sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O GADANHEIRO

 



Sempre houve, fosse nos anos 40 do século vinte, ou mais tarde, quem chegasse ao Alentejo e pensasse:
- Olha que lugar patusco para ter uma casita onde vir passar uns fins de semana a emborcar uns tintos e enfardar migas de espargos com secretos de porco preto… a gozar com o sotaque dos indígenas e a fazer de conta que gosto de ouvir o cante alentejano!
Felizmente, também foi sempre havendo gente que chegava ao Alentejo e via o que, realmente, lá estava.
Como o lisboeta Júlio Pomar, que viu este “Gadanheiro” numa qualquer daquelas “alucinações” de ar quente a bailar sobre as searas e o fixou no cérebro até poder passá-lo para uma tela… onde visivelmente só muito a custo conseguiu que ele “coubesse”.

(“O gadanheiro” - Júlio Pomar, 1945)

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A CRISE DAS PESCAS - UMA REFLEXÃO

 





Ainda há bem pouco tempo isto estava “assim” de belos peixinhos a nadar…

Não consigo entender o que aconteceu… mas é muito triste!


sábado, 3 de outubro de 2020

“LE TABOU”

 

 



Fica assim definitivamente explicada uma boa parte do charme do som de Miles Davis. Estávamos em 1950, na mítica cave de Paris, “Le Tabou”, um “antro” situado em Saint-Germain-des-Prés, frequentado por amantes de jazz e literatura, como Sartre, ou Camus, ou Roger Vailland, ou Boris Vian, ou Raymond Queneau, ou Jean Cocteau… que ali decilitravam bebidas improvisadas, música forte e poesia rompendo através do fumo.

Nesta noite, a trompete de Miles Davis foi tocada pela mágica jovem Juliette Gréco… com 23 anos de idade. Ele tinha 24.

Nunca mais foram os mesmos. Nem ela, nem ele, nem a trompete, nem a poesia, nem a música, nem quem teve a felicidade de os ouvir.