sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Casa Pia - Quando a justiça demora...



Porque hoje a minha prioridade mora na Quinta da Atalaia, não segui o (possível) desfecho do Processo Casa Pia. Ficará para depois...

O que vi na televisão, enquanto comia o meu gaspacho, foi outra coisa, infelizmente. Como sempre acontece nos julgamentos, por todo o país, e este, no tão fino Parque das Nações, não foi excepção, aparecem magotes de homens e mulheres, na única condição de mirones e especialistas na arte do “cá pra mim...”, “eles deviem era de serem todos...”, etc., etc., etc.

Vêm, como disse, aos magotes. Chegam cedo, “porque pode estar muita gente” e querem arranjar lugar. São um vislumbre do nosso lado pior e mais negro. Esperam, no fundo, que por milagre, à saída dos réus – que já antes condenaram – se abra um rasgão no espaço/tempo, que nos leve à Idade Média, faça aparecer ali um pelourinho onde seja possível amarrá-los - sejam incendiários, ladrões, assassinos ou simples pilha-galinhas... - e matá-los à pedrada.

É nestas alturas que eu não posso deixar de pensar que estamos muito mais longe do Irão em quilómetros do que nas mentalidades.


Actualização: Afinal, ainda em casa a tempo de ouvir as sentenças aplicadas aos vários arguidos, fica, por um lado e a serem verdadeiros os factos dados como provados, a certeza de que as penas são muito leves; mas, por outro, por deficiente fundamentação do tribunal, ou por defeito meu, a impressão de que há muitas dúvidas por dissipar...

Fica a solidariedade de sempre, para com as vítimas de actos abjectos (que talvez agora deixem de ser tratadas por "alegadas vítimas") e a amarga convicção de que isto está longe de acabar!

2 comentários:

Fernando Samuel disse...

Ter acabado com as «alegadas vítimas» e ter feito alguma justiça às vítimas, já não é nada mau...
Um abraço.

São disse...

Veremos como vão correr as coisas...
E o meu apoio às vítimas, porque essas existem, sem espaçp para dúvida alguma!!

Um abraço para vós.