Há muitos anos (1973), em plena ditadura militar nos Brasil, Gilberto Gil e Chico Buarque participaram em duo num concerto em que seria suposto cantarem “Cálice”, uma canção escrita pelos dois expressamente para essa ocasião.
Previamente ouvida pela censura, a canção foi de imediato proibida.
Para encurtar a estória... os dois, contra as ordens recebidas, acabaram a cantá-la, em palco, apenas com a letra tartamudeada, entrecortada repetidamente pela palavra “cálice”, que faz realmente parte da letra... mas que na pronúncia brasileira resultou num provocador “Cale-se!”, cantado até que a organização lhes foi desligando os microfones um a um.
Sabemos bem que ainda não estamos aí... e, pelo menos alguns de nós, sabem bem qual o sabor daquele “vinho tinto de sangue” de que fala (realmente) a canção. Felizmente, sabemos também que os soldados mais dificilmente são apanhados a dormir, são aqueles que montam sentinelas e estão de prevenção e alerta.
O segundo vídeo, desta vez com Milton Nascimento e cantado sem censura, serve para quem ainda não tenha ouvido, ficar a conhecer... e para todos os restantes que já conhecem poderem recordar uma canção histórica.
Bom domingo.
“Cálice” (versão censurada) – Chico Buarque e Gilberto Gil
(Chico Buarque e Gilberto Gil)
“Cálice” – Chico Buarque e Milton Nascimento
(Chico Buarque e Gilberto Gil)
9 comentários:
Como comentar?
Conheço, gosto, gosto muito, já se passearam por lá várias vezes...
Bom domingo, pouco bolo-rei
(que se coma o dito de boca fechada!)
Beijo.
Para não haver confusões, é evidente.
;)
Arrepio-me sempre. Estes tempos não hão-de voltar!
Quem bom seria se estes dois viessem até nós na Festa do Avante.
Milton e Chico, uma dupla que se ouvirá sempre com agrado, como até (ambos) a solo.
Ficou melhor o domingo, a ouvir estes dois!
Abraço
Perfeito! Digo eu...
Um abraço
Milton ,Chico e uma cancao.Um momento perfeito.
A repressao,lâ como câ,fez criar obras de mûsica,de poesia e,outras vertentes,extraordinârias."Ê do destino de quem ama,ouvir um violina,atê na lama"--Josê Gomes Ferreira.
Um abraco
.
Conhecia a canção (claro)mas não a .
história.
Aquela finta à censura é simplesmen
te genial!
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