domingo, 31 de outubro de 2010

Brasil e Papa Bento XVI - Pra quê discutir com madame?




Hoje é um dia de grandes decisões para milhões de eleitores brasileiros. Nas mãos do cidadão comum, do “povão”, como se diz por lá, está a possibilidade de colocar no poder Dilma Rousseff e uma ideia de continuidade e desejado aperfeiçoamento do trabalho com muitos aspectos positivos, mesmo que com problemas e contradições, realizado pelo Presidente Lula da Silva... ou recolocar o Brasil nas mãos da direita mais reaccionária que, se não detém o poder político, é ainda dona e senhora da esmagadora maioria das riquezas que fazem do país uma grande potência económica regional e mundial.

Tudo se joga na urna de voto, embora a direita morra de saudades das décadas e décadas em que dominou o país na ponta das armas. Mas já que, como disse, tudo se vai jogar nos votos livres dos cidadãos, tudo, ou quase tudo vale, para ganhar esses votos.

Ninguém fica pois espantado pelo facto de o ultra reaccionário cidadão do Vaticano, o senhor Ratzinger, com a profissão de Papa católico e que se intitula “vígaro de Cristo”... ou vigário... ou lá como é que isto se diz, tenha decidido, à última hora, intervir ruidosamente na campanha eleitoral, pedindo a todos os Bispos brasileiros que exortem os fieis a votar... mas no candidato da direita e não em Dilma Rousseff.

Gostaria de agradar aos meus amigos católicos mostrando-me “surpreendido” com a atitude do Papa... mas não consigo. De facto, o homem não perde uma única oportunidade para demonstrar qual o verdadeiro deus a quem pressurosamente serve na Terra.

Como um dos desabafos mais “desesperados” que li nas diversas caixas de comentários dos jornais que têm tratado o tema das eleições brasileiras aqui em Portugal, todos, ou quase todos, fazendo igualmente campanha descarada contra Dilma e o PT, foi escrito por uma senhora rosnando que (cito de memoria) «o Brasil estará, se Dilma ganhar, a um passo da ditadura do proletariado... ainda por cima dirigido por essa continuadora da política do “pinguço” iletrado do Lula», eu, como hoje é domingo, dia de música aqui no estabelecimento e porque imagino que a ofendida e assustada senhora deve ser uma verdadeira “madame”, vou dedicar-lhe a canção de hoje... que aproveito para também dedicar ao senhor Ratzinger, que como toda a gente já viu, usa vestidos ainda mais compridos do aqueles que, quase de certeza, usa a “madame”.

A canção escolhida é uma pérola de ironia, já com muitos anos de estrada, desde sempre identificada com o repertório do mestre absoluto da “bossa nova”, João Gilberto, mas que eu vos ofereço na encantadora e contagiante versão da jovem Teresa Cristina que, dizem os entendidos por lá, está destinada a recolocar o bom samba tradicional dos bairros populares do Rio novamente no “mapa” e no lugar que sempre mereceu.

Pra quê discutir com madame
(Janet de Almeida / Haroldo Barbosa)

Madame diz que a raça não melhora
Que a vida piora por causa do samba
Madame diz que o samba tem pecado
Que o samba coitado devia acabar
Madame diz que o samba tem cachaça
Mistura de raça, mistura de cor
Madame diz que o samba é democrata
É música barata sem nenhum valor

Vamos acabar com o samba
Madame não gosta que ninguém sambe
Vive dizendo que samba é vexame
Pra que discutir com madame?

No carnaval que vem também com o povo
Meu bloco de morro vai cantar ópera
E na avenida entre mil apertos
Vocês vão ver gente cantando concertos
Madame tem um parafuso a menos
Só fala veneno, meu deus que horror
O samba brasileiro democrata
Brasileiro na batata é que tem valor

“Pra quê discutir com madame” – Teresa Cristina
(Janet de Almeida / Haroldo Barbosa)


sábado, 30 de outubro de 2010

Teixeira & Catroga, (competência muito) Lda.




Desgraçadamente e para grande prejuízo da História de Portugal, não tive nenhum ladino “colaborador” que sacasse o telemóvel e me tirasse uma fotografia que registasse o momento em que estive parado à frente da televisão a ouvir e ver o Sr. Eduardo Catroga, um dos negociantes do arranjinho PS/Governo/PSD. Esse privilégio estava guardado, como pudemos ver, para Catroga, Teixeira "y sus muchachos", no momento em que assinavam o seu tão "difícil" quanto "inesperado" acordo.

Nem por isso deixa de ser verdade que sim, por volta do meio dia e picos eu estava a olhar para o aparelho de televisão, tentando entender o negociante do PSD... esforço que aguentei apenas uns poucos minutos. A verdade é que o Sr. Catroga é tão confuso nos assuntos, é tão errático no discurso, que me foi impossível continuar... mas para compensar, a seguir veio o Sr. Teixeira dos Santos... e a droga foi a mesma, só que com um sotaque muito mais divertido.

Pude mesmo assim confirmar algumas coisas, como por exemplo:

1. Continua a campanha de terror para levar os portugueses a ficarem aliviados por, finalmente, existir acordo e Orçamento... mesmo tratando-se deste Orçamento criminoso.

2. Se já não se podia acreditar numa única palavra que saísse da boca de Sócrates e da sua gente, agora também com o precioso concurso dos negociantes do PSD, nos últimos tempos ficámos igualmente a saber que não se pode confiar em nenhuma data ou hora marcadas por eles para apresentar ou divulgar o que quer que seja.

Nesta altura do campeonato e com tantos e tão qualificados comentadores, cronistas, analistas e politólogos que já se pronunciaram sobre este assunto, não me ocorre nada de original para dizer. Direi apenas que se este Governo, este PSD, este Orçamento de Estado e este acordo fossem um animal, não deve existir um único veterinário que se prestasse ao exercício fútil de tentar salvar a besta... em vez de a abater sem hesitar.

Ah... já agora e voltando ao início desta conversa, ainda bem que não há registo fotográfico da minha “apreciação” dos discursos de Catroga & Teixeira, pois confesso que a coisa envolveu umas habilidades com os dedos... habilidades de que, passadas estas horas, não estou arrependido, mas admito que pudessem ferir a sensibilidade de alguns leitores e leitoras.


Miguel Hernández (1910-2010) – Para la libertad




Hoje faria 100 anos o imenso poeta Miguel Hernandez. Viveu apenas 31 anos, mas fê-lo como se fosse um raio de luz. Demos uma curta vista de olhos ao meteórico caminho, que o levou de pastor de cabras a eterno pastor de palavras e sonhos.

Nasceu em 1910, em Orihuela, filho de pastor e criador de gado. Aos oito anos, é-lhe permitido, finalmente, começar a estudar. Em 1925 tem que abandonar os estudo, para ajudar mais a família, afundada em problemas económicos, mas não desiste de aprender, ler, ler muito, recorrendo à biblioteca, onde trava os primeiros “conhecimentos com os grandes da poesia.

A partir dessa data começa a produzir os seus versos juvenis, de temática fundamentalmente campestre, em publicações locais.

Em 1931 tenta a sua primeira incursão a Madrid, que falha... mas já não parará mais. A partir daí sucedem-se as publicações e o convívio com poetas como Alberti ou Neruda. Em 1936 entra para o Exército Popular da República e é nomeado Comissário de Cultura.

Em 1937 é, na Andaluzia, o “Porta voz da Frente”. Casa com a sua amada Josefina. Viaja para a União Soviética, integrado numa delegação do Ministério de Instrução Pública. Em 1938 morre o seu filho.

Em 1939, nasce o seu segundo filho. Em Abril, o general Franco declara terminada a Guerra Civil de Espanha. Miguel Hernández tenta escapar para Portugal, mas é impedido pela polícia portuguesa, que o entrega à Guarda Civil fascista na fronteira. É libertado por um curto espaço de tempo, voltando a ser preso na sua terra, Orihuela. Em 1940 é transferido para uma prisão de Madrid, prisão onde é condenado à pena de morte.

Pouco mais tarde, a pena de morte é comutada para uma pena de trinta anos. Em 1941 é transferido para a prisão de Alicante, onde adoece gravemente. Em 1942 não resiste à tuberculose e morre na prisão. Tinha 31 anos de idade. 

Já disse... viveu como um raio de luz. Ao longo deste curto, sufocante e heróico caminho deixou semeada uma obra poética notável!

Seria impossível não escolher para o lembrar, esta fabulosa canção “Para la libertad”, musicada por Joan Manuel Serrat... ainda por cima, tendo à mão esta versão “luminosa”, cantada em duo por Serrat e Joaquín Sabina.

Viva a poesia! Viva a liberdade!


Para la libertad
Miguel Hernández
(O poema completo, incluindo a parte que não é cantada, está no “BAÚ”)

Para la libertad sangro, lucho y pervivo.

Para la libertad, mis ojos y mis manos,

como un árbol carnal, generoso y cautivo,

doy a los cirujanos.



Para la libertad siento más corazones

que arenas en mi pecho. Dan espumas mis venas

y entro en los hospitales y entro en los algodones

como en las azucenas.



Porque donde unas cuencas vacías amanezcan,

ella pondrá dos piedras de futura mirada

y hará que nuevos brazos y nuevas piernas crezcan

en la carne talada.



Retoñarán aladas de savia sin otoño,

reliquias de mi cuerpo que pierdo en cada herida.

Porque soy como el árbol talado, que retoño

y aún tengo la vida.

“Para la libertad” – Serrat e Joaquín Sabina
(Miguel Hernández / Joan Manuel Serrat)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Viagens ao interior...




Num pequeno prado mesmo aqui por trás da minha casa (sim... a Abadia do Mont Saint Michel ao fundo é só para disfarçar) dizem duas ovelhas, sempre muito conversadeiras, para a terceira, sempre muito calada:

- Oh, pá... tu não bales nada!!!

Capoulas Santos – Sim! No Alentejo ainda há chaparros...




Já que falei aqui do professor, maestro e escritor João Luís Nabo, logo no post seguinte e porque a vida é feita destes grandes e por vezes chocantes contrastes, hoje falo de uma outra figura montemorense que é Capoulas Santos. Num jornal cá da terra que se cruzou comigo no café, fiquei a saber que o aguerrido militante do PS foi eleito para a direcção máxima do seu partido no distrito de Évora, tendo ganho as necessárias eleições com uma percentagem de votos que agora não me ocorre, mas que foi daquelas bem acima dos 80% e que eles próprios gostam de apodar de vitórias “à albanesa”. De qualquer modo, está de parabéns!

Fiquei ainda a saber, já que a entrevista era vasta, que Capoulas Santos e o PS têm planos gloriosos para o distrito no seu todo e para as suas autarquias em particular. Achei bonito... embora tenha ficado a pensar que Capoulas Santos não deve estar muito a par do trabalho miserável que o seu PS está a fazer em todo o País, incluindo portanto o Alentejo... mas enfim!...

Já estava quase a dar-me por devidamente informado, quando reparei que o grande político tinha ainda umas coisas mais para dizer, mas agora sobre Montemor-o-Novo, uma terra muito especial para si. Diz que vai apostar num “projecto ganhador” para a Câmara Municipal, que isso é muito importante para o nosso futuro e tal... e deu a principal razão que o galvaniza: «Qualquer dia o PCP está à frente da Câmara de Montemor há mais tempo do que Salazar esteve à frente do país!»

E foi aí que pensei: Olha que bela droga de camaradas tem este infeliz! Então até hoje, não houve uma alma caridosa que lhe explicasse que a CDU tem estado à frente do Poder Autárquico Democrático em Montemor, desde o 25 de Abril, concorrendo a eleições e ganhando-as, de forma limpa e livre? Não há uma alma caridosa que lhe explique a diferença entre ganhar eleições livres em democracia e o regime fascista de António de Oliveira Salazar?

Ou então, quem sabe?, já alguém tentou... mas ele não percebeu. Valha a verdade... e que os deuses me perdoem, mas vendo de perto, não me parece que ele perceba muita coisa seja sobre o que for... ou então... fez confusão e a coisa saiu-lhe muito mal.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

“Outros contos de Vila Nova”




Aqui, na “Vila Nova” de que hoje se fala e onde vivo, João Luís Nabo é uma das pessoas mais justamente acarinhadas. É simpático, tem uma família adorável, a começar pelo sogro, o Sr. Casadinho... uma ternura que não tem explicação, em suma, é uma “mais-valia” para a nossa terra.

Na vida real, João Luís Nabo sempre me pareceu uma pessoa séria e como deve "de" ser. Professor muito estimado por toda a gente... se não contarmos com o Ministério da Educação... e maestro/fundador, em 1987, do "Coral de São Domingos", que me habituei a considerar (gosto de pensar que é por ter bom gosto) um dos melhores grupos corais amadores que conheço em Portugal.

Com um currículo destes, então não é que lhe deu para, de há umas semanas para cá, andar a espalhar o boato de que, quem sabe se por artes do demo, vai desaparecer a nossa torre do relógio do castelo?

Mesmo não sendo eu um “vilanovense” de criação, não sou pessoa para não tentar tirar esta estória a limpo. Parece que o João Luís Nabo escreveu uma espécie de documento onde tenta fundamentar este boato... e mais umas estórias, que se forem todas como esta, enfim!...

Diz que vai apresentá-lo no auditório da nossa Biblioteca Municipal, no próximo dia 30, Sábado, às 16 horas. Não deixarei de estar presente! Sempre quero ver o que terá a dizer em sua defesa...

Francisco Lopes – Presidenciais 2011




Ontem ao fim da tarde foi dado mais um passo no caminho que se fará na candidatura presidencial de Francisco Lopes, no que diz respeito ao distrito de Évora. Desta vez não foi ainda a presentação do candidato... mas apenas a do mandatário distrital.

Como peixe fora da água li como pude o texto que escrevi para a ocasião. Confesso que é bem mais fácil cantar! Ajudou muito o facto de ter escrito o texto com a razão, mas também, muito, com o coração. Ajudou ainda mais ver que toda a gente que ali se deslocou estava movida pelo mesmo espírito que me fez aceitar esta tarefa, escrever este texto e o que é mais importante, o espírito que fez nascer a própria candidatura. Foi então assim:


A existir algum interesse em ler o restante, chamemos-lhe assim, discurso, demasiado longo para colocar aqui, farão o favor de se dirigirem ao “Baú do cantigueiro”, o sítio que, embora muito pouco utilizado, foi criado exactamente para albergar estes textos mais longos, sempre que ache justificável.

Ainda mais do que é costume, agradeço antecipadamente os vossos comentários, críticas e apreciações.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cavaco Silva – Voltando à vaca fria... mas agora a sério





Cavaco Silva é um poço de virtudes! Que qualidades poderiam vir juntar-se à sua extensa ignorância e fraca competência? Várias!

A demagogia de feira mais barata, com a estória dos cartazes, como se não andasse a esturrar o nosso dinheiro há meses, em descarada campanha eleitoral.

A promessa balofa: «Vou ajudar com os meus conhecimentos e experiência a que Portugal encontre um rumo...» Porque não “ajudou” nos últimos cinco anos? Ainda não tinha conhecimentos ou experiência?

A vaidade parola e a patética arrogância e auto-elogio: «Onde estaria o país sem os meus conselhos e os meus alertas?...»

O paternalismo fétido: «Já fiz tudo o que podia, mas é meu dever ajudar...»


Desonestidade e falta de coragem: A tentativa de prejudicar os restantes candidatos, que não podem competir com a sua campanha diária na televisão, “desafiando-os” a seguirem a sua falsa poupança nas despesas de campanha, ficando assim ainda em maior desvantagem, mostra apenas um homem desleal e eternamente com medo de tudo o que mexe... incapaz de dar um passo, sem ter garantia de sucesso.

A mediocridade e absoluta inexistência histórica: Portugal, para este homem, não passa de um mero “balancete” enfiado numa gaveta do escritório da mercearia. Não há uma ideia nova sobre o futuro, não há uma visão universalista, não há nada!

Uma coisa tenho que lhe reconhecer: A extraordinária habilidade para se esquivar dos salpicos de lama e estrume que andam pelo ar sempre que muitos dos seus antigos colaboradores e ajudantes - notórios corruptos e vulgares bandidos - abanam as orelhas.

Voltando às dúvidas de Cavaco Silva, coisa rara nele, agora pergunto eu: Como estaria Portugal se nunca tivesse conhecido o formato de cara ou sequer o cheiro do Aníbal Ministro das Finanças, do Cavaco Primeiro-Ministro e do Silva Presidente da República?

E respondo: Muito melhor!!!


Cavaco Silva – A memória prega-nos destas partidas...




Sobre a estupefacção, direi mesmo, a absoluta surpresa que me causou esta súbita decisão do cidadão Aníbal Cavaco Silva, de se candidatar à Presidência da República... não me ocorre dizer coisa nenhuma... de momento.

Mas já que falei nele... no outro dia, num discurso do Ministro de Estado e das Finanças na sessão de abertura do X Congresso Ordem dos Revisores Oficiais de Contas «Ética e responsabilidade», em Lisboa, o dito ministro, Teixeira dos Santos, talvez para nos fazer descansar das centenas de citações de Fernando Pessoa de que tantos discursantes abusam, decidiu inovar, citando Camilo:

«O tempo chega sempre, mas há casos em que não chega a tempo.»

E é aqui que voltamos a Cavaco, pois esta citação está a deixar o Presidente da República com os nervos em franja… já que é um grande admirador e gosta tanto de o ver trabalhar que acompanha os seus programas desde o saudoso “Sabadabadu” até às 227 séries humorísticas na SIC… e está a ficar seriamente desesperado por não conseguir de todo lembrar-se de quando é que o Camilo disse aquela piada tão gira.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Negociações... “derivado” aos nervos




Por muito improvável que pudesse parecer, existe de facto uma “coisa” ainda mais insuportável do que os políticos do “centrão” responsáveis pela política de direita que nos tem arrastado para a situação em que estamos: são os políticos do “centrão” responsáveis pela política de direita que nos tem arrastado para a situação em que estamos... parolos!
A fazer fé na sua espessa parolice que invade capas de jornais e telejornais, obsessivamente, a todas as horas e durante os últimos dias, nos bancos centrais de todo o mundo e nas Bolsas de Valores de Nova Iorque, Londres, Paris, Tóquio, etc., etc., etc., onde moram os famosos “Mercados”, há, vinte e quatro horas por dia, centenas e centenas de funcionários pregados aos monitores dos computadores e pendurados nos telefones... suspensos, minuto a minuto, dos desenvolvimentos das “negociações” do Orçamento de Estado em Portugal, travadas entre a grande fraude que é Teixeira dos Santos e a peça do museu cavaquista, Eduardo Catroga, em representação dos dois manequins da Rua dos Fanqueiros, José Sócrates e Passos Coelho.
De dez em dez minutos aí temos alguém, em bicos de pés, a dar-nos conta da evolução do volátil “estado de nervos” dos mercados em todo o universo, de cada vez que algum membro das duas delegações de “negociadores” espirra.
Não fosse o mal que está a fazer ao país e aos portugueses... e seria uma imbatível anedota.

Orçamento “Fatal” versus Testamento Vital




Enquanto cresce de intensidade o massacre sobre os nossos neurónios e a obscena campanha de terror sobre a inevitabilidade das medidas deste Orçamento e, sobretudo, sobre “tragédia” que acarretaria a sua não aprovação, vejo que o tema do “Prós & Contras” é o Testamento Vital... uma espécie de eutanásia.
Não sei se esta “coincidência” que dizer que isto anda tudo ligado, mas mesmo não dominando o assunto da eutanásia ou do testamento vital, do mesmo modo que não estou qualificado para debater com profundidade o OE, ainda assim, devo dizer que estou convencido de que ainda há muito que pode ser feito, ainda há muito que pode ser dito, antes sequer de pensarmos em deixarmo-nos ligar às máquinas... quanto mais mandá-las desligar!...
Há vida para lá do Orçamento. A questão é lutar para que ela seja melhor!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Embaixada ao Papa – Acho que gosto mais do elefante...




Alertado para o conteúdo de algumas das declarações contidas no «Discurso de apresentação das Cartas Credenciais do novo Embaixador de Portugal junto da Santa Sé» e na dúvida de que uma delas fosse realmente verídica, lá fui até ao sítio da “Agência Ecclesia” tirar dúvidas. Na verdade, entre “quilómetros” de texto, lá está a inefável frase logo no quarto parágrafo:

«É-me igualmente muito grato poder ser, nesta oportunidade, o intérprete da arreigada devoção filial do Povo Português à Igreja e a Vossa Santidade…»

Não tendo, nem por um momento, a pretensão de poder representar os milhões de portugueses convictamente protestantes, hinduístas, muçulmanos, judaicos, agnósticos, ateus... só para mencionar alguns, mesmo assim adoraria saber quem raio é que mandatou este Sr. Manuel Fernandes Pereira, acreditado como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário junto da Santa Sé por Sua Excelência o Presidente da República, para ser intérprete da “arreigada devoção do Povo Português à Igreja Católica e, muito em especial ao Sr. Ratzinger, que presentemente a dirige.

Para ser caridoso, diria apenas que o Sr. Manuel se “esticou”. Para ser menos caridoso e porque esta continuada arrogância católica me tira do sério, a ver pelas imagens de outro Sr. Manuel, mais exactamente o famoso D. Manuel I, que em 1514 enviou ao Papa Leão X uma embaixada em que a grande vedeta era “Hanno”, o grande elefante branco… chego à conclusão de que é já velha de 500 anos esta mania portuguesa de integrar “bestas” nas embaixadas ao Papa.


Ao Belvedere perante o grande Pastor
Foi conduzido o elefante domado

Dançando com tal graça e tal amor

Que dificilmente melhor poderia ter bailado um homem

E com a sua tromba, tal grande clamor

Fez, que todo o lugar ensurdeceu:

E esticando-se no solo para ajoelhar
Depois se inclinou em reverência ao Papa,
E ao seu séquito.

(Pasquale Malaspina)

Quando os bandidos são da Polícia...


(Fernando Botero - De uma série de quadros sobre a prisão de Abu Ghraib, no Iraque)

Venho de um tempo que ainda me obrigou a viver 22 anos num triste e cinzento país em que muitos polícias eram cães e apenas alguns poucos cães eram “polícias”. Tive ainda ocasião de, por mais do que uma vez, provar na prática os resultados da sua aplicação dos “valores” e “princípios” que norteavam a "patriótica" corporação. Infelizmente, Abril e mais de trinta anos de convívio com um regime democrático, não trouxeram a muitos polícias nada que se pareca com apego à democracia e muto menos à liberdade. É isso que nos diz o relato de uma estória abjecta, aqui noticiada e aqui muito bem contada e comentada.

De modo breve, direi que alguns dos cães que restam na Polícia, neste caso, pertencentes a uma matilha que tem poiso na zona das Olaias (Lisboa), acharam que a melhor maneira de impedir alguns jovens da JCP - um rapaz e quatro raparigas - de pintarem um mural exigindo melhores condições para a sua escola, era levarem-nos para a esquadra, ameaçá-los, insultá-los... e obrigarem-nos a ficar despidos. Independentemente de, muito possivelmente, estes energúmenos fardados terem perfeita noção de que quem estava a cometer uma ilegalidade eram eles próprios e não os jovens da JCP, presumo que a vontade de se “divertirem” à velha maneira das bestas, foi mais forte do que o apego à Lei.

Felizmente, desta vez a brutalidade policial ficou-se pela nojenta e cobarde vontade de forçar jovens a tirar a roupa à sua frente, não tendo os canalhas tido coragem para ir mais além do que isso, imitando os seus muito prováveis “ídolos”, polícias e soldados norte americanos, nas prisões de Guantánamo ou Abu Ghraib.

Infelizmente, obrigam-me a um penoso exercício de separação de trigo do joio sempre que quero (e devo!) estar solidário com as lutas de elementos da polícia por melhores condições de vida e de trabalho; gente decente, com direitos, convicções e espírito democrático... que é preciso, que é decisivo!, separar destas matilhas de cães raivosos que a nossa Polícia ainda alberga. Este tipo de “gente” tem que ser varrido das nossas forças de segurança!

domingo, 24 de outubro de 2010

Susana Seivane – Um som que vem da História




Quando em 1939, apenas com 18 anos de idade, Xosé Manuel Seivane abriu a sua primeira oficina de construção de gaitas galegas, podia apenas sonhar com um futuro risonho para o seu “obradoiro”, onde começou a tornear na madeira o som ancestral da sua Galiza. Seguindo a melhor tradição destes tocadores de gaita galega que, quase sempre, eram também grandes executantes do instrumento, passou a “doença” aos seus filhos. Um deles, Álvaro Seivane, igualmente tocador e construtor, para além da eterna busca do instrumento perfeito, tratou de “inventar” o tocador perfeito para dar um som novo ao seu sonho.

Conseguida a concordância da senhora sua esposa partem ambos para a cuidadosa “construção” da sua obra mais amada e, em 1976, nasce a Susana. Susana Seivane. Desde criança a tocar como os espíritos da floresta deviam antes tocar. Junta a modernidade e a energia de músicos jovens influenciados por todos os sons do mundo, à sua rigorosa forma de interpretar o sentir galego mais profundo e rural, “enxebre”, como eles chamam a tudo o que é indelevelmente seu.

Aí a têm. Ouçam como ela toca... vejam como ela é. Tenho cá pra mim que a Susana Seivane era moçoila para pôr meia “Festa” a saltar... se um dia lá tocasse, sei lá... “A Carvalhesa”...

Bom domingo!

Ao vivo na "Noite Celta" – Susana Seivane
(Música tradicional galega)


sábado, 23 de outubro de 2010

Wikileaks – Crimes de guerra à espera de julgamento




Numa mistura explosiva de Cruzadas e Inquisição, desferindo no mesmo impiedoso golpe a “evangelização”, julgamento e execução, os exércitos da “cristandade, liberdade e democracia” avançaram sobre os “infiéis” no Iraque.


Este é apenas um relato retirado das muitas centenas de documentos revelados pela “Wikileaks”, documentos que legendam de forma terrível os muitos milhares de mortos civis iraquianos, ou mortos por outros iraquianos perante a complacência das tropas americanas e seus aliados, ou, na sua grande maioria, assassinados pelos soldados dessas tropas. Por incúria, por abuso de força e muitas vezes, apenas por desporto e divertimento.

Desde que existem guerras que nada disto é novidade. Nesta guerra em particular, desde a revelação dos casos de tortura de prisioneiros, para diversão das tropas, como na prisão de Abu Ghraib, já se tinha visto a qualidade da formação militar e moral destes “novos cruzados”.

Aquilo que enoja até ao vómito, aquilo que ainda pode espantar alguns mais incautos é ver que por parte das cúpulas do poder, na CIA, no Pentágono… e na Casa Branca, pelas palavras da Sec. de Estado Hilary Clinton, a ira, a veemente crítica e o cerrado ataque, não vão para as dezenas de milhar de crimes praticados pelos militares norte americanos e agora publicamente divulgados, mas sim para… a fuga de informação que os revelou!!!

Nem isto é novo, nem este meu desabafo adianta seja o que for… nem, muito menos, devolve a vida aos milhares de inocentes assassinados pelas tropas do “império”. Serve apenas para que não esqueçamos que o “império”, auto apregoada pátria da "liberdade, democracia e direitos humanos" está nas mãos de criminosos de guerra… ah... e sim, sim!, agora com o "Prémio Nobel da Paz" Barack Obama à frente!

“Aldeia Velha” para os nossos cóóópooos... *




Enquanto espero, agoniado de ansiedade, o resultado das "negociações" entre o Governo e a "embaixada" do PPD-PSD, partilho convosco, para desanuviar, esta notícia que pousou há dias nas páginas dos jornais com a suavidade das boas-novas. Armando Vara é, confirmadamente, um dos acusados no processo “face oculta”.

Muitos dos seus companheiros de passados, presentes e futuros Conselhos de Administração onde este “self made man” esteve, está, ou virá a estar, assim como uma boa mão-cheia dos seus parceiros políticos, suspiraram aliviados:

«Afinal, ele é mesmo cá dos nossos!!!»

* De que raio de anúncio eu me fui lembrar!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Partido Socialista – Que mais lhes irá acontecer?




Parafraseando o ex Presidente da República Américo Tomaz (se é que se pode chamar República ao regime fascista) num dos seus célebres discursos, quando da comemoração do despacho número Cem da Marinha Mercante Portuguesa, começarei por dizer que «Este post é o meu post número mil oitocentos e noventa e três, a que foi dado este número não por acaso mas porque ele vem na sequência de outros mil oitocentos e noventa e dois anteriores, já publicados».

Vem este "registo histórico" a propósito da revoada de votações conseguida pelo PS no Parlamento, onde, entre outras idiotices e inutilidades legislativas, resolveu devolver ao almirante Américo Tomaz o seu posto na Armada Portuguesa, lugar que lhe tinha sido retirado na sequência da Revolução de Abril de 74.

Tal como o deputado António Filipe, também eu acho que o Governo tenta, sempre que pode, «submeter a Assembleia da República ao ridículo». Talvez, suponho, porque não conhece os limites do seu próprio ridículo.

Ainda bem que Américo Tomaz não poderá retomar o seu lugar na Armada, aceitando a generosa oferta do Governo do PS-Sócrates, senão... mesmo o lugar de Presidente da República não estaria a salvo da criatividade legislativa “socialista”.

Prémio Sakharov – Provocação gratuita, fácil e sem riscos...


(Reprodução da capa de um belo disco de música de Cuba, da editora “Putumayo World Music”)

Tal como a eurodeputada Ilda Figueiredo, também eu não quero pronunciar-me sobre a atribuição do Prémio Sakharov ao cidadão cubano Guillermo Fariñas nem sobre o seu merecimento, ou a falta dele. Tal como Ilda Figueiredo, também eu escolheria outras pessoas e/ou organizações, para receberem um prémio em que se fala de luta pela liberdade de pensamento. De qualquer modo, quero dizer mais umas tantas coisas...

Primeiro, confesso que não sei se o Prémio Sakharov honra verdadeiramente quem o recebe... ou se faz exactamente o contrário... mas pronto, pode ser apenas por não achar graça ao nome do prémio.

Segundo, voltando a Guillermo Fariñas, não sei dele o suficiente para me pôr aqui a dar notas ao seu pensamento e militância política, nem arrisco arrumá-lo em lugar nenhum da escala que obrigatoriamente separa e afasta todos aqueles cubanos que, fora de Cuba, são grosseiramente classificados como “presos políticos” ou “dissidentes”. Teria que ser muito estúpido para engolir essa patranha e não ver que entre a população prisional cubana haverá gente que pensa realmente de forma diferente do poder e cujo tratamento por parte desse poder poderia ser discutido (coisa que Cuba já faz internamente); que há gente que está objectiva e conscientemente ao serviço dos inimigos de Cuba, quando não está mesmo a soldo da CIA e cuja única motivação é o ódio profundo à Revolução Cubana; que há outros, finalmente, acredito mesmo que é a maioria, que não passam de delinquentes comuns que, já nas prisões, descobrem o “filão” da política, guiados cá de fora por familiares que por sua vez são “ajudados” a descobrir os encantos da “dissidência”, da “liberdade de pensamento” ou da “democracia à americana”... tudo “palavrões” que desconheciam quando praticaram os crimes que os levaram à prisão... como bem recentemente parece ter acontecido com um súbito e antes absolutamente desconhecido “mártir”, induzido à “dissidência”, desgraçadamente para ele, de forma fatal.

Terceiro, partilhando a ideia, mais uma vez de Ilda Figueiredo, de que, comparado com a atribuição do Prémio, por exemplo, à organização não governamental «Breaking the silence», que luta contra a guerra e os crimes praticados contra o povo palestiniano, não posso deixar de considerar este Prémio, atribuído em vésperas do debate que vai ter lugar na UE sobre as suas próprias relações com Cuba, uma mesquinha e rasteira provocação que demonstra, mais do que a vontade de premiar o que quer que seja, a profunda má-fé com que a maioria dos parlamentares e demais políticos da UE partem para esse debate.

Quarto, aceitando, mesmo que com muitas e justificadas dúvidas, que a intenção dos “premiadores” possa ser boa e o Prémio honroso, já que tanto queriam chamar as atenções do mundo para Cuba, manda a minha chata teimosia que diga que então teriam andado melhor se dessem o Prémio aos cinco heróis cubanos injustamente presos nos EUA, exactamente por lutarem pela liberdade e contra o terrorismo.

Admito, no entanto, estar a pedir demais à maioria dos senhores parlamentares da UE e à sua “consciência”.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Bandos de ladrões - Os nossos são bem reais...




Se entendi bem uma das peças jornalísticas de um dos telejornais da hora de almoço, um casal a passar por grandes dificuldades financeiras , pretendendo obter algum do apoio anunciado pela Segurança Social, teve que, por exigência daquele serviço público, apresentar um extracto bancário para provar a sua situação de pobreza. Dado o alarido que se tem feito à volta dos abusos, fraudes e etc., envolvendo as várias prestações sociais do Estado... a coisa até poderia compreender-se...

O que, pelo contrário, é absolutamente impossível de entender, é o facto de o Banco, para fornecer o "valiosíssimo" papelinho provando o estado de necessidade do casal, exijir o pagamento de 30 euros.

Chegámos portando à situação em que para se poder provar que se é pobre é preciso ter algum dinheiro disponível... e não é pouco!

Os trinta euros que para o anafado porco, inventor desta exigência bancária, mal dão para um charuto de qualidade, podem pagar todo o cabaz de compras de produtos essenciais para aquele casal.

O que me espanta é ainda haver quem não entenda que muita gente, como eu, defenda uma sociedade em que toda a banca seja propriedade do Estado, rigorosamente ao serviço da economia nacional e das actividades produtivas, das micro, pequenas e médias empresas, sempre com o interesse colectivo dos cidadãos em primeiro lugar. Uma banca e um Estado que trate os especuladores exactamente como aquilo que são: parasitas e criminosos. Resumindo, uma banca do povo e não de ladrões, vigaristas, agiotas e canalhas... passe a longa redundância!

Orçamento... farsas e estátuas




De conferência de imprensa em conferência de imprensa lá vai seguindo a farsa da negociação do Orçamento. Já não há “Mofinas Mendes”. Nesta farsa já ninguém constrói castelos de cartas sobre a “fortuna” que ganhará com a venda dos ovos quando chegar ao mercado. Quase todas as “Mofinas Mendes” perceberam que os únicos que nesta estória vão enriquecer, serão os verdadeiros donos dos ovos, exactamente “os mercados”.

Há que dizer-se das coisas o somenos que elas são. Se o "argumento" desta farsa é uma bosta, a "encenação", então, é miserável! Salvam-se as “bocas”, apartes e desabafos que vamos ouvindo aos figurantes que se movimentam nos bastidores.

Sobre a disputa das datas para a discussão e aprovação do Orçamento, que garantam a presença a tempo inteiro de Sócrates no Parlamento, por esses dias dividido entre Lisboa e Bruxelas, diz Maria de Belém no Telejornal, sem sequer se dar conta de como acertou em cheio: «Estar cá ou estar em Bruxelas, é exactamente a mesma coisa!»

Dona Manuela Ferreira Leite, livre para dizer tudo como os malucos, diz que «Este Orçamento é um Orçamento vigarista e quem o fez devia ir preso!»

De qualquer modo elegi, para terminar, o desabafo do deputado europeu Paulo Rangel: «Manuela Ferreira Leite merece uma estátua!»

Como teve o condão de me lembrar aquele cidadão italiano que pensou exactamente o mesmo sobre Berlusconi e se melhor o pensou, melhor o fez, espetando-lhe com uma estatueta não sei de quê na fronha, contribuo com esta modesta fotomontagem. Aqui vai a minha “estátua” de Paulo Rangel para a Dona Manuela... pelo ar.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Malcriados somos todos... pelo menos uma vez na vida




Enquanto bebia a bica, apareceu de supetão na televisão o milésimo anúncio de trens de cozinha protagonizado pele senhora dona Filipa Vacondeus.

- Olha a grande vaca dos tachos e das panelas... – ia a dizer eu, quando vi a cara de espanto da senhora atrás do balcão do café, desconhecedora destes meus ataques de má criação.

Expliquei-lhe rapidamente que “fiquei assim” desde que, há uns tempos, li num jornal uma entrevista da senhora Vacondeus. Contei-lhe parte do conteúdo da célebre entrevista, mesmo de memória:

Gosta de Política?

Muito. Desde pequena que comecei a ouvir falar de política. O meu pai era monárquico ferrenho e nós fomos educados nessa linha, mas sem sermos obrigados a segui-la. Lá em casa ninguém era salazarista, muito embora hoje reconheça que Salazar faz muita falta em muitas coisas.

Em quê?

Em honestidade, em palavra... O grande defeito de Salazar foi ter-se metido dentro de casa e não saber o que se passava à sua volta (...) Mas foi um homem profundamente sério...

Acha possível valorizar a seriedade de um governante que tínha uma polícia política que prendia e torturava e matava?

Vamos pôr as coisas de forma muito clara: A polícia política só fazia isso a pessoas do Partido Comunista…


Pela cara da minha amiga do café, acho que compreendeu perfeitamente a minha súbita má criação… acho mesmo que me perdoou. Perdoem-me vocês também...