terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dilma Rousseff – Rescaldo eleitoral em três andamentos




Depois de ter enfrentado uma violentíssima campanha levada a cabo pelos maiores órgãos de comunicação brasileiros, campanha a que, de forma parola, se juntaram as televisões e alguns jornais portugueses e que teve até a ruidosa participação do mais conhecido comissário político da direita mundial, o Papa católico, a Presidente Dilma Rousseff avança para aquilo que se espera venha a ser um governo que aposte no progresso do seu país, mas com as pessoas em primeiro lugar. De qualquer modo, o que me apetece escrever é uma espécie de rescaldo das eleições, por cá... e em três andamentos.

Primeiro andamento: Uma teoria da conspiração

A partir de uma informação surripiada ao “Anónimo do Séc. XXI”, fiquei a saber que «Neste segundo turno, a grande conquista foi a militância dos partidos de esquerda ter ido pra rua, fazer a diferença na eleição. Assim como a participação do povo, que diante da tentativa das forças conservadoras de voltar ao poder, encarou a campanha e assegurou a vitória da primeira mulher presidente do Brasil». Isto é uma afirmação de Xico Lopes, deputado federal do Partido Comunista do Brasil… o que me faz suspeitar fortemente de que esta coisa dos “Franciscos Lopes” é uma espécie de seita criada pelos comunistas, destinada a espalhar pelo mundo estes perigosos “deputados” apostados em fazer a cabeça em água às “pessoas de bem”.

Segundo andamento: Crítica de televisão

Podia falar da enxurrada de opiniões, análises, debates e derivados, que assolaram os nossos canais de televisão e jornais com baboseiras sobre Dilma Rousseff e a sua eleição, mas escolho a TVI 24 e uma mesa de “comentadores” moderados por um “jornalista”, por ter os ingredientes todos, a saber:

A sobranceria colonial – O “jornalista” Pedro Pinto, perguntando a um dos convidados, oriundo da América Latina e cujo nome não fixei: «Na América Latina estas cerimónias dos discursos de vitória e derrota eleitoral, são sempre assim, tão caóticas e mal organizadas?»

O ressabiamento fascistóide – O comentador de ultra direita, João Pereira Coutinho, babava ódio, enquanto ia enumerando as promessas eleitorais do PT e Dilma, acrescentando a cada uma um rosnado e ameaçador «é bom que seja verdade!!!»

A grande “isenção jornalística” – Num momento em que o fascistóide Pereira Coutinho assinalava um dos únicos aspectos positivos, para si, do discurso de Dilma, dirigiu-se directamente ao “jornalista moderador”: «Ela agradeceu até aos eleitores que não votaram nela. Está a ver o Hugo Chavez a fazer isto?» E o “jornalista” Pedro Pinto, com a cara "inteligente" e arrogante com que diz quase tudo, peremptório: «Claro que não!!!»

Terceiro andamento: Análise político-económica:

A dado passo do seu discurso, Dilma Rousseff disse que vai entrar em funções numa altura em que as economias dos grandes países estão atravessando enormes dificuldades, logo, o Brasil não poderá contar com essas economias para ajudar ao desenvolvimento da economia brasileira. O Brasil terá que ter políticas económicas próprias, viradas para a produção nacional, para o fomento do seu consumo interno, do amento do nível salarial dos cidadãos em geral, da criação de milhões de postos de trabalho...

E aí pensei eu: Nããã!!! Isto é mesmo coisa de brasileiro! É no que dá tanta cachaça e samba! Apostar em políticas próprias, na produção, no desenvolvimento e consumo interno e no emprego?!!!

Ou será que afinal os “génios” que nos governam, de cócoras perante as grandes economias mundiais, governando para “os mercados” e aplicando ao país orçamentos recessivos... afinal não passam de lacaios ao serviço do capital sem pátria?

9 comentários:

jrd disse...

Duas cloacas fétidas ao nível do caneiro de Queluz.
Ficaram de "beiça" e tiveram um 'volvo'.

Maria disse...

Espumaram de raiva os apoiantes de Serra, do lado de lá. Vestiram-se de luto, eu sei lá.
Por cá ficam a fazer contas. Nem é preciso ser-se de esquerda para os perturbar. Basta 'parecer-se' de esquerda.

Abreijos com sabor a cavacas.

Maria disse...

Que o sabor dos abreijos anteriores não te perturbe - cavacas é um doce daqui da terra!!!!!

samuel disse...

Maria:

Já não perturba. Acabei por me acostumar, nos últimos anos, a conviver com esta minha contradição: gostar muito de cavacas. :-)))

Abreijo.

Luis Nogueira disse...

Boa, Samuel! Nunca as mãos te doam. Não haverá ninguém nesta (e noutras...) 4 capaz, já não direi, de inteligência, mas de um mínimo de cortesia, da tal cortesia que - é o caso - pode ser apanágio mesmo de cretinos deste calado?

Viva a Revolução

Luis Nogueira

Graciete Rietsch disse...

O que a Dilma poderá vir a fazer é que os enraivece. Espero que continuem enraivecidos.

Um beijo.

Antuã disse...

Os fascistoides andam irritados.

Fernando Samuel disse...

E é que não passam mesmo de lacaios ao serviço do capital sem pátria.

Um abraço.

Anónimo disse...

Quando estes esbirros nojentos ficam tão perturbados, ainda bem.Aquele alarve do Coutinho com ar de medricas borrar-se-ia todo ao primeiro susto. Tem um ar de "ai que me constipo". Um nojo. Escreve nojo. Como é possível que um jornal, qualquer que ele seja, dê um espaço a este monte de imundice?
Já não tenho palavras para o meu nojo.
Ainda bem que este blogue mostra e denuncia os lacaios do capital.