terça-feira, 31 de maio de 2011

Passos Coelho – A fotografia possível


Um turista entrou numa pequena loja de Genebra cuja montra estava profusamente decorada com relógios suíços de todas as marcas... e afivelando o seu melhor francês, pediu:
- Gostaria de levar aquele relógio, ali... aquele... com a mesma marca dos canivetes...
Pardon monsieur... mas isto é uma pequena clínica para animais, especializada em castrar gatos...
- Então se é uma loja para castrar gatos, porque raio é que decoram a montra com relógios?!
- Francamente!... O cavalheiro queria que decorássemos a montra exatamente com o quê?!!!
Este pequeno pedaço de "literatura de viagens" serve apenas para justificar a razão pela qual, desta vez, não utilizei nenhuma fotografia de Pedro Passos Coelho para ilustrar a sua satisfação com o facto de a “troika”, descaradamente, "sugerir" mudanças no governo de Portugal e a criação de “altos comissários” para tratar dos seus negócios no país... independentemente de haver ou não eleições e muito menos dos seus resultados. Presumo que a satisfação de Passos Coelho - entretanto e como vai sendo hábito, já "corrigida" -  se deve ao pressentimento de que a “troika” o prefere para gerente local dos seus interesses. Claro que isto permitiu imediatamente a Sócrates auto-proclamar-se, vá lá... menos lacaio do que o líder do PSD.
Portanto, hão de compreender que "decore" este post também com um relógio suíço... já que a fotografia de um candidato a governante, de cócoras, não é muito edificante; e então, quando começa a mostrar o rabo...

Oh, não! Mais um post sobre as “Escadas Monumentais”!


Andava há dias a hesitar sobre o entrar ou não entrar no debate sobre as pinturas da CDU nas escadarias na Universidade de Coimbra.
Primeiro, porque os universitários em geral e os de Coimbra em particular, tem um modo de nomear as coisas que pode intimidar os futricas como eu. Aliás, não sendo de Coimbra, nem sei se posso assim usurpar o “título”.
Quero dizer: àquilo que um vulgar cidadão chamaria porta, portão de ferro, ou simplesmente portão, o estudante de Coimbra chama pomposamente “Porta Férrea”... transformando o objecto numa entidade quase com personalidade; ao professor a que normalmente se chamaria Reitor... não resistem a chamar (nisto não estão sós) “Magnífico Reitor”... o que é muito mais majestoso, embora possa soar um pouco ridículo aos leigos; àquilo que qualquer pessoa normal chamaria escadas... eles chamam, estrepitosamente, “Escadas Monumentais”... deixando muito pouca margem para se classificar decentemente o Mosteiro da Batalha, ou os Jerónimos... mas adiante!
Segundo, porque a questão da “legalidade” das pinturas já foi resolvida por quem de direito.
Terceiro, porque quase tudo o que, politicamente, havia a dizer sobre o assunto, já foi dito em jornais blogues e as suas respectivas áreas de comentário dos leitores, que foram inundadas de opiniões de sinais contrários, trocadas de forma normal, ou sob a forma de despejo de toneladas do habitual esterco ultrarreacionário.
Quarto, porque devo confessar ser avesso às pinturas de espaços públicos, sempre que os locais são mais “qualificados” do que os vulgares muros degradados, casas decrépitas (que não poucas vezes ficam a ganhar com as pinturas) ou pilares de viadutos. Acho sempre preferível que a propaganda seja feita recorrendo aos meios convencionais, não se colocando na posição de acabar por ser atacada, não pela mensagem, mas pelo local em que é divulgada.
Acontece que ao ver esta fotografia - descaradamente surripiada ao blog “Aventar” – decidi que ela era a melhor “testemunha de defesa” da CDU em toda a polémica. Torna-se evidente que, neste caso, a CDU de Coimbra nunca poderia estar à espera de uma tal reação da parte dos estudantes que decidiram usar as pinturas como pretexto para fazerem o seu pequeno espetáculo anticomunista... aos gritos de “Vandalismo! Vandalismo!”, pela simples razão de que tem sido normal e repetida ao longo dos anos a utilização da porcaria das escadas para fins de propaganda política e como "cartaz" das diversas lutas estudantis.
Na verdade, muitas outras fotografias de pinturas monumentais feitas na vulgar escadaria desde os tempos do fascismo, poderiam ilustrar a hipocrisia rasteira dos meninos e meninas qua ali foram gritar a sua monumental mentira sobre o carácter sagrado dos degraus de pedra... mas esta, muito mais recente, mostrando as escadarias “monumentalmente vandalizadas” pela Juventude Socialista, poupa o trabalho de pesquisa.
Como nota final neste post e neste assunto, fica uma reflexão: das duas uma, ou os meninos e meninas das fardazinhas à estudante (costume irritante!), oriundos da JS (onde milita o actual presidente da AAC), JSD e, como sempre, com a ajuda do CDSnão conhecem a História das suas “Escadas Monumentais”, o que aconselharia que se informassem antes de fazerem a triste figura que fizeram... ou então conhecem... e provaram que são excelentes alunos da cadeira de “canalhice política”, uma “valência” que certamente os levará longe nos seus respetivos partidos.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Apagão nuclear... e cerebral


Sob o título «Governo anuncia abandono do nuclear até 2022», o jornal gratuito “Destak” dá-nos conta da intenção da Alemanha fazer aquilo a que chamam o apagão definitivo das suas várias centrais de produção de energia nuclear. Faz muito bem a Alemanha... seja por convicção ecológica (duvido!), seja por pressão dos constantes incidentes, envolvendo centrais nucleares, como foi (e está a ser) o recente caso do Japão.
Por qualquer razão obscura, o “jornalista” de serviço achou por bem ilustrar esta notícia com uma fotografia de um qualquer míssil (o Nuno Rogeiro deve saber o modelo e número de série), deixando no ar a confusão entre a energia produzida por reatores nucleares e que serve para alimentar fábricas, comboios elétricos, torradeiras e máquinas de barbear... com o universo dos arsenais de guerra e das bombas atómicas.
Provavelmente o “jornalista” não distingue uma coisa da outra... mas mesmo assim, a pergunta que fica é: quem fez desta gente... jornalistas encartados?
E ando eu há tantos anos a gozar com a célebre estória de um locutor da nossa rádio – cujo nome não vem ao caso – que em direto disse aos microfones: «hoje é um dia muito especial para nós, os profissionais da rádio... pois faz “n” anos que madame Curie descobriu o rádio...»

Freitas do Amaral – Mais rápido do que a própria sombra *


O professor Diogo Freitas do Amaral tem um percurso de vida notável. Uma espécie de viagem fascinante... que só não vai bem com pessoas que tenham tendência para enjoar com as curvas acentuadas e lombas vertiginosas.
Assim num simples esboço de resumo:
Desde «devoto de Salazar», como afirmava Marcelo Caetano, passando pela fundação do CDS, com um programa que ia “rumo ao socialismo” (na época rumavam todos!); passando por uma candidatura presidencial de direita, contra Soares... e depois passando a sentir-se muito bem ao lado do mesmo Soares; passando depois pela descoberta de Sócrates, com tal agrado que aceitou ser seu ministro... tendo agora passado a achar que Sócrates, afinal, tem «pouca cultura democrática» e acabar a achar que «Pedro Passos Coelho é que é a solução»... Freitas do Amaral já disse de tudo, já provou de tudo, já esteve com (quase) tudo, desde que isso lhe cheire a lugar ou sinecura.
Estou aqui a ver se me lembro de nos últimos tempos ter visto uma coisa assim triste, patética, graxista, oportunista, invertebrada, direi mesmo... langanhosa... mas apesar do esforço, não estou a ver!
* Que me perdoe o Lucky Luke... que é uma figura divertidíssima, mesmo que apenas de ficção.

domingo, 29 de maio de 2011

Viola enluarada – Se for preciso...



Ouvi pela primeira vez esta canção no disco “Cri du Chili” da mítica editora “Chant du Monde”, a editora “diferente”, que me tinha dado, entre muitos,  discos de Luís Cília, Paco IbañesAtahualpa Iupanqui, o brasil até aí desconhecido para mim da Zélia Barbosa e o seu “Sertão e favelas” (saudades da “Chant du monde”!).
O disco “Cri du Chili” era (e é) do grupo chileno “Aparcoa”, um fantástico projeto de recuperação de música tradicional e de produção de canção de intervenção... que era “a menina dos olhos” do poeta Pablo Neruda. A sua versão em castelhano desta canção, que ficou com o nome de “Guitarra enlunarada”, era tão boa... que durante algum tempo pensei que fosse deles... apesar daquelas referências ao “samba” e à luta “capoeira”, que me intrigavam. Tanto intrigaram que, mesmo sem internet (estávamos em 1975 e o disco era de 73), acabei por “descobrir” que se tratava de uma versão da canção brasileira, “Viola enluarada”, dos irmãos Marcos Valle (música e voz) e Paulo Sérgio Valle (letra), gravada num LP de 1968.
Diz a “lenda” que os jovens irmãos Valle terão participado num concurso artístico, num programa de televisão, em que os concorrentes eram desafiados a “ir lá para dentro” e, num curto espaço de tempo, produzirem uma canção capaz de ser tocada e cantada em direto no programa. Saíram-se com esta verdadeira pérola que, para além de um belo acto cultural, foi também um acto de coragem, se pensarmos que nessa altura o Brasil vivia em pleno regime militar ditatorial (e sangrento), um período negro que ficou conhecido como “Os anos de chumbo” e que se estendeu bem para lá do nosso 25 de Abril de 74.
Como “extra”, a gravação tem a participação vocal (no final da canção) do então muito jovem Milton Nascimento.
Como disse, este disco foi gravado corria o ano de 1968. A ditadura brasileira estava para durar... e cá em Portugal, o fascista Salazar teve o seu mui feliz encontro com a famosa e abençoada cadeira...
Bom domingo!

Viola enluarada
(Paulo Sérgio Valle/Marcos Valle)

A mão que toca um violão

Se for preciso faz a Guerra
Mata o mundo, fere a terra

A voz que canta uma canção

Se for preciso canta um hino

Louva a morte


Viola em noite enluarada

No sertão é como espada

Esperança de vingança

O mesmo pé que dança um samba

se preciso vai à luta

Capoeira


Quem tem de noite a companheira

Sabe que a paz é passageira

Pra defendê-la se levanta

E grita: Eu vou!


Mão, violão, canção, espada
e viola enluarada

Pelo campo e cidade

Porta bandeira, capoeira

Desfilando vão cantando liberdade!

Quem tem de noite a companheira

Sabe que a paz é passageira

Pra defendê-la se levanta

E grita: Eu vou!


Porta bandeira, capoeira

Desfilando vão cantando liberdade, liberdade!

“Viola enluarada” – Marcos Valle e Milton Nascimento
(Paulo Sérgio Valle/Marcos Valle)



sábado, 28 de maio de 2011

O Condestável descola na tabela classificativa


Mesmo estando convencido de que durante os meus tempos de fumador entusiástico, consegui produzir mais “beatas” do que a Igreja Católica em toda a sua existência... a capacidade “beatificante” daquela organização não pára de me assombrar. Para além de que também conseguem fabricar “beatos”... coisa que eu nunca soube como se fazia.
Só para lembrar os mais próximos:
Ele foi o “Condestável” D. Nuno Álvares Pereira, que tendo hoje o seu nome muito justamente ligado a azeites virgens da mais fina qualidade, teve mesmo assim a generosidade de fazer um milagre envolvendo batatas fritas no mais humilde óleo para frituras, nem sei se de girassol, se de amendoim.
Ele foi o papa polaco João Paulo II, que fez o espantoso milagre de aparecer todo sorridente, ao lado de um Augusto Pinochet, também todo sorridente, a uma das varandas do Palácio de La Moneda... o mesmíssimo lugar onde este último, havia apenas catorze anos,  tinha assassinado o Presidente Salvador Allende e empapado as mãos com o sangue do massacre de mais de trinta mil chilenos. João Paulo II conseguiu estar ali, durante um bom pedaço... sem que que o seu Deus lhe tenha acertado com um raio nas pontificais trombas. Um assinalável milagre, portanto... embora o Vaticano apenas lhe reconheça um outro milagre, envolvendo uma freira francesa que padecia da doença de Parkinson.
Ele foi a nossa irmã Maria Clara (não confundir com a cantora Maria Clara, mãe do Dr. Júlio Machado Vaz... que essa apenas produzia o milagre de fazer parecer a “Costureirinha da Sé” uma canção suportável)... foi a nossa Maria Clara, como dizia, que restaurou um braço desenganado dos médicos a uma espanhola...
... e agora mais um. Agorinha mesmo... mais precisamente, ontem à tarde.
Cheguei a casa, meio esparvoado de calor e deitei mão a um destes belos copos de “Refrigerantes Condestável”. Bebi apenas uns goles e... milagre!, a singela bebida fez jus à palavra “refrigério”. Fiquei como novo! Qualquer médico é capaz de atestar que eu estou que pareço uma pessoa que nunca teve aquela sede que me finava e definhava por dentro. Acho que serei até capaz de voltar a sair à rua!
Portanto o papa João Paulo II (que já tem quem ande a tratar disso) e a nossa Maria Clara vão ter que se esforçar mais um pouco. O “Condestável” já está a ganhar...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Belmiro de Azevedo – ”Por qué no te callas?”



Segundo se pode ver neste “recorte” que fiz, o “Correio da Manhã” considera esta frase do híper-merceeiro (e proprietário do jornal "Público") Belmiro de Azevedo, a sua “frase do dia”. Não posso estar mais de acordo, tanto com o jornal, como com o mega-patrão da venda a retalho.
Realmente, “alguém” foi responsável. Eu diria mesmo que foram muitos “alguéns”. Desses... ao contrário dos tais “todos os portugueses”, bastantes estão mais ricos, não 30 ou 40 por cento... mas duzentos, trezentos, quinhentos, ou mil por cento. Entre esses calhordas está, sem dúvida este Belmiro de Azevedo... que para além de todos os defeitos já sobejamente conhecidos, desgraçadamente não consegue manter fechada a montureira de onde lhe saem estas “frases do dia”.

Carlos Moedas – Notas de reflexão


Este cromo, de nome Carlos Moedas, poderia perfeitamente ser uma das figuras da “entourage” de José Sócrates. Politicamente não está mais à esquerda nem mais há direita; está do lado do dinheiro e dos amigos que o têm. Para além disso é detentor daquele tipo de voz de “betinho enrustido” típico de alguns dos ajudantes do primeiro-ministro e do próprio... voz que já por mais do que uma vez me induziu em erro. Ao aproximar-me do aparelho de televisão, vendo apenas a sua imagem e o tal timbre de voz, penso: “é hoje que ele está a dissertar sobre decoração de interiores!”, mas assim que as palavras se tornam inteligíveis, descubro que, como vai sendo habitual, está a falar de dinheiro e do seu PSD.
Portanto, o senhor Carlos Moedas é um entendido em dinheiro, figura importante neste PSD de Passos Coelho e cabeça de lista pelo distrito de Beja. Tão importante que foi um dos seus “negociadores” nos contactos com a “troika”, fazendo companhia a Catroga... quanto mais não fosse para o ir acordando...
Ontem vi-o mais uma vez num programa qualquer na televisão (será que é avaria?) falando de dinheiro. Apanhei-o num bom momento! Explicava que o “facto” de nos últimos 10 anos os ordenados dos trabalhadores terem sido «aumentados 3,7%, todos os anos», enquanto o aumento da produtividade ficou muito abaixo... é a razão das nossas dificuldades no mundo do trabalho. (Presumo que devo então conhecer todas as exceções, quero dizer, todas as pessoas que não foram aumentadas todos os anos, nos últimos 10 anos, e muito menos sempre em 3,7%).
Claro que esta peremptória afirmação serviu-lhe imediatamente para justificar o plano do PSD para desmantelar o princípio da contratação colectiva tendo por base a taxa de inflação prevista.
De qualquer modo, a afirmação que mais uma vez mostrou que esta gente se instala no poder com uma verdadeira atitude de quadrilha, fazendo contas a quanto pode roubar para enfiar nos bolsos dos amigos (e assim que saem do poder irem para os conselhos de administração das empresas desses amigos, usufruir do roubo) foi a sua claríssima caracterização do tipo de empresas que ainda estão nas mãos do Estado:
1. As empresas saudáveis e que dão chorudos lucros - «Estão prontas a serem vendidas».
2. As empresas com capacidade de gerar lucros chorudos, mas cujas dívidas afogam essa possibilidade - «Ainda não estão prontas para serem vendidas». Acrescentou, porém, que «devem ser trabalhadas» para resolver essa situação... e poderem ser vendidas.
3. As empresas cujo “modelo de negócio”, somado às tais volumosas dívidas, nunca permitirá que produzam lucros chorudos, ou sequer lucros. Nessas «é preciso garantir o serviço público» e tentar optimizá-las...  mas a sua venda não tem qualquer interesse.
Contra mim falo... pois estou sempre disposto a “pegar” nesta gente pelo lado do ridículo, sendo que isso é bom, pois ajuda a pôr um sorriso em alguns rostos que bem precisam de sorrir... mas que isso não nos distraia! É fundamental que isso não nos impeça de ver que esta gente, com o seu ar risível de manequins da rua dos fanqueiros e com ideias e cultura a condizer, são na verdade vulgares salteadores!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pedro Passos Coelho – Um agente infiltrado?


Um pouco na linha das “dúvidas” que assaltam o Vítor Dias, no seu “O tempo das cerejas”, também eu pasmo perante o extraordinário brilho com que Pedro Passos Coelho faz propostas e o não menos extraordinário embaraço com que tem, constantemente, que as emendar, explicar, desmentir...
Esta última iniciativa “kamikaze” de querer voltar atrás na questão da Interrupção Voluntária da Gravidez, propondo mesmo um novo referendo... e horas depois já dar o dito por não dito, "não é bem assim, não sei, talvez... depois falamos" é, no mínimo, mais uma rajada de tiros nos pés. O aspecto asqueroso da questão é isso ser “proposto” apenas para tentar garantir um míseros votos à sua direita, nas hostes mais conservadoras do CDS, do próprio PSD... e daquelas senhoras (independentes) do PS (e quem representam dentro do partido) que, diga-se de passagem, parecem ser uma fonte de inspiração para Passos Coelho, atendendo a que para além desta “corajosa” proposta sobre a IVG, também já o convenceram a, tal como elas, “atacar” os feriados, coisa que, como vimos há tempos, também mobiliza fortemente as tais senhoras (independentes) do PS.
Perante tanto zig-zag, tanta inépcia, tanto ruído para esconder a sombria realidade de ambos, PSD e PS (mais o CDS) terem exatamente o mesmo programa político a cumprir, depois de se terem agachado perante a “troika, pergunto:
Pedro Passos Coelho será mesmo um “indigente político”, será apenas mais um neoliberal com muita falta de jeito para acertar ao menos uma no cravo... ou será mesmo pago secretamente pelo PS, para ajudar a garantir a reeleição a José Sócrates?

Helena André – Uma personagem sinistra


Não vale a pena fazer uma resenha das criminosas medidas do “acordo” das “troikas”, a nacional e a estrangeira... nem fazer bonecos. A generalidade dos que leem este blog, mesmo aqueles habituais “socráticos” de serviço que, não contestando nenhuma das coisas que diga, me vão mesmo assim enviar “comentários” insultuosos... sabem bem que o sangue que vai correr, provocado por estas medidas, sairá apenas das veias dos mesmos de sempre.
Num acordo que não tem uma medida de progresso, de criação de emprego, de crescimento, abundam os cortes para quem já pouco ou nada tem. Os salários são cortados; os impostos sobem, castigando aqueles que não têm sobras no orçamento familiar; os preços aumentam; o desemprego vai crescer para níveis demenciais; sairá mais barato aos patrões despedir um trabalhador; o trabalhador despedido verá a sua indemnização dramaticamente cortada e sujeita a um tecto, por muitos anos que tenha trabalhado; o trabalhador terá que fazer um esforço adicional para financiar o seu próprio despedimento, ao passo que o patronato pagará menos para a segurança social; quem caia no pesadelo do desemprego terá acesso ao subsídio de desemprego durante menos tempo... e podia continuar por aí fora, que o “acordo” é longo, exaustivo e implacável.
Porém, aleluia!, Helena André, a ex-sindicalista (sindicalista??!!) e atual ministra do Trabalho (??) e da Solidariedade Social (??!!!), descobriu que para ter direito a subsídio de desemprego, um trabalhador precisava de ter feito descontos, pelo menos, durante 15 meses... e agora há o compromisso de baixar essa exigência para os 12 meses.
Tal foi o suficiente para a ministra afirmar que o «acordo com a troika aumenta proteção dos trabalhadores».
Confesso o meu cansaço. Já não tenho palavras para classificar esta ministra do Trabalho (a mulher, não conheço de lado nenhum)... pelo menos com palavras que sejam aceitáveis. Nesta altura já só me ocorrem adjetivos que, a usá-los em público, poderiam bem acabar por “doer” mais a mim do que a esta... ... Helena André. Não lhe darei esse gosto!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um milhão de papoilas


Para “compensar” o aparente fiasco do post anterior, sobre o irrequieto Paulo Portas, agora eu devia apostar num texto “pontiagudo” e com muitos “links”, sobre Sócrates, ou Cavaco, ou Alberto João Jardim, ou Obama, protagonistas que quase sempre garantem audiência e muitas reações.
Em vez disso, ainda vou “piorar” a situação socorrendo-me de uma das minhas habituais e momentâneas “fugas ao real”.
A verdade é que andava há tempos a pensar fazer um “post” sobre papoilas... mas os dias foram passando...
Felizmente, a Natureza encarregou-se de me resolver o problema e poupar ao trabalho, providenciando um milhão de papoilas... já com um poste incluído.
Espero que gostem tanto da imagem, quanto eu. Espero que "vejam" nela tantas coisas quanto eu. Boa tarde!

Paulo Portas e a Arca de Noé


Era uma vez um pároco de aldeia. Não se pode dizer que o bom do padre fosse um vulgar mentiroso. Era, digamos, um mitómano com o vício de fazer homilias a puxar para o hiperbólico. De tal maneira que se viu forçado a fazer um contrato com o seu sacristão, homem de estudos e professor na EB 2,3 da vila. O contrato era simples: sempre que o atinado sacristão detetasse uma pisadela no risco da verosimilhança... puxaria a batina do sacerdote, com a ajuda de um cordão, instalado debaixo do púlpito e fora da vista dos fiéis.
Domingo, mais uma missa:
- E assim, irmãos, o nosso bom Noé, seguindo as ordens do Senhor, construiu uma arca para preservar as espécies, uma arca que, como bem se compreende, tinha para aí o tamanho de um destes porta-aviões dos americanos...
(Forte puxão na sotaina)
- Bem... pronto, irmãos... não seria do tamanho de um porta aviões, mas...
Entretanto, a filha do sacristão telefona-lhe para o telemóvel, pedindo-lhe autorização para ir num passeio com um grupo de rapazes e raparigas colegas de escola, para assistirem a um concerto, dormirem fora uma noite... e ainda por cima, pedindo dinheiro para tudo isto. A discussão ao telefone, mesmo em voz baixa, foi tão acalorada e acompanhada de gesticulação, que, ao fim de umas dezenas de involuntários puxões na sotaina do infeliz do padre, este já estava de cabeça perdida:
- Irmãos... um raio me parta já aqui, se a merda da arca não tinha pelo menos dois palmos de comprimento!!!
E pronto. Vá lá saber-se porquê, foi desta estória que me lembrei ao ler a evolução das ambições eleitorais do inefável Paulo Portas, que, ainda há pouco estava quase, quase, a assumir-se como “candidato a primeiro-ministro” e que agora, fazendo contas à ligeira subida do PSD, já “só quer” ter mais votos do que a CDU e o BE... somados, embora ainda insista que «as eleições são a três».
Quantos mais “puxões na sotaina” terá ainda que levar?

terça-feira, 24 de maio de 2011

Passos Coelho e o Expresso – Mau jornalismo!


É evidente que o facto de Sua Excelência o Presidente do Conselho já ter vindo desmentir energicamente Passos Coelho, afirmando que «Não há nomeações nem buraco nas contas!», devia ser mais do que suficiente para eu nem vir para aqui falar disto... dada a reconhecida credibilidade que merecem as declarações do primeiro-ministro demissionário e o seu mítico apego à verdade.
O que acontece é que eu não vou falar disso. Também eu li a nova acusação que Passos Coelho faz a Sócrates. Li-a no “Expresso”. O periódico do senhor Balsemão diz que Passos denunciou o alegado buraco nas contas públicas no meio do “Parque de Leilões de Gado”, em Portalegre... e alguém, na redação do jornal, achou importante informar-nos de que as declarações do chefe do PSD foram feitas «num pavilhão a cheirar a bosta».
Mau jornalismo! É do PSD? É do gado? É das declarações? É do próprio Passos Coelho?
De quem raio é que é afinal a culpa do cheiro a bosta?!

PS/PSD – O maravilhoso mundo dos tachos


Durante o jantar de ontem lembrei-me de repente desta obra da popular artista plástica Joana Vasconcelos. Chama-se o chamativo objeto “Marilyn” e é, como se pode ver, um gigantesco sapato de salto alto, feito de brilhantes tachos e as suas respectivas tampas. Por mim, ter-lhe-ia chamado “O sonho de Filipa Vacondeus... mas isso são cá coisas minhas. Agora se a Joana Vasconcelos quisesse ter dado um cunho de atualidade política ao seu “sapato”, bem poderia ter-lhe chamado “Base de sustentação do partido do governo”.
Fui pensando tudo isto enquanto a televisão me ia informando sobre a mais recente, renhida e profunda “disputa ideológica” entre Passos e Sócrates, a propósito das putativas nomeações de mais uns “boys, colocados à pressa antes que mudem os chefes. Aparentemente, Passos Coelho não foi informado das avalanches de “boys” e nomeações já antes criadas pelo seu próprio partido, por isso, para além do “estrondo” da denúncia, ainda tem descaramento suficiente para afivelar um ar escandalizado. Ou então tudo se resume, na realidade, como defendem os (sempre mal intencionados) "comunas", a mais uma fuga à discussão dos verdadeiros problemas dos portugueses... tais são as semelhança entre os "adversários".
Esta saraivada de colocações e nomeações em finais de mandatos, tem sido assim, alternadamente, desde que estes dois partidos começaram a partilhar o poder, o que me levaria, se quisesse comentar esta estória seriamente, a dizer que se há coisa mais insuportável que um calhordas, é um calhordas desmemoriado... e que esta historieta não passa, no conteúdo, de mais uma pouca de bosta, e na forma, de uma paupérrima desgarrada de “provocação/ataque”, seguido da “provocação/resposta”... mas sem a concertina. Só que não quero!
Primeiro, porque não sou um comentador “sério”, nem um politólogo encartado.
Segundo, porque na verdade eu adoro nomeações! Muito! Gosto tanto de nomeações que agora era capaz de ficar aqui, durante horas, a “nomear” os milhares de “boys” e de “girls”, carreiristas, cavaquistas, "socialistas", alpinistas, especialistas, analistas, jornalistas ("e outras coisas em istas que não cabe aqui dizer", como escreveu o Ary) que tanto PSD como PS já nomearam... mas acredito que nenhum deles ou nenhuma delas iria gostar de ouvir os “nomes” que eu tenho em mente.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sócrates - Quem não tem vergonha todo o mundo é seu!


Qual é a melhor maneira de suportar os discursos de José Sócrates? 
Fácil! É não entender uma palavra do que ele diga.
Este é apenas mais um singelo contributo para comentar a notícia do “Correio da Manhã”, que nos dava conta da arregimentação de imigrantes paquistaneses e indianos a troco de refeições, para os comícios de Sua Excelência o Presidente do Conselho, com a tarefa de agitar bandeiras e cumprimentarem muito o candidato... se houvesse câmaras de vídeo e fotografia apontadas, presumo. Acresce o pormenor delirante de alguns desses imigrantes, contratados nas obras e em lojas do Martim Moniz, não entenderem (nalguns casos) uma palavra de português.
Segundo uma mais recente prosa, desta vez do “i”, depois da escandaleira provocada pela descoberta da origem destes motivadíssimos "apoiantes" de Sócrates, a coisa teve o desfecho que se esperaria: os imigrantes do Paquistão e da Índia foram “apagados” de cena. Trata-se de uma «estrutura voluntária que não é controlada… e que poderá não voltar a aparecer», teve ainda assim a lata de explicar alguém da direção da campanha.
Mesmo não podendo deixar de registar a triste situação económica que poderá ter levado estes imigrantes a aceitar tal “convite”, verificar que alguém na campanha do PS terá achado que aquela farsa poderia durar mais do que um ou dois comícios é, ao mesmo tempo, tão desanimador e tão ridículo, que nem apetece comentar a sério.
Seja como for, dada a origem geográfica destes imigrantes “voluntários”, a estória fez-me lembrar uma das piadas de um velho programa radiofónico de humor, o “Pão com manteiga”, piada que me apetece aqui “remodelar”.
Quanto mais a mentira sobe, mais o “Bangladesh”!  (*)
* No original, “quanto mais o dólar sobe...”

Rumo à utopia


Salvo honrosas exceções somos um povo bipolar. Intercalamos a um ritmo alucinado grandes admirações com profundos desprezos, grandes amores com vesgos ódios, grandes entusiasmos com as mais paralisantes melancolias e desânimos. Os treinadores de futebol são as vítimas mais visíveis desta arte portuguesa de, em poucos segundos, transformarmos o que era “bestial” em besta, mas por todo o lado, a toda a hora há sempre alguém a sofrer na pele as consequências desta doença.
A vida política – e as próximas eleições mais uma vez vão comprová-lo – não é exceção. As ideias e programas que hoje são capazes de provocar os mais inconvenientes entusiasmos e infundados triunfalismos, passado o dia das eleições, já são ideias que “não conseguem passar”, programas que têm que ser “profundamente repensados”, “nada vale a pena”, “não adianta insistir”... e por uns tempos, ou nos casos piores, para sempre, desiste-se.
E aqui chegamos a uma pequena “estória” que constituiu um aparte (são quase sempre a melhor parte) numa palestra do juiz Laborinho Lúcio, que aconteceu aqui em Montemor e que só surpreendeu quem nunca o tinha ouvido antes. Estava o orador numa fase em que na palestra, com o tema “Educação e Cidadania”, defendia perante uma plateia recheada de professores, que a educação e a cidadania estão intimamente ligadas e que fazem parte integrante de uma coisa maior que é a Liberdade, todas contribuindo para nos alimentar os passos rumo aos nossos sonhos, rumo à nossa Utopia. Dizia Laborinho Lúcio o quanto é triste ver um professor abandonar o sonho que o trouxe para o ensino, ver alguém, professor ou não, desistir da sua Utopia. Para melhor ilustrar a ideia, fez o tal “desvio” por esta estória, mais ou menos por estas palavras:
No princípio da década de cinquenta na povoação piscatória da Nazaré os estudos não iam além da velha quarta classe. Quando o muito jovem Laborinho Lúcio quis entrar para o ciclo preparatório teve que começar a viajar, diariamente, até Alcobaça. Apanhava a carreira dos “Claras” que ia para Torres Novas, saia em Alcobaça... e a camioneta lá seguia para o seu destino desconhecido e misterioso: Torres Novas!
Durante muito, muito tempo, Torres Novas foi a sua “utopia” de criança. Quando mais tarde conseguiu finalmente lá chegar, percebeu que o “problema” nunca residiu nem em Torres Novas, nem na sua “utopia”... mas simplesmente no facto de ele, todos os dias, durante meses e meses, se ter apeado cedo demais da carreira que o poderia levar até lá.
Exatamente como nós estamos, constantemente, a fazer. Façamos o possível por não sairmos da nossa carreira antes de chegarmos ao destino!

domingo, 22 de maio de 2011

Festival Cantar Abril – Miguel Calhaz


O meu contrato com a Câmara de Almada é simples. De dois em dois anos a autarquia organiza o “Festival Cantar Abril”, para premiar a melhor recriação  de uma das canções já conhecidas da resistência e do pós 25 de Abril, para promover a criação de canções originais que, de alguma forma, prolonguem essa maneira de estar na música e na vida. Em contrapartida, eu e os demais membros do júri (Amélia Muge, João Afonso, André Santos e António David) fazemos o melhor para que sejam premiadas exatamente a melhor recriação (Prémio Adriano Correia de Oliveira), a melhor canção original (Prémio José Afonso) e a melhor letra (Prémio Ary dos Santos).
Este ano, porém, alguém na organização resolveu “extrapolar” e, horas antes da final, fui avisado de que iria receber o “Prémio Carlos Paredes”, um prémio de carreira. Alguém devia ter informado os responsáveis da Câmara de que estes prémios são dados, normalmente, a pessoas que, a serem “cantautores” como eu, têm muitos discos no mercado, vão muito à televisão, dão muitas entrevistas, passam muito na rádio, são muito fotografadas em festas... mas, pelos vistos, os critérios devem ter sido outros. 
Ao “prémio carreira” não corresponde nenhuma quantia em dinheiro. Apenas o “embaraço” de, já estando no palco como membro do júri e na presença dos “julgados”, ter que ir à frente receber o prémio e “discursar” um agradecimento... o que fiz, durante cerca de vinte segundos. Obrigado! Soube muito, muito bem!
A carga de nervoso miudinho foi largamente compensada por ter contribuído para a vitória desta cantiga que hoje vos proponho. Chama-se “Estas palavras” e foi inventada pelo intérprete, o jovem Miguel Calhaz, vindo da Sertã, trazendo na bagagem muito talento, um contrabaixo e o seu amigo e conterrâneo Marco Figueiredo, para o acompanhar (muito bem!) ao piano.
Segundo uma sua curta nota biográfica, Miguel Calhaz é um músico freelancer, cantautor e contrabaixista. Mantém projectos musicais nas áreas do Jazz, da WorldMusic e da Música Portuguesa. É licenciado em Educação Musical e Professor das Unidades Curriculares de Seminário e Projeto, e Ateliê de Coro e Música de Conjunto, do Curso de Professores de Educação Musical do Instituto Piaget (Viseu). Estudou no curso de Contrabaixo/Jazz da Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto.
Resumindo: Fiquei (ficamos todos) muito feliz por mais uma vez nos ter aparecido ali um destes artistas que o “país oficial” quase faz gala em não conhecer. Mais uma vez fiquei muito feliz por ter assistido a um espetáculo em que outros dos concorrentes, com igual justiça, poderiam ter ganho os prémios a concurso. Em 2013 haverá mais.
Bom domingo!
“Estas palavras” – Miguel Calhaz
(Miguel Calhaz)



sábado, 21 de maio de 2011

Dia do juízo


(“O dia do juízo” -  Peter Paul Rubens)

Provavelmente, este é o meu último post. Provavelmente, esta é a nossa última conversa. Pelo menos, a fazer fá nas “previsões” de uma seita de evangélicos ainda mais “desligados” do que aqueles a que me habituei na infância e juventude, tudo crentes que ao pé destes, eram mais “sérios” do que o busto do Alexandre Herculano.
Segundo o pastor Harold Camping, hoje a terra sofrerá um violento abalo. Como resultado, os fiéis subirão nos ares ao encontro de Cristo e os outros - comigo certamente incluído - ficarão por cá, morrendo aos poucos, até finais de Outubro, altura em que se consumará o fim do mundo.
É hoje! Dia 21 de Maio de 2011! Dia do juízo! O meu pai, também ele pastor evangélico, toda a vida pregou sobre este acontecimento: a ressurreição dos mortos, a ascensão, o arrebatamento dos verdadeiramente fiéis... apenas nunca teve a lata de fixar uma data para a coisa... e, certamente por aversão a confusões, ajuntamentos e as previsíveis filas intermináveis, foi andando à frente, faz já alguns anos.
Recomendação: Mantenham-se vestidos. Se o fim do mundo já é um incómodo... então o fim do mundo em cuecas pode ser extremamente embaraçoso.
Observação: Muita falta faz a tanta gente (pelo menos) um dia do “juízo”!
Final “herético”: Até amanhã!

Decididamente!...


Andei durante horas e horas a chamar nomes, vá lá... desagradáveis, aos senhores e senhoras jornalistas, comentadores e politólogos que foram anunciando repetidamente o debate entre Passos Coelho e Sócrates, como “o debate decisivo”. Como se não houvesse nestas eleições mais candidatos e candidatas a deputados e deputadas... até nos partidos destes dois; como se a democracia, mesmo esta, apenas representativa, adoentada e com falta de crédito, se resumisse a uma luta de arena, onde ganhasse quem possuísse o melhor e mais afiado par de caninos. Fiz mal!
Afinal, o "debate" (como pode ver aqui, ou aqui, ou aqui, quem não pôde segui-lo em direto) teve todas as condições para ser, efetivamente, "decisivo". Espero que, tal como eu, muitos mais milhares de portuguesas e portugueses tenham decidido... não votar num nem no outro.
Mas ir votar!
Eu, na verdade, já o decidi há muito... e para os indecisos... ainda não é tarde!
(Nada do que eu possa aqui dizer, quer o faça a sério ou a brincar, pode retratar a pobreza que aquilo foi!)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sócrates – As críticas e as provas dadas


Ainda faltam vários dias de campanha e Sócrates já exibe índices de histeria muito acima do seu estado normal. Aproveitando a oportunidade de, finalmente, ter “chegado a democracia a Beja” (como disse o cromo que está lá de presidente da Câmara do PS, na noite em que o PSD lhe deu a vitória), o primeiro-ministro demissionário proclamou naquela cidade alentejana que «desta vez é que é a sério!», lançando assim grandes dúvidas sobre o que realmente andou a fazer e a dizer durante as anteriores campanhas eleitorais.
Seja como for, a declaração que mais me “convocou” foi aquela em que Sócrates questionou a “autoridade moral” daqueles que ousam criticá-lo. Diz o candidato a reincidente que só pode criticá-lo quem consiga «dar provas de ter feito melhor».
E é assim minhas amigas e meus amigos... e passantes ocasionais. Ficam a saber que a partir de agora, se quiserem criticar a forma como o Ronaldo jogou no jogo “X” da Seleção Nacional... têm que dar provas de jogar melhor do que ele. Se quiserem criticar a atriz “fulana de tal”, naquela cena erótica do seu último filme... têm que dar provas de que fazem melhor.
Todos, todos, incluindo Sua Excelência o Presidente do Conselho... que daqui para a frente se quiser dizer que lhe serviram um ovo estragado, deve dar provas de ser capaz de pôr um ovo fresco... por muito que custe!