quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Vítimas duas vezes



Leio no Diário de Notícias (online) um trabalho bem feito, sobre o universo das vítimas de actos de violência, em Portugal e da tremenda falta de informação que leva a um cenário em que “só uma em cada dez vítimas pede indemnização”.
Não estou a falar de pedidos de indemnização “à sorte” ou “a ver se pega”. Não. Estou a falar de milhares de pessoas que são violadas, vítimas de violência domestica, assaltos, etc, etc, que preenchem todas as condições para receber as indemnizações estabelecidas pela lei.
Pode ser uma pergunta muito parva... mas já que se trata de vítimas que são conhecidas e que portanto, ou junto das autoridades policiais, ou nos hospitais, foram devidamente identificadas enquanto vítimas, custaria muito a esses agentes (policiais ou de saúde) informar imediatamente essas pessoas dos seus direitos?
A quem é que interessa que as vítimas desconheçam que têm direito a indemnizações?
Eu sei que na esmagadora maioria dos casos, os agressores não têm condições para pagar seja o que for e nesses casos é o Estado que deve assumir as responsabilidades.
Que raio de Estado é que faz uma lei “bonitinha” em que as vítimas têm direitos, mas depois, pelos vistos, não faz nenhum esforço para que elas os conheçam?
Fica mais barato aos cofres públicos?
Que coisa triste!

14 comentários:

Anónimo disse...

Como já disse no blogue da Ana Camarra que também abordou este tema é Portugal no seu melhor.

Souberam eles o estado de alma com que ficamos...por certo continuariam na mesma.

Sal disse...

Não é só triste, é deprimente. E até perigoso. Quantas mais coisas não sabemos? Num post de Fevereiro contei algo que me aconteceu, a propósito de uma multa de trânsito. Coisa pouca, comparada com aquilo de que falas. Mas, efectivamente, o não-esclarecimento poupa dinheiro ao erário público.
A que preço?
beijinhos

Anónimo disse...

Penso que estas indemnizações deveriam ser de obrigação mesmo sem pedido das vítimas. Não é só declarar a violência doméstica como crime público (portanto em que nem sequer quem sofre a violência pode perdoar, com efeitos práticos, a quem ofende) e depois esquecer o resto.

Lúcia disse...

Também postei sobre a violência doméstica, mas noutra perspectiva.
Tens toda a razão no que dizes. Mas nós somos pródigos em ter leis exemplares mas... não se encontram mecanismos para secumprirem. E é aqui que havia de estar a força de vontade.
Beijos

Anónimo disse...

Existe uma cobardia e hipocrisia generalizadas. Assalta-se um Multibanco ou rouba-se um carro de gama alta e todos sem encolhem quando directamente isso não lhe diz respeito. Assasina-se à pancada uma mulher por semana e este crime já é banalidade. Que valores são os nossos? Quem se semanifesta contra este terrorismo?

Fernando Samuel disse...

As leis «bonitinhas» são a justiça neste sistema em que o faz-de-conta é que conta...

Um abraço.

LuisPVLopes disse...

Ora bem, uma vez mais o famoso laissez faire laissez passer, vigora na gestão deste governo. Não têm qualquer projecto, então assumem a governação e depois logo se vê, assim navegam à bolina do capital Português, verdadeiros governantes de Portugal, entre favores dados e favores recebidos, se faz a moeda de troca deste cartel.
O único projecto que actualmente se empenharam em levar a cabo passa por 3 pontos:
1º Pela revisão da lei laboral e respectiva retirada de direitos aos trabalhadores Portugueses (APROVADO)
2º Pelo desenvolvimento de uma polícia que restrinja as liberdades individuais em nome da segurança e contra o crime violento.
(APROVADO)
3º Conseguir a interdição do PCP e da CGTP, acusando-os de cartellzação, incitação ao não cumprimento da ordem pública e lesa economia.
(EM STANDBY PARA EVENTUAL VITÓRIA EM 2009)
Pois por isto, digo que qualquer lei que se assemelhe como um benefício ao Zé Povinho, será sempre feita em cima do joelho e sem quaisquer infra-estruturas de suporte, alguns mais "bonzinhos" chamar-lhe-ão inconscientes e incompetentes, outros como eu, prefiro ser dos "mauzinhos" e chamo-lhes bem conscientes e de uma competência bem delineada, contra os direitos, liberdades e garantias do Povo Português, cumprindo assim as determinações (entenda-se projectos), dos seus donos, o capital Português, que nos últimos 34 anos aguardava impacientemente a hora da vingança pelo 25/04/1974.

Parece que me contradigo entre a 1ª parte do comentário e a última, mas vejam bem e verão que tal situação não ocorre.

Ouss
Português.

Ouss

Rosa dos Ventos disse...

Não tem nada a ver com violência, mas tem a ver com o facto de haver instituições que se acham no direito de não informar os interessados sobre a lei que os pode beneficiar.
Há alguns anos tive um grave acidente a caminho da escola, era eu a condutora e iam mais três colegas comigo.
Prontamente foi despachado como acidente em serviço e até aqui tudo bem.
Voltei às aulas depois de quatro meses de baixa e não fui informada pela secretaria que devia solicitar o retorno de uns descontos que me fizeram nesse período.
Quando finalmente tive conhecimento disso através de uma amiga já o prazo tinha caducado.
E sabes o que me disseram na secretaria?
Disseram que eu tinha a obrigação
de conhecer a lei.
Assim mesmo!
Deve ser o que esses serviços julgam em relação às vítimas de violência...
Pura mesquinhez!

Abraço

Anónimo disse...

Pela importância, originalidade e tranquilidade que nos transmite peço-vos que divulguem a conclusão a que chegou Sua Excelência o Presidente da República: "A ONDA DE ASSALTOS É UMA COISA MUITO SÉRIA."

É uma coisa...

Já enquadrei a afirmação para não esquecer uma só letra.

Anónimo disse...

Como tenho o meu blogue com um pneu furado não me é possível alertar o país e o mundo para a importância económiva, social e política do "NOVO NARIZ DE LETIZIA que custou entre quatro e sete mil euros."
Mudar de cérebro por quanto ficará.
Estou-me a lembrar de... É esse mesmo!

Ana Camarra disse...

Samuel

Mais uma fachada...
Assim se vive neste país de aparencias e embalagens.

Beijocas

GR disse...

Se todas as vítimas têm direito a uma indemnização, porque razão só agora o dizem?
Cheira-me que alguém "abastado" recebeu alguma e antes que alguém fale "eles" só agora avisam!
Esta medida é uma directiva da EU de 29 de Abril de 2004, só agora o dizem?!!!
Aqui há gato!

http://ec.europa.eu/civiljustice/comp_crime_victim/comp_crime_victim_ec_pt.htm

GR

GR disse...

Se todas as vítimas têm direito a uma indemnização, porque razão só agora o dizem?
Cheira-me que alguém "abastado" recebeu alguma e antes que alguém fale "eles" só agora avisam!
Esta medida é uma directiva da EU de 29 de Abril de 2004, só agora o dizem?!!!
Aqui há gato!

http://ec.europa.eu/civiljustice/comp_crime_victim/comp_crime_victim_ec_pt.htm

GR

Violeta disse...

cada tostão que se poupa serve para alimentar o ego desta gentinha.
Só eles têm direitos que nós nem sonhamos...