domingo, 6 de abril de 2008

E que tal abrir os olhos?





No meio da ressaca em que passei parte do Sábado em resultado da deliciosa noitada musical e de memórias que passámos no Coliseu de Sexta para Sábado, pousaram-se-me os olhos, que embora a necessitar de assistência ainda "acham" umas coisas aqui e ali, numa notícia que nos fala de uma iniciativa do Hospital do Barreiro.
Confrontado com uma lista de espera que se mostrava renitente (como sempre) em diminuir, com cerca de 600 doentes esperando por uma cirurgia aos olhos e com a "dificuldade" revelada pelos 7 médicos especialistas da casa em ultrapassar as cerca de 50 cirurgias num ano cada um, o hospital decidiu contratar um especialista espanhol que veio com a sua pequena equipa, alguns aparelhos que não temos cá e em 6 dias levou a cabo 234 cirurgias. Acresce ainda que os custos destas cirurgias é menor do que os custos "normais" do nosso sistema.
Como já tinha acontecido com a ida a Cuba de doentes da zona de Vila Real de Santo António, para serem operados com sucesso por equipas de cirurgiões do "terceiro mundo", segundo a simpática classificação do seu "colega" português e Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, figurinha algo pedestre e irrelevante, ao contrário do outro Pedro Nunes que tivemos e que era uma figura de dimensão mundial, o que fazem, a "Ordem" e alguma classe médica portuguesa? Felicitam a Câmara Municipal de VRSA ou o Hospital do Barreiro? Ficam corados de vergonha? Reagem, tentando melhorar os métodos de trabalho? Não!
Ficam indignados!!!
Também eu... só que por outros motivos. Aliás, nem sei que diga sobre o assunto, já que me parece que uma notícia destas se comenta a si própria.

11 comentários:

João Ricardo Vasconcelos disse...

É dificil comentar, de facto.
Sem querer generalizar, parece existir uma larga fatia da classe médica portuguesa que precisa de ser agitada. Atingiu-se um tal nível de corporativismo que em nada beneficia o utente do Serviço Nacional de Saúde.

Maria disse...

Eu não posso eu não devo eu não quero falar da classe médica, ressalvando que nem todos são iguais há uns mais iguais que outros...
Dizer que estou de acordo com o teu post, claro que estou. Pois então que venham mais espanhóis ou haja mais acordos entre CMs e Cuba....

E a propósito do Coliseu, ouviste a homenagem do Carlos Carranca aos "professores do meu país"? Sempre quero ver se "cortam" no que passar na rtp....

Abreijos

Fernando Samuel disse...

O nónio deste Pedro Nunes é outro: em vez de «mais rigor», menos dimensão humana...

jrd disse...

O Pedro Nunes (este) é vesgo e só vê para o lado que lhe convém i.é, para o lado da carteira.

Anónimo disse...

Este pedro Nunes não tem nada com o nónio. Este identifica-se com a carteira. Não importa a saúde das pessoas, a única coisa interessante é a sua barriguinha doutoral.

lino disse...

Isto não é novo. Na campanha do referendo acerca da IVG,no ano passado, vi contas que mostravam que num hospital português elas custavam entre 800 e 1200 euros cada uma, ao mesmo tempo que a responsável da Clínica dos Arcos as situava entre 375 e 475 euros, conforme a necessidade ou não de maior intervenção médica.

Anónimo disse...

Por alguma razão eles não se importam de viver nesta democraCIA!
José manangão

O Pinoka disse...

Caro Samuel,
A eles convêm-lhes nós vejamos cada vez pior. Não é de admirar.
Um abraço

fj disse...

Bela noite a de sexta :))
quanto à noticia, não devo comentar, aliás ela propria servirá de comentario.
Um abraço!

BlueVelvet disse...

Ficamos indignados, ficamos.
O meu pai, por exemplo, ou dá 800 contos para o operarem ou espera mais anos.
E isto em Lisboa!
Adoro a frase da maria, que eu também já uso: não devo, não quero, não posso.
Pois eu posso e critico.
Uns senhores que têm a mania que são deuses...
Abreijinhos indignados

GR disse...

Pois eu quero, posso e devo dizer; a maioria da classe médica quando começa a profissão é, humana e profissional. Após alguns anos, esquecem o doente e lembram-se que a sua profissão é, facturar!
“No Serviço Público é um atraso, na privada ficaria melhor. A saúde está em 1º lugar”
Abutres são o que eles são!
A política de Saúde é o que todos sabem. Mas há muitos médicos que a reforçam!

GR