Sem surpresa

Ontem foi um dia cansativo... por isto ou por aquilo ouvi muito a rádio e lá fui topando as várias canalhices com que o poder decidiu mimosear-nos durante horas e horas. 

Uma, pelos vistos, não verá a luz do dia, mas fica a recordação da "maravilhosa intensão"... De tratado de Lisboa, para já estamos conversados! Mais para a frente lá voltaremos ao assunto.

Ganhou a mentira, a cobardia e a chicana política dos "argumentos" repetidos até à náusea, como se assim se tornassem menores atropelos à dignidade e inteligência dos portugueses!...

Mas, realmente é mais o cansaço e a indignação, que a surpresa...

Há muito tempo que, quando vejo alguma destas figuras tentar fazer um discurso a "puxar ao social", aos grandes valores da liberdade, a encher a boca de "socialismo"(??), a derreter-se em preocupações com os "mais desfavorecidos", expressão que odeio, pois esses de que falam não precisam de favores mas sim de justiça, não só não acredito em uma palavra, como não me espanta que mintam, mintam muito, mintam sempre... no fundo está certo e é natural.

Aí, vem-me à memória um verso do Sérgio Godinho, que embora escrito noutro contexto, faz a pergunta fundamental:

"Pode alguém ser quem não é?"