Esta mulher é Tzipi Livni, Ministra dos Negócios Estrangeiros e (praticamente) Primeira Ministra em exercício do Estado de Israel.
Esta mulher é uma assassina profissional. Passou algum tempo na escola e nos quadros da Mossad e se há coisa que esta polícia secreta israelita nem se dá ao trabalho de esconder, é a sua política de assassínios em grande escala, assassínios que comete, estejam as vítimas em que ponto do mundo estiverem.
Esta assassina profissional é mais um dos exemplos que servem para desenganar aqueles que ainda acreditam que ser mulher, homem, hetero, gay ou lésbica, preto, branco ou cinzento, católico, protestante, muçulmano, judeu ou ateu, muda alguma coisa na maneira de exercer o poder. Não muda! Há canalhas para todos os gostos sexuais, religiosos e cores do arco-íris.
Os fascistas que presentemente comandam os destinos de Israel, dirigentes do partido Kadima, a que pertence esta Tzipi Livni, estavam a ficar assustados com a subida nas sondagens do partido (ainda mais) conservador, Likud. Assim, resolveram actuar e, friamente, prepararam durante seis meses esta operação de extermínio de militantes do Hamas (e qualquer criança ou idoso que se atravesse no caminho), reunindo para isso todas as informações necessárias, algumas certamente obtidas com recurso aos corruptos que rodeiam o fantoche Abbas, uma espécie de lacaio dos americanos e israelitas, colocado à frente da chamada Autoridade Palestiniana e que odeia o Hamas e os seus militantes tanto ou mais que os seus “patrões”. Terminada a preparação, a grande operação apenas necessitou de esperar pelo pretexto do eventual rebentamento de mais um ou dois rockets artesanais em território israelita, para ser lançada no terreno.
O plano é um sucesso em termos eleitorais! A operação de extermínio tem (em Israel) uma aprovação acima dos 80%! É o resultado prático de meses de uma espécie de competição entre os principais partidos, para ver quem fazia as ameaças mais duras aos palestinianos. É demasiado porco para ter classificação. No passado (desgraçadamente!!!) os judeus tiveram grandes mestres na arte do extermínio. Nas últimas décadas, por mais abjecto que isso possa parecer, os dirigentes israelitas, alguns, sobreviventes ou filhos de sobreviventes desse horror, decidiram que a melhor maneira de lidar com os problemas políticos que a sua instalação à força na região originou, é exactamente copiar esses mestres.
Este texto não pretende ser uma análise à situação na Faixa de Gaza. Para isso existem centenas de analistas encartados, embora, infelizmente, pendam para o lado dos interesses dos patrões dos seus patrões, donos dos jornais e revistas em que escrevem.
Este texto não pode em poucas linhas, descrever o horror da miséria moral, sanitária e económica em que vive o povo palestiniano. Não pode fazer um retrato da humilhação diária de todo um povo totalmente cercado, a quem, mesmo o pouco que ainda tem, vai sendo tirado friamente, todos os dias. Não pode explicar a impotência de gente com fome, a quem meio mundo quer ajudar, mas que acaba a ter de receber essas ajudas da mão dos carrascos, que controlam todos os aspectos da sua vida, mesmo quanta ajuda recebem e quando.
Este texto é apenas um desabafo. A quem me perguntar se acho bem que alguns militantes palestinianos mais radicais, disparem rockets “as cegas” sobre Israel, eu, cidadão da União Europeia e de Portugal, um país onde uma democracia, se bem que coxa e bastante vesga, se vai arrastando, digo que não, não acho bem! Mas, como já aqui escrevi noutra ocasião e a propósito de outra realidade, fosse eu um palestiniano habitante da Faixa de Gaza e sim! Dispararia todos os rockets que pudesse, assim Alá me desse coragem e sobretudo, perícia!
23 comentários:
Matassem-me os filhos como diariamente estão a fazer na Faixa de Gaza e eu diria o que era capaz de fazer. Nem que fosse a pé ou de rastos mas essa p. não viveria.
eles não estão a salvo...
as consciencias acordam...
salamalicum.
Compartilho de tua indignação e fico a pensar no que se poderia fazer. Estamos atados a esta inercia mundial.
Uma excelente e desapaixonada análise da questão.
Isto dito, venho desejat-te um Feliz Ano Novo com a Vóvó e
Abreijinhos
O teu desabafo, lúcido, é um belo texto de informação e reflexão, Samuel.
Por muito que não concordemos com determinadas acções isoladas, há uma altura em que nos sobre uma raiva, que é a raiva dos oprimidos, e eu sei lá o que seria capaz de fazer...
Obrigada por este magnífico post.
Abreijos
"No passado (desgraçadamente!!!) os judeus tiveram grandes mestres na arte do extermínio. Nas últimas décadas, por mais abjecto que isso possa parecer, os dirigentes israelitas, alguns, sobreviventes ou filhos de sobreviventes desse horror, decidiram que a melhor maneira de lidar com os problemas políticos que a sua instalação à força na região originou, é exactamente copiar esses mestres."
Caro Samuel
Já cansa a comparação do costume entre o Holocausto e o conflito israelo-árabe. Só demonstra que o Samuel não sabe muito nem sobre um, nem sobre o outro. Senão não comparava o extermínio sistemático e continuado de um povo com um conflito que por vezes assume contornos de confronto militar. Samuel: acha que Israel, a querer, não seria capaz (do ponto de vista tecnológico) de eliminar completamente as populações de Gaza e da Cisjordânia? A sua comparação torpe entre dois momentos históricos completamente diferentes, a sua banalização obscena do Holocausto, só demonstram que o Samuel se encontra precisamente no ponto onde se encontram anti-sionismo e anti-semitismo: desvalorizando o Holocausto desvaloriza-se a especificidade do destino do povo Judeu no século que passou e, claro, o seu direito a um Estado.
É perfeitemente possível (e legítimo!) criticar o Estado de Israel pelos seus erros. Se se der ao trabalho de ler a imprensa israelita em inglês, vai-se aperceber que os israelitas são os primeiros a pôr em causa os seus governantes. Mas isso é-lhe indiferente, como este seu post demonstra: para si já tudo está claro e um dos conflitos mais complexos do século XX resume-se, para si, a uma equação inteligível para um miúdo de 5 anos - de um lado estão os maus (novos nazis), do outro os bons(vítimas inocentes). Parabéns, sugiro-lhe que ponha esse seu talento único ao serviço da Paz no Médio Oriente.
Post fantástico, Samuel.
Estás coberto de razão em todos os aspectos que focas.
O teu nome "Samuel" é, ele próprio, um nome judeu, terás histórias de família para contar? Parece-me que quem já decidiu que para ti "já tudo está claro" sabe muito pouco sobre ti e sobre os teus valores. Mas um blogue público é um blogue público. E cada um dá a sua opinião, não é verdade?
Última notinha: dás-me autorização para enviar o teu post por email a vários amigos?
Beijinhos, boas entradas!
Oppenheimer
E eu sugiro que ponha algum do seu talento, nomeadamente o de ler, a trabalhar um pouco mais para entender melhor o que escrevi.
Obrigado por me revelar que há cidadãos decentes, em Israel, que não estão de acordo com os fascistas que os governam. Obrigado por me revelar que até sabem escrever coisas em inglês!!! Embora, claro, na sua opinião, isso já esteja fora do meu alcance.
Quanto ao resto, não vou dar-lhe o trabalho de ter que ler as minhas opiniões ou sentimentos sobre o Holocausto e o sofrimento do povo judeu, pois os seus "torpes", "obscenas" e um ou outro insulto velado, já me mostraram que tem tudo decidido na sua cabeça sobre o que eu penso ou não.
De qualquer modo, sim, acho que aquilo que Israel comete sobre o povo palestiniano é extermínio continuado e não, não me interessa nada que o Holocausto tenha sido um extermínio maior, já que aqui não se trata de medir tamanhos e além disso o Holocausto está arrumado na História e quantificado, enquanto os criminosos de guerra israelitas têm muitos anos pela frente, até conseguirem, quem sabe, ultrapassar os números dos nazis (com quem eu estou formalmente proibido de os comparar) e apagar os palestinianos da face da terra, já que ninguém faz nada para os dissuadir, talvez por medo/pânico de receber na Casa Branca ou na Comissão Europeia, comentários como o seu.
Achando embora legítimo e até tocante todo o seu amor a Israel, ao seu destino e direito (como também acho) a ter uma pátria, gostaria de ter lido algo da sua parte sobre o direito dos palestinianos e a situação desumana em que são obrigados a viver às mãos de Israel, sejam militantes ou não e, sobretudo sobre a proporcionalidade destes ataques militares mais recentes. Não se deve ter lembrado...
Despeço-me cordialmente, fazendo notar que se este tipo de textos o cansa assim tanto, pode sempre não passar por cá. Engolirei as lágrimas e enfrentarei o infortúnio.
Se o seu tom insultuoso foi acidental, ou imaginação minha, apareça sempre.
Bom ano!
Sal
E era preciso pedir?!
Abreijos
Ora aí está um (Oppenheimer) que por certo logo beberá uma taça de champanhe à saúde dos carniceiros do médio-oriente...
Os meus parabéns pela sua coragem e pela elevada qualidade dos seus textos. É muito bom que mantenha esse nível que vai escasseando nos dias que passam.
Um bom ano para si.
Pobre de quem apenas escuta um dos lados da questão. É uma tristeza que os comentadores dos "nossos" principais jornais estejam tão intoxicados e que os seus leitores "emprenhem pelos ouvidos".Tanto para uns, como para outros, das duas uma, ou são ingénuos ou desumanos.
Estes gritos são necessários tal como dar rosto aos assassinos.
Samuel:
Subscrevo inteiramente as tuas palavra e a tua indignação. Fizeste bem em realçar a relação deste acto bárbaro perpetrado pelos fascistas do governo de Israel com as eleições que aí vêm (em Israel, claro!). Falta dizer que um putativo cessar fogo também está condicionado pela apreciação que o eleitorado fará desse "recuo". Por vezes a "democracia" tem desígnios insondáveis...
Aproveito para te desejar, a ti e à tua família, um ano em que estas notícias sejam menos frequentes. E que alguns dos nossos sonhos se concretizem. Acho que não é pedir muito.
Grande, grande abraço!
«Este texto» é simplesmente notável! (e, já agora, sublinho a oportunidade do terceiro parágrafo, lembrando um aspecto raras vezes referido)
Um abraço e que 2009 seja... menos mau.
Samuel, fizeste um excelente trabalho. penso que o holocausto não se pode comparar com isto já que isto dura há 6 décadas e parece que quase todos os governos deste planeta apoiam. pois isto é pior que o holocausto devido a este prolongamento no tempo e especialmente pela falta de vergonha da "comunidade internacional". Eu sei que estas afirmações incomodam os criminosos mas aguentem até se portarem como gente. um Feliz Ano de 2009 com muita força para lutar por uma sociedade melhor.
Para não estar a copiar um comentário inserido num blog que por acaso hoje conheci, aqui vai o respectivo endereço:
http://deus-disse.blogspot.com/
Depois de tudo o que li, apetece-me deixar um enorme abraço Samuel.
Um 2009 assim recheadinho de escrita bem lucida e suficientemente esclarecedora para todos os que aqui vêm.
Um abraço grande!
Excelente posta!
Um abraço
Eu só gostaria de acrescentar ao teu desabafo a minha indignacao pelo silencio de todos os politicos do "mundo democrático" que tanto berraram noutras alturas. Pela Geórgia por exemplo.
Onde anda o Sr. Europa Barroso? Estará de férias na Madeira? E o Sr. Sarkosy? Já voltou de Copacabana? E a Sra. Merkel, perdeu o pio? E o Xuxialista Zapatero? Estará na Sierra Nevada?
E o homem mais democrata dos democratas do planeta que tanto gritou que Yes, we can? Será que afinal já nao can???
Cinco dias de assassinios.
E nao vai ser um fulano que até tem nome de alemao que nos vem dar licoes, né?
Votos de Bom Ano para ti e para todos.
Um belo texto sem dúvida.Contudo porque não é um habitante da Faixa de Gaza,talvez possa abordar esta situação de uma forma menos emocional.Qual a solução politica para esta longa tragédia?De um lado Israel com um poderio bélico que de uma forma criminosa atinge tudo e todos.Do outro os palestinianos divididos geográficamente e politicamente.Quanto ao Hamas tenho muitas dúvidas que possa ajudar a resolver,penso até que desajuda.O não reconhecimento do Estado de Israel quando a maioria dos que lá vivem já lá nasceram,os apelos á guerra santa,ao olho por olho,dente por dente.Nem sequer os considero palestinianos radicais(os dirigentes do movimento)diria até que apareceram com uma finalidade,dividir os palestinianos,e os serviços secretos israelitas tem alguma coisa a ver com isso.Inocentes são aquelas mulheres,crianças,idosos que alem de todas as privações ainda são abatidos dentro da sua própria prisão.
Oppenheimer
Para não ficar tão cansado com a comparação entre o chamado «Holocausto e o conflito israelo-árabe», forneço-lhe uma lista de livros que certamente irá mitigar essa irritação, ou não, depende de si.
Destruir a Palestina
Tanya Reinhart
Ed. Caminho
Beber o Mar em Gaza
Amira Hass
Ed. Caminho
Israel, Palestina
Alain Gresh
Campo das Letras
O Pecado Original de Israel
Dominique Vidal
Campo da Comunicação
Palestina-Israel A Paz ou o Apartheid
Marwan Bishara
Terramar
Iraque Assalto ao Médio Oriente
Noam Chomsky
Antígona
História da Palestina Moderna
Ilan Pappe
Ed. Caminho
Palestinianos, Os Novos Judeus
Helena Salem
Livros Horizonte
A Indústria do Holocausto
Norman Finkelstein
Antígona
Los Mitos fundacionales de la política israelí
Roger Garaudy
Libertad y expresión
Como foi inventado o povo judeu
Shlomo Sand
Le Monde Diplomatique - Agosto 2008
Um Bom Ano
cool blog
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