segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Há sempre algo mais duro que a ditadura!



Ontem, dia 3 de Agosto, andei quase todo o dia com um sorriso esvoaçando à minha volta, por vezes pousando nos meus olhos... muito agradável.
Isto porque ora por me lembrar, ora por ler num jornal, num blog, ver na televisão, todo o dia esteve presente a cena mítica do primeiro take do final do filme de terror que foi a vida de Salazar.
Eu sei que não é bonito brincar com, nem festejar a morte de seres, mesmo dos pouco humanos, mas se Salazar fez, à força, coincidir o fim do seu poder com a sua morte, não se pode condenar aqueles que apenas querendo festejar o princípio do fim da nojenta ditadura se vejam por esse facto obrigados a festejar concomitantemente (e esta?) a morte do nojento ditador.
Há uma coisa que nunca saberei de fonte segura. Se Salazar teve “um troço” porque caiu da cadeira e bateu com a cabeça, ou se pelo contrario, caiu da cadeira e bateu com a cabeça porque teve “um troço”. Nada que me incomode por aí além, já que como em tantas outras coisas, a ordem dos factores é completamente arbitrária e o que conta realmente é o resultado final.
Também não sei, nem entendo, o que é que ao fim de 40 anos anda a fazer a comissão (ou lá o que é) que trata das canonizações. Neste caso, canonizações de peças de mobiliário, mais precisamente, cadeiras.

Mas pronto. Voltemos à vida real, que isto não está para grandes celebrações.
Para terminar este post evocativo dessa grande figura, no aniversário do seu histórico “deslize”, o mais difícil foi encontrar uma música que estivesse à altura da compostura, “gravitas” e recolhimento, adequados à função.
Acho que encontrei!... Esta pacata composição de John Philip de Sousa, parece-me bastante, sei lá... solene.

Venha mais uma semana!

"Liberty Bell"
(John Philip de Sousa)



17 comentários:

O Puma disse...

Santa Comba que lhe valha

Há demasiadas feridas e mortes

para caricaturar

um ditador

Entretanto não se perca a triste memória.

Maria disse...

Lindo!!!!!
Nunca gostei tanto de ouvir o Liberty Bell!!!!
Já fizeram o favor de me lembrar que na altura em que se deu o caso eu era muito novinha...
Não importa a ordem dos factores, o importante é que... aconteceu...

Abreijos e duas gargalhadas!

Anónimo disse...

Quando ele caiu fui à inspecção, quando morreu estava eu em Mafra e, foi feriado... a única coisa boa de que me recordo.

Fernando Samuel disse...

Que bela e adequada marcha... fúnebre...
(As festas que eu fiz nesses dias, desde a cadeira até ao fim!...)

Um abraço grande.

Orlando Gonçalves disse...

Penso que a SIC está a fazer uma mini série sobre este dito senhor. E até já li que uma das atrizes começou a ter outra ideia sobre Salazar depois de ler a história que lhe contaram. E pergunto eu: e porque não fazer um filme sobre o Tarrafal ????? Talvés assim a imagem que tem agora dele fosse a que realmente ele era, um ditador, um facista.

Ana Camarra disse...

Samuel

Os Monty Pitton são uma coisa por quem tenho um carinho profundo.
Ainda há pouco tempo tive de assistir a uma cerimónia militar, protocolo, vem um pelotão a andar com um estranho (eu não consigo encaixar a mentalidade militar na pinha) e eu sou a lembrar-me do sketch do "Concurso do Andart mais estupido..." a seguir a banda Marinha ataca com esta marcha, escandgalhei-me a rir na tribuna de honra com o Sr. Almirante a olhar de lado...
Salazar pecou por cair muito tarde da cadeira havia de ter caido em pequenino ou os pais terem feito abstinência sexual ou uma coisa dessas...
E o pior é que querem fazer reviver o bicho...
Faltavam-lhe duas cadeiras: e electrica e uma pela tola a baixo...essa donde caiu serviu os seus propósitos...

Abreijo

dona tela disse...

Apresento-lhe a minha nova faceta.

Abraço respeitoso.

Lúcia disse...

Teve foi uma morte muito suave e um fim desadequado ao que merecia!
Nem que tivesse caído por 5 andares de escadas e ficasse a agonizar pagaria os pecados.
Apropriado o vídeo:)
Beijos

alex campos disse...

Abençoada cadeira.

lino disse...

Gaita! O gajo tinha de cair da cadeira no dia dos meus 19 anos. Deve ter ouvido o Zeca cantar "os vampiros", na véspera. A minha filhota recordou-mo ontem, quando íamos a caminho do almoço.

João Carlos disse...

revolta. revolta fidagal.
estava eu em amena conversa com a minha esposa sobre esta vergonha de tentar fazer do ditador uma figura importante da nossa história quando a conversa foi cair na divulgação tranquila do marcelo eanes, desculpem do ramalho caetano... e palavra puxa palavra nao é que percebemos finalmente quem sao estes personagens. O eanes votou no caetano na altura em que comandava um exército, na altura em que votar era só privilégio de alguns, bem escolhidos por acaso, votou no marcelo, e diz-se desiludido. Ficou desiludido, em 1969, em 1969, em 1969!!!!
E porquê? Por não ter sido resolvido o problema colonial. E o problema das pessoas que neste país produziam riqueza e pagavam essa tal guerra...?
Bem podia ter votado na CDE, nao era?
Lembro-me bem dos jornais A Capital que o meu pai trazia para casa, nesses dias de campanha eleitoral, que sofregamente eram lidos e pensávamos que era ali que estava a nossa esperança...
A nossa desilusão foi bem maior que a desse individuo quando assistimos ao que se seguiu.

Os Historiadores que leram Marc Bloch bem precisam de mais tempo de antena na tV do Sócrates

Anónimo disse...

ó pá, não tens medo de ficar com algum virus?
Da peste suina!

João Carlos disse...

muito sinceramente penso que este post para o ó pá não é dirigido a mim pessoalmente falando, mas sim como tendo aparecido sómente na sequência editorial por vezes enganadora destas coisas da Net. Até porque não escrevo anónimo como repararam.
Hesitei. Será que vale a pena?
Mas o certo é que se quem tem medo compra um cão também certo é que nestas coisas dos vírus o contacto é essencial, digo mais fundamental.
A peste suína pode até parecer uma coisa má e certamente o será mas nada que se compare com o mal da língua azul. Aquele das ovelhas.

Anónimo disse...

Ó João Carlos:-calma aí amigo, as minhas palavras eram dirigidas ao Samuel pelo facto dele ter postado a cadeira, do porco.
Eu assumo sempre as minhas críticas, e quando as faço tenho por hábito dirigir-me ao visado, e desde muito novo aprendi que "uma´´arvore só por si naõ faz a floresta".
Esclarecido... amigo?

samuel disse...

Saem duas bebidas fresquinhas para o João e o Poesianopopular!
E como fui o "culpado"... bebo também qualquer coisa para fazer companhia e como "castigo". :)))

João Carlos disse...

desfeito o engano, aceito as fresquinhas e peco desculpa ao nosso poeta se me excedi um pouco mas a verdade é que hesitei mesmo na hora de escrever.
O nosso esforço deverá apontar outras direcções, né?
Um grande abraço e obrigado pelo esclarecimento.

LuisPVLopes disse...

Excelente música comemorativa do esticanso do pernil de tão bafienta personagem.
Haja alegria nesta comemoração!