Ontem, dia 3 de Agosto, andei quase todo o dia com um sorriso esvoaçando à minha volta, por vezes pousando nos meus olhos... muito agradável.
Isto porque ora por me lembrar, ora por ler num jornal, num blog, ver na televisão, todo o dia esteve presente a cena mítica do primeiro take do final do filme de terror que foi a vida de Salazar.
Eu sei que não é bonito brincar com, nem festejar a morte de seres, mesmo dos pouco humanos, mas se Salazar fez, à força, coincidir o fim do seu poder com a sua morte, não se pode condenar aqueles que apenas querendo festejar o princípio do fim da nojenta ditadura se vejam por esse facto obrigados a festejar concomitantemente (e esta?) a morte do nojento ditador.
Há uma coisa que nunca saberei de fonte segura. Se Salazar teve “um troço” porque caiu da cadeira e bateu com a cabeça, ou se pelo contrario, caiu da cadeira e bateu com a cabeça porque teve “um troço”. Nada que me incomode por aí além, já que como em tantas outras coisas, a ordem dos factores é completamente arbitrária e o que conta realmente é o resultado final.
Também não sei, nem entendo, o que é que ao fim de 40 anos anda a fazer a comissão (ou lá o que é) que trata das canonizações. Neste caso, canonizações de peças de mobiliário, mais precisamente, cadeiras.
Mas pronto. Voltemos à vida real, que isto não está para grandes celebrações.
Para terminar este post evocativo dessa grande figura, no aniversário do seu histórico “deslize”, o mais difícil foi encontrar uma música que estivesse à altura da compostura, “gravitas” e recolhimento, adequados à função.
Acho que encontrei!... Esta pacata composição de John Philip de Sousa, parece-me bastante, sei lá... solene.
Venha mais uma semana!
"Liberty Bell"
(John Philip de Sousa)
17 comentários:
Santa Comba que lhe valha
Há demasiadas feridas e mortes
para caricaturar
um ditador
Entretanto não se perca a triste memória.
Lindo!!!!!
Nunca gostei tanto de ouvir o Liberty Bell!!!!
Já fizeram o favor de me lembrar que na altura em que se deu o caso eu era muito novinha...
Não importa a ordem dos factores, o importante é que... aconteceu...
Abreijos e duas gargalhadas!
Quando ele caiu fui à inspecção, quando morreu estava eu em Mafra e, foi feriado... a única coisa boa de que me recordo.
Que bela e adequada marcha... fúnebre...
(As festas que eu fiz nesses dias, desde a cadeira até ao fim!...)
Um abraço grande.
Penso que a SIC está a fazer uma mini série sobre este dito senhor. E até já li que uma das atrizes começou a ter outra ideia sobre Salazar depois de ler a história que lhe contaram. E pergunto eu: e porque não fazer um filme sobre o Tarrafal ????? Talvés assim a imagem que tem agora dele fosse a que realmente ele era, um ditador, um facista.
Samuel
Os Monty Pitton são uma coisa por quem tenho um carinho profundo.
Ainda há pouco tempo tive de assistir a uma cerimónia militar, protocolo, vem um pelotão a andar com um estranho (eu não consigo encaixar a mentalidade militar na pinha) e eu sou a lembrar-me do sketch do "Concurso do Andart mais estupido..." a seguir a banda Marinha ataca com esta marcha, escandgalhei-me a rir na tribuna de honra com o Sr. Almirante a olhar de lado...
Salazar pecou por cair muito tarde da cadeira havia de ter caido em pequenino ou os pais terem feito abstinência sexual ou uma coisa dessas...
E o pior é que querem fazer reviver o bicho...
Faltavam-lhe duas cadeiras: e electrica e uma pela tola a baixo...essa donde caiu serviu os seus propósitos...
Abreijo
Apresento-lhe a minha nova faceta.
Abraço respeitoso.
Teve foi uma morte muito suave e um fim desadequado ao que merecia!
Nem que tivesse caído por 5 andares de escadas e ficasse a agonizar pagaria os pecados.
Apropriado o vídeo:)
Beijos
Abençoada cadeira.
Gaita! O gajo tinha de cair da cadeira no dia dos meus 19 anos. Deve ter ouvido o Zeca cantar "os vampiros", na véspera. A minha filhota recordou-mo ontem, quando íamos a caminho do almoço.
revolta. revolta fidagal.
estava eu em amena conversa com a minha esposa sobre esta vergonha de tentar fazer do ditador uma figura importante da nossa história quando a conversa foi cair na divulgação tranquila do marcelo eanes, desculpem do ramalho caetano... e palavra puxa palavra nao é que percebemos finalmente quem sao estes personagens. O eanes votou no caetano na altura em que comandava um exército, na altura em que votar era só privilégio de alguns, bem escolhidos por acaso, votou no marcelo, e diz-se desiludido. Ficou desiludido, em 1969, em 1969, em 1969!!!!
E porquê? Por não ter sido resolvido o problema colonial. E o problema das pessoas que neste país produziam riqueza e pagavam essa tal guerra...?
Bem podia ter votado na CDE, nao era?
Lembro-me bem dos jornais A Capital que o meu pai trazia para casa, nesses dias de campanha eleitoral, que sofregamente eram lidos e pensávamos que era ali que estava a nossa esperança...
A nossa desilusão foi bem maior que a desse individuo quando assistimos ao que se seguiu.
Os Historiadores que leram Marc Bloch bem precisam de mais tempo de antena na tV do Sócrates
ó pá, não tens medo de ficar com algum virus?
Da peste suina!
muito sinceramente penso que este post para o ó pá não é dirigido a mim pessoalmente falando, mas sim como tendo aparecido sómente na sequência editorial por vezes enganadora destas coisas da Net. Até porque não escrevo anónimo como repararam.
Hesitei. Será que vale a pena?
Mas o certo é que se quem tem medo compra um cão também certo é que nestas coisas dos vírus o contacto é essencial, digo mais fundamental.
A peste suína pode até parecer uma coisa má e certamente o será mas nada que se compare com o mal da língua azul. Aquele das ovelhas.
Ó João Carlos:-calma aí amigo, as minhas palavras eram dirigidas ao Samuel pelo facto dele ter postado a cadeira, do porco.
Eu assumo sempre as minhas críticas, e quando as faço tenho por hábito dirigir-me ao visado, e desde muito novo aprendi que "uma´´arvore só por si naõ faz a floresta".
Esclarecido... amigo?
Saem duas bebidas fresquinhas para o João e o Poesianopopular!
E como fui o "culpado"... bebo também qualquer coisa para fazer companhia e como "castigo". :)))
desfeito o engano, aceito as fresquinhas e peco desculpa ao nosso poeta se me excedi um pouco mas a verdade é que hesitei mesmo na hora de escrever.
O nosso esforço deverá apontar outras direcções, né?
Um grande abraço e obrigado pelo esclarecimento.
Excelente música comemorativa do esticanso do pernil de tão bafienta personagem.
Haja alegria nesta comemoração!
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