sexta-feira, 15 de julho de 2011

Governo mostra a sua “qualidade”


Ao final do dia de ontem foram chegando pormenores da comunicação do ministro das finanças. Aí se viu todo um programa, virado para a espoliação de quase todos para o enriquecimento de uns tantos. Conforme as “novidades” foram surgindo, reveladas pelo ministro, com aquela cara de tótó, de quem ainda não descobriu que não consegue ter graça, por mais que tente... foram-me sugerindo algumas reflexões, forçosamente prejudicadas pela minha falta de conhecimentos de alta economia.
Assim interpretou o genial Vítor Gaspar a frase de Passos Coelho. Ele disse “desvio”... depois houve umas palavras... não se sabem bem quais... e “colossal”, o que quer dizer que o desvio vai dar um trabalho colossal. Esta é uma “interpretação” que coloca Vítor Gaspar ao nível dos melhores números de “palhaço trapalhão”.
Claro que, como seria de esperar, para além de não ter sido anunciada uma medida que fosse, tendente a promover o emprego e reanimar a economia... a “culpa” da recessão e do desemprego é... de quem, de quem? Claro que é dos próprios desempregados e das famílias que não têm liquidez para consumir.
E acusa muito bem! O nosso amigo Agostinho Lopes foi até bastante económico com as palavras.
E porque haveria de não isentar?! Não foi exatamente isso que ele foi fazer para o Governo? Não são essas exatamente as ordens que tem?!
Tudo isto, como devem calcular, foi progressivamente aumentando o meu nível de reação alérgica, o que, para não ir mais longe, me faz resumir a coisa desta maneira:
Mesmo os grandes canalhas, de uma forma geral, têm sempre alguma qualidade... ainda que não seja evidente, ainda que seja preciso procurar com redobrado afinco.
Estes que agora nos governam, têm pelo menos uma “qualidade” bastante evidente: Nem se dão ao incómodo de esconder ao serviço de quem estão. Não têm o menor pudor em assumir-se como lacaios do poder do dinheiro e daqueles que o detêm.
Resta-nos ajudar a esclarecer aqueles que o não conseguem ver, insistir muito (e pacientemente) com aqueles que não querem ver... e combater os outros. Convenhamos que é uma tarefa de monta!

8 comentários:

Maria disse...

Se isto não fosse trágico para milhares de famílias... seria cómico.
A tarefa que nos espera é hercúlea!

Abreijo.

salvoconduto disse...

Também afinei pelo mesmo diapasão. Custa mais correr contra quem tem o vento a favor.

trepadeira disse...

A tarefa é difícil,também por isso,vai valer a pena.

Um abraço,
mário

Ana Alves Miguel disse...

Ontem, 14/7, na manifestação promovida pela CGTP-IN que se iniciou no Largo de Santos e terminou na Assembleia da República, Carvalho da Silva apontou as saídas justas que fazem entrar dinheiro nos cofres do Estado tornando-o mais presente, mais social e, relembro estas: o combate à economia clandestina e à fuga aos impostos. Se (só) estas fossem eliminadas entrariam nos cofres do Estado 30 mil milhões de € num ano. Mas o governo quer é o dinheiro ganho justamente com o trabalho e que sejamos considerados "piigs". Nestes tempos em que a luta não é alegria mas sacrifício diário saibamos confiar na CGTP-IN e ajudar outros a separar o trigo do jóio. Às vezes parecemos poucos... mas não são as minorias que fazem andar o mundo, o interpretam e o transformam? Sejamos protagonistas. Ana

Zé Canhão disse...

Com tanta ilegalidade por parte do poder a insurreição armada é legítima.

Graciete Rietsch disse...

Desvio colossal,esse sim,é entre as esperanças criadas pelo 25 de ABRIL e as políticas que nos têm impisto há quase 36 anos.

Um beijo.

Cumulonimbus disse...

Perante isto vale a pena lembrar.



José Saramago - Cadernos de Lanzarote

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III – pag. 148

Fernando Samuel disse...

É uma tarefa gigantesca, de facto, mas lá chegaremos...

Um abraço.