Morto que foi o Ministério da Cultura, não só por manifesta falta de interesse do governo pela “coisa”, como por uma evidente aversão ao que significa e aos “perigos” que representa para gente daquela estirpe... criou-se uma Secretaria de Estado da Cultura. Ora, o que acontece é que aquilo não passa de um micro-organismo dependente directamente do gabinete de Passos Coelho, o que impediria, se existisse uma ponta de vergonha, a inclusão da palavra “Cultura” no nome do dito organismo.
Posto isto, chegamos ao infeliz secretário do organismo em causa, muito escandalizado por alguém ter achado que a contratação de um assessor vindodirectamente do “berçário” do PSD era, vá lá... esquisita. Em defesa do jovem de 24 anos, direi que – embora nada o indique – o rapaz pode ser um génio que, com esta idade, já apreendeu a cultura portuguesa, popular e erudita, imaterial e edificada, em toda a sua globalidade... adiante!
O que eu quero destacar neste meu “devaneio” é a frase com que o infeliz secretário de estado, Jorge Barreto Xavier, tentou defender-se das críticas:
Tem o senhor Xavier toda a minha solidariedade! Na verdade, se o homem não puder gerir os “recursos humanos”, que diabo é que lhe resta para gerir?!
Ou ninguém reparou que o orçamento de que dispõe a secretaria de estado do infeliz, para apoiar, divulgar, manter, financiar, restaurar, criar... enfim, tudo o que implica(ria) a relação do Estado com a Cultura... é, para o próximo ano, de 174 milhões de euros?
Para ser mais claro... apenas mais 4 milhões do que os orçamentos de dois clubes de futebol, neste ano. A saber, 170 milhões. 100 do Porto e 70 do Benfica. Fantástico, não é?
Viva a cultura!!!
6 comentários:
Nem precisa de sacar da Lugger quando lhe falarem de cultura que o o rapaz de Massamá já acabou com ela.
Com a cultura e com o resto...
Viva mas é a "coltura" !!!
Rui Silva
Viva a Cultura que esta gente que nos desgoverna quer matá-la.
Nada de admirar. É a lei deles.
Um beijo.
Quando os recursos humanos (e não só) são geridos por bestas redondas(*) acontecem coisas “esquisitas” e muito graves. A nível cultural, influenciado por dois grandes vultos que não me atrevo a contrariar, continuo a afirmar que li “Utopia”, do Thomas Mann, tendo, como música de fundo “Concertos para violino”, de Chopin. Não é que todos me chamam burro?!
Alberto
(*) Não têm ponta por onde se lhes pegue.
Por cá cultura limita-se aos F's!
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