quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Malcriados somos todos... pelo menos uma vez na vida




Enquanto bebia a bica, apareceu de supetão na televisão o milésimo anúncio de trens de cozinha protagonizado pele senhora dona Filipa Vacondeus.

- Olha a grande vaca dos tachos e das panelas... – ia a dizer eu, quando vi a cara de espanto da senhora atrás do balcão do café, desconhecedora destes meus ataques de má criação.

Expliquei-lhe rapidamente que “fiquei assim” desde que, há uns tempos, li num jornal uma entrevista da senhora Vacondeus. Contei-lhe parte do conteúdo da célebre entrevista, mesmo de memória:

Gosta de Política?

Muito. Desde pequena que comecei a ouvir falar de política. O meu pai era monárquico ferrenho e nós fomos educados nessa linha, mas sem sermos obrigados a segui-la. Lá em casa ninguém era salazarista, muito embora hoje reconheça que Salazar faz muita falta em muitas coisas.

Em quê?

Em honestidade, em palavra... O grande defeito de Salazar foi ter-se metido dentro de casa e não saber o que se passava à sua volta (...) Mas foi um homem profundamente sério...

Acha possível valorizar a seriedade de um governante que tínha uma polícia política que prendia e torturava e matava?

Vamos pôr as coisas de forma muito clara: A polícia política só fazia isso a pessoas do Partido Comunista…


Pela cara da minha amiga do café, acho que compreendeu perfeitamente a minha súbita má criação… acho mesmo que me perdoou. Perdoem-me vocês também...

13 comentários:

Anónimo disse...

Será então essa senhora o exemplo acabado de que, no fundo, ficou tudo (ou pelo menos quase tudo!) como estava: continuaram a dar cobertura uns aos outros numa perfeita lógica de classe dominante e durante uns tempos mantiveram as suas "doutas" opiniões só para consumo interno nos seus círculos de chá e canastra mas agora já arrotam à boca cheia que sempre foram uns bons pulhas sem moral e de uma ignorância atroz. Não sei se é vaca(por respeito aos ruminantes) mas lá cretina é!!!!! (este foi também o meu momento de má educação)

salvoconduto disse...

Se te perdoarem a ti também vão ter que me perdoar a mim, porque quando li o texto, sem querer, insultei a mãezinha dela...

Antuã disse...

Comparar estas mulherinhas com as vacas é uma grande ofensa para as mesmas. Coitadinhas das vacas que só vêem o boi uma vez por ano!...

anamar disse...

Que te não doa a língua, Samuel...
Abracinho
:))

Jorge S. disse...

Por mim estás perdoado
e Vaicondeus.

Abraço

Paulo Assim disse...

Pois, quando menos se espera... é caso para dizer Vá com deus e não volte...

O Puma disse...

As verdadeiras vacas

não se deixam confundir

Maria disse...

Estás muito 'soft' tendo em conta a entrevista da senhora...
Ainda vais ter que pedir perdão às vacas!
:)))

Abreijo.

Anónimo disse...

Se as as vacas só vêem o boi uma vez por ano é porque merecem.
Esta nem isso merece...
Mas, quem é que queria cobrir uma coisa daquelas...
Vá é a outra parte.
Homem das Cavernas

Fernando Samuel disse...

Estamos todos perdoados...
(lembro-me dessa entrevista e de a ter tratado...)

Um abraço.

Hilário disse...

Te perdoo meu filho.
BOA MALHA!

Um Abraço

jrd disse...

A certas vacas, o sarro do focinho só sai depois de esfregado com palha de aço, daquela que se usa nos tachos.

svasconcelos disse...

Também li essa entrevista há tempos, causou-me o mesmo grau de indignação que a ti... Penso mesmo que foste contido, face à variedade de palavrões que podias ter utilizado..
bjs,