O vício

Este foi um dia cheio de peripécias. Desde a inenarrável história da ambulância do bombeiro solitário, que mais uma vez vem mostrar que nós não entendemos nada do bom trabalho que o ministro da saúde está a fazer por todo o país, até ao "escândalo" com as declarações do Bastonário da Ordem dos Advogados, passando pela possível prescrição (oh! que admiração!) de grande parte das "alegadas" trafulhices e golpadas do BCP, etc, etc, etc.

Entre tantas escolhas possíveis a minha preferência vai para uma pequena história, que de tão corriqueira, ia passando despercebida. José Sócrates, há uns dias, quando lhe solicitaram que confirmasse a notícia do pedido de demissão do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomaz, declarou que não confirmava, negando objectivamente a "coisa". Hoje, perante a mesma pergunta, responde que sim e que a "tal coisa" já tem meses de existência.

A história da demissão do homem, se calhar nem interessa nada a não ser a ele próprio, que afirma estar no melhor dos mundos com o Ministro das Finanças e tal e tal... o costume. O que me espanta é que José Sócrates parece já nem "sentir" que mente, mente sempre, sobre tudo, a toda a hora.

Estou à espera do dia em que ele diga, ao meio-dia, que já são nove da noite, apenas por vício.