Sempre houve, fosse nos anos 40 do século vinte, ou mais tarde, quem chegasse ao Alentejo e pensasse:- Olha que lugar patusco para ter uma casita onde vir passar uns fins de semana a emborcar uns tintos e enfardar migas de espargos com secretos de porco preto… a gozar com o sotaque dos indígenas e a fazer de conta que gosto de ouvir o cante alentejano!Felizmente, também foi sempre havendo gente que chegava ao Alentejo e via o que, realmente, lá estava.Como o lisboeta Júlio Pomar, que viu este “Gadanheiro” numa qualquer daquelas “alucinações” de ar quente a bailar sobre as searas e o fixou no cérebro até poder passá-lo para uma tela… onde visivelmente só muito a custo conseguiu que ele “coubesse”.(“O gadanheiro” - Júlio Pomar, 1945)
2 comentários:
Continuo a gostar de Júlio Pomar, e gosto do teu texto e da observação final que me fez sorrir (sentido de humor em forma, amigo!)
Ao Alentejo estamos sempre a chegar
a florescer no silêncio das alvoradas
Enviar um comentário