Durante umas horas, quem sabe, uns dias (no máximo), teremos direito a um novo Primeiro Ministro. Bom... talvez não um novo, mas com uma nova maneira de falar. Em vez daquele tom desafiador a que nos acostumou, ensaia agora uma sonoridade à sacerdote em plena homilia. Só falta mesmo começar a carregar nos típicos “éches”.
Só uma coisa não muda: é tudo mentira! Diz com ar contristado que reconhece os resultados “decepcionantes” das eleições... mas a culpa é toda de “um certo desgaste do Governo”. Diz que o Governo (e o PS) vão empenhar-se com humildade nas tarefas que têm pela frente, mas quais são essas tarefas? Explicar as medidas e reformas que o Governo tem, corajosamente, implementado, ou seja, explicar “com humildade” aos portugueses, que afinal são umas bestas e não entendem nem dão valor ao Governo e ao Primeiro Ministro de excelência que têm.
Como a primeira coisa que esta gente recupera depois dos desaires é o descaramento, mais uma vez mostrando o profundo desrespeito que tem pela democracia e as convicções dos outros, Sócrates, nas vésperas de eleições para o Parlamento, casa onde devem estar dignamente representadas as várias opções políticas, os sonhos e as legítimas aspirações dos portugueses, repete o insulto à inteligência dos eleitores, que é esta recorrente tentativa de transformar as eleição de centenas de candidatos e as propostas para o país apresentadas pelos seus diversos partidos, numa mera corrida para o cargo de Primeiro Ministro, tentando reduzir o leque partidário a um cenário bipolar e mentiroso, de alternância sem alternativa, onde os eleitores votariam não mais por convicção, mas de forma calculista e interesseira, aquilo a que os calculistas e interesseiros gostam de chamar pragmatismo.
Recuperado que está o descaramento e segundo o “Expresso” online, o PS vai pedir uma nova maioria absoluta.
Aproveitando o balanço, parece que José Sócrates vai igualmente pedir para saber a chave do Euromilhões na sexta feira de manhã, ou, em alternativa, poder registar o boletim no domingo à noite.
Vai ser preciso voltar a esfregar-lhe a realidade na cara!
12 comentários:
Com a realidade e a esfregona logo a seguir. Depois pedimos desculpa à esfregona.
Decididamente esta foto do pm é a mais deliciosa de todas...
Abreijos
Os polícias atiraram os bonés contra a sua porta. Talvez haja necessidade de algo mais assertivo!
O Cantigueiro teve direito a ser citado no jornal PÚBLICO por causa daquela história da "telogia de mercado". Parabéns, Samuel, porque é sinal de que há gente atenta ao que dizes aqui.
Quanto a o Sr. 1º-ministro querer explicar que somos todos umas bestas, meu caro, eu, como besta, não terei capacidade de perceber a explicação. Será, pois, o mesmo que chover no mar.
Queres ver que vamos ter um "Eu Manuela", com prefácio do José.
Só se pode esfregar com a realidade? não pode ser com outra coisa?
Muito bem arrancado.
Um abraço
Já era altura da proposta de Saramago em "Ensaio sobre a Lucidez" se concretizar. Tudo a votar em branco e, depois, esperar para ver as consequências. O caos não seria muito diferente do actual. Eu queria estar na primeira fila! Abraço.
Não se pode esfregar com aquilo que os cães costumam deixar na relva dos jardins??
Recuperado o descaramento, está tudo recuperado...
Um abraço.
Alternadeiros, boa piada... ou talvez não seja piada?
Vou copiara imagem e a expressão para o meu blog.
abraço
Eu cá, enquanto o PCP concorrer às eleições, com ou sem CDU, não desperdiço o meu voto votando em branco!
Esfrego a realidade na cara do PM votando CDU, mostrando que sei que há alternativa!
E desta vez vou esfregar, sim senhor!
Maria:
Lá que ficou bem, ficou. ☺
Diogo:
Atirar-lhe com a porta...
Daniel:
Ora aí está uma coisa que o meu ego gostaria de ter visto!
Esta besta teria muito prazer em sentar-se contigo na rocha, à conversa... a ver chover no mar.
JRD:
Já se viu de tudo...
Salvoconduto:
É com o que mais apetecer...
Do Zambujal:
Olha... uma visita de tão longe(?)...
Zero à Esquerda:
Literariamente é giro... mas os de sempre ficariam a rir-se de nós, lá, sentados nos seus lugares e sem oposição...
Medronheiro:
Havendo disponível...
Fernando Samuel:
Foi rápido como o caraças!
Olaio:
Alternadeiros: trabalham para satisfazer os desejos de senhores com dinheiro...
Leva à vontade!
Ana Martins:
E já se viu que magoa! Quantos mais, melhor!
Abreijos colectivos!
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