quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

“Obamaníacos” – E duram... duram... duram...



Nas últimas horas os serviços noticiosos não nos dão descanso. À semelhança do que aconteceu há bem pouco tempo, quando o famoso “casal não sei das quantas” resolveu passear-se por tudo o que era Casa Branca, sem ser convidado, mais uma vez somos bombardeados com os pormenores de outro “penetra” que pôs a ridículo a segurança da casa que seria suposto ser a mais bem guardada do planeta.

De qualquer modo não é da patética incompetência da segurança de Obama que quero falar. O que me irrita é a cadência conveniente com que vão acontecendo episódios, desde alguns com gravidade até estes ridículos fait-divers, mas que acabam sempre por justificar o crescendo de paranóia securitária que os EUA acabam por conseguir impor aos seus cidadãos e ao resto do mundo, tornando a vida de milhões de pessoas numa devassa e num verdadeiro inferno, começando nos aeroportos, um pouco por todo o mundo.

Seguindo este princípio, aí temos aquilo a que eles chamam um reforço de segurança contra as ameaças terroristas, na forma de uma lista, agora bastante aumentada, de países de onde embarcar num avião, rumo aos EUA (e não só) passa ser uma odisseia ainda maior de incómodos e humilhações. A célebre e aumentada lista, como é evidente, inclui países como o Afeganistão, Irão, Iraque, Paquistão, Síria, Sudão, Argélia, Arábia Saudita, etc., etc., tendo agora, como seria de esperar, passado a contar com o Iémen.

Como vai sendo costume, deixo algumas perguntas para o fim.

1. O que raio está a fazer Cuba nesta lista de potenciais agressores dos EUA, como exportador e mentor do terrorismo internacional? Cuba??!!!

2. Até onde irá o ódio cego dos EUA por Cuba, sabendo-se que este já só pode ser justificado por uma consciência completamente apodrecida, infectada pela noção, evidente para todo o mundo, de que Cuba é que é vítima dos EUA, há décadas, desde o traste (e maior fraude da História recente daquele país) John Kennedy, até ao recente Nobel dos discursos e intenções? Até onde?

3. Quando é que os milhares de “obamaníacos” começarão a ficar sem pilhas, ou pelo menos, a perder um bocadinho do pueril entusiasmo com que aplaudem histericamente todas as frases de Obama, agora que já começa a ser tão claro que (salvo excepções) não passam disso mesmo? Frases. Muito bem alinhadas e declamadas... mas apenas frases! Quando?

4. Quantos desses futuros “obamaníacos” desiludidos passarão então a criticá-lo, começando por “como eu sempre disse...” as suas dissertações politico-filosóficas anti Obama? Quantos?

13 comentários:

vovó disse...

comentários para quê?... acertaste emcheio. até nas perguntas.

beijocassssss

vovó Maria

Maria disse...

Vá lá, ainda não descobriram armas de destruição massiva em Cuba...
Pois é, acertaste-lhe!!!!
Os obamaníacos que conheço continuam, até à exaustão, porque são cegos e surdos!

Abreijos

salvoconduto disse...

Tudo como dantes. Também eu no meu canto abordo um outro tema que demonstra exactamente o mesmo.

Abraço.

Antuã disse...

Quartel-gneral em Abrantes.

Miguel Jeri disse...

Já tinha lido aqui

La isla está entre los últimos lugares en la Tierra donde Al Qaida trataría de establecer una célula, y mucho menos planificar y lanzar un ataque terrorista. Sin embargo, Cuba está en la lista porque el Departamento de Estado aún considera que es -junto con Irán, Siria y Sudán- un estado patrocinador del terrorismo.

em http://www.cubadebate.cu/opinion/2010/01/05/cuba-no-merece-estar-lista-negra-terrorista/

Aproveito para sugerir que adicionem esse site, o Cubadebate, aos favoritos. É do melhor que por aí anda, com excelentes textos, notícias pertinentes e um layout muito agradável.

Abraços

Carlos Machado Acabado disse...

Os E.U.A. [a Beauvoir---que os conheceu bem através do seu singularíssimo romance com o Algren, um autor "socialmente generoso" de que gosto, aliás, bastante com todas as suas limitações e equívocos...---é que os "topava" à légua] são uma sociedade globalmente iletrada e profundamente neurótica que eu [e alguns mais] já desistimos definitivamente de entender.
Vivem, alimentando-se toda a Culpa que conseguem reunir, de um conjunto de vagos e invariavelmente absurdos clichés cultu(r)ais que constroem, por sua vez, a partir de uma série de fantasmas individuais e colectivos que nunca largam e que nunca se dão, tão-pouco, ao trabalho de explorar imediatamente abaixo da superfíce.
Esta basta-lhes para simularem colectivamente uma 'consciência' ou mesmo 'inteligência da realidade' que não têm---e é exactamente a essa ausência que chamam facilmente, entre eles, "cultura".
A "América" é, numa palavra, um gigantesco equívoco que se dotou, algures no Tempo, de uma Constituição e segue alegremente vivendo a ficção completamente improvável de ser um país.
Geram ou segregamn regularmente Reagans, Bushes e têm MacCarthy-es, Listas Negras, Vietnames, todo o Sul: têm pois, em geral, nem mais nem menos do que o que merecem...

Ana Camarra disse...

Deixa lá, um dia destes gastam as pilhas....

Já não os posso ouvir!

beijo

Justine disse...

Certeiro, conciso e desmistificador, o teu post de hoje devia levar muita gente a pensar duas vezes, ou até três...
Acordem, caramba!!

Pedro disse...

Realmente as notícias recentes já vão preparando mais paranóia com os ataques terroristas. Agora até já se fala menos da gripe A ( e tinha mesmo de ser porque senão haveria o risco das pessoas se afastarem dos centros comerciais nas compras de Natal) já está o caminho livre pra falar de pseudo-ataques ou pseudo-ameaças terroritas. Quem é que eles planeiam "libertar" agora? Realmente o terrorismo é uma invenção bestial!

Pata Negra disse...

obama ó que lindo obama
obama da terra inteira
o teu discurso é lindo
mas é tudo uma brincadeira

saiu-me o comentário em quadra?
ou foi das janeiras ou do sol de além tejo!
Um abraço sem imagem

Fernando Samuel disse...

Bom, muito bom texto.
Um abraço.

César Marrafa disse...

Na "mouche". Como sempre.
Estes atentados (?) vêm sempre a calhar...
Um abraço.

samuel disse...

Per tutti:
Os dias vão passando e o esfusiante “obamaníaco” entusiasmo parece esmorecer...


Abreijos colectivos!