"O vendedor de passados" é um romance do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Nele, o protagonista, Felix Ventura, descobriu uma "janela de oportunidade" para um negócio brilhante, criar a partir do nada e vender aos novos-ricos, empresários, generais e afins, os passados que valorizem e abrilhantem e seu presente, de que a maior parte deles normalmente tanto carece.
Vítor Dias é um amigo, criador do blog "O tempo das cerejas", que faz parte das minhas leituras diárias. Vítor Dias está com um sério problema. Tendo vivido intensamente e activamente as lutas políticas e a militância que haviam de conduzir ao 25 de Abril e à liberdade, viu-se agora confrontado com escritos que relatam a grandiosa participação, reunindo, intervindo, escrevendo, colando cartazes (!), enfim... um passado de gloriosa actividade contestatária, de grande oposição ao regime, de confronto com a repressão e a PIDE, que colocam Marcelo Rebelo de Sousa, senão na vanguarda, pelo menos, vá lá... segunda fila... pronto, terceira fila das lutas revolucionárias.
Qual é pois o problema de Vítor Dias? Muito simplesmente o facto de tendo estado em todas as actividades que mencionei e em outras tantas que ele contará se quiser, não se lembrar de por lá ter encontrado o jovem futuro professor Marcelo.
Isto ainda há-de ser bem explicado um dia destes. Por enquanto fico com a impressão de que o genial negócio do José Eduardo Agualusa e do seu "amigo" Félix Ventura, tendo começado a esgotar o mercado africano, abriu um escritório em Lisboa e logo com um cliente de luxo para começar.
Nota: Se esta moda pega, o ministro Augusto Santos Silva vai ter que mexer na sua listinha dos 3 ou 4 nomes das pessoas a quem "realmente" devemos a liberdade.
9 comentários:
o mercado não tem limites
para a canalha
És incrível..... e sempre atento....
:))))
Abreijos
O próprio Marcelo devia ter vergonha na cara (coisa que sabemos que não tem nem nunca teve...) e não se deixar levar por estes caminhos.
Além de ser filho de um ministro salazarista, era afilhado de Marcelo Caetano...
abraço e páscoa feliz, Samuel.
Olá Samuel!!
Obrigada pela visita ao meu blog e agradeço apenas pelo facto de que não poderia ter tido a oportunidade de conhecer este blog, sem o teu beijinho lá no Caderno do Mau Feitio!!
vou seguir esses links do post um por um para ler tudinho...
Esta história está demais. Como tantas outras que se vão contando aqui e ali.
São "grandes" os intervenientes...
É sempre assim.
Beijinhos
Lisa
Subscrição Pública
Encontra-se aberta uma subscrição pública para recolha de fundos,afim de erguer um grossíssimo monumento ao professor e ditoso e lutador Marcelo Rebelo...Vaitazar!
Havia um cartoon (acho que era de Manta) com Americo Thomaz e Marcelo (não o antifascista mas o padrinho) em que os dois diziam qualquer coisa como: nós também queriamos participar (na festa de Abril) mas não nos deixaram. É o melhor documento de denuncia dos vira-casacas (ou democratas instantaneos) que pulularam logo no dia 26. Mas não há perigo porque a verdade é mais poderosa que todas as mentiras
Eles querem brincar com isto,para que,todas as barbaridades que a PIDE fêz, e as maiores vitimas, dessas barbaridades que foram sem dúvida os comunistas, fiquem diluídas nestas fantochadas, que eles inventam!
É um novo extretagema, para branquearem o fascismo, mas que deve ser combatido, por todos os meiospara que ninguém fique com dúvidas do que foi aquele regime Salazarento.
Abraço
José Manangão
Ex-antifaascista? Há lá maior brasão para um parlapatão?
No entanto, se o Marcelo-afilhado, filho de Baltazar Rebello de Souza (atenção à grafia), quiser testemunhas abonatórias, arranja-se. Por mim, não terei pejo em lembrar que numa reunião na sacristia de uma igreja ali à Calçada do Sacramento (acho que foi nesta... mas esta cabeça já não é o que era), muito muito conspirativa, eu estive na mesa, falei sobre a economia de então, e na assistência estava, estava sim senhor o jovem Marcelo, que também disse umas coisas no debate. O quê não me lembro (esta cabeça...)
Se for preciso...
Se não o podemos acusar de ter escolhido o pai, mais conhecido pelo "Baltazero" podemos responsabilizá-lo por se ter designado, ele próprio, como o maior prestidigitador deste "Tugacirco" em que além dos -estimáveis palhaços, pobres e ricos, começam emergir os "antifascistas serôdios", como os Silvas, os Sousas e o que por aí se vai seguir
Enviar um comentário