No meio da catadupa de notícias sobre impostos obscenos, recessão acima do “previsto”, relatórios assassinos do FMI sobre a criação de um “estado novo” em Portugal, etc., etc., etc... fui tentando não ligar peva às movimentações de tantos milhares de portugueses no sentido de salvar o cão perigoso que esfacelou o cérebro a uma criança de 18 meses, matando-a. Creio que esta notícia que agora me saltou à vista... é a gota d’água:
Quando é que estas pessoas “abandonaram” a vida real e se perderam no mundo de banda desenhada, onde os cães são culpados ou inocentes, são condenados ou perdoados, têm direitos e deveres iguais às crianças, têm "motivos" compreensíveis que os podem levar a matar crianças...
Será defeito meu... ou esta paranoia está a atingir níveis de demência?
Serei apenas eu a estar a atingir o nível de vómito com esta sequência de notícias sobre petições, rasgar de vestes e pedidos de clemência... uma náusea que nem uma vida inteira de convívio e carinho por diversos (e alguns saudosos) animais domésticos consegue atenuar?
Felizmente, os milhares de crianças que estão à espera de serem adoptadas, ou não sabem ler (ainda), ou não têm acesso a estas notícias!
Principalmente aquelas crianças que quase ninguém quer adoptar... por não serem brancas, por não serem “perfeitas”, por já não serem bebés...
9 comentários:
Isto é tudo uma náusea, Samuel!
Abraço
O que eu acho é que pode ter havido alguma incúria dos pais da criança ao deixarem-na sem defesas junto a um cão potencialmente perigoso. E digo potencialmente porque há cães treinados para matar.
Mas lamento e muito a morte da criança e não subscrevo qualquer apelo a favor da adoção do cão. Aliás acho ridículo e creio que os responsáveis humanos pelo que aconteceu à criança, nunca se perdoarão.
Um beijo.
Existem raças perigosas de cães, isso ninguém me faz duvidar sequer.
Porém também acho que há muito pouco cuidado por parte de quem leva para casa um animal e, pelo que tem acontecido, sem saber muito bem como lidar com ele devidamente.
Penso que terá que existir um equilíbrio que não penalize os animais pela incúria dos donos e esta histeria de dizer que não há animais perigosos e colocar ao mesmo nível a vida de um animal e de um ser humano, particularmente - neste caso - a de uma criança!
Saudações
Já um cão tem mais direitos que uma criança.
Adoro tanto animais, como me enojam as pessoas que substituem os afectos humanos, por afectos irracionais. Claro que os pais são culpados, tal como o cão tem capacidades inatas de matar irracionalmente.
Não se consegue avaliar a capacidade das pessoas para cuidar devidamente de animais, então é necessário limita-las aos animais inofensivos. Por que raio se discute sequer a possibilidade de permitir a posse de um cão com capacidade de matar, e não se discute a possibilidade de ter um leão em casa, ou um gorila... ?!
Mas mais grave ainda é a alienação da realidade. É a mobilização para salvar um cão.
Porque não salvar um peixe, ou um elefante, ou uma pessoa...?
Saudações
Diogo Jorge
Não entendo ocomo é que há 50 mil pessoas (pelo menos) a falar do cão e tão poucas a falar do acidente e da crianças.
De facto estamos numa sociedade doente. Doente terminal, pois confundem um ser humano e um animal.
Não maltrato cães (embora não tenha especial simpatia por pitbull ou rotweiller ou... outra raça perigosa), mas as crianças estarão sempre, entre os humanos, em primeiríssimo lugar!
Beijo
O amor exacerbado aos animais,ê sempre doentio e irracional.Costumo dizer,que quem maltrata um animal,tambêm maltrata um ser humano.Faz algum tempo,na minha rua uma crianca mendigava ,com um caozinho que segurava na boca um copo destinado äs moedas.Toda a gente que passava,ficava indignada com o "trabalho "do animal,nao se importando com a condicao da crianca.Essas pessoas,provavelmente nao se indispoem,nos filmes onde entram animais.
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.A imprensa-pronta-a-pensar,tem contribuido bastante para esta histeria colectiva,pois,para alêm de desviar atencoes para o pricipal,ê um tema que dâ audiencias.
Um abraco
Eu vou mais para aqui. http://expresso.sapo.pt/a-vida-do-meu-cao-nao-vale-mais-do-que-a-de-anders-breivik=f779725
iguel Mealha
Já agora. O menino que morreu também tinha nome: chamava-se Dinis Janeiro.
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