Desaparece do convívio dos vivos o engenheiro Eurico de Melo, político do PSD a quem a atávica parolice “tuga” se encarregou de dar o cognome de “vice-rei do norte”.
Pelos olhos e palavras dos seus amigos, perdeu-se um homem de consensos, pacificador, mediador, recto, de convicções firmes, discreto, de bom trato, homem de estado, digno, arguto, de princípios... e que, a fazer fé em Santana Lopes, levou consigo muitos segredos.
Não posso acompanhar todos os amigos nestas considerações compreensíveis, já que vindas precisamente dos amigos... por um lado, porque nunca estive sequer junto ao engenheiro Eurico de Melo; por outro lado, porque a imagem que guardo dele, a imagem que me deram os meios de comunicação social, foi a do trauliteiro de direita, portador daquela espécie de cegueira do norte, que tende a acrescentar aos problemas que o país já tem, mais um: o ódio regional.
Claro que a minha visão poderá estar toldada pelo calor do que então por cá se vivia...
Seja como for, não foi o natural ambiente de pesar e os mais que naturais elogios de circunstância à figura agora desaparecida, que me levam a escrever. Na verdade, o que é “irresistível” nesta estória é o aparecimento em cena de Manuel Dias Loureiro, dissertando, em pleno serviço fúnebre, sobre qualidades como a rectidão, honestidade, verticalidade, etc., etc., para acabar numa maniqueísta divisão da população mundial em apenas dois tipos de pessoas: boas e más.
Claro que, já que estava a falar, poderia ter dissertado sobre corrupção, desonestidade, aldrabice, impunidade intolerável, falta de vergonha na cara... tudo habilidades em que é um verdadeiro especialista... mas não. Ficou-se pela “bondade”.
Admirável momento de má ficção científica!!!
11 comentários:
Lá saberão porque foi esse também a dizer umas coisas.
Um abraço,
mário
Eles elogiam-se mutuamente e sabem muito bem porquê.
Tudo farinha do mesmo saco.
Tens toda a razão. Se cada morto tem o elogiador que merece, calcula tu que fico na dúvida se o Eurico de Melo mereceria tanto...
E e que tal um coro de coiros: o tal Loureiro, o Oliveira e Costa, o solista Cavaco acompanhados pelo organista Duarte Lima. Até podiam fazer uma banda, uma vez que já são um bando...
Um abraço
E eu que estava mesmo convencido que o homúnculo já tinha morrido há tanto tempo. Sabem o que acho? A avó...
Já nem me lembrava que o homem existia. E cada morto tem o elogio fúnebre que merece, já que estes fazem parte da mesma cambada.
Abreijos.
Eurico de Melo é um cacique reaccionário. Tal como todos os barões, lugares-tenentes e muitos personagens obscuros do PSD, este individuo enriqueceu à custa da política.
As fortunas que esta gente do PSD e do PS e CDS fizeram após o 25 de Abril estão todas manchadas de corrupção e roubos ao erário público.
Se houvesse um processo mãos limpas como houve na Itália não ficava pedra sobre pedra.
Ainal bem e ele bem lá sabe porquê, porque é que ficou pela bondade. Esta gentinha, são hábeis manipuladores das suas acções e palavras, porque têm sempre, um... manto protector.
Vistos na TV,de óculos escuros e vestidos de preto, parecia uma reunião de "padrinhos"...todos parecidos todos (parasitas) iguais!
Abraço
Em que tipo de pessoas se terá ele incluído? Nas boas ou nas más?
Que falta de vergonha depois de todas as vigarices onde anda metido!!!!
Um beijo.
eu até aceito dias loureiro se ele se ele incluir certo tipo de criminosos entre as nas pessoas más, uma categoria a que obviamente pertence.
rocha, eurico de melo era um industrial do norte, provavelmente reforçou-a mas não construiu a fortuna à custa da política.
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