Diz-me o Correio da Manhã online (entre outros) que Portugal é o país mais desigual da Europa. Aquele em que o fosso que separa os muitos muito pobres dos poucos muito ricos é mais obsceno. Aquele em que a canalhice produz efeitos práticos mais visíveis... e as novas "taxas moderadoras" aí estão para o reforçar. Aquele em que o capitalismo nem se dá ao incómodo de disfarçar a selvajaria.
É uma vergonha que deveria fazer corar tanto aqueles que tudo têm feito para afastar Portugal dos ideais de Abril, como aqueles que, podendo fazer alguma coisa contra isso... pouco ou nada fizeram.
Como mera curiosidade, sou ainda informado que dos poucos países do mundo em que a situação de desigualdade é ainda mais criminosa, o Chile está em primeiro lugar. Pode não querer dizer nada. Pode haver uma tonelada de explicações económica e politicamente “doutas”... mas não deixa de ser interessante verificar que o estado da economia chilena actual é um produto dos cérebros dos famosos neoliberais que ficaram conhecidos como “Chicago boys”, os tais que foram oferecer o “milagre económico” ao assassino Pinochet, depois dos seus patrões em Washigton terem patrocinado o golpe militar que vitimouAllende e milhares de chilenos.
Finalmente, é igualmente interessante lembrar que estes “Chicago boys”, encabeçados pelo seu mestre Milton Friedman, são os ídolos económico/políticos dePassos Coelho e dos seus mais diretos cúmplices.
Isto explica muito do que nos está a acontecer!
12 comentários:
Ora aí está.
Algumas estatísticas não mentem.
Há é "contabilidades" que se fartam de errar.
Grande abraço
No Chile,depois do assassinato de Allende,um quarto da populaçao sobrevive em situaçao de pobresa absoluta.Os cem chilenos mais ricos do mundo ganham mais do que o estado gasta,por ano,em serviços sociais.É o milagre neoliberal do encantamento desta gentalha que nos desgoverna.
Sem tirar nem por.
Pena é que neste país (e em muitos outros) não haja meio/s de comunicação de "massas" que não sejam meros correios de transmissão do capital. Por que outras maneiras de ver e fazer o mundo existem mas a maioria nem sabe que existem nem o criminosos que podem ser os governos delegados do capital que administram os países.
Nunca poderei esquecer Salvador Allende.
Não é um ídolo. É a personificação de um ideal que defendeu até à morte.
Um beijo.
Explica quase tudo.
Um abraço,
mário
Tudo isto só me dá vontade de chorar. Qual será o futuro?
Lá diz o Cavaco que vamos no «pelotão da frente»...
Um abraço.
Trace-se um "eixo": Distrito de Vila Real (Trás-os-Montes)- Distrito de Viseu - Distrito de Faro; à direita(...do eixo) interioridade e já de há muito a parte mais marcada da desigualdade. Se a isto "juntarmos" a crise das Áreas Metroplitanas à esquerda (...do eixo), mais o bacoco e consentido protagonismo (no seu lado mais negativo)da Região Autónoma da Madeira, e algum "deixa andar" da Região Autónoma dos Açores, eis PORTUGAL, cada vez mais desigual.
Como sair de tal? 1º- os responsáveis conhecidos de toda esta longa crise serem efectivamente chamados a responderem pelo desmando; 2º- Pensar-se o País e a sua população residente não como números, mas como ... pessoas.
Chorar é que não , Carolina. Por mais vontade que nos dê.
Melhor, seria apertar o gasganete a muitos destes tipos que nos tramaram e continuam a tramar. Isto sim, é que era serviço bem feito!
Antes do 25 de Abril, existia em Portugal uma provincia, Trás-os-Montes, que, votada ao abandono, era a mais pobre deste pobre país em que vivemos. A plateia dos abutres que vivia por cá, por essa altura, aplaudia a forma como na América do Sul se derrubava Allende.
Hoje, na União Europeia, mais propriamente coligação franco/germanica ou germano/francofona como se queira, Portugal, país periférico, é o Trás-os-Montes dessa União Europeia ou coligação.
A diferença é que não há por cá Allendes para derrubar, porque os Migueis de Vasconcellos estão, de todo,com a coligação.
Oh meu pobre país que não levantas a cabeça, mas dobras a cerviz.
Afinal não é preciso pagar dívida nenhuma.
Os Estados não pagam dívidas, gerem-nas.
É uma aula de Sócrates em França.
Socrates afinal não é aluno, mas professor em Paris
Que futuro nos espera?! Sei bem o que me apetece fazer! Ao menos que lutemos todos os dias, não contra moinhos de ventos, mas sim contra esta camarilha! Sempre! Sempre!
As maiores saudações
Vicky
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