quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PS e PCP – Os “inimigos”?


«Não distinguir os inimigos sempre foi Fatal, apreciações à parte os camaradas quando se unem com a direita Gozam que se Fartam, é fartar vilanagem, tudo quanto sirva para derrubar o PS é bom. Já lá vão quase 40 anos e os camaradas ainda não deram pela QUEDA DO MURO. Vão ganhar as próximas eleições. Como sempre aliás».
Retirados uns acidentais erros de digitação, é este o teor de um comentário deixado no post que, em tom de simples brincadeira, aqui escrevi sobre o valoroso ataque ao poder “a la António Vitorino”, protagonizado por António Costa, escrito por um militante ou simpatizante do Partido Socialista, que se identificou como Miguel Lopes.
Constatamos assim que o Miguel Lopes, depois de ter engolido a cassete com a lengalenga da culpa do PCP na queda do demissionário Sócrates... ainda não conseguiu regurgitá-la... apesar do ridículo da música e da letra da cantiga.
Segundo o nosso comentador (mais picardia, menos picardia), o PCP escolheu o PS como “inimigo” principal... "aliou-se à direita"... e o resultado é o que se vê!
Portanto, se bem entendo, que fique para a História que foram os comunistas, e não Mário Soares (e o PS), quem conspirou com a CIA e Carlucci para a derrota da Revolução de Abril.
Que foram os comunistas e não Mário Soares (e o PS), quem conspirou com os sectores mais retrógrados e fascistas da Igreja Católica, com o apoio operacional de organizações terroristas e bombistas de extrema direita, para assaltar sindicatos identificados com os comunistas... e Centros de Trabalho do próprio PCP.
Que foram os comunistas e não o PS que, a nível governamental, fizeram alianças repetidas ao longo de décadas... mas sempre e só com o PPD-PSD e o CDS.
Finalmente... que foram os comunistas e não o PS, quem assinou famoso memorando com a troika.
Temos que admitir que para ter uma tal visão da História... é preciso ter uma “extraordinária visão”!
Agora a sério... resta uma singela pergunta dirigida a todos os “Migueis Lopes” desta vida:
Se, então, o PS não é “o inimigo”, e eu não digo que o seja, pelo menos nesses termos... quando é que , exceptuando honrosos casos pontuais e de natureza local... alguma vez foi o amigo?

História antiga


Vai para aí um enorme “sururú” nas redes sociais a propósito de um vídeo captado no recente acidente na A1, contendo imagens em que um GNR pontapeia um porco.
Claro que simpatizo com os defensores dos animais que se mostram ofendidos por essas imagens! Ainda assim, gostaria de chamar a tenção para uma realidade histórica incontornável, realidade que aconselha a que só depois de uma aturada investigação dos factos e motivações de ambas as partes envolvidas neste incidente... se tome partido por um dos lados.
É que, como é por demais sabido... sempre houve atritos e grandes problemas entre as duas raças!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

António Costa – O “nim” visto de fora...


O meu apreço pela gelatina limita-se praticamente à “Royal” e desde que seja com aroma de morango. Daí que qualquer alteração que o PS resolva introduzir quanto ao seu actual líder... para mim está muito bem.
Apesar de ter presenciado por muitas vezes o ódio cego com que destacados “socialistas” se referem a alguns dos meus amigos, não me move nenhum desamor personalizado em relação aos novos ou futuros dirigentes daquele partido.
Quanto aos do passado... citando Ary dos Santos, «o passado é já bastante, vamos passar ao futuro».
Sei que tenho alguns leitores cujas simpatias vão para aquele campo político e esses, sim, estarão justamente preocupados nesta hora, com a convulsão provocada pela ameaça de tomada do poder por parte de António Costa que, ao que parece, para já pretende apenas manter o cargo na Câmara lisboeta... e contribuir para a “unidade”.
Todos estão no seu direito. Costa, no direito de tentar ou desistir. Os membros e simpatizantes do seu partido, de preferirem Seguro, ou Costa. Seguro, de fazer qualquer coisa “violenta”, como é seu timbre.
Seja como for, não venha a dar-se o caso de António Costa decidir mesmo avançar, este post destina-se a ser uma espécie de aviso à navegação dos restantes frequentadores deste estabelecimento que, provavelmente, tão desinteressados quanto eu, sobre qual o nome que se segue na liderança do PS, tendo apenas, tal como eu, alguma espectativa quanto à possibilidade de aquele partido voltar a ser dirigido por um vertebrado... possam, a dado momento, não ter presente o facto de um se chamar António José Seguro e o outro, António Costa.
Se isso acontecer, quero dizer, se não conseguirem destrinçar a confusão entre “antónios”, façam-me o especial favor de não tentarem distinguir os dois pela cor. Pela vossa saúde... e a bem da “saúde” da caixa de comentários (aqui e a seguir no Facebook)!
Em caso de absoluta necessidade e se vos falharem de todo os nomes, digam que um é “muito branco” (alvar, mesmo...) e que o outro é “apenas um pouco menos branco”... e esperemos que tudo corra pelo melhor.
Obrigado!

Regresso aos mercados – Uma parábola de colectividade de província


O mais bem falante rapazote “neoliberal” lá da vila, a quem nunca ninguém conhecera um emprego digno desse nome, candidatara-se ao lugar de presidente da “Sociedade Euterpe Arronfilhense”, de Arronfelhas do Vouga, com promessas espampanantes que agradaram à maior parte dos poucos sócios que se deram ao trabalho de ir votar.
«Temos que subir o valor das quotas! Acabaram-se as mordomias e os privilégios no bar: os sócios não têm direito a desconto nenhum! Se querem ter os cachopos a estudar na banda... paguem as aulas, os fardamentos e os instrumentos! Vamos entregar o património da colectividade à iniciativa privada! Vamos refundar a colectividade!»
Como já disse... houve quem gostasse (há gostos pra tudo!) e acreditasse na sua voz de barítono e ar de manequim da loja "O universo da moda", situado na rua principal da vila.
Entretanto, o maior problema da colectividade era o facto de uma grande parte dos sócios já não caber no salão de festas, problema que a nova direcção resolveu, à socapa, mandando exterminar uma quantidade indeterminada de sócios. Uns à míngua de medicamentos, outros em acidentes estrambólicos a caminho dos cada vez mais longínquos hospitais, outros forçados a emigrar em segredo, etc. Fizeram-no (assim como os restantes sacrifícios) protegidos pela cortina de fumo provocada pelos elogios de colectividades estrangeiras e pelo retumbante sucesso de um inesperado “regresso aos mercados” para comprar a crédito uma aparelhagem sonora para os bailes, a nova máquina de café e um computador para o gabinete da direcção.
Os sócios, que finalmente viram a lotação do salão de festas miraculosamente “aumentada”, aumento comprovado pelo facto de já lá caberem "todos", andaram numa felicidade que só visto... até ao dia em que começaram a dar pela falta de alguns conhecidos, amigos, familiares... ... ...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Trogloditas




Começa a ser evidente que os partidos de direita estão a rebentar pelas costuras... pelo menos as secções onde estão organizados os trogloditas, ou “grutamontes”, como diria o Fanhais.
Se ainda há dias vinha à ribalta o grunho laranja que, para além de outras pérolas, também afirma, neste texto, que os idosos são a “peste grisalha”, chega agora a notícia de outro grunho que já só teve lugar no PS, sendo até candidato à Câmara de Matosinhos, o troglodita António Parada, que defende, sem pestanejar, o fim do ensino obrigatório até aos 18 anos, decretando doutamente:
"eu acho que os jovens devem ser apoiados pelo estadoapoiar aqueles que tem aproveitamentoaqueles que não têm...  aos 14 anos é mandá-los trabalhar"
senhor António Parada tem realmente qualquer coisa ostensivamente parada entre as orelhasResta saber se é irrecuperável





Blogs do ano – 2012... e pronto, a coisa lá chegou ao fim!



Chegou ao seu termo a brincadeira despretensiosa em que se decidiu votar os blogs do ano 2012, em variadíssimas categorias. Alguém por mim (quando soube já a votação ia a meio) decidiu inscrever o “Cantigueiro” na contenda.
E pronto! Verifico com agrado que houve um número interessante de amigas e amigos que se deram ao trabalho de passar por lá, votando teimosamente no “Cantigueiro”, até o terem feito ficar em primeiro lugar na categoria “Actualidade política – Blog individual”.
Para além das explicações que são do foro da amizade, identificação política, musical, etcetc... isto vem mostrar que o concurso teve lugar num período em que o tempo esteve uma verdadeira miséria.
Estivesse lá fora uma temperatura gloriosa, um sol radioso a convidar a passeios ao campo ou dias passados na praia... e outro galo cantaria! Mas isto sou eu a empatar até chegar à palavra mais importante deste texto... por mais que o concurso seja apenas uma brincadeira entre amigos:
Obrigado!
Adenda: Obrigado também ao “Aventar”, pela ideia, pela trabalheira... e pela pachorra de levarem a coisa até ao fim, apesar dos destemperos de alguns que se levam demasiado a sério.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Arménio Carlos - A ponta do iceberg


Em nome do sentido de humor e, em casos extremos, da liberdade de expressão, aos humoristas quase tudo é permitido. O diacho é que Arménio Carlos não é um humorista!
Desconheço o enquadramento exacto em que terá proferido a frase de que se fala, referindo-se ao filho da puta do energúmeno da troika que para além dos crimes que vem implementar no nosso país ainda se dá ao desfrute de tecer comentários sobre como o país se deve conduzir e de como os portugueses devem ser governados (eu sei que já devia ter usado pontuação... mas, se o tivesse feito, teria escrito mais não sei quantos insultos ao ≠÷ßæ ‹π„¯±§≠‰æß ¥ æߡ˙©¯ da troika.
Recapitulando, parece que o Arménio Carlos, querendo fazer uma piada com as “prendas” dos “reis magos” e as “prendas” da troika e sabendo-se que um dos “reis magos” era, segundo a lenda, portador de uma pigmentação de pele muito bem capaz de indiciar a sua provável origem africana...  Arménio Carlos, como ia dizendo, não tendo as artes dos humoristas, para embrulhar isto tudo num texto de artísticos sub-entendidos capazes de arrancar um sorriso aos presentes... identificou-o como sendo o “o rei-mago escurinho do FMI”.
“Fez mal!” Arménio Carlos tem, infelizmente, que ter sempre a noção exacta de que dirige uma organização que é profundamente odiada.
Esse ódio pode ver-se nas piadolas, ou ataques cerrados de que foi imediatamente alvo nas redes sociais, em blogues de direita, ou naqueles outros onde existem alguns elementos que exibem um ódio ainda mais cego ao comunismo, à CGTP, ao PCP e, por inerência, a Arménio Carlos... onde se “rasgam as vestes” pela esquerda, mas onde tenho lido as coisas mais tremendas ao logo dos tempos e a propósito de outras situações, coisas que fariam corar alguns autores do “Blasfémias” ou do “31 da armada”. Peças “literárias” mais dignas dos henriques raposos”, dos “ruis ramos”, ou dos albertos gonçalves desta vida.
Passou-se rapidamente ao paroxismo. Um qualquer imbecil, num desses blogues, dada a “ausência de demarcação” de Mário Nogueira, dirigente da FENPROF, presente quando das declarações “racistas” do terrível “estalinista”... já quer mesmo “saber se as nossas escolas estão a ser dirigidas por bandos de racistas”.
Foi uma oportunidade em cheio! Como os porcos, sozinhos, não conseguiram desviar as atenções o suficiente, este deslize involuntário, provocado não por qualquer laivo de racismo (nem os que o acusam acreditam nesse disparate!), mas por uma deficiente construção de uma piada... conseguiu empurrar as razões da manifestação dos professores e as suas lutas para segundo, terceiro, quinto plano.
Uma oportunidade destas, tanto uns, à direita, como os outros, na tal “esquerda”, nunca desperdiçam... e a comunicação social chama-lhe um figo.
Como se vê, a infeliz meia vara de porcos que estorvou um pouco a manifestação... é apenas uma pitoresca ilustração da ponta do gigantesco (e esse realmente porco!) “iceberg” que se move por aí... ameaçador.

Adenda: Para o caso de alguém não ter entendido completamente aquilo que acabo de escrever, quero aqui deixar a minha total solidariedade com o Arménio Carlos... e dizer que assim, à vista desarmada, também me parece que o senhor Abebe Selassié, de entre os três “reis magos” da troika... é o mais escurinho.
Digo-o com o à-vontade de quem, como facilmente se poderá verificar, admira quem quer que seja admirável... seja escurinho, clarinho, amarelinho, vermelhinho, às risquinhas azuis, às pintinhas verdes...

Jaime Neves – Uma grande injustiça



Acho normal que os inimigos de Abril, como o pascácio Passos Coelho (e mais alguns que sobre o assunto se abstenham violentamente), teçam rasgados elogios ao ex-comando Jaime Neves na hora da sua morte. A memória do militar que tão activamente participou no vitorioso golpe militar de 25 de Novembro, contra o 25 de Abril, deve ser-lhes muito grata.
Quanto aos membros da família e amigos chegados, a questão nem se coloca. Estão de luto, como todas as pessoas que estão de luto.
Seja como for, se era para enaltecerem a memória do militar recorrendo aos feitos de que mais se orgulhava... acho uma enorme injustiça que os vários epitáfios elogiosos não incluam os crimes de guerra, os massacres contra crianças mulheres e homens indefesos... esse tipo de “glórias”.

Para acabar, uma contribuição literária/musical: a parte final de um texto de uma cantiga do Zeca que, como bem se sabe, sempre "admirou" o boémio comando "ultra".


Chame-se o Bufallo Bill

Chegue aqui o Jaime Neves

Para recordar Wiriamu,

Mocumbura e Marracuene

Que a cruz gamada reclama

de novo o Grão-Capitão

Só os meninos nazis

Podem levar o pendão

Mas não se esqueçam do tacho

Que o papá vos garantiu

Ao fazer voto perpétuo

De ir prá puta que o pariu.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Mónica Salmaso – “Até a vista se atrapaia, ai, ai, ai...”


Hoje temos uma recolha de folclore brasileiro (um colhido, como dizem por lá). É uma cantiga deslumbrante, muito bem acompanhada à viola por Paulo Freire, que chama para a cantar, uma cantora “boa absurdo!”, segundo as suas palavras.
E é mesmo “boa absurdo”! É a Mónica Salmaso, cuja preferência pela cultura, pela música de recolha, a música mais comprometida com a qualidade literária, embora não a impedindo de ter um vasto público, não se pode dizer que lhe tenha aberto as portas do estrelato. Dá gosto ouvir correr a sua voz. Dá gosto ouvi-la ousar “falar errado”... coisa que repugna a tantos intelectuais de pacotilha.
Quanto à cantiga, o Cuitelinho” (beija-flor)... que diacho se pode dizer de uma coisa assim doida de bonita?
Espero que vos chegue ao peito, que como a letra diz no final (sim, é preciso ouvir até ao fim!), «é onde o coração “trabaia”».
Bom domingo.
Cuitelinho” – Mónica Salmaso
(Popular – Recolha de Paulo Vanzolini e António Xandó)



sábado, 26 de janeiro de 2013

Um “número” de forças combinadas...


Os porcos, cada qual à sua maneira e segundo as suas competências, atrasaram e prejudicaram a manifestação de professores marcada para Lisboa.


Álvaro Beleza – Quero um!



Enquanto continuam a chegar às redacções (ou ditados, conforme os órgãos de informação) notícias sobre a “aceleração” de Seguro, aquilo que retenho, já que não tenho a menor intenção de me imiscuir (obrigado a “Tozé” Seguro por me dar a oportunidade de usar a palavra “imiscuir”!) na vida interna do PS... é outra figura: Álvaro Beleza!
Álvaro Beleza veio defender a extinção, perdão... a “reformulação” da ADSE... e teve meio PS a dar-lhe na cabeça e a desmenti-lo.
Álvaro Beleza veio à comunicação social garantir que o Congresso do PS será antes das autárquicas... e, afinal... “qual é a pressa?”, sim... “qual é a pressa?”... sendo que é bem capaz de ainda acabar por ser mesmo.
Está decidido! Se algum dia fundar um partido... a primeira medida será arranjar um “álvaro beleza” destes! Dá uma grande trabalheira no dia a dia, é certo... mas o exercício faz bem e a boa disposição no trabalho (não confundir com “alegria no trabalho”) é uma coisa inestimável.

Vital Moreira – Bravo! Bravo! Muito bem! Bravo! Bravo!! Bravo!!!!



Enquanto cresce a desconfiança generalizada sobre o carácter “martelado” das contas do governo de Passos/Portas, nomeadamente quanto ao défice.
Enquanto se vai desmontando a tremenda peta relativa a qualquer mérito do governo e de Vítor Gaspar (ou qualquer mérito... ponto final!), no que respeita ao festejado “regresso aos mercados”.
Enquanto se reafirma a certeza de que, ainda que houvesse alguma meta atingida, isso teria sido conseguido criminosamente, à custa do sacrifício dos explorados... e, como sempre, para gáudio (e lucro) dos exploradores.
Enquanto tudo isto, claro que há sempre vozes prontas a aplaudir. Ou por convicção fanática da bondade desta política “talibã”, ou porque são bem pagas para o fazer. Em artigos de opinião, comentários televisivos, blogues, facebook... aonde calha.
Não é de admirar... e espera-se que essas vozes venham da área política mais radicalmente neoliberal dos partidos do poder.
“Maravilhoso” é que o texto mais sucinto no seu escancarado entusiasmo venha de Vital Moreira... num post em que lambe o governo de Passos Coelho de cima a baixo e pela frente e por detrás... acabando numa festiva frase: «Reconheçamos o mérito a quem ele é devido».
Quem ainda se admira, levante a mão! Vá lá... estou a ver... uma... estou a ver uma... ... duas, duas, já há duas... ... três, com aquela senhora com ar distraído... três, três... três... há mais? Três... e dou-lhe uma... e duas... duas e meia...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Roda viva – Quem não anda?...


“Os saltimbancos” e “Roda viva”. Duas obras teatrais que viram a luz do dia em tempos turbulentos no Brasil. Ambas têm a marca de Chico Buarque. A primeira, que ele adaptou para português a partir do texto original de Sergio Bardotti e música de Luis Enríquez Bacalov, a que acrescentou mais umas músicas da sua lavra. A segunda, a sua primeira peça teatral, escrita em 1967, com uma canção-tema com o mesmo nome da peça.
“Os saltimbancos” é um musical infantil, que aborda subtilmente a luta de classes, através da estória de um burro, um cão, uma galinha e uma gata… todos contra o “Barão”, o inimigo dos animais.
É impossível igualar a maravilha que foi o elenco original, com Pedro Paulo Rangel e Grande Otelo, as jovens Marieta Severo, Miúcha, Bebel Gilberto (filha de João Gilberto e Miúcha), Sílvia Buarque (filha do Chico e da Marieta), Isabel Diegues (filha de Nara Leão e Cacá Diegues)… e por aí fora.
Quanto à “Roda viva”, essa fiou mais fino! Com um elenco inicial composto por Marieta Severo, Heleno Prestes e António Pedro, teve uma primeira temporada de sucesso. Depois… veio a borrasca.
Já com Marília PeraAndre Valli e Rodrigo Santiago, o espectáculo começou a estar na mira do CCC (Comando de caça aos comunistas), que por duas vezes invadiu os teatros durante a representação, espancando os artistas e destruindo todo o material. Acabou proibida!
Dando um salto de quase cinquenta anos, para Montemor-o-Novo, o meu filho mais “recente”, de sua graça Paulo, decidiu trabalhar com alguns muito jovens rapazes e raparigas montemorenses, numa produção da Associação Theatron, fazendo uma versão muito livre do texto de “Os saltimbancos” (sem as canções), juntando-lhe, a dado passo, a tal canção do Chico Buarque, “Roda viva”.
Levaram a coisa à cena numa das salas do Convento da Saudação, com o apoio do “Espaço do Tempo” do coreógrafo Rui Horta. Diz quem viu, que foi coisa fina. Eu também gostei… mas neste caso a minha opinião não conta lá grande coisa!
Estabelecidas as “distâncias” entre os muitos e célebres actores e cantores originais e a miudagem montemorense, constituída por (ainda) não-actores e não-cantores, aqui fica a “Roda viva”, que eu tive o maior prazer em alindar com uns sons que me pareceram adequados para a idade dos participantes, gravar as vozes de dez dos mais jovens elementos da Oficina do Canto, também de Montemor… e misturar tudo. Boa audição!



Pobre “tozé”!


Como é que se pode levar minimamente a sério um “líder” que, perante a séria contestação interna no seu partido, em vez de avançar para o confronto de ideias, finca os pés, agarra-se às ombreiras das portas, tenta sabotar a realização de um Congresso e a única ideia que tem para “combater” os opositores, é afivelar um sorrizinho indigente na cara... perguntando, repetida e idioticamente:
«Qual é a pressa?»
«Qual é a pressa?»
«Qual é a pressa?»
«Qual é a pressa?»
«Qual é a pressa?»

Infeliz!!!


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Japão – Um ministro fascista


Estas são as ideias do novo ministro Taro Aso, do governo recentemente empossado no Japão, oriundo da direita mais reaccionária e cavernícola.
A notícia nem tem por onde ser comentada! O energúmeno pertence a uma longa linhagem de imperiais canalhas que, e só para folhear a página da História mais recente, se aliou a Adolf Hitler... com os resultados trágicos que se conhecem.
É uma marca d’água! Sempre que esta estirpe de direita chega ao poder, seja em que lugar do mundo for... acontecem coisas “prodigiosas”.
Igualmente uma marca d’água é o facto de juntarem a hedionda canalhice à cobardia, como se pode ver pelas tentativas de “explicar melhor” aquilo que disse.
No caso – improvável – de o fascista japonês não saber como se faz esse "controlo da despesa", leia uns jornais portugueses. Informe-se. Enquanto não tiver coragem para fazer nada mais “radical”... baixe as pensões aos idosos para níveis de fome. Retire-lhes os transportes pagos para ir a consultas e tratamentos. Feche os centros de saúde que lhe fiquem próximos (uma viagem muito longa para um velho em estado crítico e em choque, pode ser decisiva). Limite o acesso às consultas e medicamentos. Desertifique as suas aldeias. Ponha os olhos em nós!

Mulas – Há-as para todos os gostos...




O destacado “socialista” espanhol e colaborador do FMI, Carlos Mulas Granados, não se poupou no rigor e na dureza, aquando da feitura do relatório encomendado por Passos Coelho ao mesmo FMI, e de que foi coautor, relatório destinado a justificar os cortes de (mais) quatro mil milhões de euros retirados aos bolsos e à vida dos portugueses. Isto, depois de rasgar publicamente as vestes em discursos contra a austeridade...
É nestas alturas que se vê que não é só em Portugal que há gavetas atulhadas de “socialismo”! Adiante...
caballero y nuestro hermano era também presidente de uma treta qualquer chamada “Fundação Ideias”, também ela assaz “socialista”. Ora, como isto tudo está pela hora da morte, o nosso amigo Mulas tratou de inventar uma amiga virtual, Amy Martin, uma “especialista” que assinava por ele resmas de artigos para o site da Fundação. Calculam os restantes dirigentes da dita Fundação (que agora o expulsaram da presidência) que o Mulas tenha, através desta fraude, pago a si próprio qualquer coisa como 50.000 euros da organização.
Pela minha parte, agradeço a notícia. Estas estórias, uma espécie de novas fábulas imorais, são sempre pedagógicas... mas na verdade não havia necessidade!
Nesta altura do “campeonato” já todos temos uma ideia bastante precisa sobre que tipo de canalhas é que pulula nestas organizações. Já temos uma imagem bastante nítida quanto à matéria de são feitos os bandalhos que vêm esticar o dedo a aconselhar baixas de salários, cortes nas indemnizações por despedimento, cortes em pensões de idosos, cortes nos subsídios de desemprego, no acesso ao ensino, à saúde, à cultura...
Estão devidamente identificados. Falta apenas (fazer) chegar a hora, como dizia uma cantiga que cantei muito, antes de Abril, “em que tenhamos ocasião de lhes pagar tanta atenção!”

Adenda:  Afinal, a falcatrua da escritora misteriosa não era para se abotoar, ele próprio, com o dinheiro... mas para pagar à esposa



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O homem que gostava de canções


“Festa de aldeia” – Álvaro Cunhal, in “Desenhos da prisão”

Quando no dia 13 de Abril de 1980 chegou a hora do grande comício de encerramento da 4ª Conferência da Reforma Agrária, em Évora, nem um ano tinha passado sobre o assassinato do “Casquinha” e do “Caravela” às mãos da GNR e a mando do Governo de Maria de Lurdes Pintassilgo, apoiado na lei criminosa de Barreto.
Já se tinha entendido que iria ser muito difícil defender a mais bela conquista do 25 de Abril... mas ainda assim, era o que faltava que se perdesse sem luta! Daí o lema da Conferência, “Defender a Reforma Agrária, prosseguir Abril”. Daí a redobrada importância do discurso que encerraria a Conferência e o comício, proferido por Álvaro Cunhal.
Eu tinha acabado de cantar algumas canções, duas delas (pelo menos) saídas do meu mais recente disco, editado no ano anterior. Palmas... sentei-me no grande estrado feito palco, a alguns lugares de distância de Álvaro Cunhal, que estava a escassos minutos de ir discursar para aqueles milhares de pessoas.
De mansinho, levantou-se e veio, sem dar muito nas vistas, sentar-se ao meu lado. Queria saber como estava a correr a “carreira” do meu disco. Gostava de várias das suas canções (não caiu na tentação de me dizer que gostava de todas!). Deu-me algumas razões técnicas para explicar o seu gosto pela minha canção com poema do AryLlanto para Alfonso Sastre y todos” (a ligação da música com a letra, a cavalgada rítmica que eu tinha decidido compor, a forma de a cantar)... mas preferia, decididamente, “Ao alcance das mãos”. Para meu grande prazer enquanto autor, disse-me também porquê. Uma mão a apertar-me o ombro, a dar-me força... e foi para o seu lugar, praticamente no momento em que o seu nome era anunciado.
Um membro da organização, provavelmente daqueles (já me cruzei com tantos!) para quem os cantores, assim que cantam a última nota com que “abrilhantaram” a sessão para que foram convidados, deixam de ter qualquer utilidade ou interesse... não aguentou a dúvida que o “angustiava” e perguntou-me:
- O que é que o Álvaro tanto tinha pra falar contigo em cima do palco?
Uma das minhas razoáveis qualidades (há horas em que é um defeito) foi sempre a capacidade de responder a perguntas deste “género” com respostas por vezes insolentemente anárquicas:
- Estava a dar-lhe umas ideias para o discurso!
Não lhe dei tempo para “chegar lá” por si... tive pena do seu ar algo perdido e optei por explicar-lhe o que se tinha passado realmente.
Afinal, aquela figura carregada de História, de anos de heroísmo, de algum mistério e mais tudo o que sabemos... era, também, apenas mais um homem que gostava de canções!


Adenda: Entretanto, recebi esta prenda do Monginho (sim, o Monginho dos cartoons do Avante)... que sempre tem mais uma corzinha, como ele diz. Faz toda a diferença! O cartaz é da autoria do saudoso João Martins, outro cartonista, mas este de "O Diário".

Publicado em paralelo no "2013 - Centenário de Álvaro Cunhal"

João Cordeiro – Apenas mais um...



«Sei muito bem aquilo que posso fazer, o que não posso e o que me recuso a fazer. E – pode ter certeza – política é uma das coisas que me recuso a fazer. Não me entusiasma.»

Estas terão sido declarações do senhor João Cordeiro à “Visão”, em 2005.
O senhor João Cordeiro dirigiu, durante anos, aquele que é considerado um dos maiores lobbies da economia portuguesa, a Associação Nacional de Farmácias.
Ainda me lembro do tempo, nada distante, em que se acaso uma farmácia saísse das mão da família que a detinha havia gerações, o valor de trespasse do negócio que era anunciado, ainda que se tratasse de uma simples farmácia de bairro com três ou quatro funcionários, faria inveja a muitas médias empresas com cem ou mais trabalhadores e boas carteiras de encomendas.
À frente dessa poderosa máquina de fazer dinheiro, João Cordeiro notabilizou-se, nos últimos tempos, pelas guerras violentas que travou com o Partido Socialista. Desde Ferro Rodrigues, que lhe terá devolvido uma carta em que a Associação protestava contra a ideia da criação de farmácias sociais, pelo facto de esses “protestos” estarem alagados em insultos; passando pelas violentas trocas de galhardetes com o ministro da Saúde de Sócrates, Correia de Campos... até chegar ao próprio Sócrates a quem chamou publicamente «mentiroso e traidor»... o aguerrido Cordeiro foi dizendo do PS, dos seus ministros e dirigentes, aquilo que Maomé não ousou dizer do toucinho.
Notícia súbita... o senhor João Cordeiro é candidato à presidência da Câmara de Cascais!
Não! Não seria sequer notícia o facto de o homem aceitar um cargo político, depois de afirmar taxativamente que era uma coisa que se recusava a fazer. Isso é o pão nosso de cada dia... ainda que a “habilidade” de vir pretender, numa patética tentativa de justificar a "mudança", que o lugar de presidente de uma autarquia "não é bem política"... revele um pormenor de carácter que pode levá-lo ainda mais longe do que a anterior profissão ligada ao negócio da morte.
Não! Aquilo que realmente é notícia é o facto de o homenzinho se ter deixado convencer a ser candidato à Câmara de Cascais... exactamente pelo PS!
O que é indesculpável é que homenzinhos desta estirpe continuem, impunemente, a atirar gasolina para a fogueira onde arde a honorabilidade da nobre actividade política, no que ela encerra de sentido de serviço público, de dádiva de si aos outros. Actividade nobre que, por entre tanto fumo de corrupção, interesses e oportunismo, acaba por ter colado o rótulo sujo do “Eles são todos iguais!”... por mais injusto que isso seja para tanta gente honrada que entende a política como ela deve ser entendida, sejam autarcas ou políticos em geral que, manda a justiça e a mínima honestidade intelectual que se diga, podemos encontrar em várias áreas do espectro político-partidário e entre muita gente independente.
Isso é que é indesculpável! Quanto ao resto... é apenas mais um!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Carlos Peixoto – Declarações abaixo de cão... feitas em altitude



“O deputado do PSD Carlos Peixoto disse, esta sexta-feira, em declarações à Rádio Altitude, que quem admite um casamento homossexual pode também vir a aceitar o casamento entre irmãos, primos directos ou pais e filhos.”
Estas declarações do rapazola que se vê na imagem, a fazer fé na notícia, colocam várias questões. Por exemplo:
Se é sabido que a “altitude” torna o ar mais rarefeito, fenómeno que pode ter resultados funestos a nível respiratório, cardiovascular e cerebral... não sabia que a “Rádio Altitude” estava num lugar tão vertiginosamente alto. Só isso explica que o senhor deputado do PSD tenha “incestado” um chorrilho de asneiras tão tremendo.
Ou então, a coisa nada tem que ver com a altitude... e o senhor deputado limita-se a ser um parvalhão, capaz de dizer estas mesmas asneiras ainda que estivesse abaixo do nível do mar.

Obama – O “culambismo” em directo...


Diz uma das notícias sobre a tomada de posse de Obama, que ele está decidido a «apoiar a “democracia” desde a Ásia a África, das américas ao Médio Oriente»... frase que me faz lançar a primeira dúvida:
Eles terão assim mesmo tantas bombas, tanques, navios, aviões e soldados?!
Adiante! É uma velha questão de filosofia política. Quem é mais culpado? Aquele que, pela primeira vez na História da Humanidade, delimitou uma parte do território, até aí sem donos, declarando “Este território passa a ser exclusivamente meu!”... ou todos os restantes que o ouviram e aceitaram a imposição daquela nova realidade... sem luta?
Ao ver o grau de subserviência acrítica com que todas as nossas televisões fizeram “directos” da tomada de posse de Obama, dos seu discurso, da nova franja de Michele... voltando a repetir-se tudo nas aberturas dos telejornais, com comentários, análises e toneladas de “graxa ao cágado”... não posso deixar de me colocar, de novo, a tal velha questão.
Quem é realmente culpado pelo facto de os EUA se sentirem – e bastantes vezes serem de facto – os polícias do mundo?
Ainda fiquei para aqui a fantasiar sobre como seria muito bem feito se eu pudesse “obrigar” os norte-americanos a ver o vídeo da tomada de posse de Cavaco Silva... mas, pensando bem, isso seria, para além de uma enorme crueldade da minha parte para com pessoas que, na sua grande maioria, nunca me fizeram mal algum... uma retaliação bastante desproporcionada em termos de violência visual.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

E continua a “campanha eleitoral”...


Amigas e amigos...
Cá estou eu, novamente, a maçar-vos com esta “vaidosice” da votação do “Cantigueiro”!
Mas cos diachos... já que muitos de vós se deram à trabalheira de me deixar colocado em 2º lugar na primeira fase da votação, indo portanto à fase final... atrevo-me a voltar ao assunto.
Estão abertas as votações da fase final, que decorrerão até ao fim do próximo sábado, dia 26.
Quem tiver pachorra para tanto, pode dirigir-se a esta página, onde poderá votar. Estou na categoria Actualidade política – Blog individual”.
Quando lá chegarem e depois de votarem no “Cantigueiro” – caso seja essa a vossa escolha – podem aproveitar a viagem para votar noutros blogs, nas várias outras categorias.
Importante: Cada pessoa pode votar várias vezes, desde que seja apenas uma vez por dia, até ao final do renhido e tão concorrido “acto eleitoral”, no próximo sábado.
Se perder, prometo não me lamentar muito! Se ganhar, prometo não fazer nenhum discurso... bom... pelo menos prometo que não será longo. :-)
Abreijos colectivos!