segunda-feira, 31 de agosto de 2020

PRISÃO




Corrente de ferro ferrugento, ou corrente de ouro.

Corda de cânhamo, ou cordão de seda…

Não importa a qualidade da prisão.

Prisão, é prisão!

Confidência

 




Fazendo de todos vós meus confidentes involuntários… declaro que nunca gostei de palhaços.

Não pertenço ao enorme grupo de pessoas a quem os palhaços provocam verdadeiro pânico… mas não gosto.

Porque não acho graça a praticamente nada que façam e digam. Porque me aborrecem mortalmente. Porque alguns com quem tive que partilhar bastidores de espectáculos, quando eu também participava em espectáculos para crianças… eram pouco mais que trambolhos e de uma ignorância e mau gosto ostensivamente perigosos para o público que atingiam.

Salvando as raras excepções de palhaços geniais que houve e há… Isto é o que sinto por quase todos os palhaços que, por necessidade, vivem daquilo.

Agora imagine-se o que penso dos “palhaços” que andamos a aturar em lugares de comentadores, jornalistas, varas de políticos, gestores, etc… para além daqueles que ocupam os “mais altos cargos da nação” e acham que armarem-se em palhaços… rende votos!

É de amargar!

domingo, 30 de agosto de 2020

“ALLONGÉ”

 





No meio da agitada coreografia que foi a minha vida… acabou por ser esta a “figura” de dança que mais me caracterizou na adolescência, juventude e idade adulta.

Nada supera a intensidade interior e a elegância exterior deste gesto técnico!

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Camarinhas

 




Não encontro as palavras certas para explicar o sabor das camarinhas… nem como contar a saudade dos momentos em que elas chegavam, nas canastras transportadas à cabeça, ao portão da casa das primas de Ouca (Vagos)… ou, caso mais raro, quando as apanhava directamente dos arbustos que povoavam as matas da Torreira e São Jacinto, quando o passeio à praia nos levava para esse lado... uma memória já com mais de cinquenta anos.

Dito isto e como solução, na falta de palavras chamo a música.

A Galiza tem um povoado lindíssimo, em plena Costa da Morte, chamado Camariñas e tem uma fantástica cantora, Luz Casal, que é quase galega de tão asturiana... e que canta desta forma a cantiga popular “Camariñas”, com o acompanhamento de luxo dos “Luar na Lubre”, já na fase da vocalista portuguesa Sara Vidal, que também participa no vídeo.


Camariñas

(Tradicional da Galiza)


Ao pasar por Camariñas

por Camariñas, cantando

as nenas de Camariñas

quedan no río lavando


Camariñas, Camariñas

xa me vas camariñando

por unha de Camariñas

vivo no mundo penando.


Camariñas

(Luz Casal-Luar na Lubre)






Tragicomédia - Quem nasce lagartixa…

 





Há muitos rios no mundo que ao cair proporcionam espectáculos fascinantes e belos.

O Rui Rio, não! É apenas um episódio tragicómico. É apenas mais um palerma a cair no passeio e a esbardalhar as trombas no lancil.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Apenas uma gotinha…

 







“Gota de água”

(Tradicional/Alentejo)


Dá-me uma gotinha d’água

Dessa que eu oiço correr

Entre pedras e pedrinhas

Entre pedras e pedrinhas

Alguma gota há-de haver


Alguma gota há-de haver

Quero molhar a garganta

Quero cantar como a rola

Quero cantar como a rola

Como a rola ninguém canta



Para quem estiver interessado em conhecer mais quadras… deixo um vídeo caseiro com dois jovens amadores da nossa canção, o Fanhais nascido em 1941 e o Manuel Freire nascido em 1942… o que quer dizer que, quando fizeram esta “performance” na esplanada do restaurante “O Bispo”, do Vitor Sarmento, tinham respectivamente 78 e 77 aninhos.


Gota de água

(Fanhais e Manuel Freire)





Camila Vallejo

 



Reparei nesta jovem chilena, hoje deputada, quando ela estava ainda no início da sua actividade política, mas já com destaque, como dirigente da Juventude Comunista do Chile… mas este desabafo não é sobre a Camila Vallejo, mas sim sobre a tradução de um texto seu.

Onde o original diz “no podemos permitir que peleas chicas nos sigan dividiendo”… o que quer dizer “não podemos permitir que as pequenas lutas continuem a dividir-nos”… a tradução dá-nos esta pérola da “lutas meninas”. É genial

Já traduzir “Necesitamos primarias nacionales de oposición”… como “Nós precisamos de oposição primária…” é apenas muito triste.


De forma recorrente, depois destas “traduções” o Facebook pergunta-me o que achei desta sua habilidade poliglota. De forma recorrente, vou respondendo: Uma bela bosta!



Quem muito jura...

 





JURAMENTO DE HIPÓCRATES


É um conjunto de valores e princípios que os médicos declaram vir a respeitar e defender no exercício da sua profissão, sob juramento. Fazem-no em memória da figura do grego considerado o “pai da medicina” e que viveu há quase 2.500 anos.

Infelizmente, numa boa parte dos casos, estão apenas a invocar o nome do pobre Hipócrates em vão.

Infelizmente, pelo que se vai vendo, numa boa parte dos casos não passa de um “Juramento de Hipócritas”.


Sei que o trocadilho é fraquinho e gasto… mas não tão fraquinho como o carácter de certos médicos e alguns dos seus dirigentes de “classe”.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Cavaleiro Andante - 2

 



Nunca consegui resolver a contradição escarrapachada no nome desta saudosa revista de banda desenhada.

Ou bem que era "cavaleiro", ou bem que era "andante".

"Cavaleiro Andante"




Li bastante… mas sobretudo exemplares já usados e emprestados, dado o facto infeliz de a revista ter deixado de ser publicada quando eu tinha apenas 10 anos de idade.


domingo, 23 de agosto de 2020

Sílvia Pérez Cruz - Paloma…

 



Passado o assombro e o arrepio que veio com ele… para mim já há alguns anos… qual é verdadeiramente o problema desta interpretação da Silvia Pérez Cruz do clássico “Cucurrucucú paloma”?

É que para além do facto de, nalguns casos, ser para muita gente a primeira vez que se atinge e entende o significado e a profundidade da canção, fica bastante claro que nunca mais se ouvirá nada que supere, ou iguale esta versão. 




Cucurrucucu Paloma

(Silvia Pérez Cruz)





Catarina Furtado

 



Segundo o título garrafal desta publicação “jornalística”, a Catarina Furtado cometeu o acto inaudito de se exibir em fato de banho na praia. Consigo imaginar a estupefacção das pessoas que naquele momento partilhavam com ela aquela praia e que, provavelmente, nem saberiam até este momento o que raio é um “fato de banho”.


E é nisto o que dá ter acesso, ainda que involuntário, à imprensa cor de me… perdão… cor de “rosa choque”.

A coisa imunda

 








Este cartoon, mostrando uma “UE” retratada como ingénua inocente a ser capturada pelo nazi-fascimo que os “distraídos” julgavam enterrado, foi publicado no “Courrier International” faz para aí 4 anos.

- Sim… mas isso foi há 4 anos. Como é que está a saúde política da “UE” agora?

- Está bem pior… a cada dia que passa... e ela continua a fingir-se surpreendida e assustada!


«Ainda está fecundo o ventre de onde surgiu a coisa imunda» (Brecht)

sábado, 22 de agosto de 2020

Lily e Loulou







Lily! Loulou!

- Oui… c’est nous…


(Com o alto patrocínio de

 “Cacharel Eau de Parfum”)

Justamente ofendido

 



- Vocês acham mesmo que esta roupa é uma piada com um mínimo de graça? Acham? Hein?!

- … … 

- O que é?! Fica-me bem atrás das grades de protecção da cama para as fotografias do Instagram? É isso?!


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Amália - Formiga Bossa Nova





Já que falei do O'Neil... aqui fica uma das suas pérolas. Um contributo para a velha disputa entre as formigas e as cigarras, a que o Alain Oulmain juntou uma espécie de "bossa nova" e a Amália uma dose de saborosa ironia.

É uma "nova" versão, arranjada pelo Thilo Krassman em 1970.


“Formiga Bossa Nova”

(Alexandre O’Neil/Alain Oulmain)


Minuciosa formiga

Não tem que se lhe diga

Leva a sua palhinha

Não tem que se lhe diga

Leva a sua palhinha

Asinha, asinha


Assim devera eu ser

Assim devera eu ser

Assim devera eu ser

Assim devera eu ser


Assim devera eu ser

E não esta cigarra

Que se põe a cantar

E não esta cigarra

Que se põe a cantar

E me deita a perder


Assim devera eu ser

De patinhas no chão

Formiguinha ao trabalho

De patinhas no chão

Formiguinha ao trabalho

E ao tostão


Assim devera eu ser

Assim devera eu ser

Assim devera eu ser

Se não fora não querer.


Formiga Bossa Nova

(Amália Rodrigues)



Alexandre O’Neil (1924-1986)

 



A BICICLETA


O meu marido

saiu de casa no dia

25 de Janeiro. Levava uma bicicleta

a pedais, caixa de ferramenta de pedreiro,

vestia calças azuis de zuarte, camisa verde,

blusão cinzento, tipo militar, e calçava

botas de borracha e tinha chapéu cinzento

e levava na bicicleta um saco com uma manta

e uma pele de ovelha, um fogão a petróleo

e uma panela de esmalte azul.

Como não tive mais notícias, espero o pior.


(In:"As horas já de números vestidas", 1981)


Escondido

 



Agora fico aqui escondido para sempre… 

e nunca me vão encontrar… 

e vão chorar muito com saudades de mim!



quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Liberdade de expressão













Chama-se Joan Baez. Está quase a completar 80 anos de vida… uma vida cheia de canções e opiniões.

Esta recente “opinião” é, como se pode ver, sobre Donald Trump.

Nem precisa de música!

“Soalheiro” Alvarinho Granite

 



É tão bom assim fresquinho… 

mas deveria ter parado na primeira garrafa.


quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Federico García Lorca (1898-1936)

 


Passadas as duas noites de 18, ou 19 de Agosto, em que os fascistas espanhóis, ídolos e mentores do “Chega” e do suíno André Ventura, assassinaram o poeta Federico García Lorca, deixo aqui, em alternativa aos seus trabalhos mais conhecidos, um dos belíssimos textos que escreveu, "Chove en Santiago", a bela cidade galega onde como se pode ver, por vezes chove.

Ninguém poderia ter musicado isto melhor do que os Luar na Lubre!

Ninguém poderia ter cantado melhor do que a imensa Rosa Cedrón!



Chove en Santiago

(Luar na Lubre)




Putrefactos

 



O nazi-fascista racista é um ser profundamente defeituoso… mas nem por isso é minimamente desculpável ou sequer “branqueável”.

O nazi-fascista racista é um criminoso cujo lugar é na cadeia… e não na vida pública… muito menos nas forças policiais ou no Parlamento!

O nazi-fascista racista é uma coisa putrefacta!

Injustiça











É tudo muito bonito… a tomada de Lisboa e a cena da porta e o diabo a sete… mas do fiel companheiro do senhor Martim Moniz, que foi fundamental para aterrorizar a moirama quando lhes fez “ffffffff”… 

disso é que ninguém fala.

Está mal.

terça-feira, 18 de agosto de 2020