segunda-feira, 3 de agosto de 2009

António Costa – Anti-política





As notícias que dão conta deste dia hiperactivo de António Costa, actual presidente e candidato a presidente da Câmara Municipal de Lisboa, são uma bela ilustração daquilo que escrevi no título. Anti-política.

Poucas coisas afastam mais os cidadãos da política, dos políticos e de um mínimo empenhamento cívico, do que o espectáculo degradante de governantes e autarcas que a escassas semanas das eleições, tomam o freio nos dentes, arrebanham umas dezenas de jornalistas em autocarros e desatam, freneticamente, a percorrer paletes de obras que, milagrosamente, depois de anos de governação, resolveram ficar prontas, ora para serem iniciadas, ora anunciadas, ora inauguradas, nesse pequeno espaço de tempo que antecede a campanha eleitoral e as eleições.

Sobre que destino deviam ter governantes e autarcas que, desta forma oportunista, empurram para trás ou para a frente, conforme as suas conveniências pessoais, inaugurações de equipamentos que já podiam há muito estar ao serviço daqueles que os pagam, ou “inaugurações de anúncios” de projectos que, se alguma vez virem a luz do dia, será daqui a muitos anos, já muito se disse. Sobre o que pensar dessa estirpe de políticos, já muito se escreveu...

António Costa quis ter também o seu “dia do autocarro cheio de jornalistas que vão ver demolições e inaugurações”. Teve-o! Se era para desmentir a ideia espalhada por Santana Lopes, de que "a sua obra se pode ver toda durante uma manhã", também o conseguiu... a sua obra vê-se num dia!

6 comentários:

do zambujal disse...

O "freio nos dentes"?... salvo seja, que esta campanha não é para a Câmara de Loures.
Um abraço

Maria disse...

Ainda consigo ficar triste com este tipo de espectáculo...
E ainda vamos ver a governadora civil de Lisboa (será que ainda o é?) a fazer campanha, para garantir o tacho.

Abreijos daqui

Fernando Samuel disse...

Essa estirpe é uma estirpe assim muito sem vergonha...

Um abraço.

samuel disse...

Do Zambujal:
E nem o Santana é um Ferrari... ☺

Maria:
Ui!... As coisas que ainda vamos ver...

Fernando Samuel:
Infelizmente, ainda se vão dando bem na vida...


Abraços!

Pata Negra disse...

Este tal Costa não é aquele que foi aplaudido, em dia de tímida vitória, por uns idosos que foram enganados no destino de autocarro?!
Em Cabeçeiras de Bastos, Alandroal, Carrazeda de Ansiães e outros locais, há gente que espera outra excursão à Ericeira e, pelo sim pelo não, se o tipo ganhar lá irão pegar numas bandeiras em Lisboa?!
Haja vergonha, depois do episódio, com um pouco de vergonha nas bochechas, o tipo nem sequer tinha tomado posse!
Mas parece que não lhe faltam apoiantes de vulto, o pior é que cada um só vota uma vez e arreda não sei quantos! Que ganhem os piores, Lisboa merece!
Um abraço do campo

J.S. Teixeira disse...

Lisboa com PS ou PSD é exactamente a mesma coisa. Venha o diabo e escolha.

A equipa do Costa é uma amálgama sem forma que se dará toda bem inicialmente mas cujo colapso terá lugar mais dia menos dia.

Só Lisboa tem a perder com a eleição de António Costa, especialmente porque é um candidato da esquerda da treta e do pseudo-socialismo que apela a um "voto útil". Vejam o que escreveu Vítor Dias no blogue do Público:

"1. Para voltarem a governar o país, PSD e CDS precisam de votos neles e devia meter-se pelos olhos adentro que votos nas forças à esquerda do PS (designadamente na CDU) não são votos no PSD e CDS e sempre serão votos que lhes faltarão para obterem a maioria absoluta de que carecem, do que só pode decorrer a evidência notória que votar CDU em nada favorece um regresso do PSD-CDS ao governo;

2. Ao contrário do que tanta gente julga, é uma falsidade de todo o tamanho supor que o que determinará a formação do governo subsequente às eleições é saber qual é o partido mais votado. Imaginemos, por exemplo, que o PSD até fosse o mais votado mas, caso com CDS não formasse uma maioria absoluta, bastava o PS assim querer e nunca um governo PSD-CDS veria a luz do dia. Inversamente, imaginemos que o PS era o partido mais votado mas que havia uma maioria absoluta PSD+ CDS. Nesse caso, alguém duvida que quem formaria governo não seria o PS mas a coligação pós-eleitoral PSD- CDS ?.

3. Assim sendo, fica claro que o que determinará a possibilidades ou variantes de curso governativo pós-eleitoral é o tipo de maiorias numéricas multipartidárias que saiam dos resultados eleitorais."

(Texto completo aqui)