As crises muito graves, como aquela que atravessamos, têm sempre vários lados e aspectos... todos tenebrosos. Uns são evidentes e entram pela nossa casa dentro com botas cardadas. Outros, avançam com pezinhos de lã... mas não são menos sinistros.
É o caso da súbita “fervura” contestatária de António Capucho que, tenta (ingloriamente) esconder o ressabiamento que tem em relação à direcção do seu partido, com a terna pose bem falante, de emérito cavalheiro e irrepreensível democrata. Mas será assim?
Ouvindo o que têm para propor tanto ele como mais uns tantos dos súbitos contestatários... diria que não. Diria mesmo que é muito cedo para desatar a simpatizar com esta gente e cometer a asneira de pensar que alguma coisa os impeliu a ficarem mais próximos de nós. Senão vejamos:
1. Capucho, ostentando o seu mal disfarçado ódio pessoal a Passos Coelho, defende que o PSD deve participar numa solução governativa... mas sem o actual primeiro-ministro.
2. Defende a formação de um governo que seria qualquer coisa entre o “governo de iniciativa presidencial” e “de salvação nacional”, soluções que estão (quase) sempre na antecâmara da negação da democracia.
3. Defende que esse “governo” que iria reparar os estragos de muitos anos de governação do PS, do PSD e do CDS deve ser formado... por elementos do PS, do PSD e do CDS, aquilo que este tipo de “pluralistas” gosta de chamar “arco governativo” e que tão boas provas tem dado.
4. O facto de, calmamente, deixar de fora das soluções do país o PEV, BE e PCP, para falar apenas das forças actualmente com assento parlamentar, forças essas que, pelo menos da última vez que vi, estavam no Parlamento com os votos legítimos de muitos e muitos milhares de portugueses, mostra bem onde se risca a linha “afascistada” que desde o chamado Estado Novo nunca se apagou, linha que delimita a fronteira da “democracia” deles.
5. Para reforçar a nossa confiança no seu “apego à democracia”, Capucho dá a entender que esse (no seu entender) “incontestável” governo, ficaria em funções por tempo indeterminado, já que defende que só haveria lugar a novas eleições, terminado o processo de intervenção e “assistência” da “troika” em Portugal, o que, dadas as condições complexas em que nos encontramos (juntamente com tantos milhões de seres humanos pela Europa fora e pelo mundo), quer dizer ninguém saberia quantos anos levaríamos até poder voltar a ter eleições legislativas livres.
Não! Decididamente, não tenho pachorra para esta estirpe de cavalheiros bem falantes!!!
12 comentários:
Deve ser adjunto do bórgia.
Um abraço,
mário
pois... tipos e tipas deste calibre, há-os em todas as frentes. a vontade de chegar a um qualquer "poderzinho", mexe muito com "o sensível" das pessoas...
vovómaria
Eu tenho , por vezes , mais receio destes pézinhos de lã do que das botas cardadas...
Abraço para vós
Não enfiem mais capuchos ao Zé Povinho.
Dizem-se diferentes, contestam, mas no fundo o que pretendem ,é manter a ruína que nos asfixia, mas que é vantajosa para eles.
Não dou o mínimo crédito a essa palavrinhas aparentemente contestatárias.
Um beijo.
São todos pastores alemães da heil!!!senhora Merkel.
Abraço
Samuel,
Mas mantem-te atento e vais ver a que camara é que ele vai parar.
Isto não é azedome é charme.
Cá pra eu que nã pesca nada disto e sendo ele parece que descendente de algarvios...
Está pandilha não pára. O Meneses é candidato á camara do Porto porque o pais precisa
Abrços
Os fascistas andam bem camuflados.
Este faz-me lembrar outro, também bem falante; e ladrão, dias loureiro...
Esta gente, assim como Manuela Ferreira Leite e até políticos de oposição históricos e sindicalistas que aparecem no dia 15 na manif, fazem lembrar aquele ministro que um dia comeu o fígado da vaca louca, para mostrar que estão imunes.
Não será que a manifestação do dia 15 não foi contra tudo e contra todos?
Será que o povo tem as vistas tão limitadas que atira as responsabilidades deste estado a uns relvas e uns passos que mal conhece?
A massa cinzenta do povo não pode ser assim pobre!
O capucho quer trocar seis por meia dûzia.
ai como me chateia concordar com a vovó Maria...
:(
Abreijos aos dois.
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