Não conheço pessoalmente o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro. Se algum dos meus amigos o conhece pessoalmente, nunca achou relevante dizer-mo. Só sei o que vejo na televisão e leio nos jornais ou blogues. Desde a altura em que apareceu na ribalta da Procuradoria, não gostei dele.
Irrita-me aquele ar de playboy serôdio, aquela pose de quem está na vida como se estivesse ainda na “república” universitária. Irrita-me aquela maneira de estar, como se tivesse eternamente um copo de uísque numa mão e um cigarro na outra. Cansa-me aquela maneira atabalhoada de responder às perguntas, à pressa, como quem está muito agastado por ter sido interrompido e estar a arriscar seriamente perder de vista aquele par de pernas fantástico que estava a seguir (apenas por razões estéticas, obviamente!) entre os “papa-croquetes” da vernissage.
Se é possível argumentar que tudo o que escrevi até aqui pode ficar por conta do meu preconceito para com o “ar” da personagem, já em relação à sua actuação enquanto PGR a situação é algo mais grave, já não sendo uma questão de “ar”. Desde que tomou posse até hoje, tem deixado um rasto de trapalhadas, respostas equívocas dadas a entrar ou a sair de portas e em que uma boa parte das palavras ou não é inteligível, ou não têm qualquer relação com a realidade. É o caso deste último episódio.
Os procuradores que tinham nas mãos o “Caso Freeport”, depois de várias vicissitudes conhecidas, que incluíram mesmo a crítica pública e directa do PGR, bateram com a porta e decidiram abandonar o DCIAP para voltar à sua vida normal de magistrados judiciais... e, mais uma vez, entra em cena o “estilo Pinto Monteiro”!
Começa por dizer que as notícias dos pedidos de abandono por parte dos magistrados, são falsas. Depois, subitamente, as notícias deixam de ser falsas e sim, senhor, os magistrados querem ir embora e o seu pedido até já foi aceite. Depois, embora os magistrados garantam não ter dado qualquer motivo para a sua decisão, fosse cansaço, ou outro, encenou hipocritamente um acto de solidariedade para com eles:
E pronto! É assim, de uma forma vil e insolente, que uma alta figura do Estado insinua publicamente, que dois dos seus magistrados, afinal, não querem é trabalhar.
Nos tempos idos da Primeira República, de que tanto se fala, o senhor Pinto Monteiro seria, e muito justamente, agraciado com um bom par de bengaladas no lombo. Não sendo assim…
Procurador Geral da República. Ora aí está um cargo que, ainda mais que outros, pede urgentemente um ocupante com maior dimensão!
7 comentários:
'playboy serôdio'...
Na mouche!!!
Abreijos
Samuel, isto não se faz!
Que susto... ao aparecer-me esta carantonha.
É própria de um filme de terror.
Agora já percebo a razão de termos este figurão como PGR: para o filme produzido pelo PS (com patrocínio PSD), haveria quem melhor contracenasse com os monstros PM e PR?
Fico contente meu pois agora temos magistrados a par dos professores!
Os gajos não querem trabalhar mesmo cansados e exaustos dos seus "superiores" medíocres!
Porque será que me recordo,cada vez mais,de Aristóteles :-O poder não é para sábios e honrados mas para ignorantes e velhacos.".
O poder a quem o pode honradamente exercer - o povo.
Um abraço,
mário
Playboy serôdio. Um achado!
Digo eu, que já o consideva uma espécie de Júlio Iglesias da justiça...
bfs, Abraço
Melhor dizendo: um ocupante com alguma dimensão...
Um abraço.
Afinal está seguindo a forma actual de fazer política. Desdizer o que já foi dito e depois utilizar, como justificação, aparentes elogios bastante insultuosos.
Um beijo.
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