domingo, 13 de janeiro de 2008

Os Afilhados!





Palavra que preferia passar o Domingo a cuidar dos "bonsais", se os tivesse, ou a fazer ponto de Arraiolos, se soubesse... mas este assunto anda a enervar-me "por demais"!
O problema aí está novamente na ordem do dia e o Ministro "jamé" já começou a dar aos jornalistas aquelas suas respostas "chulas" que não querem dizer nada, tipo "mas quem é que lhe disse?...", ou "pode acontecer e pode não acontecer"...

Recapitulando, temos portanto um bando de indivíduos que gosta de se identificar como "Consórcio Lusoponte", para dar um ar de negócio legítimo, que "ganhou o concurso" para a construção e concessão da ponte Vasco da Gama. Até aí, tudo parece uma coisa normal. Só que, não fosse dar-se o caso de os lisboetas e seus vizinhos serem completamente tarados e por birra, decidirem nunca atravessar a nova ponte, esforçaram-se muito e lá conseguiram "convencer" o Governo a entregar-lhes de mão beijada a concessão da Ponte 25 de Abril. Mas ainda, prevenindo a possibilidade de os portugueses se tornarem loucos furiosos e desatarem a semear o Tejo de pontes, desde Vila Franca até ao Bugio, o governo garantiu-lhes por contrato que, em rigorosamente todas as "benditas" pontes que venham a ser construídas exactamente entre Vila Franca e Lisboa, nos casos em que por qualquer "descuido" a Lusoponte não ganhe os "concursos" para as construir, tem mesmo assim direito a uma percentegem do valor das portagens pagas por cada automóvel ou seja lá o que fôr que as atravesse!!!
Peço desculpa aos leitores mais sensíveis, mas isto parece um filme sobre domínio de territórios, discutido entre famílias mafiosas, pelo monopólio de tráfico de droga ou "protecção" de establecimentos... mas só que é com pontes!...
Num crescendo de "pretensa idiotia", no contrato com a Lusoponte o Estado está obrigado a "entregar-lhe" a construção da nova travessia do Tejo que, tudo indica, irá agora avançar, com o advento do Aeroporto de Alcochete...
Agora a parte que me enoja mais é que o homem que está sentado na cadeira do poder da Lusoponte, à espera que entrem, sem grande esforço (ou mesmo nenhum) todos estes milhões e milhões de euros, chama-se Ferreira do Amaral e era exactamente o Ministro que concedeu todas estas "prendas" à Lusoponte! Podia até ter estado sozinho nas reuniões e ter feito as assinaturas em ambos os lado dos contratos!
Como é que não acontece nada?

Pergunto eu que não pesco nada de leis e finanças:
Já que não é possível exigir ao engenheiro Ferreira do Amaral uma indemnização, pelos milhões em que o Estado foi (e será) roubado, não se arranjam por aí uns craques do Direito que ensinem ao Governo a maneira de anular este contrato, atendendo a que, pelo lado da Lusoponte isto não se tratou de um negócio mas sim de uma falcatrua e pelo lado do Governo de então, os governantes implicados, governaram-se bem mais do que governaram e em particular o ministro, estava já com um pé de cada lado, tirando "à farta" dos bolsos dos portugueses, para vir mais tarde a enfiar uma parte substancial directamente nos seus?

Pronto! Agora gostaria de passar um bom resto de Domingo, a recuperar desta neura... e desculpem lá o mau jeito. Se daqui a umas horas encontrar alguma coisa que me "anime", não me esquecerei de a partilhar convosco.

17 comentários:

Fernando Samuel disse...

Não acontece nada?: acontece que todos os grandes (médios e pequenos) negócios realizados têm uma história igual à que contas e com personagens gémeos: o ministro (ou ex-ministro); o amigo do ministro (ou do ex-ministro), etc, etc.- e dinheiro, muito, muito dinheiro: para o ministro (ou para o ex-ministro) e para o respectivo amigo...
E a coisa é já tão banal, tão corriqueira, tão intrínseca à prática governativa PS/PSD, que bem pode dizer-se que entrou no dia-a-dia das vidas deles.
Até ao dia em que...

Anónimo disse...

E depois as causas do Estado estar falido - são o numero exagerado de funcionários públicos, e os seus vencimentos!
Mas a estes senhores Ferreiras Amarais e outros que tais, não são exigidas responsabilidades, por estes roubos.
Penso que:- deixá-mos de ser uma Républica, passando a ser a Monarquia do PSD-PS CDS.
josé manangão

Luis Eme disse...

Também já tinha pensado nisso, mas como o dito cujo é do tal "bloco central", os donos da quinta, finge-se que não se passou nada!...

É um país vergonhoso.

O estupidamente jeitoso do Menezes, sempre pronto a pôr a boca no trombone,não falou ainda disto, porquê?

alex campos disse...

O que mais dói não são as trafulhices destes tipos. Penso que estamos a perder, e isso é que é gravíssimo, o poder de indignação. Nota-se uma indiferença geral perante toda esta situação.

vovó disse...

Alex Campos!
tem toda a razão.
abraço.

Leal Franco disse...

O Samuel fazes cada pergunta? Se não fosse assim qual seria a vantagem de se ser ministro? Então os gajos iam sujeitar-se a ganhar menos mil contos por mês e ficarem depois de mãos a abanar? E nomeavam para as empresas públicas e do estado tipos que ganham o dobro, triplo ou mais sem terem nenhum tipo de garantias?
Uma mão lava a outra. Hoje faço este jeito a esta empresa amanhã sou nomeado presidente dela! isto é que é justo! Se calhar querias que o ministro desse cabo das grandes vigarices (perdão grandes negócios) das empresas e depois ia arranjar emprego aonde? Numa repartição do estado?

GR disse...

Mário Lino dizia; “é faraónico fazer na Margem Sul, onde não há gente, hospitais escolas, comércio, hotéis…” . Como se não tivesse dito nem acontecido nada, continua a exibir o seu contorcionismo verbal. Não passa de um louco á solta, sem pingo de vergonha! Inqualificável a história (que todos já sabíamos) de Ferreira do Amaral.
Qualquer negócio em Portugal, mais não é que “negociata”, bem ao estilo da Camorra!
Já não há pachorra!

GR

APC disse...

O que me incomoda verdadeiramente é o silêncio culpado deste povo que está completamente adormecido.
O imbecil do betão - o tal que já foi ministro! - não foi assim tão imbecio ao governar-se. Isso parece-me claro. Porra - perdoe-se-me o disfemismo -, estes gajos precisavam de julgamentos sumários e uma vala comum. Quando acordamos e lhes damos uns quantos tiros na cabeça?
Abraço

APC disse...

imbecil (errata)

Justine disse...

'Tá visto que não encontraste nada que desse para "animar" e partilhar...
Isto está mau, está.

São disse...

Não nos preocupemos: a "mão imvisivel" regulará tudo...quanto mais não seja , a favor dos crápulas que têm sugado o país até ao tutano, claro!
Boa semana!

Rosa Brava disse...

Prontos... (diz-se assim no Porto, apesar de ser Lisboeta)deixo-lhe um "mimo" para o ajudar a passar a neura. Pode ser?
Ora clique aqui: (ou copie o endereço para a barra deles)

http://www.youtube.com/watch?v=n39_tUUwfp0


Um abraço e uma terna noite de Domingo ;)

Ad astra disse...

Samuel, Samuel...esta nossa mania de acreditar que as coisas ainda podem mudar...

Anima-te

Porca da Vila disse...

'Engenheirias', meu caro, 'Engenheirias'...

Um Xi Grande

Carminda Pinho disse...

"Padrinhos" e "afilhados", são todos uns gatunos.
PQP!

BlueVelvet disse...

Não acontece nada?
Acontece, para eles. Para os mesmos.
Sempre.
Esta semana vou fazer um post sobre uma coisa que também me anda a enervar.
Depois. vá ver, se tiver um tempinho.
Bjinhos

Rui Vasco Neto disse...

Aprende, Sam. É isto que é política e é por isto que vais morrer pobre (mas daqui por muito, muito, muito tempo, amigo).