terça-feira, 11 de agosto de 2020

Era uma vez um jardim…



“É uma canção para as crianças que nascem e vivem  
Entre o aço e o betão, entre o cimento e o asfalto 

E que, talvez, nunca venham a saber 

Que a Terra era um jardim.”


Começava (e começa) com este texto falado, uma canção do Moustaki que me tocava particularmente e seria mesmo a preferida de todo o álbum de 1971, “Il y avait un jardin”, não fosse o caso de a faixa 5 do lado A ser a “Marche de Sacco et Vanzetti”.


E depois continuava…


“Havia um jardim a que se chamava Terra e brilhava ao sol como um fruto protegido. Não, não era nem o paraíso nem o inferno, nem algo já visto ou ouvido.

Havia um jardim, uma casa e árvores, com uma cama de musgo para se fazer amor… e um pequeno regato deslizando sem uma onda, vinha refrescá-la e seguia o seu curso.

Havia um jardim, grande como um vale, onde podíamos alimentar-nos em todas as estações sobre a terra quente ou ou sobre a erva gelada e descobrir flores que não tinham nome.

Havia um jardim a que se chamava Terra, onde cabiam milhões de crianças. Era habitada, então, pelos nossos avós, que o tinham recebido dos seus próprios avós.

Onde está esse jardim onde poderíamos ter nascido e vivido despreocupados e nus? Onde está essa casa com todas as portas abertas, que eu procuro ainda e que nunca encontro?”


Desculpem a “tradução” às três pancadas… e ouçam.



Il y avait un jardin

(Georges Moustaki)



 

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