segunda-feira, 30 de junho de 2008

José Sócrates certificado



Sócrates anda agitado. Entre várias queixas de que não gostam dele e vários ataques a pessoas que não gostam dele, perante auditórios compostos por pessoas que fingem gostar dele, lá foi dizendo o costume, "que o PCP manda na CGTP e tal... e que isso é feio", agitando tanto os braços que ia deixando cair do bolso o João Proença, o que seria muito triste para a UGT.
Aqui é que entra o meu pequeno momento publicitário. 

Excelentíssimo Senhor Presidente do Concelho:
Este post não pretende fazer qualquer comentário político mas sim promover o meu pequeno cartório privado, invenção que aliás lhe devemos.
Não tenho dimensão nem valências (nem Caminhas, nem Esposendes...) para passar Certificados de Esquerda (nem de engenharia, arquitectura, etc, etc...) e como poderá constatar pela imagem, a bem dizer ainda só tenho 4 ou 5 carimbos.
Todavia, dentro desta limitação material, estarei à disposição de Vocelência para lhe carimbar e passar os certificados que estejam ao meu alcance.
Certo de que alguma das suas actividades se coadunará com algum dos meus carimbos, sou, atenciosamente,

fulano de tal...
tal parte... tantos do tal... e tal...

domingo, 29 de junho de 2008

Achados de Cavaco



Esta espécie de "Zorba de Boliqueime", pelo menos a julgar pela fotografia, de vez em quando "acha" coisas. Desta vez acha que "a Igreja Católica da Irlanda devia ter feito mais pelo Tratado de Lisboa". Acha mesmo que o Tratado deve ser alvo de novo referendo e que desta vez a Igreja deve esforçar-se por ajudar a "reverter" o NÃO anterior.
É extraordinário! Andam tantas pessoas de bem há dois mil anos a tentar explicar o que é que o Cristo queria dizer com o "A César o que é de César e a Deus o que é de Deus" e afinal o nosso Presidente ainda está nesta fase lamentável em que acha normal e desejável que as Igrejas participem em campanhas políticas e ajudem a "reverter" resultados de votações.
Eu sei que tenho que o suportar por mais uns tempos, mas acho (eu também acho coisas) que nesse caso o prefiro no seu estado normal, com a boca cheia enquanto come qualquer coisa e sobretudo... sem um pensamento que seja!

sábado, 28 de junho de 2008

Em legítima defesa


Que não se percam umas das outras as mãos que fazem a nossa muralha! Que não se percam uns dos outros os homens e mulheres que dão as mãos!

Do grande cubano (e poeta) Nicolás Guillén, as palavras, que podem ler integralmente aqui, para uma grande música dos chilenos Quillapayún.

"Para hacer una muralla
tráiganme todas las manos..."

Para ouvir e cantar, como disse, em legítima defesa.

"La Muralla" - Los Quillapayún
(Nicolás Guillén/Quillapayún)


sexta-feira, 27 de junho de 2008

Avançar, avançar... para o passado!



"Com o Estado Novo Corporativo inicia-se uma era de dignificação de trabalho e de justiça social."

Pois foi!... Com este novo Código do Trabalho de José Sócrates, também!
Os saudosistas do Estado Novo batem palmas e os seus criados, que periodicamente vão colocando no Governo, avençados para fazerem de "socialistas" ou "sociais-democratas", terão os seus tachos milionários garantidos, à medida que forem regressando à sociedade civil, às empresas dos seus patrões.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O Céu a seu dono!



A crise dos aumentos não tem contemplações nem poupa sectores de actividade empresarial.
Chega-nos a notícia de que os preços dos "produtos e serviços" fornecidos pela Igreja Católica Apostólica Romana aos seus clientes, subiram em média cerca de 33%. A tabela completa com as "Taxas eclesiásticas e estipêndios" (adoro o termo "estipêndios") pode ser vista neste documento da Arquidiocese de Braga.
Três reflexões:
1. Não faço ideia da distância entre a Terra e o Céu, nem dos meios de transporte que a Igreja Católica utiliza para lá fazer chegar os seus clientes... mas deve ser coisa movida a combustível bem mais caro que o gasóleo Galp "G Force", portanto, fica explicado o aumento.
2. Altares de ouro como o da fotografia (Catedral de Toledo), os adereços igualmente de ouro (deve ser uma fixação) do Papa, etc, etc, etc... não se pagam com boas intenções.
3. O Inferno está, como se sabe, cheio das tais boas intenções, mas sobretudo de "maus". Vai continuar a aumentar consideravelmente a população de "bons"... mas pobres.

Como se trata de um negócio antigo e com o qual eu nada tenho que ver, termino como comecei:
O Céu a seu dono!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Governação de contrabando



Perante esta imagem pode-se perguntar "o que é que Vieira da Silva (Ministro do Trabalho, Solidariedade e tal...), o símbolo da UGT e João Proença o seu principal dirigente (?) fazem juntos?"
A resposta é: Tudo!
Isto a propósito da "notícia" de que o Governo recua no despedimento por inadequação à função, o que poderá abrir a porta ao SIM da UGT ao novo Código do Trabalho.

O meu lado "mal disposto" diz-me que isto é apenas mais uma encenação, perfeitamente cozinhada com a UGT, em que cinicamente se faz de conta que se cede num ponto "muito importante" para na realidade fazer passar tudo o que o patronato e o PS realmente pretendem.

O meu lado dado à galhofa diz-me que esta coisa do "despedimento por inadequação à função" deixou os membros do governo aterrorizados e a temer pelos empregos...

Na realidade, o que isto me lembra é o velho truque dos contrabandistas, que deixam apreender uma carripana conduzida por dois desgraçados quaisquer, com quatro ou cinco artigos, para deixar brilhar os guardas, incluindo aqueles com quem combinaram o "negócio" da apreensão, enquanto à mesma hora "ali mesmo ao lado" passa a fronteira a verdadeira carga, em camiões TIR.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O "Conde" de Jaime e Silva





Este Jaime Silva, Ministro da Agricultura e Pescas, é um comediante.
A situação nos sectores que dependem do seu Ministério está calamitosa e é uma verdadeira embrulhada... assim como se a agricultura estivesse a naufragar e a pesca e ir para os "pomodoros".
Claro que há contestação, vinda de todos os lados e convicções, tanto de pescadores como agricultores. O Ministro, com aquele seu ar snob insuportável de nobre enfastiado com o cheiro da gleba, desvaloriza. Diz que são movimentações politico-partidárias e aproveita o balanço para tratar as organizações da agricultura de extremistas.
Mas que raio de imbec... perdão, pessoa extremamente distraída é que sendo um político profissional (pelo menos enquanto estiver no Governo) e ligado ao Partido Socialista, tenta "desvalorizar" seja o que for, por ter ligações e motivações "politico-partidárias"?
Ele há cada um!...

Vivam as Marchas de Almada!



Vivam as Marchas, pois... mas isto não são horas decentes para chegar a casa quando se é uma pessoa idosa como eu!
É muito engraçado ir para Almada, jantar muito bem, cumprimentar a vereação, dar beijos e abraços (apertados) à presidente Maria Emília, ver passar as 10 marchas a concurso, ter uma opinião para dar sobre cada uma, ver o fogo de artifício e chegar a casa às 3 da madrugada... mas estou completamente "fané" (que é uma coisa cansativa e descolorante muito usada em França).

Hoje, só se Cavaco Silva for apanhado a comer bolo-rei de boca fechada ou Sócrates disser alguma coisa aparentada à verdade é que me inquieto o suficiente para fazer um post.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mesmo com tantos anos de prática...


A imagem não foi surripiada em lado nenhum e bom trabalho me deu a fazer!

O maior espectáculo do mundo... do país... pronto, ok, de Guimarães, por toda a gente conhecido como Circo e que era suposto ter animado todo o fim de semana, foi um fiasco.
Não foi nada de que eu não desconfiasse assim que me apercebi da ausência do "Palhaço Rico da Madeira", o tal não-sei-quantos Jardini. Nestas condições, apesar dos brilhos e do colorido que estes eventos sempre têm, dada a mediocridade quase geral dos artistas, o show foi fraquinho.
Claro que o Santanini arranca sempre um sorriso, mas isso é já um hábito.
Safam-se os ilusionistas. É sempre um número vistoso fazer aparecer, vindas de parte nenhuma, a credibilidade, respeitabilidade, seriedade, grande preocupação com o "social", etc, que saem da cartola a um ritmo impressionante. 
Entre os papelinhos brilhantes que vão sendo soprados para o ar, por vezes vislumbra-se a ilusão de uma ou duas ideias... subindo... brilhando... caindo.
As muitas "argoladas" transformam-se em novíssimas argolas chinesas cromadas que miraculosamente voltam a "encaixar".
Futuros, como raminhos de flores de plástico, aparecem por debaixo de bandeirinhas. 
Passados inconvenientes, desaparecem como que por mistério, atrás de grandes cortinas de fumo...
Os animais amestrados fazem as suas habilidades para garantir as suas rações. Alguns até fingem que são mais irrequietos, para assustar o respeitável público...

Claro que para quem, como eu, já tem idade para saber que tudo aquilo é mentira, e viu os truques as vezes suficientes para já saber como se fazem, o espectáculo é verdadeiramente penoso, direi mesmo muito deprimente!

Mas lá está... a culpa pode ser minha, que não sou grande apreciador de circo.

domingo, 22 de junho de 2008

Si, veremos a Dolores caminar...




De Espanha nem bom vento, nem bom casamento! Dizem... 
Pode até ser verdade, mas como não sou moleiro, nem pratico vela e sobretudo, já estou muito bem casado, não quero saber disso para nada. "Importo" de Espanha outro tipo de "aires". Música, por exemplo.
Já deve ser notório que gosto muito de alguns músicos e companheiros das cantigas das várias nacionalidades e culturas que formam a Espanha. Esta cantora de hoje é uma delas. Chama-se Ana Belén, foi menina prodígio, teve o bom senso de "parar" por uns tempos e aparecer já como jovem adulta e com coisas para dizer com as canções. Tem uma carreira brilhante, que muitas vezes se cruza com a do seu companheiro de há muitos anos, o também grande nome da música de Espanha, Víctor Manuel. Escolher uma cantiga não foi fácil. Ela canta tudo bem, tem uma grande presença e uma voz quente que adoça o que canta. Ainda por cima tem um gosto particular por cantar em parceria. Aí há de tudo, desde os duetos com o marido, até Chico Buarque, passando por Serrat, Joaquin Sabina, cantores cubanos... há realmente de tudo e em muitos casos, verdadeiras pérolas. Assim sendo, resolvi escolher um vídeo em que ela nem aparece e onde canta uma "simples" cantiga de homenagem a uma espanhola estranha, uma mulher especial.
Entre os leitores mais assíduos destes meus textos, poucos não saberão quem é esta mulher, Dolores Ibarruri, também conhecida por "La Passionária". Não, não me enganei no tempo do verbo. Embora nos tenha deixado há quase 20 anos, A Passionária, é!

"Passionária" - Ana Belen
(???)


sábado, 21 de junho de 2008

Ricardo Quaresma. E é o que há...




Por vários países da Europa correu e corre o vento da arte cigana. A criatividade sem limites, a profundidade dos temas, a seriedade da postura artística, o culto do "excesso" que se revela na procura constante de um virtuosismo técnico que a cada passo nos parece inultrapassável, são o dia-a-dia e verdadeira "impressão digital" de um povo que tem na arte a sua espiritualidade mais arreigada, chame-lhe "El Duende" ou outra coisa qualquer.
Há décadas que, dançando, cantando ou tocando, gigantes como Paco de Lucia, Camaron de La Isla, as grandes figuras históricas do baile flamenco, aqui ao lado na Espanha e muitas centenas de agrupamentos intrumentais espalhados pelos países mais para o centro e o leste, nos vão contando em arte o sentir mais fundo desse povo.
A França, para sua felicidade e grande proveito, não escapou a esta "invasão". Ali, como que num toque de magia, fundiram-se a música cigana e o jazz, dando origem a uma "coisa maluca" que dá pela alcunha de jazz manouche, de que os geniais Django Reinhardt e Stephane Grappelli foram os expoentes máximos (ou mais conhecidos...), dupla que tocou por todo o mundo, mas nunca renegando as suas noitadas fundadoras do "Hot Club de Paris" do pós-guerra.
Desde então, está sempre a aparecer gente nova. Cada vez parecem melhores.
Hoje, como que para ligar tudo o que já disse, ficamos com um violinista, de nome Florin Niculescu a acompanhar o inexplicável guitarrista que é este Biréli Lagrène e o seu "Gipsy Project", grupo a que vai juntando amigos, amigos e mais amigos.
A cereja no bolo é estarem aqui a tocar exactamente Django Reinhardt.

Infelizmente, passando a fronteira de Espanha para este lado, o panorama geral da arte cigana oscila entre o deprimente e o deserto total.
Eu sei... eu sei que temos o Ricardo Quaresma... mas (pelo menos para mim) não é realmente a mesma coisa!...

"Blues Clair" - Biréli Lagrène
(Django Reinhardt)


 

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Exames bué da...



"Foi bué simples."
"Ia adormecendo lá dentro..."

E por aí fora...
Não foi necessário esperar pelos jornais, reacções de professores, comentadores, especialistas e etc, para desconfiar seriamente de que este "salto qualitativo" milagroso traz água no bico.
Bastou-me ver o ar "sinceramente" indignado da Ministra da Educação, quando foi questionada sobre a "alegada" facilidade excessiva dos exames. Aquele ar indignado cheira à distância a coisa ensaiada e ainda por cima é igual ao dos vários outros ministros que se "indignam" com as perguntas incómodas, a começar pelo Primeiro deles.
Não quero ir ao exagero de pensar que o grau de dificuldade das provas de exame desceu ao nível do "branco é, galinha o põe", mas se este salto repentino da miséria para a excelência fosse verdade, esta ministra e a sua equipa amanhã estariam nas bocas do mundo e finalmente por boas razões.
Não. Infelizmente o que me parece é que na cegueira de apresentar grandes números (disfarçados de resultados), a grande medida que esta equipa ministerial tomou foi... facilitar.

Lembram-me os atletas que pateticamente inventam resultados, tomando umas coisas esquisitas, procurando enganar toda a gente. Muitas vezes até conseguem...
O que eu me pergunto é o que terá de "tomar" esta gente para se enganar a si mesma!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Avelino Ferreira Torres




Quando pensamos que a democracia e a liberdade já sofreram enxovalhos e maus-tratos suficientes para uma vida... há sempre uma novidade destas!
Este traste, prova viva de que a Natureza também comete erros, por exemplo, ao fazer nascer como "humanos" estes seres, vai novamente violentar a democracia candidatando-se ao cargo de Presidente da Câmara de Marco de Canaveses, cargo que ocupou durante vinte anos e que lhe valeu resmas de processos judiciais que ainda correm...
Desgraçadamente e muito provavelmente, este traste vai ganhar.
"Não se metam comigo que sou muito pequenino", diz o homúnculo, que na tentativa de fazer uma graçola, nem imagina o quanto acertou. É de facto muito pequeno!

Hugo Chávez - o "ditador" sem ditadura



Estive a ver, como (espero) muitas pessoas, a entrevista feita por um tal Don Mário :))) ao Presidente Hugo Chávez. 
Na introdução Mário Soares, com oportunidade, perguntou a Chávez como explicava a sua fama de ditador, sendo democraticamente eleito, estando rodeado de partidos de oposição completamente livres, órgãos de comunicação social que todos os dias dizem mal dele, sem ter presos políticos, etc, etc. 
Chávez explicou, falou de tudo, da sua Venezuela, da sua América Latina, da União Europeia, dos novos equilíbrios mundiais, do falhanço do "império", das presentes crises, energética, alimentar, ambiental, social, de civilização. De tudo falou de maneira calma, ponderada, muito informada e principalmente, interessante.
No mundo, nomeadamente na Europa, tanto entre as hostes da direita como de uma certa esquerda (?), está na moda dizer de Hugo Chávez o que Maomé não disse do chouriço...
Como ele próprio disse, não estará na hora de se fazer alguma coisa para entender a verdadeira natureza e alcance de muito do que se está a passar naquele continente que decididamente se fartou da "canga"?
Eu sei que o homem nem sempre é tão "sereno" como nesta entrevista, mas é mesmo o "doido varrido" que por aí se apregoa?
Se é, então o que é que eu ainda estou a fazer à solta?! 
Internem-me, porra!!!


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dupond e Dupont (mas sem graça)



O menos importante dos gémeos, foi ontem à noite entrevistado no "Dia D" da SIC Notícias.
Os verdadeiros analistas políticos encarregar-se-ão (coitados) de efectivamente analisar politicamente "aquilo". Para mim, que sou um amador, foi uma coisa soporífera, que teve como único motivo de interesse saber se a Ana Lourenço aguentava ou não sem adormecer...
Só mesmo analistas profissionais conseguirão tirar alguma ideia viva daquela amálgama de frases feitas e exaustivamente ensaiadas, de propaganda barata, de "socialismo de fancaria".
Para ser verdadeiro, há uma novidade no discurso do Ministro da Presidência, o gémeo Silva Pereira, tal como no do outro, o gémeo mais importante. Qualquer um deles, que até à pouco pareciam competir para mostrar o discurso mais arrogante e pesporrento deste governo, agora (vá-se lá saber porquê...) deram para agrafar nas caras uns ares de santinhos com vozes suaves e delicadas. 
São assim como que uma espécie de "Gémeos Castos" (*), mas em que só um corre...

* Piscar de olho de admiração aos "Gémeos Castro", esses sim, grandes atletas!

terça-feira, 17 de junho de 2008

E nós, entregues à bicharada...




Quando há uns bons anos o Correio da Manhã se saiu com esta capa "chico-esperta", pensando que aquele truque manhoso de colocar a "AD" logo à frente do "votar" , tratando-se de títulos de notícias diferentes, era a grande ideia de marketing político do ano, pensei eu: "Estes tipos são uns grunhos! São tão estúpidos que pensam que as pessoas que sabem ler um jornal, estão ainda neste nível rasteirinho..."
Passaram anos, outras direcções, outros jornalistas... desgraçadamente continuam grunhos. Julgam-se mais sofisticados que os seus "antepassados" no jornal, mas a grunhice é a mesma.
Senão vejamos. Resolveram dar a notícia (decisiva para o mundo) de que o jovem cubano Elián González ingressou na UJC de Cuba. Fê-lo com mais uns milhares de estudantes. Parece que lá em Cuba isso é normal...
A verdadeira notícia para o CM não é isto. O que é realmente importante é como a escrevem!
Para ter a história contada por gente normal, lá fiz uma pesquisa e encontrei o "Globo" do Brasil, jornal que decididamente não é o órgão central do PC do B e lá está a história do jovem Elián, tal como eu me lembrava dela. Mais um caso lamentável de emigração clandestina (são sempre, seja onde for) de Cuba para os EUA, em 1999. O barco não aguenta, várias pessoas morrem afogadas, entre elas a mãe do Elián, então com 6 anos de idade. Resgatados os sobreviventes pela Guarda Costeira dos EUA, iniciou-se uma batalha jurídica, tendo de um lado familiares afastados do miúdo, apoiados pelos movimentos anti-Castro de Miami, que querem ficar com ele e do outro lado, em Cuba, o pai, que não tinha sabido da fuga da esposa com o filho e tudo fez para o ter de volta a casa, com a ajuda (evidentemente) do Governo do seu país.
No fim de uma demorada e dura luta legal, um tribunal dos EUA concedeu a custódia da criança ao pai e esta regressou finalmente a Cuba, a sua casa.
E pronto. Esta é a história, resumidamente contada por mim, tendo como fontes a minha memória e uma notícia feita por jornalistas normais.
Qual a "versão" do CM, ontem? Umas tantas verdades, apenas para encaminhar o leitor para as duas "ideias" mais importantes... e aí vai disto!

Após uma grande batalha entre "familiares de Miami e Cuba" o jovem acabou por ser entregue "ao regime de Havana".

É ou não extraordinário de tão "subtil"?
Agora o que me faz impressão é o Elián, entregue ao regime de Havana... como é que faz para dormir? Deve ser uma noite no Ministério da Defesa, outra numa estação dos correios, depois vai comer qualquer coisa ao quartel mais próximo... mal deve ter tempo para ver o pai.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

São os mesmos, mas...






Esmagados...

Esmagados sob as patas
das bestas taciturnas
os nossos peitos ansiosos,

que havemos nós de fazer senão, irados,
mesmo imprudentemente,
erguer-nos contra quanto
é ordem truculenta,
crença mutiladora,
ou crime sistemático?

Este pequeno poema do (por muitos) querido poeta Armindo Rodrigues, que trouxe "distraidamente" do blogue "Cravo de Abril", sugere-me as imagens que viram em cima, as três primeiras de Abel Manta e a terceira, parte da recente campanha pelo NÃO ao Tratado de Lisboa, na Irlanda.
O poeta Armindo Rodrigues, que viveu de 1904 até 1993, passou a maior parte da sua longa vida sofrendo as patadas do fascismo. Viu-o assolar a Europa, como uma pestilenta praga. Viu todas essas figuras podres serem derrotadas por mulheres e homens como ele, primeiro lá, na tal Europa e muitos anos depois, também cá. Fez a festa connosco, mas manteve-se sempre alerta...
Viveu ainda os anos suficientes para vê-los voltar, pé ante pé, primeiro, a passos largos, depois. Viveu o suficiente para mais uma vez irado, mesmo imprudentemente, erguer-se contra tudo o que é ordem truculenta, crença mutiladora ou crime sistemático.
Viu como hoje todos, ou quase todos vemos, que são os mesmos senhores, os mesmos canalhas, exactamente os mesmos, só que agora vêm travestidos e mascarados de socialistas ou sociais-democratas, embrulhados da cabeça aos pés em Convenções e Tratados, com a maquilhagem barata de "grandes democratas" a esborratar-lhes as caras sem vergonha, enfeitados de periódicas e folclóricas Eleições, como bois enfeitados para as romarias... com uma diferença: 
Os bois, regra geral, são mansos e servem realmente para alguma coisa.

domingo, 15 de junho de 2008

Onde é que assino?





Há pouco, numa entrevista na RTP2, perguntaram a Saramago o que pensava sobre o "deslize" ou "gaffe" de Cavaco Silva a propósito do famoso "dia da raça". O escritor respondeu algo que também penso. "Não há gaffes nem deslizes". Há sim um momentâneo lapso no controlo... e lá sai o que realmente e lá no fundo se pensa.
Quando um tipo se embebeda e diz que a sogra é uma megera ou faz comentários racistas sobre um jogador do seu próprio clube, a sua atenuante não é estar com os copos, mas sim o estar a ser, finalmente, sincero, ao contrário dos outros dias em que se mantém tão sóbrio quanto hipócrita. Cavaco Silva está quase sempre muito sóbrio...
Agora, comentando o resultado do referendo, obrigatório, segundo a Constituição do Estado e do povo da Irlanda, lá teve mais uns "deslizes" ou "gaffes" que são verdadeiras pérolas de espírito democrático. 
Por exemplo...  “O Governo irlandês tem que propor uma solução para ultrapassar esta dificuldade que seja aceite pelos outros 26 Estados-membros” ...ou seja, votaram assim mas não deviam ter votado, portanto agora o problema é deles. 
Ou ainda...   “Os tratados internacionais nunca deveriam ser objecto de referendo e tivemos agora a prova disso”... esta já sabíamos.
Depois ainda conta descaradamente como no seu tempo, recorrendo à chantagem mais rasteira (que é o que vão fazer também agora) acabaram por "convencer" a Dinamarca a mudar o sentido de voto expresso no seu NÃO ao então em causa Tratado de Maastricht.

Como tenho a sorte de ter leitores que não só comentam como o podem fazer melhor do que eu, comento apenas com uma declaração:
Ainda bem que o representante da monarquia e "nosso" pretendente ao trono é "aquilo", senão eu sei lá... num momento de fraqueza...
E uma pergunta:
Onde é que uma pessoa se pode dirigir para assinar um papel ou seja lá o que for, no sentido de deixar de ter esta... digamos assim... porcaria de presidente?

sábado, 14 de junho de 2008

À vossa!



Aprende-se sempre alguma coisa.

1. Os irlandeses (alguns, pelo menos) dançam como deuses, fazem uma música do outro mundo, tem uma cerveja estranha que partilham connosco há quase 300 anos... ah!... e tem uma maneira muito especial de votar por si e pelos milhões de europeus a quem não foi dada essa oportunidade.
2. Segundo o que ouço a alguns dos analistas oficiais, quando os cidadãos votam a favor dos interesses do sistema, cumprem com brilho o seu dever cívico e patriótico. Quando votam contra... aí é muito mais complicado. Votaram contra "outras coisas", foi um voto de protesto contra "aquilo", uma maneira de castigar "aqueloutro", não entenderam bem o que estava em causa... uma maçada!
3. A "flexi-qualquer-coisa", característica fundamental das colunas vertebrais de muitos dos dirigentes europeus irá atingir níveis fantásticos nas semanas que aí vêm.
4. A frase em que Sócrates destaca a importância do "Tratado Porreiro Pá" para a sua carreira pessoal, amanhã já não quererá dizer nada disso.

(Bem... esta última não conta verdadeiramente, já que este é praticamente o destino de todas as grandes frases e promessas do Senhor Presidente do Conselho).

Resumindo, há que estar atento aos próximos dias. Aprende-se sempre alguma coisa!...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Irlanda - Não: 53,4% - Sim: 46,6%








Que chatice, pá!

Há dias assim!...




Ontem foi um dia quase glorioso! O "quase" foi o contributo da uma "lesão" de um dos elementos do grupo...
Fomos de passeio com um casal de amigos de infância... ah... não são? Mas parecem, que é o que interessa!
Entre o tempo de luxo passado em Gouveia à mesa do inexplicável Júlio, o espanto de uma visita guiada, de forma muito especial, a uma pequena mas espantosa parte daquela "coisa maluca" que são as Gravuras Paleolíticas do Côa, acabamos o dia num espectáculo organizado pela Sal, feito pelos seus alunos de música, da cidade da Guarda, todo ele virado para "Abril" e as suas canções e versos. 
Quando é que nós temos aquela sensação boa de que nem tudo está perdido? Muitas vezes, felizmente. Por exemplo, quando neste espectáculo que decorria bonito, com as "tropelias", enganos, excitação e empenho típicos da miudagem... subitamente, chega-se ao microfone um jovem (muito jovem) com ar concentrado e voz grave e nos presenteia com aquilo que durante um momento foi o "seu poema"... embora escrito por Eugénio de Andrade.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Oooops!



E lá estava eu na minha já recorrente e atrapalhada leitura de jornais "aterrissados" sobre as mesas de café, desta vez o Diário de Notícias, lendo um texto sobre a publicação de um livro sobre "comportamentos sociais". Já sobremaneira convencido, embora a segurar o jornal só com uma mão e este quase a cair, de que se tratava de um estudo do perfil de alguns dos nossos ministros, secretários de estado e gestores de empresas do PSI20, tropecei na palavra "psicopatas". Aí desconfiei. Era um bocado forte para o DN. (Ajusta melhor os óculos, pá!) Afinal o livro é mesmo sobre psicopatas à séria, os violentos e os outros, trata-se realmente de um estudo feito por cientistas, é lançado na Universidade de Coimbra e destina-se principalmente a profissionais forenses.
De qualquer maneira, digam-me lá se esta passagem do estudo não enganaria qualquer um!...

...tal e tal e tal... " há traços comuns de personalidade. Entre eles, a deficiente capacidade empática, pobreza de afectos, egocentrismo, impulsividade e tendência para um comportamento anti-social".

E esta então?!  "Prejudica os outros e utiliza-os em seu benefício para subir na empresa, eliminar a concorrência ou manter-se no poder por formas moralmente censuráveis, ainda que nunca chegue a cometer actos ilícitos".

Assenta-lhes como uma luva, ou não?
Mas pronto... fiz confusão! São "outros" psicopatas...


quarta-feira, 11 de junho de 2008

Selecção




Tentar "introduzir" alguma espécie de ideologia nas cabeças de Cavaco Silva e José Sócrates é um exercício inútil. Algo como querer transportar água com uma ciranda...
Este simpático intróito serve para apresentar as perguntas que hoje quero pôr à vossa consideração. Não é que eu passe os dias "pasmado" ou perplexo, atacado por dúvidas e mais dúvidas, mas a esta hora acaba sempre por ficar uma selecção de perguntas para as quais gostaríamos de ter respostas.
Agradecendo antecipadamente a vossa paciência para me aturar, aí vão:

1. Que "raça" de cérebro é tão lento, que 34 anos depois do 25 de Abril ainda não memorizou, independentemente lá do que pense(???), que cai muitíssimo mal dizer "Dia da Raça"?
2. Se fossem apenas sindicalistas e trabalhadores a estar à frente das paralisações de camiões, dos  bloqueios de estradas, a impedir as entradas e saídas de locais onde se pratica o sacrossanto mercado, etc, etc... quantas cargas da polícia de intervenção é que o Governo já teria ordenado?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Bispo... ou cavalo?




Embora os portugueses tenham por costume dizer que "do mal dos outros não nos vem nenhum bem", a verdade é que andamos sempre a comparar com um certo alívio aquilo que acontece "lá fora", com o que não acontece aqui. Ele são os grandes terramotos, tsunamis, grandes desordens... a nosso favor está sempre o eterno clima, o sol, o sabor da fruta...
Ultimamente a Itália tem contribuído com alguns desses fenómenos que fazem subir o nosso ego. Não temos (ainda) um crápula como Berlusconi no lugar de chefe do governo, não temos (ainda) fascistas confessos à frente da maior Câmara do país, como eles têm em Roma (e não só, infelizmente) e a "nossa" Igreja Católica, apesar de um ou outro deslize mais ou menos anedótico, não tem por norma (ou teria?) produzir episódios como o que se segue.
Segundo o "Globo", que por sua vez cita o "Il Messagero" de Roma, um jovem casal de namorados preparava já há tempo o seu casamento na Igreja Católica. Entretanto, o rapaz sofreu um acidente de viação que o deixou paraplégico. Feita a recuperação possível do trágico desastre, o amor de ambos fez com que tenham decidido ir com o casamento para diante, como antes. Assaltado pela dúvida sobre o que fazer, o jovem pároco local pediu instruções ao seu Bispo, da diocese de Viterbo... e zás!
A resposta veio como um raio, tão rápida como profundamente "cristã". 
O casamento religioso está absolutamente fora de questão, dado que o noivo e futuro marido perdeu a sua capacidade reprodutora!

Não vou comentar, pois a coisa podia descambar, mas ainda assim pergunto-me: 
Quando é que a Igreja Católica (e outras) vai começar a ter mais cuidado quando contrata funcionários e altos quadros para a "empresa"?
Este padres e bispos, lá que sempre que podem reproduzem que se fartam, toda a gente sabe... mas não seria também desejável que numa questão destas tentassem parecer-se com seres humanos, sei lá... normais?

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Como salteadores de beira de estrada




Não é nada que muitas pessoas, algumas com toda a razão, não pensem já de certos métodos da nossa máquina fiscal.
Esta notícia veiculada pela RTP N, pouco depois da meia noite, não ajuda nada a mudar essa ideia.
O caso é mais ou menos assim: O fisco coloca à venda na net bens que penhorou, muitas vezes sabe-se lá como (não seria a primeira vez que penhorava uma casa para cobrar uma dívida de 500 Euros), mas adiante. O cidadão com "queda" para os negócios, vai ao site do fisco, enamora-se, digamos de um belo BMW penhorado e resolve oferecer 1.000 (mil) Euros, no gozo, "a ver o que é que dá". 
Uma das coisas que pode dar é por exemplo enganar-se a teclar e escrever 1.000.000 (1 milhão) de Euros. Clicou OK? Danou-se! O sistema não deixa confirmar nada do que se escreveu, não envia certificado de gaita nenhuma nem confirmação de password, não há "arrependimento" nem recuo possível (com os senhores não se brinca!) e como evidentemente a "oferta" não será batida por nenhum outro pretendente... ganhou!!! 
Parabéns, é o feliz proprietário de um BMW usado que acaba de comprar por UM MILHÃO de Euros.
Já tinha dito que o processo é irreversível? Já? Pronto... então acho que é tudo.
Não tem um milhão de euros? Não se preocupe. O fisco, com o rigor que fez deste país um grande país, tratará de penhorar todos os seus bens para garantir nem que seja uma parte do pagamento e mais tarde poderá tentar comprar todas as suas tralhas no mesmo site das Finanças, mas prestando muito mais atenção às teclas.
Claro que esta norma irá eventualmente ser mudada, cancelada, "não é bem assim", o costume (irá?!), mas até lá... cuidado!

domingo, 8 de junho de 2008

Nos dias de hoje...


...ainda não chegámos (nem chegaremos) novamente "aqui", mas é bom estar com os olhos abertos e ir ouvindo uma ou outra música que ajude a não "adormecer". Se for música muito boa, cantada de forma extraordinária, melhor!


"Cartomante"

Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face a quem quer que seja
Nos dias de hoje, esteja tranquilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida
Nos dias de hoje, não nos dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está connosco até o pescoço
Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Está tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo de búzios e nas profecias
Cai o rei de espadas
Cai o rei de ouros
Cai o rei de paus
Cai, não fica nada!


"Cartomante" - Elis Regina
(Victor Martins / Ivan Lins)

sábado, 7 de junho de 2008

Mini-sondagem, de mini-opinião



O fenómeno internacional das subidas dos preços do petróleo e seus derivados tem originado toda a sorte de misérias, dificuldades, guerras. Entre nós não é diferente... com uma variante de peso, que é o facto de sermos governados por este grupo de amigos de Sócrates, os quais como que numa (involuntária) tentativa de compensar o mal que nos fazem, produzem frases e "medidas" de morrer a rir.
Assim e só para lembrar os últimos dias, um senhor “não sei quantos da concorrência”, que "investiga" por instruções directas do ministro Pinho e cujo nome não interessa para nada, descobriu que o facto que salta à vista, de as petrolíferas (ou por concertação ou porque a isso o abuso de posição dominante da GALP as obriga) mudarem os preços dos combustíveis exactamente quando e como a GALP muda, não é cartelização, mas sim simples "paralelismo".
O próprio Pinho, "muito preocupado" com a situação, decidiu mandar fazer já... um site na internet, para divulgar os diferentes preços. Como sempre, o ministro Pinho cai nestas gaffes com a elegância de um paralelepípedo de estrada. Não houve uma alma caridosa que lhe dissesse que a gaita do site já existe há que tempos!...
Grande (e científico) pesquisador que sou destes fenómenos, quis desta vez sondar a opinião dos eleitores do futuro sobre toda esta problemática, tanto os preços dos combustíveis, como a actuação dos responsáveis políticos.
Se era para sondar os futuros eleitores, nada melhor que tentar o infantário aqui da rua...
Digamos, para ser comedido nas palavras, que não foi uma tarde bem passada. Juntei (o melhor que sei) numa só imagem os principais entrevistados e foi mais ou menos assim:
- A primeira cuspiu-se toda e pôs a língua de fora.
- A segunda ficou uma eternidade com esta cara de gozo a dar para o "Não posso acreditar!"
- O terceiro desmanchou-se a rir, de uma forma até algo embaraçosa para toda a gente presente.
- Os gatos ficaram em estado de choque, embora cada um à sua maneira...
- O penúltimo achou que eu queria dizer que já não poderia andar no carrinho de bebé e começou a ficar numa angústia que só visto.
- O último, a quem o pai tinha prometido para o Natal uma daquelas motas pequeninas que já andam a gasolina, foi o caso pior. Levou as notícias muito, mas mesmo muito a mal.

Não há muitas maneiras de ver a coisa. Ou a situação está mesmo danada de má, ou eu não tenho jeito absolutamente nenhum para lidar com crianças.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Só pode ter sido fuga de informação



Direi mesmo mais, grave fuga de informação!
Então não é que, com a maior discrição possível, marquei por mail um encontro com cinco... vá lá, seis amigos, no Marquês, esquina com a Duque de Loulé, ontem pelas 15 horas e apareceram-me mais de 200.000? Já viram a "complicação"?
Felizmente ainda há pessoas ponderadas e calmas, como o nosso querido Presidente do Conselho, que se apressou a dizer que 200.000 é um número que não o impressiona nada.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Relatório (possível) da Maternidade Agora e Aqui



A montanha está bem, correu tudo normalmente, está a recuperar rapidamente e esta tarde terá alta.
Sobre o recém-nascido ainda nada se sabe. Durante os próximos dias irá havendo (certamente muitíssimas) notícias.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Longa vida ao Troço Poceirão - Caia!



Embora não seja bem a minha praia, ao longo da vida já assisti a um bom número de inaugurações. De tudo um pouco. Apartamentos de amigos, monumentos, Auditórios Municipais, ruas... tudo coisas simples, obras acabadas, prontas a usar. Cerimónias corriqueiras, em nada aparentadas com as inaugurações de José Sócrates.
Nada pode competir com o estrondo, pompa e dimensão das inaugurações de Sócrates. O céu é o limite, pela simples razão de na maior parte das vezes ele fazer um género relativamente novo de inauguração. 
A Inauguração de Anúncios!
Ele são milhares de postos de trabalho que serão criados por umas instituições que serão construídas lá para...
Ele é o novo Aeroporto Internacional de Lisboa (que a continuar esta subida dos preços dos combustíveis, terá dois voos de manhã, dois à tarde e um à noite... mas isso não interessa nada)...
Ele é...
Ontem calhou o TGV. Como algum troço tinha de ser... foi o de "Poceirão - Caia". Inauguração em grande!
Parece que há um problamazeco qualquer com uns pareceres, uns pássaros... não consegui fixar. É que quando por um (raríssimo) acaso se juntam numa mesma frase as palavras "sócrates", "poceirão" e logo a seguir "caia", confesso que me desconcentro um bocado.

Nesta fantasia, Sócrates, em princípio, está sozinho. Se algum leitor quiser juntar personagens à fantasia faça-o a seu gosto.  (livra!...)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Os Robertos



Quem não se lembra dos "Robertos"? Esse verdadeiro "Teatro Nacional" da nossa meninice, pelo menos dos mais aniversariados de nós...
Era uma alegria! Chegava a companhia, normalmente só de um, com a esposa como assistente, montava-se em menos de um fósforo aquela espécie de tenda estreitinha, ouviam-se as primeiras palavras com voz de corneta e começava o espectáculo mágico dos olhos arregalados das crianças, dos risos, do tomar partido, dos incitamentos e dos esforços de alguns pais e mães para fingir que não estavam a divertir-se... estavam ali apenas para nos fazer a vontade.
Admito que os enredos não eram lá muito profundos nem variados e o que retenho dos textos se resume a alguns "oh, diabo! oh, diabo!" e milhares de "toma! toma" toma!", misturados com um eventual "e ora toma!...", ao som de sonoras pauladas nas cabeças de madeira dos vários "actores". Havia quase sempre a terminar, um quadro mais elaborado em termos literários, pois juntava aos vulgares "toma, toma!", uns tantos "eh, touro! eh, tourinho!" e lá choviam as indispensáveis pauladas no touro, para delírio dos presentes. Era a tourada! "Robertos" sem tourada era coisa que nem se poderia imaginar!

Por estranho que possa parecer, nos últimos tempos quando assisto às trocas de mimos entre Sócrates e Francisco Louçã, em plena Assembleia, dá-me para me lembrar do "raça" dos Robertos da minha infância.
Mais estranho ainda, tenho esta fantasia de que se enquanto eles falam e se batem eu fosse a correr espreitar "atrás do pano" da Assembleia, encontraria lá um tipo qualquer, sozinho, a manipular os dois e a falar por eles...
Devo estar a ficar maluco!?!