domingo, 28 de setembro de 2008

Voltando a Maria Keil (lamentavelmente!)



Caras amigas e amigos, hoje é um bom dia para lamentar coisas... portanto vamos a isso, começando por pedir desculpas pelo tamanho do “muro”.

Lamento ter escrito a ultima parte deste post.

Lamento que ao ter lido este texto no blog de Júlia Coutinho,

...como dizia, lamento que ao ter lido este texto, não tenha entendido que a única referencia a uma data, 1999, era afinal de uma história com mais de vinte anos, não tenha entendido que, a dar ouvidos ao que agora dizem amigos e até familiares, a destruição dos azulejos foi uma coisa sem importância, prontamente sanada pelo Metropolitano com uma encomenda (agora a pagar) e que aquela frase “ E porque foi um trabalho não pago viu-se impossibilitada de accionar um protesto legal”, não era igualmente para levar a sério.

Lamento ter “inventado” aquela tirada dos “juristas muito bons que descobriram não ter que dar satisfações à autora” em vez de achar que a administração do Metro tinha destruído os azulejos sem sequer se escorar em qualquer parecer jurídico, “sem contemplações”, para usar mais uma vez as palavras de Júlia Coutinho. E eu que pensava que esta dos juristas era, mais ou menos, uma frase feita, da família do “ah, esses têm bons advogados, safam-se sempre!”, que toda a gente “inventa” várias vezes por mês, quando se refere a algum conflito entre uma grande empresa e qualquer cidadão comum!...

Lamento que comentando o texto do meu post, Júlia Coutinho tenha passado disto, que deixou na minha caixa de comentários,

“Querido Samuel, sinto-me muito honrada com a tua visita e venho agradecer a visibilidade que conseguiste dar a este caso. O meu blog é pouco conhecido e tem poucas visitas.
A Maria Keil merece.
Obrigada.
14 de Agosto de 2008 14:52”,

...para isto:

“Este meu post foi logo utilizado pelo blog do Samuel, o cantigueiro, tambem no dia 9 de Agosto (por acaso não foi, foi no dia 14), em que treslia as minhas palavras e de uma forma abusadora punha a tónica apenas na destruição dos azulejos e na recusa dos advogados do Metro em indemnizar a autora! Ora isso são inverdades!

...passando, sem entretanto eu ter dito ou escrito mais nada sobre o assunto, de “querido Samuel” a “tresleitor, abusador e mentiroso”, segundo o mail que Júlia Coutinho desatou a enviar para tudo o que é gente.

Lamento não conseguir entender o que a terá “assustado ou comprometido” a este ponto...

Lamento não conseguir vislumbrar no meu post, que terminei com as palavras “Este país, por vezes consegue ser “ainda mais extraordinário” do que que é o seu costume! Ou não?” qualquer manobra de aproveitamento político, ataque a quem quer que seja, administração do Metro ou o actual Governo (esta é delirante!) e muito menos ver qualquer uma dessas coisas no texto da tal petição online (aconselho vivamente a leitura), feita a partir de um blog, “A face oculta da terra”, que tem de facto o meu texto como base e cujos autores, até há poucos dias, nem sabiam que era meu e que neste momento deve estar a ser retirada “do ar” pelos seus promotores (Carlos Alberto Augusto e Rui Mota) os quais parecem, como eu, estar muito pouco convencidos de, em toda esta hitória, serem (juntamente comigo) os maus da fita.

Lamento, evidentemente, que alguns bloggers e comentadores tenham começado uma escalada de ataques a este e aquele, que ao que dizem, até já incluiu pedidos de demissão do actual Ministro da Cultura, mas quanto a isso eu nada posso fazer e poderia ter acontecido mesmo que o meu post fosse sobre jardinagem.

Lamento, finalmente e muito a sério, não ter dado ao apelo que me levou ao blog da Júlia Coutinho e à sua tão mal contada história dos azulejos, o mesmo destino que normalmente já dou a quase todos os apelos “urgentes” para isto e aquilo, passando por tipos de sangue raro e doenças desconhecidas, cadeias de amizade que darão milhares de coisas indiscriminadas, rezas em pirâmide que resultarão em fantásticos milagres e grande fortuna... que é o cestinho do lixo do computador!
Continuarei então a fazê-lo, só que ainda com maior atenção e “empenho”.

Apenas não lamento a parte do post em que falei da Maria Keil e da sua longa, bonita e produtiva vida.
Ela sim, não merecia que esta história tivesse tomado o rumo que tomou e que, ao que me parece por declarações alegadamente suas (???) ao Expresso (primeiro caderno, pág.18), alguém se encarregou de lhe contar também muito mal.

Longe de mim querer imitar o Galileu, mas... “no entanto houve de facto destruição dos azulejos”, como se pode ler nesta tímida carta com que a administração do Metropolitano de Lisboa respondeu a um blogger que se lhes dirigiu directamente (ler do meio do post para a frente).

Por mim, tanto quanto me for permitido, esta história acaba exactamente... aqui!

32 comentários:

Ana Camarra disse...

Samuel

São coisas chatas das quais tu não tens culpa a tua intenção foi boa, Maria Keill uma grande e generosa artista, a Administração do Metro agiu mal, o resto não interessa.

Beijos

Anónimo disse...

Há uma verdade indesmentível, uma obra de Maria Keil foi DES-TRU-ÍDA.

Quero lá saber que a obra esteja documentada num qualquer arquivo.

Se Maria Keil tivesse dado o seu acordo à destruição não deixaria de ser crime.

De qualquer maneira vale mais acautelarmo-nos com certo tipo de blogers que não assumem a responsabilidade dos seus posts.

Abraço

Maria disse...

Samuel

Deste-te ao trabalho de fazer este esclarecimento. E de escrever a última frase!

Deixo-te um forte abraço e abreijos por aí...

AC disse...

rssssss...que embrulhada do catano...contudo existe a destruição da obra...que valeu a pena denunciar.

Anónimo disse...

Samuel, eu soube da história pelo teu blogue e fui ler, através do link que deixaste, o da Júlia (que conheço há décadas e que adoro). Tirei as mesmas conclusões que tu tiraste e também eu fiz um post, mais coisa menos no mesmo sentido que o teu. Aliás, outros bloggers, como o Tempo das Cerejas, linkando para ti mas também para a Júlia, foram no mesmo sentido.

Vi o esclarecimento da Júlia e também me espantou os termos dos ataques ao teu blogue.

Tenciono corrigir o meu post brevemente. São coisas que acontecem. E não tens qualquer responsabilidade no assunto. Fizeste o post pela mesma razão que eu fiz: defesa do respeito pela memória de Maria Keil. É andar para frente. Está feita a correcção.

Anónimo disse...

Depois do que li dito pelo "nosso" cantigueiro, vi não sei onde algo sobre essa história dos azulejos. E percebi que havia qualquer confusão. Por isso este é um aqueles casos que me ajudam a ter cada vez mais cuidado com as informações da Rede. Raramente me valho de um só testemunho para afirmar o que quer que seja. É que mesmo alguém bem intencionado e intelectualmente honesto como tu, meu caro Samuel, pode ser induzido em erro.
É óbvio, porém, que este caso não belisca minimamente o alto conceito em que te tenho. Se possível antes o aumenta o belo texto "penitencial" de hoje .

Anónimo disse...

Eu sei, esta corre o de ser um tanto private joke, mas não resisto (e também sei que tu e mais catorze vão entender): AQUELE AZULEJO É MEU!
:-)
THE END pra isto, e bora lá!

Lúcia disse...

samuel. Aguardava este teu texto, exactamente com este conteúdo (embora a tua escrita supreenda sempre). Acima de tudo, houve aqui um grande mal-entendid. E fico-me por aí. Fiz um post avisando os passantes disso mesmo, remetendo para o blog do Viriato Teles e da Júlia Coutinho, sem muito mais explicar a não ser isso mesmo: houve uma confusão. Pois hoje terá uma adenda, remetendo para este texto. Obrigatório-
Beijos

Fernando Samuel disse...

Pois é: essa «passagem» de «querido Samuel» a «tresleitor...» é típica de especialistas na «arte da passagem» - e confirma que quem se passa uma vez, passa-se duas ou três...

Um grande e solidário abraço, Samuel.

Sérgio Ribeiro disse...

Caro Samuel,
Não! Não acabou ali no teu "aqui". Porque mereces toda a solidariedade (como a Maria Keil por outras razões tomem elas as formas que tomarem), e há que a afirmar ao ver que se "passam culpas" e se arranjam "maus da fita" quando a "fita" foram outros/a que a fizeram.
Acontece. Como aconteceu e como acontecerá. Quantas vezes nos perguntámos já "mas como é que cai nesta?". Quantas vezes nos perguntaremos ainda?
O episódio incomoda, magoa, chateia... mas vale pouco. Apenas (e é bom) confirma e melhor caracteriza algumas pessoas que pululam numa certa área da nossa vida e vivências.
E deixo-te um abraço solidário e (vê lá tu) cúmplice.

Justine disse...

E assim se prova que há gente sem honra nem palavra!
A minha solidariedade, com um abraço.Ponto final:))

Carlos A. Augusto disse...
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Carlos A. Augusto disse...
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Pedro Penilo disse...

Caro Samuel:

Estive quase quase prestes quase a fazer um destaque deste caso no "Pivô". Também tinha lido o texto da Júlia.

Salvou-me o facto de querer anexar uma imagem. Enquanto a procurava, fui lendo textos que me fizeram pensar que qualquer coisa não batia certo.

Não é pelo facto de se ter passado há vinte anos, que o crime deixa de ser crime. No máximo, seríamos todos acusados de reacção retardada, e de participar numa escalada de pequenos erros e mal-entendidos...

Só que houve alguém que não "aguentou a pressão" e quis salvar-se como pudesse.

Carlos A. Augusto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Soares disse...

Olá Samuel
Podes também ter a certeza que muitos te estimam.
Achaste por bem esclarecer. Já fiz as correcções da Júlia e agora irei acrescentar a tua mensagem.
Abraço

Carlos A. Augusto disse...

Samuel:
A história, permite-me fazer uma pequeníssima correcção, não termina aqui. Começa aqui.
As minhas razões para afirmar isto estão
neste post
, para quem quiser ler.
Nunca o problema do património foi tão intensa e generalizadamente debatido como aconteceu agora por via de todo este episódio. A Petição tem cerca de 4000 assinaturas (ainda estará no ar mais algum tempo, mas iremos de facto vamos encerrá-la). Gente (os numerosos comentários atestam-no) que se importa.
Este debate provou então que nos importamos e que não nos vamos deixar de importar.
Tudo isto graças ao teu texto. Não é coisa despicienda...
Grande abraço e até breve

Anónimo disse...

Samuel
Não seria preciso mas, quero que saibas da minha solidariedade para com a tua atitude.
Grande abraço companheiro, a luta segue dentro de momentos.

duarte disse...

ola companheiros
li o teu post(os dois) li os vossos comentários,e comcluí o obvio: a obra foi destruida e ponto final.
duarte o(in)conformado
ps:só me apetece fazer o mesmo que saramago...fugir deste país que teima em não ser meu(ou melhor: de todos nós)

Luis Eme disse...

nem sei o que dizer, Samuel.

felizmente és uma pessoa digna.

abraço

Orlando Gonçalves disse...

Samuel
Expresso a minha solidariedade para contigo. De facto não entendi o porquê de tanta polémica e muito menos da forma ofensiva como outra pessoa se referiu a ti. Pelo que pude indagar os os paineis foram de facto destruidos, e seja há 10,15 ou 20 anos é preciso condenar. Qualquer dia não se pode condenar o holocausto porque isso se passou há mais de 60 anos.
Olha os meus textos e as denuncias feitas por mim, poderás sempre fazer copy pois são tiradas de informações que leio nos jornais diários. Caso alguma se prove não ser verdadeira, não será culpa minha, mas sim de informações que recolhi nos jornais, e posso sempre pedir desculpa pelo meu erro, já o mesmo muitas das vezes não o fazem os jornais.
Mas num país onde a cultura é só para alguns e em que a "poesia" deixou de ser para comer por todos ( minha querida Natália, que saudades), é pena que estas coisas aconteçam e certas pessoas não assumam responsabilidades por aquilo que publicam.
Para ti um forte e grande abraço, não te acanhes a luta continua sempre.
Viva Maria Keill

LuisPVLopes disse...
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LuisPVLopes disse...

Pois é exactamente devido a gente como essa Sra. Júlia Coutinho do blogue "As causas da Júlia", é que este Portugal anda como anda, passam a vida de 4 com medo de serem afectados nos seus tachos, é o NEOLIBERALISMO imperialista no seu pior.
Agora que a administração do metro de Lisboa na altura provou ser constituída por uma cambada de "trolls" lá isso provou e, como trolls que eram, apenas destruíram, nada construíram, umas perfeitas bestas acéfalas.

Maria Keil, uma extraordinária artista plástica deste país, amante de Lisboa e generosa com esta cidade, procurou dar cor a quem diariamente enche aquelas carruagens subterrâneas, porque são pessoas, porque vêem, ouvem e sentem, para cinzenta já lhes basta a vida, roubada por governos e administrações corruptas.
Mas a administração da empresa do metro de Lisboa, que seguramente ainda se encontra instalada num prédio alto com luz solar todo o dia, desde esse tempo, deslocando-se nos seu carros de ALD com ar condicionado e aromas Brise, bem longe da sua fonte de lucro e da população que diariamente na sua utilização do metro, lhes garante chorudos lucros, eventualmente ainda os consideram como escória, tinha de ser e, não são todos?!... Imune e insensível, ao ponto de destruir as obras de arte únicas e insubstituíveis, provando terem sido de facto UMAS GRANDESSÍSSIMAS BESTAS-QUADRADAS.
Quanto à Sra. Júlia eventualmente não passará de mais uma dos mesmos de sempre, atolada na sua hipocrisia, enfim!.

Força Samuel, há que denunciar essas bestialidades, não estás sozinho!

Ouss

Anónimo disse...

Samuel, foi graças ao texto sobre a Maria Keil publicado no Arrastão que conheci o seu blog. Logo, me deliciei com tua forma de escrita e, sobretudo, tornei-me fã do Cantigueiro.
Quanto a postura da Júlia Coutinho, deixo aqui registrado que não a conheço e muito menos conheço o blogue por ela escrito. Por isso, também não quero fazer nenhum julgamento. Mas, uma coisa é certa, as pessoas pensam que a internet é uma redoma de proteção e que seus atos nunca serão descobertos pelos outros.
Fica aqui minha indignação e minha solidariedade. A vida é feita dessas coisas mesmo amigo. Valeu o aprendizado para todos nós! Grande abraço e sempre avante!

lino disse...

Depois de ler o material acessível, não descortino razões para tanto estardalhaço. Talvez a senhora tenha pensado que o Samuel lhe estava a chamar "tia" na caixa de comentários da posta de 14 de Agosto. Apenas julgo que os autores da petição se excederam, ao não cuidarem de saber se a artista concordava com tal acção. Por mim, não sou nada de assinar petições. A última que assinei, contra o desacordo ortográfico, provocou-me um mal estar do caraças, por ter de juntar o meu nome, desconhecido mas humilde e honrado, a pessoas do jaez do VGM e da Zita Seabra.
Um abraço solilidário.

Carlos Alberto Augusto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos A. Augusto disse...

Só um pequeno esclarecimento ao Lino (aqui do último comentário) relativamente à questão do "excesso". Sou o autor da Petição...
Este caso não é privado, é público. Pedir a um autor se concorda com uma acção contra um acto de mutiliação ou destruição de uma obra de arte "pública" de sua autoria seria o mesmo que (o exemplo é talvez excessivo, mas é mesmo só para ilustrar, porque há quem ainda não tenha de facto percebido o que está em causa...) o MP ir pedir a um pai a quem mataram o filho que dê autorização para levar o autor do crime a julgamento.

Anónimo disse...

Toda a minha solidariedade para com o SAMUEL (assim mesmo - escrito com letras bem grandes).
Cumprimento-o pela sua verticalidade, a sua frontalidade, a sua dignidade ao encarar bem de frente quem o tentou enxovalhar de forma tão despropositada.

Esta "bola de neve" pode ter sido uma bela homenagem a Maria Keil. Mais pessoas conhecem a sua obra. Mais pessoas olharão hoje orgulhosas para aqueles azulejos quando passam no Metro. Não tenho dúvidas de que também mais pessoas irão descobrir a sua obra e a arte do azulejo em Portugal no Museu do Azulejo.

SAMUEL, aqui também perpassou o debate e a defesa dos direitos de autor.
Porque não tem o Metro de Lisboa em todas as suas estações, e em local bem visível, os autores de cada uma delas?

Sal disse...

Um beijo solidário.
Continuamos a confiar em ti e nos teus posts.
Acho que posso dizê-lo em nome de toda a gente.
bjs

O Puma disse...

Parece que estamos a discutir o código do trabalho que impunemente vai passar na assembleia da república.Fizeste o que tinhas a fazer Cantigueiro - e acima de tudo foste honesto - antes durante e depois . O resto são rosas.

alex campos disse...

Não necessito de mostrar a minha solariedade, porque seria uma redundância. Uma vez que fiz também um pequenino texto e linquei o teu. Estamos no mesmo barco, também fui enganado.
Coisas que acontecem. O certo é que ninguém, no seu perfeito juízo, pode pode em causa a tua honestidade intelectual.
Um abraço

Hilário disse...

Samuel, tens toda a minha solideriedade.

Só põe em causa a tua honestidade a pessoa ou as pessoas que são más.

Um Abraço