segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A massa de que são feitos



A partir de um post de um (presumo eu) professor, indicado pela Maria do “O cheiro da ilha”, deixem-me fazer-vos aqui um “desenho” do último “mal-entendido” entre os representantes dos professores e os “secretários do estado a que chegou o ministério da educação”.

1. Numa altura em que os professores, em vigília junto ao Ministério, se preparavam para ali entregar uma moção, o dirigente Mário Nogueira recebe uma chamada do Sec. de Estado Adjunto, Jorge Pedreira, a convocá-lo para um encontro a ter lugar imediatamente.

2. Desse encontro, resultou a declaração de Mário Nogueira, dizendo que dada a abertura do Ministério para marcar uma reunião com agenda aberta, incluindo a discussão da suspensão e posterior substituição deste modelo de avaliação, os professores decidiam desmarcar as greves regionais, mantendo tudo o resto (greve nacional incluída) em aberto e dependente dos resultados dessa futura negociação.

3. Pouco tempo depois, o mesmo Jorge Pedreira, multiplicou-se em declarações, afirmando terem sido os sindicatos a pedir a reunião e desmentindo praticamente tudo o que dissera Mário Nogueira.

4. Como se não bastasse, funcionários do Ministério que, certamente por puro acaso, se encontravam (já bem tarde) a fazer horas extra, “desataram” a enviar por mail, para tudo que é escola e professores, este comunicado, que também publicaram no portal do ME e que diz:


Esclarecimento
1 - Chegou hoje ao fim o processo de negociação das medidas tomadas pelo Governo no dia 20 de Novembro para facilitar a avaliação do desempenho dos professores.
2 - Os sindicatos neste processo não apresentaram qualquer alternativa ou pedido de negociação suplementar, pelo que o Ministério da Educação (ME) dá por concluídas as negociações, prosseguindo a aprovação dos respectivos instrumentos legais.
3 - O ME, mantendo a abertura de sempre, que já conduzira ao Memorando de Entendimento com a plataforma sindical (ver infra), respondeu positivamente à vontade dos sindicatos, expressa publicamente, de realização de uma reunião sem pré-condições, isto é, sem exigência de suspensão da avaliação até aqui colocada pelos sindicatos. Foi por isso agendada uma reunião para o dia 15 de Dezembro, com agenda aberta.
4 - Os sindicatos foram informados que o ME não suspenderá a avaliação de desempenho, que prossegue em todas as escolas nos termos em que tem vindo a ser desenvolvida.

(Acrescentam mais uns links para as suas posições e propaganda)


Digo eu. Esta gente, esgotados os argumentos e já de cabeça perdida, ocupa agora o seu tempo no Ministério da Educação, engendrando ciladas para armar aos professores e seus representantes.

Digo eu. É desta massa que se fazem os canalhas que, assim que atingem o precioso estatuto de ex-governantes, seguem a grande velocidade, para tudo o que é Conselho de Administração de grandes empresas, encher os bolsos com milhões ganhos “legalmente”, em alguns casos, pois outros nem se dão a esse incómodo e roubam tudo o que podem, não lhes fazendo sequer espécie que as tais “pessoas de bem” com que passam a conviver e convidar para suas casas e festas particulares, sejam a nata dos escroques internacionais, criminosos negociantes de armas e narcotraficantes, branqueadores de dinheiro sujo, etc, etc, numa teia asquerosa que, como temos visto, envolve muitos desses tais ex-governantes e suas famílias, por esse mundo fora.

Digo eu. Vamos empenhar-nos todos ainda um pouco mais para por todos os meios (incluindo este) denunciar e expor publicamente esta escória!

15 comentários:

Anónimo disse...

Dá para ver que te tiram do sério.
A estratégia do ME parece ser agora tentar desacreditar os sindicatos e Mário Nogueira em particular.

Anónimo disse...

Os bandalhos utilizam todos os meios possíveis e imaginários.

Justine disse...

E tu estás a fazer um excelente trabalho de denúncia e esclarecimento, Samuel.
Porque tudo o que se está a passar neste momento no país só pode estar a sair de uma quadrilha bem organizada, que é necessário desmantelar e meter na prisão.

Hilário disse...

Isto mostra bem o desespero do M.Educação e os aldrabões que para lá andam.

A estratégia do Governo é tentar denegrir os Sindicatos e os seus dirigentes, em todos os sectores.

A alternativa é só uma a continuação da luta!

Um Abraço

Anónimo disse...

Estarei a exagerar, se disser que são fascistas candidatos a ditadores? É que utilizam os mesmos meios!
Abraço

Anónimo disse...

Através deste teu post já fui ao blogue que referes e já o postei para o meu. É realmente muita canalhice e há que denunciar.
Abraços

duarte disse...

só há um meio...nada de meios termos! lutar!
sair à rua todos juntos sem canções mas com canhões...rebentar com essa corja,que passo a passo nos conduz para ditadura!
acordar os vizinhos e convidá-los a gritar NÂO!
duarte a atirar paralelos

Anónimo disse...

Apelidos terminados em "es"


Como antigamente se aprendia na escola ( hoje já não) o sufixo 'ES' no final dos apelidos provém de uma raiz hebraica sefardita e tem a conotação de 'Filho de...'.

Assim é com apelidos como:

* Alvares que significa 'Filho de Álvaro'
* Rodrigues 'Filho de Rodrigo'
* Lopes 'Filho de Lopo'

ou ainda

* Fernandes 'Filho de Fernando'.



A regra gramatical era esta.

No entanto, como também aprenderam, há as excepções às regras.

Na verdade existe uma excepção gramatical a esta regra: Sócrates, não significa filho de Sócrat, mas sim 'Filho da ...Puta'!!...

João Paulo Proença disse...

Caro Samuel:

Sim, sou professor.
E com muito orgulho. Estes serão anos inesquecíveis.

Um abraço

João P.

Anónimo disse...

De repente, perante tanta e tão descarada canalhice, a suspeita de que há uns canalhas-mor que mandam uns canalhinhas para a frente para que se queimem na canalhice e eles possam continuar no seu obrar canalha.
Obrigado, Samuel e, por teu intermédio, João P., que fui visitar.
Abraços

éme. disse...

Também sou professora. No Superior... lá também andam a ver se nos entalam as vidas, se nos convencem que devemos tudo, mais que outra coisa, pensar apenas na carreira... esquecer os estudantes, que isso de ser professor parece ser sempre visto pelo poder como coisa pouca...
Sim, serão anos inesquecíveis, estes que se avizinham!

Anónimo disse...

No dia da greve, o J.Pedreira, em entrevista, afirmou que muitas escolas estavam abertas. Felizmente, para quem aprecia uma informação isenta e honesta e infelizmente para ele, a ( ou o que já não me lembro ) jornalista era espertinha e perguntou-lhe se estava a querer dizer que estavam muitos professores nas escolas. Espremido dessa maneira, não teve outro remédio senão dizer " não foi isso que eu disse". Pois não, não foi isso que ele disse mas foi isso que quiz sugerir e era isso que ele queria que a opinião pública tivesse entendido.
Além de desonesto é estúpido (ou julga que os outros o são, que é uma forma de revelar a estupidez do próprio ) pois até podiam perfeitamente estar todas as escolas abertas e a greve ter tido uma adesão de 100 por cento( de que, aliás, não andou longe). Se não são os professores que abrem as escolas e sim os funcionários e esses não estavam em greve!
Em síntese, retratou-se como o estúpido e o demagogo da pior espécie que deveras é.
E é essa a lisura que grassa pela classe sem classe dos nossos dirigentes!
Abaixo com a choldra!

Ana Camarra disse...

Samuel

De facto é mete nojo este tipo de actuação, mas também sou prova que se está no caminho certo e que de facto esta luta es´tá a assustar quem deve!

beijos

Fernando Samuel disse...

Vamos a isso!...



Abraço.

Nuno Góis disse...

"Vamos empenhar-nos todos ainda um pouco mais para por todos os meios (incluindo este) denunciar e expor publicamente esta escória!"

Sim Samuel!
Porque é dessa massa que somos feitos...