segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Marcelo Mendes – Uma besta a cavalo


O toureiro Marcelo Mendes tem uma vaga desculpa: ter sido formatado desde tenra idade num ambiente “cultural” de violência e derramamento de sangue para fins de diversão e lucro. Ter sido formatado por companhias que, numa grande parte, são gente profundamente reaccionária, quando não são mesmo confessos saudosos dos fascismo.
Não passa, portanto, de mais um garoto profundamente danificado na sua humanidade e personalidade. Um garoto educado para reagir violentamente ao afrontamento, ainda que vestidinho de roupinhas bordadadinhas a lantejoulinhas. Um infeliz que acha normal atacar pessoas indefesas, atirando-lhes para cima com uma besta... montada num cavalo.
Provavelmente, o energúmeno pensa que, acaso o cavalo tivesse esmagado alguma pessoa, isso não lhe provocaria quaisquer dores... exactamente o mito vigarista de que enterrar ferros no corpo ensanguentado de um touro, não faz doer.
Faz doer, sim! Tal como ver cenas como esta. Também dói ver a GNR esperar pelo segundo ataque do facínora, para então se aproximar dele, não só não o levando, devidamente detido, como nem sequer o obrigando a descer do cavalo com que acabara de praticar o crime, à frente de toda a gente e, felizmente para o apuramento de possíveis responsabilidades criminais (também da GNR), à frente das câmaras de televisão, como este vídeo abaixo documenta.
Tenho alguns amigos (poucos!) que, no seu direito, são adeptos das touradas. Espero sinceramente que nesta estória estejam comigo e não com este falhado projecto de ser humano que dá pelo nome de Marcelo Mendes.



29 comentários:

Luis Nogueira disse...

O que estes coiros andam a fazer é a safar o coiro aos fascistas dos ganadeiros, dos "Diogos Relvas" deste país. O único cavaleiro da história da tourada em portugal que não era fascista, foi o Mestre Batista, os outros... Raspe-se um cavaleiro ou um pegador, encontra-se um puto e não animal. Animal é nome honrado.

Luis Nogueira

São disse...

Sem comentários!

Nem para o idiota do agressor e menos ainda para a passividade inexplica´vel da autoridade.

Tudo de bom.

Graciete Rietsch disse...

Inconcebível!!!!!

Um beijo.

Anónimo disse...

e ainda chamam de bestas os cavalos, os touros... raisparta as touradas e afins!


vovómaria

O Rural disse...

Nem gosto de touradas nem de ver um pastor alemão com coleira usar o elevador do meu prédio.

Mas a praça estava cheia e mais de vinte cãezinhos continuam a alçar a perna à 6 da tarde no jardim da minha porta.

Não aprecio nem uns nem outros, mas se a tourada à porta fechada, prefiro os touros aos cãozarrões no sofá.

Antuã disse...

A besta ainda se arma em vítima. Coitadinho, insultaram o cavalo.

trepadeira disse...

E,procurando bem,ainda se encontram ligações fortes deste crime contra os animais,todos,com os nazis e quejandos.

Já parece ser o estrebuchar da besta.

Um abraço,
mário

Graça Sampaio disse...

Grande besta!!! Quanto aos GNR... que se há de fazer? No meu tempo de liceu dizia-se, à laia de anedota, que os GNR (que na altura andavam a cavalo) eram umas frações impróprias...

Abaixo as touradas - espetáculo medieval!

Anónimo disse...

"Ter sido formatado por companhias que, numa grande parte, são gente profundamente reaccionária, quando não são mesmo confessos saudosos dos fascismo."

Estas práticas veem de á séculos, nada tendo a ver com "fascismo"....

Anónimo disse...

Esta prática é anterior ao fascismo......
Não sabem história????

Esquerdas não são sinónimos de defesa dos animais....

Anónimo disse...

O tipo apanhou pedradas da multidão. Ia-se ficar?

Anónimo disse...

Malditos fascistas que são mais bestas que a besta que montavam! Já se sentem os donos de tudo e a autoridade!!!...
Vicky

Anónimo disse...

Sem querer defender as touradas que considero de uma violência desnecessária e uma grande demontração de ignorância sobre a vida, tenho no entanto que dar alguma razão ao toureiro a partir do momento em que comecou a ser apedrejado (exemplo: 1:58s). Os manifestantes escalaram para o insulto verbal e o apedrejamento que não são mais do que formas da violência que tanto condenam.

Anónimo disse...

Retiro o que disse.
Os jornalistas até nem fizeram um mau trabalho. Só faltava referirem os calhaus que voaram.

1:08 -> vê-se uma pedra a aterrar no chão (lado esquerdo) não se sabe vinda de onde
1:32 -> vê-se outra pedra no ar na direcção do cavalo (lado direito)
5:22 -> carro riscado
5:30 -> carrinha pintada com spray vermelho

Anónimo disse...

pedra a atingir o chão (lado esquerdo) -> 1:08

pedra na direcção do cavalo (lado direito) -> 1:32

carro riscado -> 5:23

carro pintado com spray vermelho -> 5:26

será imaginação? ou aconteceu mesmo?

samuel disse...

Anónimo (21:38:

Ó pá!!! já havia touradas antes do fascismo?
Ó pá!!! E como é que eu nunca tinha ouvido falar disso?
Felizmente há historiadores como o meu caro, que aqui vêm comentar!
Obrigado!!!

samuel disse...

Anónimo (21:42):

História??? Não… não estou a ver o que seja…
Mas não amue, meu caro. Pronto… os ganadeiros são tudo gente eassaz progressista!
Está bem assim para si? :-) :-)

samuel disse...

Anónimo ( 02:49, 02:54)… :-) :-) :-)

Uau! Você tem a certeza de que não está a passar ao lado de uma bonita carreira como navegador de ralis? :-) :-) :-)

Anónimo disse...

Deveriam ser espetados com pregos nas costas para sentirem na pele o que sentem os animais que toureiam. E a GNR ser encarcerada numa cela durante uns dias.
Reinaldo d' Oliveira

ferroadas disse...

Para quem me souber responder. fica a pergunta:

Onde vêem os defensores das touradas, CULTURA e ARTE.

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Mas seria de esperar outro comportamento de quem (toureiro assim como os aficionados da tourada) sente prazer intenso por ver o sofrimento alheio?! Porque isso é o que se passa nas touradas: o prazer do público e dos intervenientes ao verem e a provocarem o sofrimento do touro. Palmas, eloquência até ao êxtase,clímax total (sexual ou não) cada vez que o animal é atingido...

É um triste espectáculo, digno da pré-história, mas entre ele e os Romanos atirarem os cristãos aos leões e vibrarem com o sangue derramado e com a dor alheia, a diferença é nenhuma.

Não compreendo nem aceito ou admito que se sinta prazer a ver um ser vivo sofrer. E sim, tenho amigos que são fãs dessa coisa a que chamam arte (?) mas que não é mais que sadismo...

E sim, como carne (mesmo que muito esporadicamente), o touro poderá fazer parte de uma cadeia alimentar, assim como o meu próprio corpo que um dia será alimento para animais ou vermes ou bactérias apenas, tudo se transforma na Natureza, por isso como animais sem remorsos, mas simplesmente me alimento deles, não entro em êxtase com a sua morte e muito menos com o seu sofrimento e dor.

Por tudo isto, de um toureiro, que outro comportamento seria de esperar?! Desrespeito pelo outro, prazer em provocar danos, dor, prepotência e arrogância ...foi "só" isso que aconteceu... Não me espanta, infelizmente.

Pior foi a atitude da autoridade... onde está? onde está? onde está??

Triste, o Homem é o ser que mais beneficiaria a Terra e a Vida com o seu desaparecimento, mas infelizmente parece que isso não acontecerá tão cedo, pelo menos não antes de provocarmos ainda mais estragos...

Anónimo disse...

"o Homem é o ser que mais beneficiaria a Terra e a Vida com o seu desaparecimento, mas infelizmente parece que isso não acontecerá tão cedo". É difícil acreditar que alguém escreva isto. Mas alguém escreveu....

Luis Filipe Gomes disse...

Em tempos frequentei touradas. Fiz desenhos e gravuras ilustrando o que vi. Na altura interessei-me muito pela chamada tauromaquia. Li muito sobre a temática. Talvez que o melhor livro tenha sido um romance de Blasco Ibañez que se chama "Sangre y Arena" e que em português teve tradução chamando-se "Touros de Morte".
Para mim o que é importante acabar não é o espectáculo sangrento do sacrifício animal mas sim o sacrifício animal. Quem tenha observado esses vídeos documentais de animais bovinos no matadouro verificará que o abate do animal precedente é presenciado pelo animal seguinte, este invariavelmente tenta libertar-se do túnel gradeado onde é empurrado para a morte, tem ataques de desespero doloroso em que treme e perde o controlo da retenção da urina e das fezes, tal como qualquer um de nós. Para os que dizem que os animais não sentem, nem entendem muito aqui têm para reflectir.
Mesmo correndo o risco de parecer o outro que aconselha livros para ler não deixo de indicar Peter Singer “Escritos sobre uma vida ética”.
É preciso acrescentar ainda que a indústria farmacêutica, cosmética e outras fazem coisas terríveis com animais de todas as espécies. Os laboratórios ditos científicos que usam animais nada mais são do que verdadeiras câmaras de tortura e horror. Era já tempo de acabar com isto.

aNaTureza disse...

"O único argumento legítimo e verdadeiro que têm [os aficionados], é o de a tourada ser um espectáculo legalizado e, como tal, terem todo o direito a participar. Ponto final porque acabam aí os argumentos válidos.


O que está na base do movimento anti-touradas não é claramente uma questão de gostos. Os gostos não se discutem. O pior é quando os nossos gostos colidem com a vida ou a integridade física de outros. Gostar é diferente de amar ou respeitar. É por demais evidente que os pedófilos gostam de crianças; mas é uma maneira de gostar que passa pela exploração dos menores e pela negação dos seus direitos.

Os que vivem da indústria tauromáquica cuidam dos touros porque vivem da sua exploração; se eles não lhes trouxessem rendimento, duvido que tratassem deles em regime pro-bono. Mas fica o desafio: vamos ver quantos aficionados amam verdadeiramente a raça taurina e se dispõem a cuidar dos exemplares existentes quando acabarem as touradas. Como fazem, por exemplo, as associações de animais por este país fora, que abnegadamente se dedicam a cuidar de cães e gatos abandonados.

Outra falácia comum para fugir à discussão séria sobre ética é comparar a vida em liberdade que precede a tortura na arena à vida dos animais em criação intensiva. É claro que a criação intensiva é uma ignomínia, mas não invalida que as corridas de touros não constituam também uma ignomínia.

Aqui podemos cair na questão de comparar coisas parvas como campos de concentração, por exemplo: seria melhor acabar em Auschwitz ou em Treblinka? É melhor morrer à nascença ou aos 4 anos? Com uma facada no peito ou afogado? Tudo isto são questões absolutamente laterais e cujo único objectivo é desviar a atenção de uma pergunta muito simples: é eticamente aceitável criar um animal para o massacrar publicamente e ganhar dinheiro assim?
Se respondermos sim, abrimos a porta para as lutas de cães, de galos, e até de indivíduos que, por grande carência financeira ou mesmo falta de neurónios, se disponham a entrar num recinto e participar numa luta de morte em jeito de espectáculo. Há quem goste de ver. E se vamos pela quantidade de público a assistir, nada batia os linchamentos públicos nos pelourinhos. Mas isso também acabou; houve uma altura em que passámos a considerar isso um espectáculo incorrecto e imoral.

Vi agora que ainda há mais uns pseudo-argumentos: comparar injecções ou vacinas com as bandarilhas. Parece uma brincadeira comparar uma agulha fina com o objectivo de tratar uma doença ou evitar outra - no caso das vacinas - com a introdução de 9cm em metal grosso, cujos 3cm finais são em forma de arpão para não sair e continuar a rasgar os músculos e os ligamentos durante a lide. Das duas, três: ou está a brincar, ou não usa o raciocínio ou quer enganar os outros.
Depois vem mais uma das bandeiras frequentemente agitadas: a da extinção do touro bravo. Como muitos dos que lutam contra a existência das touradas são pro-ambientalistas, este parece ser um argumento forte. Parece, mas obviamente não é. O que os ecologistas defendem é a não interferência nos ecossistemas porque há equilíbrios frágeis cuja totalidade das varáveis são desconhecidas e as rupturas imprevisíveis. Não tem nada a ver com o touro bravo.
A extinção do touro bravo teria o mesmo impacto ambiental que a extinção do caniche. Podemos lamentá-la, claro, por razões sentimentais, mas não afectam em nada os ecossistemas.
E se falamos de ambiente, as herdades onde se faz a criação extensiva de touros podiam dar lugar a montados de sobro e plantação de oliveiras. Temos um clima e um solo excelentes para a produção de azeite e cortiça e não somos autónomos na questão do azeite, o que nos traria ganhos financeiros e mais independência económica. Os toureiros, se quisessem reconverter-se, podiam ir para a apanha da azeitona com as suas calcinhas justas e a jaqueta de lantejoulas; não seria prático mas dava uma nota de cor aos campos nessa altura do ano."

aNaTureza disse...

Tb sabemos perfeitamente (embora o esqueçamos) que não é só nas touradas que os animais não humanos sofrem, como refere o comentário acima. Nem com a desculpa de que os temos que comer, se resolve o conflito ético e ambiental actualmente existente na criação intensiva e morte dos "animais de consumo". O conhecimento existente revela-nos imensas alternativas ao sofrimento dos outros animais não humanos.

"Tudo que o homem não conhece não existe para ele. Por isso o mundo tem, para cada um, o tamanho que abrange o seu conhecimento". Carlos Bernardo González Pecotche

“Eu descobri que quando sofremos, sofremos como iguais. E na sua capacidade de sofrer, um cão é um porco, um urso...é um menino”

Ana Loura disse...

Filhos da...
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=282341155211747&set=a.174483689330828.35196.158466324265898&type=1&theater

José Andrade Melo disse...

UMA BESTA DESTAS TEM QUE SER TRUCIDADAS SOCIALMENTE POR PESSOAS DE BEM.SÃO UMA VERGONHA PARA O NOSSO PAÍS E PARA A ESPÉCIE HUMANA!

Anónimo disse...

A violência "às claras" das touradas refugia-se na violência "escondida" dos matadouros.

Ha quem argumente que o touro tem uma vida de luxo e uma morte digna de uma festa. Que é melhor do que a violência das fábricas de animais.

Quando foi a ultima vez viram uma vaca, um porco ou uma galinha vivos? Como é? Não comem carne? Ela não cai do céu. E como morrem estes animais nos matadouros? Espreitem: http://vimeo.com/30620523

Sem transformar a industria de produção da carne é difícil de argumentar contra as touradas. Não que elas não estejam erradas, mas porque estamos a permitir uma alternativa pior.

Se eu nascesse uma vaca, acho que preferia morrer na arena. Crescia livre, comia melhor, e ainda jogava a lotaria de me despedir com uma valente cornada no toureiro.

Just Been Paid disse...

Mais uma vergonha para este país. E mais um desocupado de sangue frio, com uma pedra dentro do peito, como infelizmente há milhares neste pobre país, caso contrário tudo aquilo, aquela praça de loucos estaria vazia ou quase. Povo atrasado, meu Deus.

Cultura e Arte, realmente é incrível como a palavra ATRASADO "nos" assenta que nem uma luva.