres recordar-nos o Zeca como poucos.
Abraço caro Cantigueiro.
Rodrigo

Adriana Dias disse...

"Beyond the door, there's peace, I'm sure, and I know there'll be no more tears in heaven".
Hoje roubo uns versos do Eric Clapton, porque (d)escrevem tudo.
E viva o Zeca!
Abreijos

lino disse...

O Zeca não sabia cantar menos bem!
Abraço

Jorge Manuel Gomes disse...

O Zeca faz-nos muita falta!

De facto, partiu cedo demais!

É mais um daqueles imprescindíveis que jamais esqueceremos.

Um abraço camarada,

Jorge

Mar Arável disse...

Na verdade

imtemporal

Maria João Brito de Sousa disse...

Já me começam a parecer ridículos estes meus comentários quase sem palavras e meios gagos, mas... que hei-de fazer? Cada vez tenho mais dias destes...
Viva o Zeca!

Olinda disse...

Hoje a JCP encheu a Av.5 de Outubro ,aqui em Setúbal,com versos de cantigas do Zeca.Achei muito bonito.
O Zeca foi um revolucionário,e nao gostando de cantar,serviu-se da sua extraordinária voz e talento,como arma.Convivi e aprendi muito com ele.Também tenho saudades do Zeca.
Zeca-Abril,sempre¡

Anónimo disse...

Olinda, deviam fazer isso mais vezes. E incentivá-los para isso.

Bolota disse...

Samuel,

Ter sido contemporaneo activo de Zeca Afonso, deve ter sido uma coisa do outro mundo, mundo das utopias, mundos dos sonhos, mundos.

Deixo-te aqui um abraço fraterno que por certo repartirás com O Zeca

Abraçossssssss

Luis Filipe Gomes disse...

Esta canção extraordinário fez-me querer descobrir quem era Jorge de Sena.
Nunca me lembro da morte do José Afonso lembro-me que nasceu pelo mês dos pêssegos; como o meu pai.