segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Governo Passos/Portas – Momento “National Geographic”


Isto que veem aqui à direita é um “Alexandre Miguel Mestre”, uma estirpe de animal perigoso que, infelizmente, ainda se encontra espalhado pela Natureza em grande número.
Desgraçadamente, na vida real este indivíduo existe mesmo, pertence àquela quadrilha pesporrente de neoliberais que para tudo têm uma solução fantástica, e que chegou ao poder pela mão da crise provocada pelos ladrões internacionais a quem obedecem cegamente. Este bandalho, na sua posição de secretário de estado da Juventude e Desporto, tem uma solução para os problemas dessa juventude, "solução" que muitos jovens, em desespero, já adoptam, mas que nunca tínhamos visto ser assumida como política “oficial” do governo, nem no tempo do regime fascista.
Para “resolver” a questão do desemprego entre os jovens, o governante aconselha-os a sair da “zona de conforto” (???) e porem-se a andar daqui para fora e irem chatear outro, ou seja... emigrarem!
Como é possível que um governo que todos os dias toma medidas que (reconhecidamente) aumentam o desemprego, entre muitas, o aumento da jornada de trabalho, venha depois, cinicamente, “aconselhar” os desempregados a emigrar?
Como é possível que um governo que está sempre a vomitar “competência” e “excelência” por todos os lados, numa situação em que o país precisaria de produzir em muito maior quantidade, qualidade e inovação, tenha o desplante de “dispensar” aqueles que, exatamente pela sua juventude e melhor preparação académica e técnica, seriam os mais necessários?
Como o traste ainda não foi demitido, nem pediu a demissão... presumo que o que ele disse não tenha chocado por aí além os seus superiores no governo.
E agora? O que é que seria aconselhável que acontecesse ao focinho desta besta? Digam lá vocês, mas claro... se possível assim como eu... sem perder (demasiado) a compostura.

Vítor Gaspar – Provavelmente é um exagero...


Sabem os entendidos nestas coisas da economia, que Milton Friedman, economista norte-americano, Nobel da Economia (o que é mais uma prova de que o Nobel tem alguma tendência para cair no esgoto) foi um dos principais cérebros do monetarismo e do mais frio neoliberalismo... um eufemismo para designar o “capitalismo selvagem”.
Diz a História que Milton Friedman deixou a sua marca na governação de Nixon e Donald Reagan. Diz a História que ele e os seus “Chicago Boys”, nome porque ficaram conhecidos os seus cúmplices/discípulos, foram os cérebros da governação económica do ditador e assassino chileno Augusto Pinochet.
São já várias as ocasiões em que alguns dos nossos jornais, revistas e blogs, me informam de que Milton Friedman é também uma espécie de guru ideológico do nosso narcótico ministro das finanças, Vítor Gaspar.
Pelo caminho que as coisas levam e a julgar pela catadupa de medidas deste ministro e do seu governo e, principalmente, a julgar pelo caminho para que elas apontam... assalta-me uma dúvida:
Qual será o mais admirado por Vítor Gaspar? Milton Friedman, ou o próprio Augusto Pinochet?
Provavelmente estarei a exagerar...  mas quem mo garante?!

domingo, 30 de outubro de 2011

Fausto e Zeca – Não canto porque sonho


Muitos fazedores de canções, ou por hábito, ou por vontade de fixar um estilo vincado, ou para apostar em fórmulas que tiveram antes sucesso, refugiam-se numa espécie de “zona de conforto” de onde saem canções parecidas umas com as outras, com a mesma sonoridade, os mesmos ritmos, os mesmos temas. Isso pode tornar-se bastante maçador... a menos que se tenha o engenho e a arte do Fausto Bordalo Dias.
A “zona de conforto” do Fausto é aquele ambiente fortemente ritmado, feito de uma mistura de “malhão” ou “chula” estilizados, temperada com algum balanço africano... sobre um cenário de epopeias de descobrimentos e outras aventuras mais ou menos marinheiras e salgadas. Essa “fórmula” já lhe rendeu muitas grandes cantigas ao longo dos anos, sendo “O barco vai de saída”, do grande disco “Por este rio acima”, o exemplo mais brilhante.
Felizmente (para o meu gosto) o Fausto tem muitas vezes a coragem de sair da sua “zona de conforto”. É nessas alturas que produz os momentos mais belos da sua música. Foi assim que nasceu “Atrás dos tempos vêm tempos”, “Eu tenho um fraquinho por ti”, “Foi por ela”, entre tantas... e, destacada à frente de todas, a pérola que é “Se tu fores ver o mar (Rosalinda)”.
Deu-nos também este belíssimo “Não canto porque sonho”, música feita de parceria com o A.P. Braga e a participação vocal do José Afonso.
Ah... e os versos de um tal Eugénio de Andrade (depois de algumas “montagens cirúrgicas” típicas dos compositores e das suas necessidades de ritmicas) deram uma belíssima ajuda.
Bom domingo!
Não canto porque sonho

Não canto porque sonho. 

Canto porque és real. 

Canto o teu olhar maduro, 

o teu sorriso puro, 

a tua graça animal.



Canto porque sou homem. 

Se não cantasse seria 

o mesmo bicho sadio 

embriagado na alegria 

da tua vinha sem vinho. 



Canto porque o amor apetece. 

Porque o feno amadurece 

nos teus braços deslumbrados. 

Porque o meu corpo estremece 

por -los nus e suados.
(Eugénio de Andrade)

Não canto porque sonho” – Fausto e José Afonso
(Eugénio de Andrade/Fausto/A.P.Braga)



sábado, 29 de outubro de 2011

Governo Passos/Portas – Suspeitas e certezas




Não nos dessem eles provas, diariamente, de serem um bando de canalhas vendidos aos mercados... e poderíamos ser levados a pensar que estamos a ser governados por dementes. Claro que pode dar-se o caso de se tratar de um bando de canalhas vendidos... e dementes, o que seria uma mistura ainda mais explosiva.
E porquê esta erupção de irritação num dia que até era suposto ser apenas de “preguiça”?
Porque é preciso estar disposto a ultrapassar todos os limites para, depois de declarar que «é preciso diminuir a oferta», o ministro da ruína e do desemprego... que insiste em chamar-se da “economia e emprego”, Álvaro Santos Pereira, considerar (com estudos e tudo!) o encerramento do metropolitano de Lisboa às 11 da noite (duas horas mais cedo) em toda a rede, sendo provável que nalgumas estações essa prestação de serviço vá apenas até às 21 horas.
Claro que, confrontado com esta questão por um deputado comunista, o ministro nada respondeu.
Claro que os “estudiosos” a soldo do ministro, provavelmente esquecer-se-ão de que a troco de umas poupanças no “Metro” (possivelmente acompanhadas de despedimentos), muitas actividades culturais e muitas outras ligadas ao entretenimento noturno, serão estranguladas ou mesmo liquidadas. Para além dos muitos milhares de pessoas que, ou porque não possuem automóvel, ou porque preferem utilizar os transportes públicos, verão a sua mobilidade posta em causa por mais este «absoluto disparate», como bem lhe chama o presidente da Câmara de Lisboa, disparate que vem alimentar a tal suspeita de hipotética demência governativa associada à canalhice comprovada.


Adenda: Numa repetição (já nauseante) da manobra indigente de atirar bolas para o pinhal, anunciando estudos para isto e aquilo, subidas astronómicas de preços, etc., só para ver o efeito, o gabinete de Álvaro Santos Pereira já desmentiu (ou "rementiu"?) qualquer intenção de encerrar o Metro mais cedo... mas que sim senhor, encomendou o estudo. Pelos vistos, só porque sim.
Já não sei o que provoca mais asco. Se os anúncios de novas medidas, propositadamente exagerados; se os “desmentidos” que se seguem, antes de anunciar as novas medidas que se ficam um pouco abaixo dos anúncios propositadamente exagerados; se a culpa que é sempre dos grupos que fazem os estudos; ou se é a falta de respeito por tudo e todos e a vigarice que tudo isto demonstra.

Imperdoável


Se há coisa que muito dificilmente perdoarei... é ter andado tanta gente, durante tantos anos, a tentar convencer-me de que a preguiça é uma coisa feia.
Tenham um bom sábado!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pedro Passos Coelho – Governo de vigaristas


Se pensavam que o filme “E tudo o vento levou” era compridote, com as suas quase quatro horas de duração... esperem até ver o vídeo com a montagem final de todas as mentiras descaradas e contradições de Pedro Passos Coelho.
Agora são os “temporários” cortes dos subsídios de férias e de Natal... que muito provavelmente não regressarão nunca. Pelo menos, não «de forma automática», como diz o bandalho.
Pelo menos, digo eu, enquanto estes vigaristas estiverem no poder.

De vez em quando... uma boa notícia


Alfredo Astiz, oficial da Marinha, responsável pelo desaparecimento de milhares de argentinos opositores à sangrenta ditadura militar que durou de 1976 a 1983. Estes “desaparecidos” foram sistematicamente detidos, torturados e assassinados. Ficou conhecido como “Anjo Loiro da Morte”.

Gabava-se publicamente de «ser o melhor homem da Argentina a matar políticos e jornalistas».
O novo poder judicial (e político) argentino entendeu ser seu dever cívico e patriótico julgar estes animais selvagens. Este, particularmente, foi condenado a prisão perpétua. Espero que tenha uma vida longa.
De vez em quando... uma boa notícia. Para variar... que diabo!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Em tempo de cortes na cultura...


É sempre bom saber que neste tempo de tanta alienação, tanta música pimba, “tanta loja de perfumes, tanta pomba assassinada” (*), ainda se encontrem vacas que não estão na disposição de desperdiçar sorrisos com um qualquer emplastro de passagem... e tenham outros gostos.
Como estas, deliciosas, que não devem sequer sonhar o que é um “Cavacosilva”, mas que gostam de jazz. E como gostam! Seguem atentamente cada nuance musical, seguem com atenção cada solista, estão atentas... e com os telemóveis desligados.
Viva a cultura! Viva a música! Vivam os públicos entendidos!
* Desculpa lá, Eugénio de Andrade... não merecias isto!


(Vídeo enviado pelo Monjinho... que sabem bem o quanto é preciso espairecer)



UE – Cimeira




Este título de imprensa não poderia retratar melhor o espírito desta grande e tão aguardada cimeira europeia. Exactamente como o cartoon aqui em cima.
Ainda haverá alguns “bombeiros” realmente convencidos de estarem a trabalhar para o bem comum?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Conselho de Estado - A verdadeira conversa da treta




Desde que o belo actor e encenador António Feio deixou os camaradas de ofício, amigos e admiradores pendurados e foi animar outras paragens... já foram feitas inúmeras tentativas para ter a mesma graça que ele tinha com a sua verdadeira “Conversa da Treta”.
Quase todas essas tentativas falharam redondamente... mas acho que poucas foram tão patéticas como a leitura dos “resultados” da mega reunião do Conselho de Estado.
Aquilo não foi um comunicado de um verdadeiro Conselho de Estado! Foi um triste acto de propaganda e apoio às exigências da troika, dos mercados e de um governo de vigaristas, produto de uma reunião em que os “acácios” (como bem lhes chamou um comentador no post anterior) estiveram durante seis horas de gatas. À hora a que foi lido o lamentável comunicado em que um “conselho de estado” apela abertamente à capitulação, provavelmente, ainda haveria alguns “conselheiros” que não tinham tido tempo de puxar as calças para cima.
Espectáculo miserável!

Acalmar os mercados - Trágica perda de tempo e recursos


O governo de Pedro Miguel Passos de Vasconcelos Coelho, testa-de-ferro do colaboracionismo português, faz tudo para agradar aos mercados, nada  contra os mercados... seja o que for necessário, para “acalmar os mercados”.
Perante este último criminoso sacrifício de milhões de portugueses no altar dos mercados, que fazem estes? Acalmam? Não! Bem pelo contrário, aceleram o roubo do que ainda resta, subindo os juros exigidos a Portugal. Para liquidar rapidamente a vítima e passar a perseguir outra presa...
No caso da Grécia, sujeita a pagar juros que estão a atingir os 80 por cento, o que custa a acreditar é que se continue a chamar “ajuda”, “financiamento”, ou mesmo “empréstimo”, a esse crime hediondo cometido contra todo um povo.
A mostrar que há feras que não adianta tentar “acalmar”. Devem ser abatidas na primeira oportunidade!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vasco Lourenço – Na verdade... também detesto que me acordem à bruta




Na verdade tinha pensado não tecer quaisquer comentários sobre as tonitruantes declarações do tenente coronel Vasco Lourenço a propósito do «bando de mentirosos» que, segundo ele, tomou o poder em Portugal.
Na verdade, apesar da evidente veracidade desta afirmação do capitão de abril... confesso que a sua intervenção me pareceu mais agitada que agitadora. Tinha por isso, como já disse, pensado não dizer nada sobre o assunto... até ontem à tarde.
Na verdade, em conversa com um amigo que trouxe este assunto para a mesa do café, acabei por chegar a uma possível “explicação” para o mediático acontecimento:
Vasco Lourenço, durante os últimos anos, particularmente estes últimos seis, esteve muito sossegado, a dormir... e, pelos vistos, tem muito mau acordar.

Pedro Passos Coelho... descodificado


Pedro Passos Aldrabão Coelho foi falar numa treta qualquer em forma de “Plataforma”, onde defendeu que o país vai entrar num crescimento sustentável.
Danou-se! Descodificando estas declarações do primeiro-ministro à luz da sua prática política, muito bem retratada neste vídeo pedagógico produzido pelo blog “Aventar” (que quase todos já vimos), temos então como certo que, a menos que ele e os seus cúmplices sejam travados... espera-nos, e mais uma vez ao contrário do que o descarado aldrabão diz, um definhamento insustentável.
Falou ainda sobre a urgência de tirar Portugal e os portugueses do buraco...
Uma dica: Para que os portugueses consigam “sair do buraco”, basta que os canalhas a quem Passos Coelho obedece cegamente, lhes tirem os pés de cima da cabeça!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Clinton - Um presente para Cavaco: o sorriso...


Como não quero que falte nada a Cavaco Silva (e a muitos dos seus parceiros, analistas e comentadores espalhados por várias cores partidárias), na impossibilidade de lhe oferecer um vídeo sobre a poda das anonas, aqui fica este, sobre o sorriso da vaca... que neste caso, felizmente, não é açoriana.
No curtíssimo vídeo, a imperial meretriz resume desta forma (e rindo muito) a sua participação nos recentes acontecimentos na Líbia e no assassinato de Kadhafi:
«Chegámos, vimos... e ele morreu!»
Qualquer comentário que agora fizesse ficaria longe, muito longe do que realmente me apetece dizer. Seja como for, este pequeno documento mostra bem o tipo de bandalhos que, por enquanto, têm o mundo na mão.


Seguro – Olha os oxímoros fresquinhos, freguesa!


O empolgante António José Seguro não sai da televisão. Aparece tanto nos ecrãs para dizer coisas... que bem podia passar a chamar-se “teleseguro”.
Mas vamos a coisas sérias. Não?  Bom... então vamos às propostas políticas de Seguro.
O homem já nos tinha proposto, há tempos, o «capitalismo ético». Agora, num rasgo de criatividade, propõe-nos a «austeridade inteligente». Até onde irá o génio deste pensador, criador de oxímoros que lhe nascem assim, de supetão, como se fossem cogumelos?
Não tarda nada é capaz de nos aconselhar o “fogo que arde sem se ver”... jornadas de “contentamento descontente”... ou, sei lá, crises de “dores que desatinem sem doer”... se bem que eu esteja convencido de que já houve alguém que teve essas ideias antes. Acho que era um tipo que só via de uma das “vistas”, mas que, mesmo assim, tinha lá as suas ideias...

domingo, 23 de outubro de 2011

Vai passar nessa avenida um samba popular... *


Venho de um tempo em que ainda era comum encontrar pessoas que, sobre a música brasileira, ou o jazz – isto aqueles que tinham sequer conhecimento da existência deste último – exibiam como um troféu uma opinião solidamente formada: era “música de pretos”. Aliás, dependendo do equilíbrio individual da mistura entre ignorância e racismo... havia mesmo quem fosse ainda mais preciso: nesses casos não passava de “batuque de pretos”.
E assim chegamos ao samba, a música que partilho hoje. Se bem que o samba, nas suas mil e uma subdivisões, possa muitas vezes ser identificado com música despreocupada, concebida exclusivamente para farrar pela noite fora, não é menos verdade que, outras tantas vezes, não esquece de onde veio, não esquece o sangue, o suor e as lágrimas que moldaram as vozes e as vidas daqueles que estiveram na origem do seu aparecimento. Aí, o samba põe nos lábios o seu sorriso mais bonito e desfia verdades duras como punhos, ao ritmo alucinante das suas “baterias”.
O artista de hoje é o Dudu Nobre, autor, compositor e cantor, uma espécie de génio do samba novo cruzado com tradição. Senhor de um “tempo” e divisão de frases melódicas, absolutamente desconcertantes. A consumir com moderação... pois pode viciar.
Quanto aos sambas, o primeiro é de agora, feito pelo próprio Dudu, em parceria com dois companheiros de cantigas... e o segundo, uma verdadeira pérola, já vem de 1956, composto por Monsueto.
Bom domingo!
* Obrigado, Chico Buarque! Na verdade, não me ocorreu outro título...
“Que mundo é esse” – Dudu Nobre
(Dudu Nobre, Almir Gineto e Fred Camacho)



“Lamento da lavadeira” – Dudu Nobre
(Monsueto)



sábado, 22 de outubro de 2011

Miguel Macedo – Tudo dentro da lei...



Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm;
todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.
(Primeira carta do apóstolo Paulo aos coríntios, capítulo 10, versículo 23)

Lembro-me muitas vezes desta passagem da carta do apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Corinto, sempre que vejo governantes e outras figuras públicas ou privadas, brandirem a “legalidade” para justificar actos absolutamente injustificáveis.
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, bem pode cobrir-se de códigos e decretos-lei... que não conseguirá justificar, nem por um momento, o facto de “mamar” cerca de 1400 euros, todos os meses, para custear uma despesa que não existe.
Os milhares de funcionários públicos (para ficar só por estes), tanto no activo, como aposentados, a quem o seu governo vai roubar os subsídios de férias e de Natal... não compreendem. Ninguém compreende!
Os vários elementos deste governo que se orgulham do seu catolicismo, deviam lembrar este singelo ensinamento do apóstolo ao seu colega Miguel Macedo... caso ele esteja esquecido, ou não seja de todo praticante, ou mesmo crente.
Por vezes, as lacunas da lei têm que ser colmatadas com a vergonha na cara!

Angela Merkel e Soares – Para variar...


(Imagem surripiada ao “Bons tempos hein?”)

O omnipresente Mário Soares afirmou que Angela Merkel, no que diz respeito às questões europeias, «cada vez que abre a boca diz um disparate». Foi uma declaração feliz, feita numa das raras ocasiões em que Soares conseguiu evitar fazer exactamente o mesmo de que acusa a dita cuja.
Na verdade, é cada vez mais evidente que o cérebro da pesporrente governante alemã é um deserto onde não sopra a mais leve brisa de uma ideia de jeito para a Europa.
Já o mesmo não se pode dizer da fantástica variedade que a senhora apresenta quanto a soluções para o universal e eterno problema de onde pôr as mãos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Líbia – Mais um notável feito da democraCIA


E pronto! Lá conseguiram, finalmente, assassinarSadam Hussein, perdão... o Bin Laden... Ai!!!... o Kadhafi!
As portas dos poços de petróleo, perdão... da liberdade, estão escancaradas. O caminho para a “reconstrução”, o multimilionário negócio para algumas das empresas que forneceram o material usado para a destruição (e outros trastes, que não se importam de ficar com os restos), está aberto.
Agora... e já que tive este involuntário deslize de confundir a Líbia com o Iraque e o Afeganistão... a coisa seguirá o seu curso. Dentro de muito pouco tempo, exactamente como se pode ver no Iraque e no Afeganistão, reinará a mais transparente, aprazível e participada democracia (para felicidade da “santa sé”).

Adenda: Antes que alguém tenha, por falta de informação, a infelicidade de pensar, ou comentar, que isto não passa do desabafo de mais um apoiante de Kadhafi... não! Não gostava da figura! Isso pode ser confirmado, até mesmo aqui no blog, em textos escritos quando ainda nem sequer tinha rebentado este conflito que haveria de levar ao assassinato do controverso líder líbio pelos EUA, perdão... pelos “rebeldes”.

Qual futuro?


Um dos exemplos de jargão de bolsa de valores mais sombriamente irónico é o termo “Especulação com Futuros”.
Confesso que nem sei muito bem do que se trata... embora tenha uma ideia geral. Seja como for, não é preciso ser um especialista em finanças ou mercados para ter uma opinião.
Basta ver o estado do nosso presente, para perceber quais os resultados de muitos anos de desenfreada especulação com “futuros”.
E se em vez de permitirmos a especulação com o nosso futuro... o tomássemos nas mãos?!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Este Seguro é um colosso! *




Quão “deslumbrado” com o novo emprego é preciso estar este homem, para ter o descaramento de, ainda que numa tentativa pífia de ironia, dar de barato o recente passado da actuação miserável do governo do seu partido, dar de barato a constante denúncia dos caminhos ruinosos que o executivo de Sócrates, seguido agora por Passos, repetidamente feita real e consequentemente pela esquerda... e vir dizer, a propósito desta manobra mediática e táctica de Cavaco Silva (cortes para todos os trabalhadores?):
Como é que todos pudemos passar, até hoje, sem António José Seguro?!
* Está tudo grosso, está tudo grosso! – acrescentariam a Ivone Silva e o Camilo, no seu famoso quadro de comédia televisiva “Ai Agostinho, ai Agostinha!”.

Montemor-o-Novo – Não cruzar os braços...


Amanhã, sexta-feira 21 de Outubro, alguns montemorenses, espero que em grande número, estarão na rua em luta contra mais um possível ataque aos seus direitos, à sua saúde... à sua dignidade.
Se estiver por cá, pelas 18 h 30... o que (para já) é muito incerto, estarei presente. Será, muito provavelmente, a minha última participação numa destas iniciativas locais... pelo menos na qualidade de habitante da cidade de Montemor-o-Novo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Vítor Gaspar – A voz... mas de quem?


Sobre a substância do que o calhordas arvorado em ministro das finanças disse, durante a apresentação do seu programa de “Agressão de Estado” à esmagadora maioria dos portugueses, deixarei, avisadamente, falar quem sabe.
Não resisto, entretanto, a reproduzir de memória, uma tirada da grande Maria João Avillez, num programa qualquer de televisão em que a ouvi, numa converseta entre jornalistas.
«Ele (Vítor Gaspar) não é um político, é um técnico. Ganhou os portugueses com o seu discurso extremamente claro... e embora tenha, por vezes, um tom de voz um “bocadinho”(?) enfadonho, consegue manter-nos a ouvi-lo, fascinados... como borboletas à volta de uma “lâmpeda” (sic)».
Esta fantástica declaração mostra que a “grande” entrevistadora do PPD-PSD... das duas uma:
1. Ensandeceu.
2. É uma hipócrita.
3. É muito menos inteligente do que nos andaram a impingir durante anos.

(Pronto! Lá voltei a anunciar duas hipóteses... que afinal eram três!)
Voltando ao ministro Vítor Gaspar, como o Sérgio Ribeiro aqui aponta e cada vez mais pessoas começam a ver, está longe de ser apenas um técnico com uma voz chata como uma insónia. Na verdade ele é um político determinado. Na verdade é um neoliberal fanático, apostado em aplicar a receita que favorecerá e enriquecerá ainda mais os seus, nem que para isso seja necessário deixar um país inteiro na miséria. É um político com uma clara, implacável e violenta opção de classe!
Largando a política económica e regressando, pelo seguro, à minha costumeira superficialidade, condição a que obriga a minha vasta ignorância técnica em assuntos de tal monta... fico-me pela forma como ele diz as coisas.
Sendo assim, devo dizer que se eu quiser escrever aqui no computador umas tantas baboseiras à Passos Coelho “y sus muchachos”... o bom do aparelhómetro é capaz de me “dizer” o texto, com a velocidade que eu quiser... e “falado” com a voz que eu escolher.
Posto isto, começo a estar convencido de que alguém colocou um “chip” qualquer dentro de um boneco de ventríloquo, que depois faz de conta que diz aquelas coisas na televisão. Desgraçadamente, estes bonecos têm sempre algo de aberrante e sinistro.
Seja como for, se é este o caso, parabéns a quem fez e programou o raio do boneco! Por vezes... embora por breves instantes, “aquilo” parece mesmo que está a falar... como se fosse um homem.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Os amigos de Gaspar



“É tão bom
Uma amizade assim
Ai, faz tão bem
Saber com quem contar
Eu quero ir ver quem me quer assim
É bom pra mim e é bom pra quem
Tão bem me quer”

Criação e encenação: João Paulo Seara Cardoso
Textos: J. P. Seara Cardoso e Jorge Constante Pereira
Música original: Jorge Constante Pereira
Letras: Sérgio Godinho
Realização: Narciso Guedes
Bonecos: Carlos Dias e Inês Guedes de Oliveira

Há muitos anos, em 1986, esta equipa de criativos mostrou-nos, na RTP, uma série infantil de televisão, com manipulação de bonecos, estórias com pés e cabeça e um belo punhado de canções, que se tornou um exemplo de como é possível fazer televisão de forma inteligente. Chamava-se “Os amigos de Gaspar”.
Quem lhes havia de dizer que, 25 anos passados, o nome desse seu belo trabalho haveria de ser usurpado e miseravelmente conspurcado por este bando de delinquentes que acaba de confirmar a sua declaração de guerra aos trabalhadores.

A Feira de Castro


(“Feira de Castro” - Pintura naïf de Maria Augusta Cortes)

Num passeio pela internet, em busca de pormenores sobre a já multicentenária “Feira de Castro”, que teve lugar neste último fim de semana em Castro Verde, acabei a ler uma página que, resumidamente, falava de todo o programa.
Mais uma vez pude admirar a maravilhosa teimosia com que alguns insistem em lembrar e divulgar os sabores tradicionais, em defender as coisas da terra e os mistérios do seu cultivo, em recusar a massificação desenraizada, em apreciar “cante ao baldão”, em ouvir o som irremediavelmente analógico das violas campaniças... e, de repente, lá mesmo no fundo da página, a informação de uma iniciativa de peso: um “Colóquio sobre Parasitismo nos Ruminantes”.
Para aqui fiquei eu, imaginando um gigantesco palco, com a presença de todos os elementos do Governo e da troika, uma catrefada de banqueiros, de gestores, investidores e outros “berardos”... com dois ou três cientistas convidados a falar do tema... e todos os outros a servir de exemplo.
Mas isto sou eu a mangar com os meus próprios botões. Estou certo de que (apesar do tema) terá sido uma sessão bem mais higiénica...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Évora, a cultura... e os romanos


Durante uns anos, o atual presidente da Câmara de Évora, beneficiou largamente dessa espécie de estatuto milagroso, por vezes mais útil de que alguns doutoramentos... que é a condição de “ex-comunista”. Foi essa “competência” que o guindou à presidência do município alentejano património da humanidade. Desgraçadamente, principalmente para a cidade e os seus munícipes, demonstrou não ter unhas para tal guitarra.
Na verdade, nos anos que leva à frente da gestão da autarquia, José Ernesto conseguiu dar cabo de muito do que décadas de gestão da CDU e Abílio Fernandes tinham conseguido. Convencido de que os agentes culturais da cidade faziam parte do “inimigo”, cedo se percebeu que o grande “projeto cultural” de José Ernesto passava pelo estrangulamento dos agentes, produtores e artistas locais, que se foram vendo soterrados pela avalanche de grandes e vistosas contratações vindas de fora.
Só que o dinheiro para o “circo e foguetório” secou... e o que fica à vista é um tecido cultural enfraquecido por muitos anos de dificuldades, e que só com muita força de vontade, amor e convicção conseguiu resistir à má vontade e pedestre incompetência da gestão de José Ernesto.
Por estes dias, um dos mais visíveis resultados dessa incompetência e má vontade é o CENDREV. Criado há décadas, quando a descentralização cultural era ainda uma utopia, o CENDREV, bandeira cultural da cidade durante muito anos e contando com um “património” de realizações absolutamente notável, passa por uma situação tão insustentável quanto profundamente injusta, situação da qual podemos ter um vislumbre, lendo este comunicado dos trabalhadores do CENDREV.
Ao ler, num jornal regional que é distribuído por aqui, a notícia do desconforto provocado, até entre figuras locais do PS, pela notícia de uma reunião de apoio do deputado europeu e presidente da Assembleia Municipal de Évora, Capoulas Santos (PS), do líder da bancada parlamentar do PS, Carlos Zorrinho e de Fernanda Ramosex Governadora Civil de Évora e dirigente do PS a nível local, com a direção do CENDREV... mas sem a presença de qualquer elemento da Câmara Municipal, sou levado a pensar que, pelos vistos, o Partido Socialista já está a tirar as medidas ao traseiro de José Ernesto, a fim de melhor lhe acertar em cheio com as botas... o que me fez, logo de seguida, lembrar de uma velha técnica de “gestão de informação” adoptada pelos romanos.
Resumidamente, sempre que um traidor lhes fornecia os seus serviços, os romanos, depois de analisada e registada a real utilidade das informações conseguidas... abatiam o traidor. Assim nasceu o ditado popular “Roma não paga a traidores”.
Não me interpretem literalmente. Primeiro, porque numa boa parte dos casos, a profissão de trânsfuga até tem rendido bastantes dividendos e longas vidas. Depois, porque não tenho a intenção de chamar ”traidor” a José Ernesto... e muito menos “romanos” aos dirigentes do Partido Socialista.
Mas lá que esta estória me fez lembrar do “raça” do ditado romano, isso fez!