Quando há uns bons anos o Correio da Manhã se saiu com esta capa "chico-esperta", pensando que aquele truque manhoso de colocar a "AD" logo à frente do "votar" , tratando-se de títulos de notícias diferentes, era a grande ideia de marketing político do ano, pensei eu: "Estes tipos são uns grunhos! São tão estúpidos que pensam que as pessoas que sabem ler um jornal, estão ainda neste nível rasteirinho..."
Passaram anos, outras direcções, outros jornalistas... desgraçadamente continuam grunhos. Julgam-se mais sofisticados que os seus "antepassados" no jornal, mas a grunhice é a mesma.
Senão vejamos. Resolveram dar a notícia (decisiva para o mundo) de que o jovem cubano Elián González ingressou na UJC de Cuba. Fê-lo com mais uns milhares de estudantes. Parece que lá em Cuba isso é normal...
A verdadeira notícia para o CM não é isto. O que é realmente importante é como a escrevem!
Para ter a história contada por gente normal, lá fiz uma pesquisa e encontrei o "
Globo" do Brasil, jornal que decididamente não é o órgão central do PC do B e lá está a história do jovem Elián, tal como eu me lembrava dela. Mais um caso lamentável de emigração clandestina (são sempre, seja onde for) de Cuba para os EUA, em 1999. O barco não aguenta, várias pessoas morrem afogadas, entre elas a mãe do Elián, então com 6 anos de idade. Resgatados os sobreviventes pela Guarda Costeira dos EUA, iniciou-se uma batalha jurídica, tendo de um lado familiares afastados do miúdo, apoiados pelos movimentos anti-Castro de Miami, que querem ficar com ele e do outro lado, em Cuba,
o pai, que não tinha sabido da fuga da esposa com o filho e tudo fez para o ter de volta a casa, com a ajuda (evidentemente) do Governo do seu país.
No fim de uma demorada e dura luta legal, um tribunal dos EUA concedeu a custódia da criança ao pai e esta regressou finalmente a Cuba, a sua casa.
E pronto. Esta é a história, resumidamente contada por mim, tendo como fontes a minha memória e uma notícia feita por jornalistas normais.
Qual a "versão" do CM, ontem? Umas tantas verdades, apenas para encaminhar o leitor para as duas "ideias" mais importantes... e aí vai disto!
Após uma grande batalha entre "familiares de Miami e Cuba" o jovem acabou por ser entregue "ao regime de Havana".
É ou não extraordinário de tão "subtil"?
Agora o que me faz impressão é o Elián, entregue ao regime de Havana... como é que faz para dormir? Deve ser uma noite no Ministério da Defesa, outra numa estação dos correios, depois vai comer qualquer coisa ao quartel mais próximo... mal deve ter tempo para ver o pai.