“Onde vais rio que eu canto
Quero ver teu novo norte
Há no cais p’ra onde vais
Mãos de vida não de morte
Vai no mar barco à vela
Vai de paz se abastecer
Mais além barco veleiro
Flor da vida vai colher
Onde vais rio que eu canto
Nova luz já te alumia
Lá no cais p’ra onde vais
Nasce amor dia após dia”
(Excerto da canção "Onde vais rio que eu canto", vencedora do Festival RTP da Canção, em 1970, Cantada por Sérgio Borges, com Música de Nóbrega e Sousa e letra de Joaquim Pedro Gonçalves)
Ainda sou do tempo em que os “Borges” eram “Sérgios” e, juntamente com mais um punhado de autores e cantores, tentavam dar alguma “cor” ao cinzento da RTP do fascismo, tanto em programas como, por exemplo, o “Zip-Zip”, como, ainda que apenas por uns minutos, ousando “tomar de assalto” o Festival da Canção, com canções diferentes, servidas por letras “atrevidas” para a época, como esta, “Onde vais rio que eu canto”, que ganhou o Festival de 1970, deixando no 2º lugar a candidata de grande peso que foi a célebre “Canção de madrugar”, do Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes.
Agora os “Borges” são outros, estão ao serviço da anti-cultura, do mais reles fanatismo neoliberal... e dão um novo significado à expressão “tomar de assalto” a RTP.
Dizem alguns biógrafos e historiadores que Salazar, o “santinho salvador da pátria”, não contava muito com a televisão para a evolução do país ou do seu povo. Dizem mesmo que detestava a televisão pública e que não lhe importaria nada que esta fechasse portas. Estes seus salazarentos candidatos a discípulos dilectos que se instalaram no Governo, estão decididos, nisso como em tantas outras coisas... a fazer-lhe a vontade.
8 comentários:
Esses "Borges" de hoje parecem mais os "Borgia", isso sim!
Se realmente for avante essa "canalhice criminosa" como disse o Sr. Samuel no post anterior, sem que haja resistência, aí sim, a máxima de que cada povo tem o governo que merece, vai fazer sentido.
Basta dessa escumalha!!!
Dizes bem, memórias....
Abreijos.
Estes Borges de agora!...
Que pena.
Um abraço,
mário
Não é ser reacionário, mas todas as orações que se fizessem ao São Salazar, para salvar os lusitaníssimos RTP. CTT, TLP, TAP, CIMPOR, EEP (EDP), etc.etc. das mãos de chineses, espanhois, brasileiros, etc. se dessem resultado, muitos «ateus» acendiam velinhas ao santo.
Este até dá para avivar reaccionarismos.
Nesses tempos o Festival da Canção ainda trazia alguma luz a este Portugal oprimido. Mas havia também quem batalhasse, escondido, e assim surge o 25 de ABRIL.
Tal como diz ARY dos SANTOS
"Quem o fez era soldado
homem novo,capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão"
NÃO PASSARÃO
Um beijo.
Deste nem na morte se falou
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Borges
Sabem o que vos digo? Este patusco do António Bispo de Coimbra ou era chanfrado ou andava sempre comos copos, para achar que o manholas salvou alguém. Salvou, salvou... deixou um legado que ainda hoje perdura. Já hoje um amigo me contou que numa roda em que terá falado num volume mais elevado logo foi admoestado por alguém que lhe disse "fale mais baixo, que podem ouvir...". Era o que faltava, não!?...
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