segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Eixo do mal, João Galamba... e os marxistas que “começam” a ter razão



De vez em quando vejo o “Eixo do Mal”. Para quem não está familiarizado com os programas de entretenimento político da SIC Notícias de Pinto Balsemão, o “Eixo do Mal” é um espaço de comentário político e social, de pendor humorístico, aqui e ali, e grande salganhada, quase o tempo todo. É moderado por Nuno Artur Silva, alma das “Produções Fictícias”, um jovem adulto que produz coisas que se farta. O painel de comentadores é constituído por Daniel Oliveira, jornalista e do BE, Pedro Marques Lopes, uma espécie de neoliberal fanático do PSD, Clara Ferreira Alves, uma senhora palavrosa e literata, que ainda não percebeu bem se, nesta altura do campeonato, lhe convém mais defender Sócrates e o PS, ou ser contra Sócrates, mas a favor do PS, se contra Sócrates e PS. O ramalhete é normalmente completado por um irado e atabalhoado Luís Pedro Nunes, sempre de braços abertos no ar e que quando fala metade do que diz não se percebe, o que é uma grande sorte se considerarmos que a restante metade são asneiras...só que alguma coisa tem “a seu favor”, para ter sacado o lugar de director do suplemento humorístico do Público, o “Inimigo Público”.

Na última madrugada de sábado para domingo, já me “parabenizava” pelo facto de o “humorista” do Público estar ausente, quando me apercebi de que era cedo demais para festejar. Luís Pedro Nunes tinha sido substituído por um convidado especial, o deputado do PS João Galamba, um extraordinário exemplar de fanático de Sócrates, na forma trauliteira.

O programa em si, não teve um interesse por aí além... mas o jovem deputado não defraudou as minhas expectativas e, entre muitas pérolas, saiu-se com duas frases que, espero, fiquem no seu currículo.

A primeira, mostra até que ponto o PS abandonou a ideia de uma Economia enquanto ciência social ao serviço dos povos, para abraçar o mais abjecto “financeirismo”, ao serviço daqueles que exploram os mesmo povos. Enquanto tentava convencer os presentes de que estava muito solidário com os portugueses roubados pelos vários apertos de cinto que culminaram neste PEC III e que estava ciente (quem não está?) de que estas medidas vão trazer a recessão, mais desemprego e degradação da situação dos portugueses, disse com ar sério: «É um orçamento economicamente desastroso, mas financeiramente necessário!»

A segunda é um verdadeiro prodígio que mostra bem até onde pode descer a honestidade política e subir a falta de vergonha... uma frase que nem sei como comentar e que cito de cor, mais palavra, menos palavra: «A tragédia disto tudo é que tudo isto começa a dar razão aos marxistas...»

11 comentários:

São disse...

Também ouvi ...e também fiquei assim, boquiaberta!

Boa semana para vós.

Maria disse...

Eles sabem. Aliás, sempre souberam...

Abreijo.

do Zambujal disse...

Porreiro, pá!... como diziam os outros.
Os marxistas têm razão! E atéos anti-marxistas, mesmo os viscerais, reconhecem-no.
O que, dialecticamente (?!), se torna ainda mais perigoso.
Valha-lhes S. Keynes!

Um abraço

Bruno disse...

Este momento (incluindo os comentários) dará (talvez) uma visão interessante sobre o deputado João Galamba:

http://autoridadenacional.blogspot.com/2010/02/para-que-nao-passe-em-branco-denuncia.html

...

Antuã disse...

Eles são o eixo do mal.

Fernando Samuel disse...

Grande tragédia, de facto... se os marxistas começam a ter razão, onde é que isto vai parar!...

Um abraço.

Graciete Rietsch disse...

Por isso eles têm tanto medo e atacam tanto os marxistas.

Um beijo.

maia disse...

O nome vem de quando "eles" pensavam que Marx não tinha razão.
Agora, que começam a aceitar a razão de Marx, como irá chamar-se o programa?
Grande tragédia, de facto!
O Eixo do Humor ou do Ridículo?

Suq disse...

Muamba rima com galamba?

Anónimo disse...

caso não saibam ps e psd tambem sao partidos marxistas, pelos menos assim está nos seus estatutos. marxismo nao é sinonimo de comunismo...

Anónimo disse...

«É necessário recuperar as finanças, para que depois se possa recuperar a economia, e mais tarde a sociedade..» Salazar