As sanguessugas

Sobre este triste episódio do BPN, um brinquedo de luxo para ex ministros e ex secretários de estado laranja e outras cores ainda menos “chamativas”, deixarei as análises económicas e politicas, para quem sabe...

Assim, resta-me lançar ao ar umas dúvidas de leigo, aqui mesmo do meio da rua.

Quando é que se percebe de uma vez por todas que a actividade bancária não é para pôr nas mãos de aventureiros, aldrabões e jogadores compulsivos?

Quando é que se percebe de uma vez por todas que os banqueiros (haverá excepções?) que agora agrafam na cara um ar sério e compungido com o que se está a passar “com os outros”, são igualmente escroques, só que ainda não foram desmascarados?

Quando é que se percebe de uma vez por todas que Vítor Constâncio não merece nem uma pequena fracção da fortuna que ganha por mês no Banco de Portugal e que as entidades “reguladoras e fiscalizadoras” da nossa actividade financeira, estão infestadas, ou de agentes coniventes com as falcatruas... ou então de perfeitos incompetentes?

Podia ficar aqui a fazer perguntas até amanhã... mas prefiro chamar a vossa atenção para inaudita falta de vergonha na cara do senhor Fernando Ulrich, manda-chuva do BPI, que ao mesmo tempo que, na televisão, “apoiava” a nacionalização do BPN e o seu controlo pela CGD, já se chegava à frente para no futuro o comprar ao estado... “depois de resolvidos os problemas” (obviamente!...). Isto, certamente, com as costas quentes com avales do Estado, que permitirão aos bancos privados “adquirirem” mais dinheiro na banca internacional e, como se isso não bastasse, mais esta “pequena” injecção de dinheiro vivo (2.500 milhões) para se capitalizarem... se assim entenderem.

Termino com mais uma pergunta, esta sim, verdadeiramente “para o ar”.

Quando é que se percebe de uma vez por todas, que temos que escorraçar estas sanguessugas e os políticos que trabalham para eles?