quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Passe “social” – Um certo cheiro...


Quão constipado é preciso estar para não apanhar no ar o indisfarçável cheiro a aldrabice e demagogia barata que exala toda esta enorme montagem mediática à volta do "caritativo" passe para os mais pobres?
Quão surdo é preciso estar para não dar ouvidos aos repetidos avisos?
Quão vesgo é preciso ser para não distinguir os lobos...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O tempo das cerejas... 2


Esperei algum tempo até fazer a minha parte na divulgação deste “novo” blog... porque mantive a esperança de que a triste “brincadeira” se resolvesse. Afinal, não só não se resolveu, como piorou. O “engraçado” que se apropriou do mail do nosso amigo Vítor Dias, impossibilitando-o de ter acesso ao seu próprio blog, “O tempo das cerejas”, acabou por apagá-lo, destruindo anos de registos. Isto prova que não foi nem uma brincadeira, nem tão inocente quanto isso...
Para além de um abraço solidário, aqui fica o link para o novo blog do Vítor Dias, “O tempo das cerejas 2”.
Votos de uma vida longa para o blog e para o seu autor!

Imposto sobre os ricos - Regressando à normalidade


No que respeita aos “temíveis” impostos sobre os ricos, por cá, alguns desses ricos nem querem falar do assunto, o Joe Berardo fala, mas não se percebe uma palavra do que diz, o Amorim diz que é um trabalhador e não é rico, outros debitam frases de belo efeito enquanto vão montando sedes das suas empresas em paraísos fiscais, para fugir aos impostos, Cavaco emite uns grunhidos, o Governo vai pensar, o Seguro está a ficar rouco...
Entretanto, lá por fora, onde esta “ciguêra” começou, com o número cómico de meia dúzia de ricos a "querer" pagar mais impostos, as notícias, como se pode ler, já estão a voltar à normalidade:
Quanto a Sarkozy e Merkel, resta saber até quando vão aguentar este número de “cara séria”, antes de se desmancharem a rir... e confessarem que foi tudo a brincar.
Taxar a sério os muito ricos! Então... podia lá ser?!!!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Juros – Alívio? Qual alívio?!




A Lusa informa-me de que «Juros aliviam em Portugal, em todas as maturidades». Claro que para dourar a pílula de uma microscópica descida de juros, ainda assim a ultrapassar os 13 por cento é preciso apontar a tragédia alheia, como é o caso dos gregos, a quem estão a ser exigidos juros acima dos 45 por cento, em alguns casos.
E assim ficamos “aliviados” por só termos que suportar juros agiotas que impedem qualquer ilusão de recuperação económica... mas que, valha-nos a santa, não são como os da Grécia!!!
Nunca é demais repetir que não entendo bulhufas de economia, mas seja como for, o que eu gostava realmente que os entendidos me dissessem, é simples:
Quanto a estas operações de agiotagem que, como se vê, navegam calmamente nos 13, mas podem ultrapassar os 45 por cento de juros exigidos às economias dos países que caiam nas suas malhas, qual é o momento exacto em que pisam o risco? Qual é a fronteira que separa os actos da mais vulgar e mesquinha agiotagem, dos crimes económicos e verdadeiros actos de guerra contra povos inteiros?
Quais as “armas” legítimas e ao nosso alcance, para ripostarmos a um tal acto de guerra?

Cavaco Silva – Só faltou dizer que era “tabu”...


Cavaco Silva foi para as Festas do Povo de Campo Maior debitar as habituais banalidades sobre a crise, contribuindo e entrando também na encenação demagógica dos ricaços que “querem” pagar mais impostos. Como se não fosse evidente que o que eles querem é evitar parte do asco que as suas abjectas fortunas provocam na maioria dos cidadãos, numa altura de tantas dificuldades. Como se não fosse evidente quem é que provocou e quem lucra sempre com essas dificuldades. Como se não fosse evidente que nenhum deles pensa pagar o que quer que seja que vá para além de ninharias para enganar tolos. Como se o “lombo” das suas fortunas não estivesse bem fora do alcance do fisco.
Sobre estas tolices, não se cansou Cavaco de falar durante a visita a Campo Maior. Já quando lhe perguntaram o que achava sobre o escândalo da venda de informações e escutas ilegais dentro das secretas portuguesas... aí danou-se! Baldou-se! Fugiu com o rabo à seringa!
Confesso que, independentemente das diferenças que me separam de Cavaco Silva, gostaria, mesmo assim, que o Presidente da República de Portugal fosse conhecido pelas suas posições frontais e corajosas... e não por estas “gincanas” verbais, mais ou menos pusilânimes e gelatinosas.
Assim, francamente... é uma vergonha!

domingo, 28 de agosto de 2011

Luís Rego – Amor novo





Tem mais oito anos de idade do que eu, o que faz com que em 1961 já fosse um jovem de dezassete. Nesse mesmo ano recusou-se a ir para a guerra em Angola e partiu para França. Aí, passou pelos mais diversos e pesados trabalhos, para sobreviver, até que, quando trabalhava num restaurante, veio a conhecer os amigos que o acompanhariam por muitos anos.
Ajudou a fundar os grupos de música rock “Les Problèmes” e “Les Charlots”. Este segundo tornou-se um caso extraordinário de sucesso, sendo hoje um daqueles grupos de “culto” obrigatórios para toda uma geração de franceses. Era um grupo que apostava na comédia teatral e musical, o que os levou a fazer dezenas de filmes e séries de televisão.
O nosso emigrante, mais tarde, foi em busca de temas mais “sérios” e virou-se para os palcos de teatro (com sucesso) mesmo tendo continuado a estar ligado ao cinema... até hoje.
Quando, bem antes do 25 de Abril, o seus “Les Problèmes” ficaram famosos, foram convidados para actuar em Portugal. Para mostrar que não estava distraída, a PIDE prendeu-o por alguns meses, altura em que os companheiros de aventuras “rockeiras” lhe dedicaram, e gravaram, uma canção intitulada “Ballade à Luís Rego, prisonnier politique”.
Regressado a Paris, sentiu a necessidade de gravar um pequeno disco, desta vez cantado em português, onde brilhava, do lado A, a canção do vídeo de hoje e, do lado B, umas surpreendentes “Quadras soltas” de Fernando Pessoa embrulhadas numa espécie de “bossa nova”. A primeira, é o “Amor novo”. As duas têm música de sua autoria e o disco foi editado em 1970.
Bem antes das poucas passagens na rádio portuguesa, um tal José Afonso, um dia, em Setúbal, em 1971/72, fez-me ouvir este disco do Luís Rego, gabando a modernidade dos arranjos e fazendo votos para que a sua produção de canções em português viesse a ter continuação (o que não veio a acontecer, que eu saiba).
Resumindo, é um artista português, com uma carreira recheada de sucessos, regular e reconhecida ao longo dos últimos 50 anos. Durante todo este tempo tem vindo a Portugal, regularmente... sem que ninguém dê conta disso. Tal é a atenção que os nossos órgãos de comunicação dão a estas coisas...
“Amor novo” – Luís Rego
(Maria Flávia/Luís Rego)



sábado, 27 de agosto de 2011

Passos Coelho – Corrupção e xico-espertismo




As polícias secretas não são feitas para levar a cabo trabalho limpo. Aquilo que se espera delas é que façam o trabalho sujo que os estados entendem ser necessário para a sua segurança e mais isto e aquilo...
Isso não impede que seja mais do que justa a reacção dos cidadãos que se sintam atingidos por um desses trabalhos sujos das “secretas”, como parece ser o caso deste jornalista, cuja privacidade e sigilo profissional terão sido violados para, supostamente, descobrirem as suas “fontes”.
Num outro nível completamente diferente, se um elemento dessas “secretas” utiliza informação obtida no exercício da sua profissão, para beneficiar financeiramente, ou de qualquer outra forma, vendendo essa informação a terceiros... isso já é muito mais do que trabalho sujo. É corrupção, ou, dependendo da nacionalidade do “cliente”, pode ser traição.
Já o primeiro-ministro Passos Coelho vir dizer que os resultados do inquérito ao escândalo da fuga/venda de informações da nossa polícia secreta a uma empresa privada, para onde o "polícia" informador/vendedor foi trabalhar logo de seguida, não podem ser do conhecimento da Assembleia da República, por «razões de segurança»... é um truque rasca de xico-esperto... porque hoje estou a economizar muito nos adjectivos.

Lucy in the sky with diamonds *


A notícia não poderia ser mais cintilanteA quatro mil anos-luz daqui, foi descoberto um planeta bem maior do que a Terra, inteiramente composto por carbono cristalino, logo... diamante!
Como prova de que o mundo da ciência também pode ter sentido de humor... é bem provável que venha a chamar-se “Lucy”, como a que cantaram Lenon e McCartney... no céu, com diamantes...
Entretanto, Vítor Gaspar, do ministério das Finanças, negou que o Governo vá lançar uma taxa “colossal” sobre o planeta... e as funcionárias e funcionários das agências de viagens, já não sabem mais o que fazer para convencer as “tias” de Cascais e da Lapa (mais algumas da Foz, no Porto), de que quatro mil anos-luz... é muito longe!!!

* Canção composta pela dupla Lenon/McCartney (ou apenas Lenon), integrada no álbum dos Beatles "Sargent Pepper's Lonely Hearts Club Band", de 1967

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mário Crespo e os ricos




Mário Crespo é uma espécie de jornalista de que muita gente gosta, alguma não gosta e outra detesta. Encontro-me, orgulhosamente, no último grupo. Tudo na figura de Mário Crespo me irrita. O abjecto e mal disfarçado ultra reacionarismo, o ar convencido e a cara patética com que fica sempre que quer ser mais polémico, arrogante, ou simplesmente engraçadinho.
Há duas noites a fórmula funcionou mais uma vez. Comentando a actual crise e as possíveis soluções para ela, quis ser provocador... mas a máscara lá lhe escorregou novamente para a indigência. Dizia o craque: «claro que nestas alturas aparece sempre a solução milagrosa... a celebre frase “os ricos que paguem a crise”»... e carregou no (falhado) ar escarninho.
Por uma vez, sem que isso me faça seu “companheiro” em espécie rigorosamente nenhuma de jornada, estou de acordo com ele. Também acho a frase infeliz. Também acho que o dinheiro dos nossos muito ricos, ainda que todo junto, não resolve a crise. Por isso nunca concordei com a estafada palavra de ordem “Os ricos que paguem a crise!”
Aquilo que eu quero, aquilo por que me bato e para que estou disposto a contribuir, por mais modesta que seja essa contribuição, é para ver o dia em que se cumpra uma outra palavra de ordem:
Os ricos que paguem pela crise!
Que paguem por esta crise, pelas anteriores, por décadas de crises, por séculos de fortunas obscenas construídas sobre a exploração, a miséria, o suor e, quantas vezes, o sangue de milhões de seres humanos, ao longo da História.
É isso que tem que parar! É por isso que os ricos têm que “pagar”... mesmo sabendo que o seu dinheiro não chega. Porque não há dinheiro que pague! É por isso que, quando chegar o dia, quero que esses, os obscenamente ricos, os que tudo tiveram, que tudo roubaram ao trabalho alheio, finalmente paguem... mas com o lombo!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A reencarnação


A esperança nunca morre... e eu, confesso, uma boa parte das vezes que carrego no botão do on do comando da televisão, ainda alimento a espectativa de ter como primeira imagem ou som, uma coisa interessante ou verdadeiramente inteligente.
A realidade encarrega-se sempre de me colocar no meu lugar.
Uma destas tardes, ao ligar o electrodoméstico televisivo, uma senhora acabava de dizer  alguma coisa que teria que ver com um qualquer inexplicável talento musical, o que levou o apresentador do programa a arriscar uma afirmação:
- Portanto, acredita na reencarnação...
Evidentemente! – respondeu a senhora, com ar de que seria uma profunda estupidez não a acompanhar na sua crença.
Por muito estranho que possa parecer aos leitores deste blog... acompanho

Na verdade, sempre acreditei muito nos bairros com nomes que começam em “RE”... seja a “ReEncarnação”, seja “ReBenfica”, “ReAlvalade”, “ReBelém”, “ReMadragoa”, ou então, numa breve visita ao Porto, as encantadoras, sanjoaninas e rapioqueiras “ReFontaínhas”, a rotunda e musical “ReBoavista”, as tão bem cantadas “ReRibeira” e “ReCantareira”... ... ...
Ainda bem que no meio disto tudo há quem se preocupe com coisas realmente sérias!

Líbia – Com o dinheiro não se brinca!


Numa singela e absolutamente transparente amostra da estirpe de “liberdade” e de “democracia” que os ventos da NATO e os seus mercenários transportaram dos EUA para despejar sobre Líbia em doses mortais, um grupo de grandes empresários líbios que, obviamente, fizeram as suas fortunas sob o comando de Kadafi, acharam chegada a hora de mostrar o seu incondicional e sentido apoio à causa dos “rebeldes”, pedindo a cabeça do histórico líder do país. Morto ou vivo. Oferecem mais de um milhão de dólares de recompensa e, a ver pela gorjeta extra, o total perdão, seja de que crime for... está mesmo a ver-se qual o crime que pretendem “perdoar”: o assassínio de Kadafi.
Entretanto, sem um pingo de pudor, na comunidade internacional especializada em exportação de “liberdade e democracia”, está aberta, às claras e descaradamente, a luta pelo controlo do petróleo líbio.
Neste caminho criminoso feito de milhares de bombardeamentos dos EUA, sem os quais os “rebeldes” e os mercenários pagos por forças estrangeiras, nunca teriam avançado um quilómetro, somaram-se, ao longo dos últimos dias, os relatos das verdadeiras “estradas” que a destruição e mortes resultantes desses bombardeamentos foram abrindo ao avanço dos “opositores” do regime. De súbito, uma notícia estranhamente diferente, num noticiário nocturno da Antena 1:
«Os rebeldes, apoiados pela aviação da NATO, atacaram e conseguiram controlar o porto petrolífero de Ras Lanuf... sem provocar quaisquer danos materiais».
Como se vê, há que ter sempre presentes as verdadeiras prioridades... e com um porto petrolífero não se brinca!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças... *


(Primeira imagem, Paulo Alegria / segunda imagem, Joel Calheiros)

Seguindo a sua velha esperteza saloia de canibalizar os rituais pagãos e vender a ilusão de que aquelas práticas, quase sempre tão obscuras como as mentes em que, ao arrepio da História, ainda habitam, têm qualquer ligação com o cristianismo... a Agência Ecclesia dá a notícia (com indisfarçável satisfação) do retomar da “fé aliada à tradição” de São Bartolomeu do Mar, conhecida por “Banho Santo”.
Obedecendo a uma qualquer lógica medieval que para eles fará sentido, os “peregrinos” acreditam que o ritual do “banho santo”, envolvendo galinhas pretas, água do mar, violência e crianças, ajudará estas a ficarem livres do diabo, dos demónios, da gaguez, da epilepsia... provavelmente, até fará regressar o perdido abono de família.
E pronto. Numa orgia abrutalhada em que as crianças, quase sempre aterrorizadas, são enfiadas nos braços de indivíduos completamente desconhecidos, que riem alarvemente (tal como a família, diga-se) enquanto as mergulham à força nas ondas... os espíritos acabam por se afastar, provavelmente para não terem que assistir ao triste espectáculo.
Claro que, no fim, apesar de tudo isto ser um direto insulto ao próprio Cristo e à sua pregada relação de carinho com os mais pequenos, há sempre sacerdotes católicos disponíveis para abençoar esta aberração... fingindo acreditar na farsa.
* O Augusto Gil não fez nada para entrar neste post. A culpa é inteiramente minha!

O Relvas e a arte de desvarrer




O Relvas (desculpem-me a familiaridade, mas não estou a ver o que é que ele é mais do que o Álvaro) resolveu tirar um novo coelho da gigantesca cartola de onde o neoliberal bando de que faz parte tem tirado coelhos “colossais”... e outros que nem tanto.
Claro que o bando tinha jurado não assentar a sua política na exploração das estórias menos edificantes do bando anterior... mas, como seria de esperar, isso era uma rematada mentira, tal como foi com o bando de Sócrates, Santana, Barroso... e como tem sido com os bandos que os precederam nos vários governos das últimas décadas.
Desta vez calhou ao Relvas divulgar a descoberta de uma resma de facturas muito suspeitas, encontradas “debaixo do tapete” do Instituto do Desporto. Segundo afirma, aquilo é pra cima de uma data de milhões de euros inexplicáveis, que muito provavelmente envolvem trafulhices várias... ou, na melhor das hipóteses, não passaram de mais um processo de “martelar” as contas públicas. O trivial!
Claro que sua ex-excelência anteriormente responsável pela coisa, o Laurentino, não sabe de nada. Além disso (segundo o ouvi dizer na Antena 1) acha muito feio que se vá espreitar debaixo dos tapetes e contar o que se viu... sem primeiro avisar.
Devo dizer que esta atitude do Relvas e do seu bando é bastante perigosa. Atendendo à já tão velha mania de varrer para debaixo dos tapetes este tipo de inconveniências... se o Relvas se “estica” demasiado na bisbilhotice sob as pesadas tapeçarias dos ministérios e secretarias de Estado, ainda se arrisca a encontrar restos muito recentes das estórias dos submarinos do Portas, um ou outro pedaço de alguma “luva”, detritos mal destruídos dos milhares de fotocópias, pedaços de sobreiros da Portucale, algum envelope extraviado pelo super-simpatizante Jacinto Capelo Rego...
E isto só para falar nos parceiros do CDS, porque com um golpe de azar, ainda sai lá de baixo alguma prova (oh... horror!) capaz de atascar definitivamente Cavaco Silva no pantanal dos crimes do BPN e das “habilidades” urbanísticas da Coelha, parente muito próxima dos coelhos que habitam a gigantesca cartola.
E depois? Com que cara é que ficariam o Relvas e o seu neoliberal bando?
Todo o cuidado é pouco!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Assim, de chofre e inesperadamente... a coisa é chocante




Perante o espanto e choque geral, chega a notícia de que apesar dos “esperançosos e ambiciosos” aumentos da taxa máxima do IVA e da subida de escalão de inúmeros bens de consumo que, por serem essenciais, os cidadãos não poderiam deixar de comprar... afinal a receita do IVA diminui.
Parece que, com a “inconsciência” que os caracteriza, os portugueses e portuguesas estão mesmo a deixar de comprar  bens que lhes fazem falta, não havendo, portanto, IVA para cobrar de todo. O pior é que, por arrasto, o comércio também não factura e, assim, faz diminuir a receita fiscal em IRC, a produção nacional estagna e diminui, como resultado da falta de procura e consumo...
Parece então que o plano infalível da troika e dos seus lacaios nacionais, não passa de uma bela merda, que apenas gera sacrifícios inúteis aos mais frágeis e milhões de lucros aos que os exploram, já que estes têm sempre como torcer a crise a seu favor.
Agora o que me choca profundamente, se querem saber, é que não tenha havido uma alma caridosa... uma que fosse, que diabo!... que tivesse avisado que isto iria acontecer.
Ah... estão aqui a segredar-me que houve. Que houve mesmo muita gente que previu e preveniu quais os resultados práticos desta política recessiva e injusta... mas que quase todos eram os comunas do costume, portanto ninguém ligou. Compreende-se!

Execução do Orçamento


Cheguei a casa e vi, já à noite, um painel de políticos discutindo, na RTP-N, as medidas e os números avançados até agora sobre a execução do orçamento.
Estou certo de que os especialistas oficiais não deixarão de se pronunciar doutamente sobre as "competências" do ladino Vítor Gaspar e do seu grupo de salteadores. Pela minha parte, enquanto leigo e perante o cenário das “austeritárias” exigências da troika e da subserviência peganhenta do Governo, preferiria que estivessem a discutir exactamente o contrário.
Não, não me interpretem mal! Não estou a defender que se discutisse a execução do Governo ou da troika! Por mim, um bom pontapé nos fundilhos, um destes dias, não digo que resolva todos os nossos problemas... mas já será um bom começo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Comunicação social de esgoto


Ainda com a palavra “cães”, que usei no post anterior para classificar alguns elementos das redacções de muita da nossa comunicação social, a ressoar na cabeça... e reflectindo sobre se não teria sido demasiado agreste... uma vista de olhos extra pelas capas dos jornais e revistas, que a “net” faz a fineza de me providenciar diariamente, deixou-me muito mais descansado. Passo a explicar:
A estória propriamente dita... é de chacha. Segundo a revista “Flash”, o príncipe das Astúrias, antes de partir não sei bem de onde, com a famelga, rumo a Maiorca, ter-se-á encontrado “secretamente” com uma ex-namorada. E pronto.
Como devem calcular - mas mesmo assim digo-o - esta estorieta não me interessa para nada. Com isso poderiam os donos da “Flash” muito bem... só que devem ter tido a noção de que também não interessaria a muito mais gente. Vai daí... como é que uma estorieta de chacha, sobre o príncipe Felipe, pode vender revistas? Fácil! Pespega-se uma fotografia da cara bonita da Letizia a todo o tamanho da capa... e, por baixo, umas letras garrafais a dizer:
Letizia
Traição
Nas ilhas gregas

E já está! Se é que houve estória e se é que a estória foi de “traição”, passou a “desavergonhada” da Letícia a ser a protagonista. Quando os/as compradoras da revista derem pelo logro, já é tarde.
E isto repete-se, todos os dias... com artistas, desportistas, cidadãos das mais variadas profissões, políticos e demais figuras públicas, com os partidos, as suas propostas, ideias e actividades. Promove-se fraudulentamente este, ou chacina-se mentirosamente aquele, ao sabor dos interesses do momento e sem a mais básica noção de verdade na relação com os leitores, ouvintes ou telespectadores.
Como podem ver, “cães” não foi demasiado agreste. Que outro nome poderia dar-lhes?

Ministro, perdão... Cardeal Patriarca de Lisboa e jornalismo isento







Pergunto-me que raio habitará por estes dias os canis dos órgãos de informação, já que os cães, ao que parece, estão todos instalados nas redações. Passo a explicar.
Na noite de sábado, numa das várias “revistas de imprensa” difundidas pelas televisões, um “ricardo-qualquer-coisa e jornalista” comentava as primeiras páginas dos jornais de ontem, domingo. Fixei três pontos:
1. Passou a correr pela grande manchete do Correio da Manhã (link do DN) , onde se falava das quase seiscentas mil crianças que perdem o abono de família... apenas para garantir que o Governo teve o cuidado de “proteger” os mais desfavorecidos e os casos desesperados.
2. Passou a correr pela grande notícia do Público (sem link), que fala das muitas dezenas de “sedes” que os grandes grupos económicos portugueses têm vindo, sistematicamente, a instalar em outros países europeus e alguns “paraísos fiscais”, roubando milhões ao Estado português, com esta massiva fuga ao fisco. Para além de uma ligeira referência ao facto de os pequenos empresários e os trabalhadores, não poderem fazer nada do género e terem, portanto, que pagar os seus impostos, nem uma palavra de crítica a esta notícia. Apenas a opinião de que, perante o agravamento do cenário fiscal, em Portugal, «é natural» que as empresas desviem os seus capitais e impostos...
3. Logo a seguir, debruçou-se, desta vez muito interessadamente (pena não ter caído diretamente com os queixos!) sobre as nojentas declarações do cardeal patriarca de Lisboa, quando resolveu fazer um ataque sórdido aos sindicatos e a todos os que ousam lutar e protestar contra as medidas criminosas da troika e do governo Passos/Portas. Diz o destacado gerente da Igreja Católica Portuguesa que são essas pessoas que defendem os seus «interesses particulares»... e não aqueles que exploram todo um povo, sem contemplações. Chama-lhes "grupos de classe" e compreende-se a sua dureza de palavras, já que a "luta de classes" tem o condão de pôr os nervos em franja aos patrões do cardeal patriarca... tanto na Terra como no Céu.
Sobre as declarações do “pio” Policarpo, não há nada de novo. Fez o seu trabalho! Antes que o ruído de um ou outro padre ou bispo possa induzir alguém em erro quanto à verdadeira posição da Igreja Católica portuguesa, o cardeal põe os pontos nos is: estão do lado dos poderosos, como sempre estiveram.
Desta vez, o jornalístico comentador já não poupou nos elogios, dizendo que este apoio expresso da Igreja às medidas da troika e de Passos Coelho vem na melhor altura, para ajudar os cidadãos a melhor aceitarem e “entenderem” os sacrifícios que «todos temos que suportar».
Claro que o indigente comentador, quando vomitou este “todos temos que suportar”, nem se lembrou de que tinha acabado de falar (sem uma crítica, como já disse) nos multimilionários que fogem ao fisco com milhões e milhões... mas também... o que é que isso interessa? Os multimilionários são tão poucos... não é?

domingo, 21 de agosto de 2011

Filarmónica Fraude – Animais de estimação


Numa viagem à longínqua juventude dos meus dezassete anos, lembrarei hoje uma rapaziada de Tomar, cidade onde vivi por um curto mas decisivo espaço de tempo. Numa altura que ainda só tinha sido “apresentado” aos discos dos meus mestres, aqueles que me mostraram que era possível outra música portuguesa, estes tomarenses, apenas um pouco mais velhos do que eu, foram uma das melhores coisas que me aconteceram aos ouvidos.
Fiquei a saber que era possível trazer para cá a modernidade dos sons que já se ouviam lá por fora, construindo um projecto “roqueiro” que, para além dessa estética musical, ousava falar do que via à sua volta, exactamente como os tais baladeiros... mas falando noutro “som”.
Apenas gravaram um LP, "Epopeia", de 1969, e, no mesmo ano mas antes do LP, dois discos dos mais pequenos (EP, discos de quatro canções). E ainda bem que os gravaram, pois num desses “pequenos” estava o seu maior sucesso, “O menino” (Quando eu era pequenino, acabado de nascer...), uma enorme ousadia, na altura, pela forma como pegaram numa canção tradicional da Beira Baixa, e no outro, “Animais de estimação”, um tema corrosivo até ao osso. A capa que se vê aqui em cima, é da reedição num Single, de 1975, apenas destas duas canções.
Chamavam-se “Filarmónica Fraude” e são, até hoje, a minha "banda" portuguesa favorita de antes de Abril de 74. A canção, dedico-a, tal como eles fizeram há mais de quarenta anos, às madames portadoras de um deliquescente espírito caridoso, que por estes dias andam (mais uma vez) felicíssimas com os seus “filhotes” que, mal acabados de chegar ao poder, reinstituíram a caridade como “política social” oficial do Estado.
“Animais de estimação” – Filarmónica Fraude
(António Pinho/Luís Linhares)



sábado, 20 de agosto de 2011

Cantigueiro – Mais um ano


E vão quatro anos! Desde vinte de Agosto de 2007 cometi aqui 2.417 textos (chamemos-lhes assim), textos que, para o bem e para o mal (mas mais para o bem, felizmente!) originaram 27.750 comentários dos visitantes desta casa, visitantes que abriram a porta para entrar por 863.300 vezes.
Dá-me especial prazer ter publicado 99 vídeos de músicas e cantores e cantoras de que gosto, gosto muito ou gosto muitíssimo.
Tudo somado, ficaram aqui palavras que davam para bem mais do que as  779 páginas do meu velho exemplar da Ana Karenine, de 1959, traduzido pelo jovem José Saramago... assim eu fosse capaz de “pastorear” as palavras com uma réstia do talento que tinha o Tolstoi (e o Saramago).
Seja como for, pelo menos para já... ainda vou ficar por aqui mais uns tempos. Toda a companhia é bem-vinda!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cavaco Silva – Só mais um bocadinho... garanto que isto funciona...


Afinal aquele ruído de ferro contra ferro, rodas dentadas desafinadas e molas pasmadas, que incomodou toda a vizinhança da Travessa do Possolo durante uma destas noites, era o cidadão Aníbal Cavaco Silva a ter mais uma ideia.
Depois do regresso ao mar e mais isto e mais aquilo... desta vez é o turismo de qualidade. Com uns reparos aos erros de ordenamento do território no Algarve.
O problema é que Cavaco não tem propriamente ideias. Para ser mais exacto, deixa-as cair... e depois leva um ror de tempo até conseguir montá-las.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Luis Delgado - Ele há horas assim... comoventes




Há dois dias, parei um pouco em frente do aparelho de televisão e fiquei a ver o Jornal das 7 da SIC-N. O inexcedível comentador/politólogo e etecetera e tal, Luís Delgado, dissertava sobre a crise, as medidas do governo...
A certa altura, encheu o peito e aí vai disto:
- O governo devia taxar as empresas de “comodidades” (ai as americanices!). Essas empresas então sentadas em cima das “comodidades”, basta-lhes ficarem ali, instalados na cadeira... para os seus negócios darem milhares de milhões de euros de lucros, pois as pessoas não podem deixar de comprar essas “comodidades”, tais como eletricidade, água, gás...  Ainda por cima, muitas vezes são monopólios naturais. O governo devia era taxar essas empresas e não os trabalhadores e contribuintes que já estão em dificuldades...
Belo “gesto técnico!” – pensei eu, servindo-me de um dos termos preferidos do grande jornalista desportivo Gabriel Alves.
- Mas porque será que não fazem isso? – perguntou o jornalista da SIC-N
E o Luís Delgado, com voz e carinha de inocente... abrindo os olhos até ficarem grandes como num desenho animado japonês:
- Não sei! É isso que eu não percebo!...
Confesso que até fiquei embaçado com a situação do pobre homem. Falhar numa pergunta de chacha... logo ele que sabe tantas coisas!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Camila Vallejo – Vivam os estudantes!


As lutas estudantis no Chile estão a subir de tom e a crescer em volume. Quando uma associação de estudantes consegue organizar marchas de protesto e reivindicação com participação de quase cem mil estudantes (isto só em Santiago) e conquistar o apoio expresso de muitos professores, reitores e trabalhadores em geral, algo está a ir muito bem na organização estudantil e algo vai muito mal no sistema de ensino.
Os estudantes chilenos exigem um ensino público de qualidade, financiado pelo estado. Não querem continuar a ser empurrados para o engodo das universidades privadas, que estão longe de garantir melhor ensino e saídas profissionais, para além de os deixarem atolados em dívidas, anos antes de entrarem no mercado de trabalho.
À frente da FECH (Federação de Estudantes da Universidade do Chile) brilha uma jovem estudante de Geografia, Camila Vallejo. A sua capacidade de liderança, o discurso fácil e articulado, aliado à transparente justeza do que diz (vale a pena ir ver!), transformaram-na rapidamente numa espécie de íman que atrai estudantes, jornalistas... alguns deles e delas, ainda antes do discurso, “convocados” por essa coisa instintiva, bela e incontrolável, que é encantamento pela sua presença física.
Bem... na verdade nem toda a gente gosta dela. Há dias, uma alta funcionária do governo de direita do presidente Sebastián Piñera, Tatiana Acuña Selles (ligada ao Min. da Cultura), durante um momento mais tenso das gigantescas manifestações estudantis e da contestação pública à política do “seu” governo, perdeu a cabeça e gritou para alguém: «Matem essa cadela!»
Ah... apenas dois pormenores:
1. A Camila Vallejo é militante da Juventude Comunista e filha de militantes do PC Chileno. Claro que poderia não ser... mas a verdade é que é!
2. Não há nos estatutos do PC do Chile nenhum artigo que obrigue, ou sequer aconselhe os militantes, sejam homens ou mulheres, jovens ou menos jovens... a serem feios.
Portanto e para resumir o que penso... a Camila é linda!
Linda como o seu sonho (activo) de um amanhã melhor.
Linda como Violeta Parra, a extraordinária “mãe” da música de intervenção chilena, que, mesmo sem a conhecer, lhe (lhes) dedicou esta cantiga, vai para cinquenta anos.
Linda como Mercedes Sousa, que aqui a canta de forma sublime.
“Me gustan los estudiantes
Porque son la levadura
Del pan que saldrá del horno
Con toda su sabrosura.

Para la boca del pobre
Que come con amargura.

Caramba y zamba la cosa,

Viva la literatura!”
(Violeta Parra)
(ler a letra completa aqui)
“Me gustan los estudiantes” – Mercedes Sosa
(Violeta Parra)


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Via do Infante – Luta? Qual? A que foi ao Festival da Eurovisão?


Mais uma vez, um protesto contra a introdução de portagens na única estrada viável para atravessar o Algarve, a A22, mais conhecida por “Via do Infante”.
Pelas tristes razões habituais, os organizadores do protesto conseguiram juntar apenas algumas dezenas de pessoas para, como estava previsto, fazer um cordão humano para momentaneamente cortar o trânsito na (quase totalmente) ruela urbana, cravada de semáforos, passadeiras de peões, bicicletas, gente a pé, habitações, estabelecimentos comerciais de onde entra e sai gente distraída e crianças a correr... pomposamente chamada Estrada Nacional 125.
Não vou pronunciar-me sobre a mais do que justa luta contra essas portagens. Aquilo que me prendeu a atenção numa das reportagens televisivas sobre mais esta acção de protesto, foi (como é costume) um pormenor.
Um jovem casal, instalado no automóvel, prestou-se a fazer algumas declarações para a jornalista de serviço. Diz ele:
- Com os aumentos de preços e impostos e cortes nos ordenados... esta nova portagem vem na pior altura...
- Portanto, vai participar no protesto – arriscou a jornalista.
- Não, não! Estou de férias...
Não é sequer original. O país está coalhado de gente desta “raça”. Estou certo de que se a luta dos utentes da “Via do Infante” for coroada de êxito, o jovem ficará muito satisfeito com o resultado conseguido por aqueles poucos “malucos” que vão para a rua com cartazes e palavras de ordem...
Assim como ficará muito satisfeito, como os da sua “raça” têm ficado ao longo de toda a vida, sempre que conseguir uma nova regalia, ou um aumento de salário, arrancados a ferros pela teimosia dos militantes comunistas, sindicalistas e outros, que desde muito antes do 25 de Abril dão o melhor da sua força, do seu tempo livre, do seu empenho e, muitas vezes, da coragem pessoal, para conseguir as “pequenas coisas” de que são feitos os avanços na História do trabalho e dos direitos dos trabalhadores. Quantas vezes, colocando-se na primeira linha para os despedimentos, prejuízo nas carreiras profissionais, etc.
Tudo isso enquanto os nossos “jovens casais” e milhares de seus semelhantes, vão ficando em “férias” eternas. Férias de convicções, férias de carácter, férias de verticalidade na coluna vertebral, férias da mais simples solidariedade...
De uma actividade, pelo menos, nunca tiram férias: sentarem-se nas esplanadas, ou murmurarem nos locais de trabalho... insultando os tais militantes comunistas, sindicalistas e outros, de tudo o que lhes vem à cabeça. Que “não querem é trabalhar, que vivem à conta do sindicato, que não passam de comunistas que querem é destruir as empresas e os empregos para poderem fazer mais manifestações com bandeiras negras e da CGTP, para aparecerem nos telejornais...”
Curiosamente, nunca vi um destes trastes recusar um aumento de salário, de subsídio de refeição, um melhor horário, ou seja lá o que que for... conseguido pela luta desses militantes que tanto desprezam.

America’s Cup – Nem tudo são rosas...


Dizem-me que a regata das não sei quantas, que agora passou por Cascais, é muito importante para o país, que dá uma boa imagem de Portugal, que é muito boa publicidade para as nossas exportações de vento... e tal...
Pronto. Até poderá ser... mas ter que ver, em apenas dois dias, as quatrocentas e vinte e sete repetições da mesma reportagem com barquinhos a correr, as meninas a aprender, uns tantos ricaços muito desportivos e felizes, mais uns tantos pobretanas quase tão desportivos e felizes quanto os ricaços, só por estarem ao pé deles, "snifando" os famosos perfumes do nosso "jet-set" e vendo os seus espalhafatosos barquinhos a correr... confesso que começou a dar-me voltas ao estômago.
Devo esclarecer que para mim, a vela, o mar, a aventura e a liberdade que poderiam encantar-me naquele desporto, não habitam estes eventos da moda. Mesmo assim, para além das imensas coisas boas que toda a gente parece ver naquilo e eu não, uma coisa, pelo menos, deu-me muito prazer. Um dos ricaços, direi mesmo o podre de rico Patrick Monteiro de Barros, estava feliz, contabilizando as paletes de euros que uma passeata daqueles barquinhos arrasta atrás de si... e, para minha grande satisfação, conseguiu estar um minuto inteiro a falar para a televisão sem tentar vender-nos a sua fantástica, seguríssima e maravilhosa central nuclear, que costuma ser o seu único e obsessivo tema.
Já a participação de sua excelência o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, nas declarações para a comunicação social presente, foi (pelo menos para mim) bastante confrangedora. O esforço de sua excelência o ministro foi notável, no sentido de realçar as tais vantagens para Portugal, a visibilidade, a boa imagem, essas coisas... mas quem olhasse com um pouco mais de atenção veria que os seus olhos estavam literalmente marejados pelo grande desgosto de não o terem deixado participar na regata com um dos seus “submarininhos.