sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Orçamento de Estado – Negociações, ou Feira da Ladra?




Por entre gritos de “agarrem-me, senão eu desgraço-me!”, recados do Presidente Cavaco, que dispensaria bem este escolho no seu caminho para a reeleição e a quem “nem passa pela cabeça que o Orçamento não seja aprovado”, conselhos de Manuela Ferreira Leite, para quem o Orçamento devia ser viabilizado já, mesmo antes de ser conhecido, os dois principais “contendedores” seguem, impassíveis, o guião pré-estabelecido do seu espectáculo mediático. Uma trágico-cómica encenação que esconde mal o facto de serem os dois simples funcionários da mesma gigantesca multinacional de interesses. Um lamentável "sketch" revisteiro, legitimado pelos acenos de cabeça de comentadores, analistas, ex ministros, ex presidentes, empresários... todos pessoalmente interessados em vender-nos a "inevitabilidade" deste orçamento e das suas medidas de austeridade, apontadas como armas aos trabalhadores e aos sectores mais fragilizados da sociedade, medidas tão violentas quanto erradas.

Mostram-se absolutamente irredutíveis nos seus "princípios"... a menos que... Não, nem pensar! A não ser... Com novos impostos, chumbaremos o Orçamento! Aprovaremos um Orçamento com mais impostos, se...

E lá vão aparecendo, entre golpes de mau teatro, as medidas a conta-gotas, as contrapartidas a gosto, as rubricas à medida, a negociata em vez de negociação, o saque generalizado, a trafulhice pastosa no lugar da transparência democrática. Vão falando em negociações e superior interesse do Estado... enquanto eu só consigo ouvir a vozearia típica da Feira da Ladra.

Não são governantes, nem candidatos a governantes, mas simples propagandistas de feira... embora menos honestos.

5 comentários:

Graciete Rietsch disse...

É uma no cravo e outra na ferradura para atingirem os seus fins comuns.

Um beijo.

trepadeira disse...

"Até quando Ó catilinas abusareis da nossa paciência?"
Está na hora.
Ontem já era tarde.
Um abraço,
mário

Maria disse...

O governo anda todo ele à deriva. Os outros vão atrás...

Abreijo.

Suq disse...

O Rei das Farturas já não tem farinha nem óleo mas a malta contínua farta!!!

Fernando Samuel disse...

Direi mesmo: muito menos honestos...

Um abraço.