quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ia jurar que tinha visto uma manifestação...




1. Vivi durante umas horas na ilusão de que tinha ido a Lisboa, que tinha participado numa manifestação da CGTP, para aí com mais cinquenta mil pessoas, que tinha estado com amigos (daqueles muito bons) e voltado para casa fisicamente cansado da marcha, mas espiritualmente alimentado para as muitas que hão-de vir.

2. Devo ter sonhado! A ver pelas primeiras páginas dos jornais, não se passou nada disto. Realmente... eu até vivo em Montemor-o-Novo... como raio é que fui imaginar uma coisa destas? Lá pelo meio do sonho até achei que também decorria outra manifestação, mas no Porto, imagine-se...

3. Agora vendo bem, depois de muito procurar, parece que há um ou dois jornais que deram por isso... por que raio é que todos os outros não terão reparado na manifestação?!

4. Um jornalista, nos dias que correm e apesar de todos os avanços tecnológicos, ao que parece não é ainda dotado de processadores multitarefa. Logo, num dia em que tem de noticiar ao mesmo tempo as medidas do PEC 3 e a derrota do Benfica, não lhe sobra espaço no cérebro para praticamente mais nada.

Agora a sério, eu sei que já nada neste “jornalismo” devia conseguir surpreender-me, mas o que querem?, ainda sou do tempo em que as redacções dos principais jornais eram habitadas maioritariamente por Jornalistas com H maiúsculo – não, não me enganei, quis mesmo dizer H maiúsculo – em vez destas empresas de comunicação de agora, ocupadas maioritariamente por empregados “fiéis” dos donos dos jornais.

Assalto de Estado








Para fazer a vontade aos mercados e encher os bolsos aos seus clientes, aí está a terceira leva medidas do Governo, ou melhor dito, de roubos de Estado

Entre os aumentos de impostos, destaque para o IVA, que sobe de 21 para 23%, o que provocará uma subida generalizada dos preços. Entre os cortes na despesa, destaque para os cortes nos salários da Função Pública.

Sobre medidas de apoio à criação de emprego, nada! Sobre medidas de incentivo à produção nacional, nada! Com estas medidas a contracção da economia será tal, que mesmo com os aumentos de impostos é bem provável que a colecta seja ainda menor do que agora.

Resta a dúvida sobre se esta gente está bem segura da resistência da corda que está a esticar tão violentamente... ou se ela vai estalar e acertar-lhes em cheio nas descaradas caras.

O decorrer da luta o dirá!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mário Soares – O pior da política, o maquiavelismo de fancaria!




Mário Soares, um velho pantomineiro que por estes dias andará, talvez, ressabiado com a idade e a crescente diminuição de protagonismo, vai-se desdobrando em tentativas de “aparição”. Ora alinhando-se com Obama (enquanto isso der lucros) de uma forma já algo babosa, ora fazendo comentários à situação política e económica interna, muitas vezes de forma contraditória, mas sempre, sempre, como ao longo de toda a vida, no seu estrito interesse pessoal.

Assim, tanto pode criticar o Governo e José Sócrates, como a seguir tecer-lhe elogios; “defender” os mais necessitados e a seguir aprovar o aumento dos impostos «se for necessário»; de manhã demarcar-se de Sócrates sobre o orçamento, para à tarde dizer que o chumbo desse mesmo orçamento seria «crime de lesa-Pátria».

Numa das suas manobras sujas mais recentes e que toda a gente implicada pretendia muito confidencial, “inventou” a candidatura movida a “cidadania” do populista barato Fernando Nobre (na “vida real” uma excelente pessoa, estou certo). Não porque alguma vez tenha imaginado Fernando Nobre como Presidente da República, mas unicamente motivado pelo ódio cego que o move contra Alegre. Agora, certamente já pouco confiante na dimensão da mossa que a candidatura de Nobre pode fazer à votação em Alegre, uma vez que os numerosos apoios que o homem da AMI vai recolhendo vêm mais da área da Igreja Católica e das suas organizações sociais, somados ao tal populismo barato e bafiento que aposta num discurso anti-partidos e que recolhe, por isso, mais simpatias em sectores mais incultos, despolitizados e mesmo reaccionários, em vez de virem da tão propalada “área da cidadania”, eis que Soares, de maneira sonsa, faz agulha... e é vê-lo a fazer sorrateiramente campanha por Cavaco Silva. Por ódio pessoal a Manuel Alegre, repito, mas talvez também por estar convencido, tal como muita gente dentro do Partido Socialista (e com Sócrates no primeiro lugar, digo eu...), de que Cavaco em Belém é muito melhor e mais confortável para o governo do PS.

E é “isto” o proclamado “pai da democracia portuguesa”! Talvez... desta democracia que temos, sim. Não admira que ela esteja tão infestada de vícios e defeitos, mantendo apenas as poucas qualidades que custaram anos e anos de luta a tantos que, por vezes pagando com a própria vida, a fizeram sair das prisões do fascismo. Qualidades que ainda sobrevivem hoje, mas à força do empenhamento e do trabalho diário daqueles (felizmente muitos) que ainda as defendem, uma a uma, sem desânimo.

Mário Soares tornou-se num tão evidente entorse na História da luta pela liberdade e pelo socialismo, que se pode resumir numa pequena frase: é um político asqueroso!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Lisboa, grande manifestação nacional - Amanhã quero estar lá!




Os conselhos de administração do capital, também pomposamente conhecidos como “Governos”, insistem até ao inimaginável em exigir mais sacrifícios aos povos. Trabalhadores, homens, mulheres, jovens, reformados e até os desempregados, são obrigados a aumentar em muitos milhões as verbas com que já contribuíam para o “sistema”, sob o pretexto de isso ir salvar o “Estado social”, salvar a Economia, salvar os países.

Nada mais falso! Os milhões que são roubados descaradamente aos cidadãos, não são investidos em recuperação alguma, nem em criação de emprego, mas sim entregues de mão beijada à banca, aos grandes accionistas dos diversos grupos económicos e especuladores que afirmam ter deixado de ganhar milhões com a crise que eles próprios provocaram. Desgraçadamente, até isso é mentira! O crescimento das fortunas de toda essa quadrilha vai de vento em popa.

Por isso, por toda a Europa, cada vez mais cidadãos estão a perder a paciência para este estado de coisas. Agora, falta transformar essa insatisfação e revolta em disponibilidade para a luta necessária, a única forma de dar volta a isto. Com confiança, justas reivindicações e propostas fundamentadas.

Por isso, vou estar em Lisboa, como muitos outros milhares estarão no Porto, fazendo parte de uma demonstração clara dessa disponibilidade e confiança.

Quem tiver algum assunto a tratar comigo, amanhã, poderá procurar-me algures no Marquês de Pombal e mais tarde nos Restauradores, a partir das 15 horas.

Se for pessoa que não goste de grandes multidões, ou que tenha ouvidos muito “sensíveis” às críticas contra o capitalismo e os seus mais destacados “funcionários” nacionais, Sócrates e o seu “governo”... é melhor deixar o assunto para quinta-feira.

A quem puder aparecer... até amanhã!

OCDE - Agora sim! Agora é que isto vai...




Antes de mais, quero dizer que achei muitíssimo atencioso da parte da OCDE terem-nos enviado as suas “recomendações” pela voz deste senhor, Angel Gurría, que tem uma tão engraçada pronúncia de palhaço (é o da esquerda, na fotografia), pois quando se recebe notícias destas é sempre bom ter alguma coisa que ainda nos possa fazer sorrir.

Depois, se olharmos com muita, mas mesmo muita atenção, veremos que estas recomendações da OCDE não têm nada que ver com aquelas que eles vêm fazendo há eternidades.

Portanto, desta vez as “recomendações” e medidas “inevitáveis” não são ditadas pelos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros, não foram cozinhadas de conluio com o Governo e, sobretudo, ao contrário do que sempre antes aconteceu, congelar salários, facilitar despedimentos, aumentar impostos para os mais pobres, cortar nas prestações sociais, etc., etc., etc... vai mesmo desenvolver a nossa economia, criar emprego, vitalizar o comércio interno, fazer arrancar, finalmente, a produção nacional.

Claro que vão aparecer alguns, do Zambujal, "Cravos" e de outras partes, a dizer que isto tudo é mentira, que isto é uma ingerência, que estas medidas vão agravar ainda mais a situação do país, aprofundar as dificuldades de quem trabalha e tornar desesperada a situação dos milhares de desempregados. Um ou outro vai mesmo ter o topete de afirmar que tudo isto foi “previsto e prevenido”...

Não liguem. São os comunistas... estão sempre contra tudo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Facebook & Cia – Vamos brincar à caridadezinha



De tempos a tempos somos martelados com notícias de mais um multimilionário como George Soros, ou Bill Gates, ou Buffett, ou Richard Branson, ou agora o cachopo fundador do Facebook... que pegam em fatias das suas obscenas fortunas e as “investem” em obras de caridade. As suas famosas “charitys”, como gostam de lhes chamar.

Já por mais do que uma vez tive que quase me aborrecer com algumas pessoas para conseguir explicar porque é que não tenho apreço por esses actos vistosos, sempre feitos sob as luzes da ribalta, com fanfarra e muito aplauso. Na verdade não consigo admirar estes fazedores de impérios virtuais, especuladores e exploradores do trabalho alheio, que para satisfação dos seus egos, “devolvem” a alguns pobres pequenas partes das imensas fortunas que extorquiram a milhões de trabalhadores e pessoas de todo o mundo... que ajudaram a tornar ainda mais pobres, quando pura e simplesmente, nalguns casos, destruíram as suas vidas e os seus países para alimentar a sua ganância sem limites.

Lembram-me os incendiários que às escondidas pegam fogo às florestas ou às casas dos vizinhos, na esperança de se tornarem heróis quando à vista de toda a gente ajudarem a apagar parte do fogo.

Os incendiários candidatos a “herói da aldeia” têm, numa boa parte dos casos, a desculpa de serem pouco mais do que atrasados mentais. Estes “filantropos” multimilionários não têm qualquer desculpa!

Presidenciais 2011 – Francisco Lopes




Quando recentemente, pelo menos aqui e aqui, declarei neste blogue o meu apoio à candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República lançada pelo PCP, falei a sério e, obviamente, esperando ser levado a sério.
Descobri (com algum espanto) que houve um grupo alargado de pessoas que me levou a sério de uma forma inesperada. Resultado: sou o mandatário distrital da Candidatura de Francisco Lopes pelo distrito de Évora! 
Teremos muito tempo pela frente para ir falando, aqui e ali, sobre isso. Para já fica registado o grande prazer que isso me dá...  e que ajuda bastante a acalmar a “nervoseira” causada pela responsabilidade.  
Como ao longo dos próximos tempos não deixarei de aqui publicar uma ou outra impressão, estória ou testemunho sobre aquilo que for o decorrer da campanha (das várias campanhas), hoje deixo apenas uma frase que alguém antes usou, pensando estar a denegrir a candidatura comunista, creio que a de Jerónimo de Sousa... mas acabando por, involuntariamente, lhe ter feito o maior elogio, que volta a assentar como uma luva na candidatura de Francisco Lopes:
«É uma candidatura colectiva a um cargo unipessoal!»

domingo, 26 de setembro de 2010

Joni Mitchell – “Big yellow taxi”, o grande táxi amarelo




Joni Mitchell vem do tempo em que eu descobri que existia em Portugal e no mundo um bom punhado de gente que cantava coisas extraordinárias. Coisas que, se não mudaram o mundo, mudaram-me a mim... para sempre.
A primeira canção que ouvi desta canadiana Joni Mitchell, contemporânea e parceira de palcos de Bob Dylan, foi sentado na sala da casa de Setúbal, de um tal José Afonso... tinha eu vinte anos. Ia gastando o disco. Como outros que por lá se ouviam.

É uma canção que nos fala das coisas que tomamos erradamente por garantidas e à quais só damos o devido valor quando as perdemos, ou quando nos são tiradas.

Contributos para a compreensão da letra da canção:
(1) – Numa visita ao Hawai, a jovem autora admirou a paisagem de verdadeiro “paraíso” que se via da janela... até que olhou para baixo e viu o gigantesco parque de estacionamento do Hotel.
(2) – Referência aos “Foster Gardens”, em Waikiki, basicamente um museu de grandes árvores.
(3) – Uma achega à defesa ambiental, pois as árvores de fruto, à época tratadas com DDT, envenenavam os insectos, que envenenavam os pássaros, que envenenavam...
(4) – Embora em algumas interpretações de outros artistas se faça crer que aqui se trata de um namorado ou marido que se vai embora, na verdade aquilo de que se fala é da prisão de um pai/agricultor, já que “grande táxi amarelo” era a alcunha dos carros da polícia (Toronto) que eram pintados dessa cor, até 1986.
(5) – Toda esta estrofe foi acrescentada por Bob Dylan na versão que ele próprio gravou... e que a autora passou a incluir quando a cantava.


Big yellow taxi (grande táxi amarelo)
(Joni Mitchell)

Pavimentaram o paraíso e construíram um parque de estacionamento (1)
Com um hotel cor-de-rosa, uma boutique
E uma discoteca moderna
Como sempre acontece
Só damos valor ao que temos depois de o perdermos
Pavimentaram o paraíso e construíram um parque de estacionamento

Pegaram nas árvores e fecharam-nas num “museu das árvores” (2)
Agora cobram às pessoas um dólar e meio para as verem
Como sempre acontece
Só damos valor ao que temos depois de o perdermos
Pavimentaram o paraíso e construíram um parque de estacionamento

Escuta, agricultor, deita fora esse DDT, agora! (3)
Posso ter picadas nas minhas maçãs
Mas deixa-me ficar com os pássaros e as abelhas, por favor!
Como sempre acontece
Só damos valor ao que temos depois de o perdermos
Pavimentaram o paraíso e construíram um parque de estacionamento

Tarde, ontem à noite, ouvi a minha porta de rede bater
E um grande táxi amarelo levou o meu pai (4)
Como sempre acontece
Só damos valor ao que temos depois de o perdermos
Pavimentaram o paraíso e construíram um parque de estacionamento

(5) Tarde, ontem à noite, ouvi a minha porta de rede bater
E um grande tractor amarelo
Arrasou a minha casa e as minhas terras
Como sempre acontece
Só damos valor ao que temos depois de o perdermos
Pavimentaram o paraíso e construíram um parque de estacionamento



Como divertimento extra, hoje publico três vídeos da mesma canção. Entre o primeiro, de 1970 e o terceiro, de 1998, podemos ouvir uma voz que muda e amadurece, a par de um talento que nunca se gastou, antes foi crescendo, até hoje.

Bom domingo!

“Big yellow taxi” – Joni Mitchell
(Joni Mitchell)






sábado, 25 de setembro de 2010

Série “Filmes Rascas”



De como se pode ver (pelo menos alguns vêem) como um argumento indigente, com uma realização e encenação medíocres, se torna um espectáculo miserável e degradante.
Desgraçadamente, somos obrigados a assistir e pagar bilhetes... cada vez mais caros!

Conversa de café



- Já sabes do discurso de José Sócrates na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos? – perguntou o meu amigo.

- Já, já… gostei sobretudo da parte em que ele garantiu que Portugal está ao lado dos Estados Unidos nas questões principais da política internacional e no «respeito do direito internacional no mundo» . Presumo que estaria a referir-se ao facto de o Governo português ter estado ao lado dos EUA na invasão ilegal e sob falsos pretextos, do Iraque, contra as resoluções das Nações Unidas.

Tinha já tomado conhecimento de que o pessoal da Universidade iria realizar um "workshop de terapia pelo riso"... só não sabia quem seria contratado para fazê-los rir... para além do patusco ex ministro Manuel Pinho, claro... mas esse já é da casa.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Alicia Alonso - Ovação de pé



Mais de cinquenta anos separam estas duas fotografias de Alicia Ernestina de la Caridad del Cobre Martínez del Hoyo (Havana - 1920), Alícia Alonso, apenas, para os amantes da dança. Antes da captação da primeira imagem, autografada e datada, já ela tinha feito muito caminho na sua arte. De lá até hoje construiu uma carreira cheia, como bailarina e, sobretudo, como criadora e directora do Ballet Nacional de Cuba, instituição artística prestigiada em todo o mundo, independentemente das simpatias ou antipatias em relação às opções políticas daquele país.

Como nos conta o “Cravo de Abril”, por ocasião de mais uma edição do Festival Internacional de Ballet que se realizará em Havana de 28/10 a 7/11 e que ocorre justamente «en el año de homenagen a la prima ballerina assoluta Alícia Alonso» a directora encarregou-se de enviar os habituais convites nestas ocasiões.

Um dos convites, no entanto, está longe de ser habitual. Alícia Alonso resolveu convidar pessoalmente o presidente Barack Obama a estar presente… mas acrescentou convites para o presidente se poder fazer acompanhar pelos cinco cubanos injustamente presos há doze anos nos EUA.

Em primeiro lugar, evidentemente, gostaria muito de saber que estes homens estavam finalmente em liberdade. Segundo, estaria disposto a aplaudir Obama por esse gesto. Terceiro, adoraria ver a cara de alguns babosos “obamaníacos” que, enfim…

Resumindo, a grande Alícia Alonso até poderia “dançar” tão bem quanto eu, pois com este brilhante “fouetté”, “gran jeté”, “battement frappé”, “attitude”… o que lhe quiserem chamar… merece uma longa e sentida ovação. De pé!

Lembra-me uma cantiga do Zeca...








... e poderia continuar por aí fora até encher várias páginas.

Decididamente, passa-se qualquer coisa de errado comigo! Sempre que sou confrontado com um tal volume de notícias contraditórias, guerras virtuais, “irmãos” aparentemente desavindos, facadas nas costas, muito “diz que disse”, tempestades dentro da gamela... é fatal! Em vez de me concentrar para tentar entender, começo a divagar.

Desta vez deu-me para achar que esta cantiga do Zeca tem que ver com tudo isto. Leiam e ouçam... pode dar-se o caso de eu ter razão...

Os eunucos
(José Afonso, in "Traz outro amigo também" 1970)

Os eunucos devoram-se a si mesmos
Não mudam de uniforme, são venais
E quando os mais são feitos em torresmos
Defendem os tiranos contra os país
Em tudo são verdugos mais ou menos
No jardim dos haréns os principais
E quando os mais são feitos em torresmos
Não matam os tiranos pedem mais
Suportam toda a dor na calmaria
Da olímpica visão dos samurais
Havia um dono a mais na satrapia
Mas foi lançado à cova dos chacais
Em vénias malabares à luz do dia
Lambuzam da saliva os maiorais
E quando os mais são feitos em fatias
Não matam os tiranos pedem mais

“Os eunucos” – José Afonso
(José Afonso)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Natureza a duas velocidades



Na Natureza, entre a vida selvagem, é cada vez maior o número de ursos que começam a “pôr-se a pau”.

Entre os humanos também... mas a tão esperada e necessária tomada de consciência avança com uma lentidão desesperante!

Nicolas Sarkozy – A França de novo ocupada... mas pelos nazis “de dentro”



O indesculpável traste que de momento está na presidência da França já fez de tudo para disfarçar o asco que as suas medidas racistas contra a comunidade cigana provocaram por toda a parte. Chamo-lhe racista sem qualquer dúvida, pois não se trata ali de prender ou expulsar um qualquer cigano, ou ciganos, que tenham cometido algum crime, mas de arrebanhar comunidades inteiras, com homens mulheres e crianças (intenção que ficou demontrada num documento interno da polícia), deportando-os a seguir sob uma única acusação que é serem, na sua esmagadora maioria, apenas aquilo que são: ciganos, nómadas, inadaptados... desde que não sejam os bem amados “Gipsy Kings”, claro, que esses ficam bem em qualquer festarola burguesa.

O bandideco tentou de tudo, como já disse. Justificar-se, ser malcriado com os críticos, montar um arraial de gritaria com o elo mais “mole” da UE, o moço de recados Durão Barroso... mas nada feito! Toda a comunidade internacional, se exceptuarmos canalhas como ele e aqui e ali, deputados da estirpe dos portugueses do PPD, CDS e Partido Socialista (??) - que vergonha!!! - foi unânime na condenação pública daquele acto de agressão gratuita a uma minoria étnica, agressão que mesmo assim continuou. Até que ele, ou alguém por ele, se lembrou do truque que, não sendo já original, resulta quase sempre: arranjar mais um escândalozeco envolvendo Carla Bruni, a mulher do presidente, para entreter um certo tipo de público, escandalozecos que, até hoje, o casal sempre soube gerir a seu favor... e como prato forte, para todos os restantes, transformar toda a França em vítima.

E pronto! Desde há dias que aí a temos, a pobre França, aterrorizada por uma difusa ameaça de “fundamentalistas islâmicos” que, como que por milagre, apareceram muito convenientemente. Até agora, as únicas vítimas destes “fundamentalistas islâmicos” misteriosos foram exactamente os ciganos, instantaneamente promovidos a prováveis “protegidos dos terroristas”...

Claro que o presidente Nicolas Sarkozy, num assomo de coragem física e política apenas comparável à “bravura” dos rastejantes generais colaboracionistas do histórico Governo de Vichy da França ocupada por Hitler, já veio mostrar-se firme na resistência aos terroristas, ao mesmo tempo que aproveitou para fazer uma afirmação digna de estudo:

«Continuaremos a desmantelar os acampamentos ilegais, independentemente da sua origem e cultura!»

Portanto, os acampamentos ilegais de suecos, canadianos, neozelandeses, cidadãos dos EUA... e outros que tais, independentemente da origem e cultura, que se ponham a pau!...

De facto há aqui terrorismo, sim, mas é terrorismo de Estado! Terrorismo dirigido por um criminoso capaz de gerir as suas sondagens de popularidade e suspeitas de corrupção ao mais alto nível, à custa do sofrimento dos mais pobres, do monstro da crise, dos medos dos ignorantes e do racismo abjecto da extrema-direita do costume.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Armando Vara – De betão



Na imagem podemos ver Armando Vara, no tempo em que só tinha olhos para o Millennium BCP. Entretanto, o insuperável ex governante do PS acaba de “cimentar” mais um pouco a sua fulgurante carreira de gestor emérito. Foi colocado na administração da Camargo Corrêa, a gigantesca cimenteira brasileira, que para além de controlar uma boa parte da “nossa” Cimpor, tem vastos interesses em África, na área da construção, mas não só.

São esses interesses que Vara vai servir, mais concretamente em Moçambique e Angola. No lugar que agora ocupa (chairman, como ele diz... e que sempre é uma coisa mais fina), Vara terá que contactar, para além dos grandes patrões brasileiros, com empresários e, sobretudo, altos quadros dos dois países africanos.

Tripudiando a honra de milhões de brasileiros, moçambicanos e angolanos, que fazem o que podem para ganhar a sua vida honestamente e com lisura de processos, quem escolheu Armando Vara para este lugar de administrador, parece ter dado como adquirido que, para muitos desses empresários e altos quadros, o facto de o “famoso” gestor português ser arguido num processo de corrupção ainda não totalmente investigado nem julgado... deve ser “para o lado que eles dormem melhor”... se não for mesmo uma vantagem.

Infelizmente, são bem capazes de ter razão.

A política da treta é linda!!!


(A administração deste blogue agradece infinitamente ao "Photoshop" a possibilidade de inventar estas imagens... mesmo não "pescando" praticamente nada do assunto... ignorância que é compensada por uma inexplicável pachorra)

O primeiro ministro, a ministra do trabalho, o ministro das finanças e, de uma forma geral, todo o governo, tratam os pobres, os pensionistas, desempregados e todos os beneficiários de qualquer apoio social, como se fossem vulgares criminosos. Dizem os psicólogos que a isso se chama “projecção”. Trata-se, segundo eles, de um mecanismo de defesa com que alguns indivíduos “projectam” nos outros os seus próprios pensamentos negativos, vícios, actos inaceitáveis, desejos, motivações. Eu, como não sou psicólogo, digo que se trata de simples pulhice!

Eles aí estão, de armas assestadas a mais de metade dos portugueses, à procura do menor pretexto para lhes reduzir o abono de família ou a pensão, retirar o subsídio de desemprego e restantes apoios sociais, na mira de conseguir espremer dos mais indefesos uns milhões com que possam ajudar a disfarçar a sua incúria e incompetência na gestão do país, incúria que os faz “incinerar” dia a dia milhões de euros em inutilidades ou em favores.

Nada os faz parar. Enquanto continuam a chegar a casa de milhares de beneficiários, cartas de cariz ameaçador, acenando com o corte total dos apoios, caso os cidadãos não permitam o acesso total às suas contas bancárias (e dos seus familiares!!!), depois da peregrina ideia de obrigar milhares e milhares de pessoas a fazerem “prova de rendimentos” obrigatoriamente pela internet... tal como se previa, aí está o caos instalado. Os serviços estão entupidos, as filas são incontroláveis, há quem passe todo o dia à espera e tenha que voltar para casa sem ter sido sequer atendido, os funcionários estão esmagados pela multidão e pelo “crash” de todo o sistema e... – oh! Quem havia de dizer?! – mesmo os poucos cidadãos que se achavam habilitados a fazer a coisa pela bendita internet, não o podem fazer, porque a dita cuja não funciona, como acontece sempre que os miseráveis serviços públicos por internet são acedidos por mais do que “meia dúzia” de pessoas ao mesmo tempo. Parece que todo o sistema informático é violentamente atingido pelo famoso “choque tecnológico”... e vai abaixo.

A mente brilhante (alguns chamar-lhe-iam apenas besta quadrada) que inventou esta medida e que, sobretudo, não desistiu dela a tempo, perante o coro de críticas e avisos que imediatamente se gerou, está de parabéns!

Claro que como o “choque tecnológico” do engenhoso José Sócrates funcionou tão extraordinariamente, já vem aí a “Agenda Digital”. Podemos então começar a preparar as habilidades que sabemos fazer com os dedos...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Banco do Vaticano – Lava mais branco?



Desculpava-se um notório pecador: «A carne é fraca... mas em compensação o molho está óptimo!»

Deve ser essa a desculpa do senhor Ettore Gotti Tedeschi, director do Banco do Vaticano, que está a ser investigado por lavagem de dinheiro.

Embora o visado se declare «perplexo», na verdade, o que parece é que o “exemplo" do célebre arcebispo Paul Marcinkus, responsável pelo criminoso descalabro do Banco Ambrosiano, há já alguns anos, afinal fez escola!

José Sócrates & Helena André, Lda. – Um monumento à falta de vergonha



Há dias assistimos a mais uma das inúmeras peças da mais rasteira propaganda, que são a imagem de marca do inútil que faz de primeiro ministro. Desta vez era a pomposa inauguração de mais uma creche, com direito à presença das televisões e ao adereço de mau gosto que é a ex “sindicalista” ministra do trabalho, Helena André.

O demagogo e mentiroso compulsivo aproveitou a ocasião para gabar a obra inexcedível do seu Governo, nomeadamente no que respeita à rede de creches. Chamou-lhe reforma «silenciosa, mas grande», dizendo que Portugal já ultrapassou a meta europeia em termos de cobertura.


Andou bem o “Jornal de Negócios”, que logo no mesmo artigo em que veiculou esta notícia, esclareceu que a creche tão pomposamente inaugurada pelo primeiro ministro, era afinal uma creche privada, construída pelo “Grupo Auchan”, que irá, no futuro, construir mais algumas, sempre junto aos seus hipermercados e para servir, prioritariamente, os seus funcionários.

Isto leva-nos a outro artigo, também do “Jornal de Negócios”, onde se desmonta este mito, ou melhor, esta grande aldrabice, das centenas de creches “criadas” pelos governos de José Sócrates.


Se estes números estão certos, repito: andou bem, o “Jornal de Negócios”!

Como disse a abrir, este homem é um inútil! Quando cair do lugar (mais cedo do que tarde, espero!) as suas “qualificações profissionais” serão tão imprestáveis quanto ele o foi para o país. Terá a sorte, como tantos outros antes dele, de vir a ser recompensado pelo seu trabalho político em favor dos “grupos auchans” e "sonaes" deste mundo, com um qualquer lugar de vogal ou administrador não executivo numa qualquer grande empresa, o que lhe permitirá manter o nível de qualidade do guarda roupa que o fez “o primeiro ministro mais bem vestido do mundo” e, há bem poucos dias, o homem “mais sexy” de Portugal... pelo menos na cabeça das votantes leitoras do Correio da Manhã... e alguns leitores, muito provavelmente.

Adenda: Espero que ninguém venha insinuar que o “Jornal de Negócios” não passa de um panfleto controlado pelos comunistas...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Marcelo Rebelo de Sousa – A velha anedota



Não, não estou a chamar velha anedota ao professor Marcelo. Pelo menos, não desta vez. O caso é que, um pormenor da sua última homilia na TVI me lembrou a velha anedota «Era um general tão estúpido, que até os outros generais deram por isso!»

Veio-me à lembrança esta velha anedota a propósito das queixas do professor sobre o seu “general” Pedro Passos Coelho, o “líder da oposição”, como gostam de lhe chamar alguns “generais” – igualmente estúpidos – da nossa comunicação social. Marcelo Rebelo de Sousa não faz a coisa por menos.

No que toca à peregrina ideia de Reforma Constitucional avançada pelo líder do seu PPD-PSD, discorda de praticamente tudo, colocando mesmo a coisa ao nível do disparate, tiro no pé, infantilidade, ignorância, o que se quiser... isto, claro, no que tem que ver com o sentido de oportunidade («Estamos numa borrasca e o PSD quer vender óculos de sol?»), com algum do conteúdo e com o modo de apresentação da proposta.

No que diz respeito à figura escolhida por Passos Coelho para dirigir os trabalhos de uma comissão (e os seus vários e públicos desencontros) que levaram à elaboração do projecto, o conhecido calhordas Paulo Teixeira Pinto, o monárquico ex banqueiro, ex Opus Dei, ex governante do PPD em governos de Cavaco Silva, aí a coisa ainda piora, pois Marcelo Rebelo de Sousa, se ainda admite, como qualquer pessoa admite, o direito ao cidadão Teixeira Pinto de tentar atirar para a Constituição algumas das suas ideias políticas – por muito estranho que seja ver a Constituição da República “revista” por um monárquico – já no que diz respeito às questões que mexem com direitos dos trabalhadores, relações laborais, estabilidade no emprego e nível de vida, aí o comentador reconhece que nenhum português entende que raio de autoridade moral tem um indivíduo como aquele, nadando em dinheiro ganho nas condições vergonhosas que se sabem, para vir mexer com a vida de quem trabalha.

É por isso que há dias em que gosto de ouvir o professor Marcelo. De vez em quando, acerta... se bem que isso é uma coisa que até os relógios parados são capazes de fazer. Duas vezes por dia.

Execução orçamental... e intolerância



(Post feito a brincar, mas sobre um assunto sério, a propósito de muitos dos comentários sobre os comunistas, que se encontram nas verdadeiras montureiras em que se tornaram as caixas de comentários de alguns jornais “respeitáveis”, na sua versão para a internet, seja sobre a candidatura presidencial de Francisco Lopes, seja pelas opções políticas sobre a economia, seja... sobre o que for)

Embora esteja disposto a admitir o incómodo diário que causamos, confesso que já vai cansando esta eterna mania de nos classificarem como sectários, totalitários e intolerantes, à mais pequena discordância que mostramos para com a ideologia dominante e a política de direita que nos trouxe até ao atoleiro em que estamos, no mundo e no país.

Cansa, primeiro, por ser muito injusto, já que de uma maneira geral, somos uns doces de pessoas; segundo, porque o conceito de “tolerância” é detestável e arrogante. Devemos conviver e dialogar (ou não) com os outros e as suas diferenças... não “tolerar”.

Só para dar um exemplo do meu vasto bom feitio: perante a situação económica e a espessa incompetência dos seus mais directos responsáveis actuais, o que mais se ouve por parte de uma “alegada” oposição, é ruído e pedidos de explicações sobre a “execução orçamental”. Fosse eu o “intolerante” que às vezes por aqui alguns querem fazer crer... e já estaria a borrifar-me para o orçamento e a exigir a “execução”, sim, mas dos culpados pelo estado a que chegámos. Alguém me ouve a exigir tal coisa? Alguém?!

Limito-me a esperar e desejar, tão activamente quanto posso, que os culpados sejam corridos... e isso ninguém me pode levar a mal. Se possível, até pode ser apenas com votos...

domingo, 19 de setembro de 2010

A amizade



Muitos dos meus amigos vieram com as nuvens, com o sol e a chuva como única bagagem. Fizeram a estação das amizades sinceras, a mais bela estação das quatro da Terra. Têm a doçura das mais belas paisagens e a fidelidade das aves de passagem... têm gravada nos corações uma ternura infinita, mas, por vezes, há nos seus olhos um brilho de tristeza.

Então, eles vêm aquecer-se na minha casa e tu, também... tu virás!

Poderás voltar a partir para lá das nuvens e de novo sorrir a muitos outros rostos; dar, à tua volta, um pouco da tua ternura, sempre que alguém queira esconder de ti a sua tristeza. Como não sabemos o que a vida nos guarda, é bem possível que eu já não importe... mas se me restar um amigo que realmente me entenda, esquecerei as minhas lágrimas, as minhas penas...

Então - quem sabe? – irei à tua casa aquecer o coração na tua lareira.


Não, não me deu uma súbita vontade de cometer uma prosa poética. Trata-se apenas da tradução, muito “caseira”, como é hábito, da canção “L’amitié”, da Françoise Hardy da minha adolescência, uma das várias faixas da banda sonora dos (poucos) momentos felizes dessa época tão cinzenta... e por tantas razões.

Eu sei que os médicos me mandam afastar dos doces, mas esta canção e este vídeo são uma tentação irresistível.

Bom domingo!

“L’amitié” – Françoise Hardy
(Jean-Max Rivière / Gérard Bourgeois)

sábado, 18 de setembro de 2010

José Mourinho, Gilberto Madaíl – Uma comédia triste...



Para quem, como eu, aprecia o fenómeno futebolístico com a distância segura do desinteresse, esta démarche do patusco Gilberto Madaíl em nome da Federação Portuguesa de Futebol, é de um ridículo capaz de fazer rir as pedras da calçada... o que só é bom para as pedras da calçada, mais habituadas a chorar por tudo e por nada...

A ir para a frente a ideia peregrina de Gilberto Madaíl, a Selecção Nacional e a “honra” do país seriam salvas, não por um trabalho de base, planificação, treino intenso, grande dedicação colectiva, enfim, um projecto coerente, mas sim por um “salvador”, em part-time, que apenas com o nome e o carisma seria capaz – quem sabe? – de voltar a interessar os jogadores/vedetas na coisa, mobilizar o talento inegável de alguns deles e fazer o milagre da multiplicação dos pontos. Ao que parece, nada feito!

Se este tipo de abordagem aos problemas se limitasse ao futebol, tudo não passaria de uma dor de cabeça para os adeptos com dois dedos de testa... e mais nada. O pior é que tendemos a ir pelo mesmo caminho na escola, nas empresas, nas vidas pessoais e, como se tem visto pelos resultados, principalmente na governação... e isso tem-se transformado, desgraçadamente, numa espécie de imagem de marca portuguesa: “esperteza saloia”, desenrascanço, improviso atabalhoado, mediocridade e aldrabice equiparadas a competência.

Decididamente, se naquela designação de “Federação Portuguesa de Futebol”, os termos “federação” e “futebol” podem ser duvidosos e discutíveis, já o “portuguesa” assenta-lhe como uma luva.

Felizmente existem outros portugueses, ainda em número insuficiente, é certo, mas decididos a trilhar outros caminhos...

Ana Jorge, Sócrates... e os abusos



Quando esta velha vendedeira ambulante, que até há pouco apenas me vendia queijos frescos, começou a tentar impingir-me medicamentos genéricos - “olhe que são baratinhos, freguês!” - desconfiei logo de que ali havia marosca. Isto ainda vai acabar mal, pensei... e acabou!

Uma medida que tinha apenas meses e que permitia aos idosos com parcos recursos obterem os medicamentos genéricos gratuitamente, foi agora cancelada, atingindo mais de um milhão, muitos com pensões de duzentos e tal euros. Claro que, ao que parece e como seria de esperar, uma grande parte dessas velhas e velhos viciosos desataram a ir aviar-se de resmas de medicamentos gratuitos, que depois vendiam por aí... uns para gastar tudo em vinho e na droga, outros para ficarem milionários. Presumo que é destes «abusos» que está a falar a senhora dona doutora Ana Jorge, ministra da saúde, quando justifica o fim da medida social antes adoptada com tanta pompa e exibição de um “socialismo popular verdadeiramente moderno”.

Como disse, quando a velhota começou a vender-me o anti-inflamatório por dois euros, suspeitei que ia dar nisto. Não foi, portanto, coisa que não tenha pensado. Claro que agora fiquei também a pensar umas coisas sobre a senhora dona ministra, sobre o seu chefe Sócrates e as políticas "sociais" do seu governo de “esquerda, socialista, moderno, blá, blá, blá...”, mas por respeito para com a sensibilidade das minhas leitoras e dos meus leitores, não me atrevo a escrever aqui nenhuma delas. Mas lá que me apetecia...