Num mundo pejado de “divindades” para todos os gostos, divididas entre o sacro e o profano, um novo “deus” vai-se impondo de uma forma cada vez mais esmagadora. Deve existir em forma de “troika” (ou mais) pois tal como um outro “deus” muito conhecido também é uma entidade pluripessoal e gosta de se auto intitular pomposamente como “Os Mercados”.
É omnipresente. Está na base de quase tudo o que se faz no mundo desde há muitos anos. Não partilha o espaço; à medida que vai crescendo empurra ou restantes “deuses” para fora do cenário... exceptuando aqueles cujas religiões e seguidores já se renderam à sua lógica.
Compra e corrompe Estados inteiros, os seus governantes e principais decisores políticos. O caso português é um dos mais tristemente emblemáticos.
Aqui, o Governo toma medidas económicas trágicas para a esmagadora maioria dos cidadãos, sabendo que nenhuma delas vai resolver as dificuldades desses cidadãos, mas antes piorar ainda mais a situação; mas toma-as para acalmar os mercados.
Os líderes do partido do Governo criticam as declarações incendiárias do líder do mais numeroso partido da oposição, não por serem politicamente correctas ou incorrectas... mas porque «prejudicam o país junto dos mercados externos».
O tal líder oposicionista, Pedro Passos Coelho, reúne com banqueiros – uma espécie de bispos e cardeais da nova divindade – para decidir o que fazer quanto à aprovação do Orçamento de Estado.
Somos governados por funcionários desta nova “igreja”. Por mim, podem ir começando a pensar em inventar outra. Nesta “igreja” não entro, nem rezo... e muito menos comungo!
7 comentários:
Pois se até o camerlengo Soares acha que temos de dar os sinais que o deus mercado exige, não temos outra hipótese. A religião está instalada, tem um clero solícito e um mar de crentes acríticos.
Abraço
Que bela engrenagem.Com as alterações climáticas pode ser que derretam os dentes,das engrenagens.
Aos outros deuses lá se ia sacrificando um ou outro cordeiro,uma ou outra criança,para os acalmar.A estes sacrificam povos inteiros.
Comecei,há muito,a juntar areia.
Um abraço,
mário
Nunca o diácono Coelho pensou em tantos paramentos.
Já agora, a propósito de igrejas e bispos, qual será a contribuição da Iurd para a procissão em curso?...
jrd:
Recolha de fundos... sempre a recolha de fundos! :-)))
Olhem, cá por mim, a coisa não está séria, está é muito séria. Acho até que aquela rapaziada ainda não percebeu essa coisa dos mercados e ainda há-de dar com os burros na água. É que mercados há aqui na minha terra, desde quase a Idade Média, às 2as feiras. E até funcionam bem. Por causa de um simples pormenor, vou lá e levo dinheiro no bolso. Mas um dia destes acabam os mercados, porque estes caramelos me estão a roubar o pouco dinheiro que já tenho bolso e então tenho de deixar de ir ao mercado. E quando nenhum de nós lá puder ir, acaba-se o mercado também para a tropa fandanga, pela simples razão, também, de que não haverá mercadores nem de um lado nem do outro, nem para vender nem para comprar... Será um sossego. Nem guilhotinas?...
São todos um verdadeiro gang.Acho que não estou a exagerar.
Um beijo.
Dólar, euro e libra: santíssima trindade que adoptou o pseudónimo de «mercados»...
Um abraço.
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