domingo, 31 de março de 2013

Jake Bugg – De vez em quando…



“Stuck in speed bump city
Where the only thing that's pretty
Is the thought of getting out

Somewhere there's a secret road
To take me far away I know
But til then I am hollow”
De vez em quando acontece. Aparece algo novo... que parece ser-nos familiar desde sempre. Entra em cena o jovem inglês Jake Bugg!
Diz-se influenciado por Jimi Hendrix, Johnny Cash, os Beatles, Donovan e, evidentemente, embora faça por o admitir menos do que em relação aos anteriores, Bob Dylan. Aliás, no meu ouvido fica a pairar como que um cruzamento exactamente de Dylan e Donovam... mas isso sou eu...
Entre baladas românticas e nova música de intervenção com a dureza dos subúrbios problemáticos e bairros operários de uma cidade inglesa de província, como é o caso da canção que hoje partilho, este miúdo de Nottingham, se não for cilindrado pela máquina de soterrar talentos com dinheiro... será um caso muitíssimo sério!
Bom domingo!
Trouble town” – Jake Bugg
(Jake Bugg)



sábado, 30 de março de 2013

Aprender, aprender, aprender sempre *


Anda uma família a trabalhar toda a vida e a fazer sacrifícios para pôr um moço a estudar e ser alguém... para, passados anos e durante muito tempo, só lhe chegarem sinais contraditórios e inquietantes, sobre o resultado de tanto esforço.
Finalmente, num último e serôdio esforço, manda-se o moço para Paris, estudar Ciência Política e ao fim de quase dois anos... finalmente! Finalmente são evidentes os resultados! Finalmente é farta a recompensa! Basta ver e ouvir a desenvoltura com que o moço sabe utilizar a palavra “narrativa”.
Parece um milagre, ao nível dos melhores momentos do exame de anatomia do Vasquinho n’A Canção de Lisboa. Que profundidade, que assertividade, que pronúncia, que sentido de oportunidade... e isto em todas, todas a 397 vezes que disse “narrativa” numa só entrevista!
Pronto... parece que não terão sido 397, mas sim 48 vezes (pelo menos pelas contas do Vítor Dias), o que não retira valor algum ao extraordinário feito!
Que palavra aprenderá o moço no próximo período lectivo?
* Esta, francamente, o Vladimir Ilitch Lenine não merecia!

sexta-feira, 29 de março de 2013

Paços de Ferreira – Venerável Dona Sílvia...


Adivinha-se um tempo de grande festança e prodígios incontáveis. Quem sabe?, a resolução de todos os nossos problemas de simples mortais!!!
O Papa abriu a porta à beatificação de Dona Sílvia Cardoso, benemérita cidadã de Paços de Ferreira, essa simpática terra de gente de trabalho e indiscutível capital do nosso melhor mobiliário doméstico e exportado.
Adivinha-se um novo feriado.
Móvel... evidentemente!

“Sol” – Informações úteis


O cabeçalho do semanário “Sol” incluía esta imagem de João Proença, acrescido da sua declaração (sem link disponível): 

«Sou um negociador muito duro e agressivo»
Não comprei o jornal para confirmar todos os contornos e pormenores da coisa... mas acho que logo a seguir vem lá igualmente publicada a informação de que o comediante e apresentador Fernando Mendes veste 36 e de que eu faço os cem metros planos em 9,58 segundos.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sócrates/Cavaco – Gostei!


O Presidente da República faz muito bem, enquanto órgão de soberania, em não responder (quanto tempo aguentará?) ao arraso que levou de Sócrates em horário nobre, perante quase dois milhões de espectadores televisivos.
Agora ao cidadão Cavaco Silva, que não está, nem nunca esteve, à altura do cargo, isto deve estar a custar como arrancar um dente sem anestesia.
Como não corro o risco, a não ser perante alguém que aqui venha pela primeira vez, de ser confundido com um admirador de Sócrates, aquele pequeno momento da entrevista em que a canalhice de Cavaco foi chamada pelo nome, como devem ser os bois e as canalhices... deu-me um gozo do caraças!
E ainda a procissão vai no adro...

Saber demais


Quero acreditar que José Sócrates terá dito alguma coisa, bem lá mais para a frente, durante a sua looooonga narrativa sobre as "narrativas"... só que não fui capaz de chegar lá. A minha capacidade de respirar no vácuo absoluto é razoavelmente limitada. Paciência! Se for verdade que ele vai continuar a ser presença habitual na RTP... não faltarão ocasiões.
Assim sendo, regresso ao tema que tinha já pensado para hoje: “Saber demais”.
Os efeitos de se saber demais, seja qual for o género de conhecimento acumulado (e sobre quem)... pode ter resultados díspares e muito, muito variados. Apontarei apenas dois:
1. Os grandes matemáticos e cientistas em geral... tem, como a História relata, uma forte tradição de acabarem por enlouquecer.
2. O senhor Silva Carvalho, que passou anos a reunir conhecimentos sobre tudo e todos enquanto agente das "secretas", ainda que tenha feito um “intervalo” (durante o qual se tornou suspeito de vários crimes) para ir para o privado ganhar dinheiro vendendo precisamente esses conhecimentos... arranjou um belo tacho onde, muito provavelmente, apenas se lhe pede para “estar calado”.
Agora digam-me lá que o “saber” não ocupa “lugar”!

quarta-feira, 27 de março de 2013

“Primavera”


Perante as garantias que Seguro entende dever dar, de que a sua política será, no essencial, a continuação da subserviência à troica, por quanto tempo a troica entender.
Perante a ausência de qualquer sinal que indique a sua vontade de reverter, pelo menos, alguns dos crimes que o governo de Passos e Portas cometeu contra os portugueses e os interesses do país.
Perante os inequívocos sinais, esses sim numerosos, de que qualquer solução de aliança política do PS será feita à sua direita (como sempre, aliás!), como não se cansam de defender os tenores do partido, como é, repetidamente, o caso de Assis, para citar apenas um... e como o ininterrupto namoro da direita confirma...
...fica-se a pensar na falhada “primavera” que se seguiu ao tempo de Salazar e na inconfundível marmelada tipo “evolução na continuidade” que se anuncia.
Perante a realidade bastante evidente dos muitos tiques “salazarentos” deste governo fanático, perdoem-me o humor algo, digamos... sombrio, mas ocorre-me uma pergunta:
Salvas as devidas distâncias... Seguro é o marcelo caetano” de Passos Coelho?
Se for, isso pode querer dizer muitas coisas...
até que pode vir por aí um novo 25 de Abril!

Viseu - Nem substituível... nem insubstituível...



Aos viseenses, militantes do PSD, é absolutamente legítimo esperar que o seu candidato à Câmara Municipal venha a vencer as eleições e a fazer um grande lugar. A belíssima cidade de Viseu, cidade da minha mais infantil memória, merece-o.
Claro que eu preferiria que outra visão política fosse maioritária ali... mas é preciso um pouco mais que “desejos” para alterar uma realidade tão antiga e tão fortemente instalada.
Agora o que me interpela verdadeiramente é a forma como se tornou possível a candidatura do senhor, até agora secretário de estado, Almeida Henriques, à autarquia, abandonando o seu lugar no Ministério da Economia.
Por uma mera questão partidária, abandona o governo do país... o que não é, infelizmente, original. Já bastante original é que o primeiro-ministro considere que não há necessidade de proceder à sua substituição. Segundo dizem, todas as pastas que estavam a seu cargo serão distribuídas por outros elementos do Ministério.
Se, afinal, não há de todo necessidade de o substituir... estava lá a fazer exactamente o quê?!!!

terça-feira, 26 de março de 2013

Borges – Desta vez, apenas desta vez... não era verdade!



Adaptando uma velha piada... como é que se sabe que António Borges está a dizer uma javardice ofensiva para a maioria dos trabalhadores portugueses? Fácil! Sempre que está a mexer a boca!
Vem isto a propósito de um post equivocado que esteve “no ar”, durante apenas uns minutos, sobre o dito António Borges... post rapidamente apagado por mim, a conselho (solidário) de um amigo.
O amigo foi o Vítor Dias, a quem tinha surripiado uma imagem para esse post. Na pressa de fazer um “post da tarde”, a correr e sem tempo para procurar outro assunto, o cansaço e a distracção não me permitiram entender a ironia da publicação dele no seu “O tempo das cerejas”. Na verdade, tratava-se de uma série de frases inventadas, por piada antecipada de 1 de Abril, para colocar na boca de Borges...
Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa... mas nem o latim me livra do embaraço de não ter entendido o post do Vítor e, ainda por cima, ampliar essa minha tolice publicando-a aqui e no “facebook”.
Corações ao alto! Felizmente, não passarão muitos dias até que António Borges debite mais uma das suas canalhices (ou, cinicamente, o seu contrário)... e cá estaremos para dar a notícia e comentar, então com todas as confirmações, links e precauções aconselháveis.
Como espero que (apesar dos rumores) Borges viva muitos anos, não faltarão ocasiões. Espero, sinceramente, que Borges, assim como muitos outros, assistam à derrocada do seu sonho ultra-canalha... ou liberal, como se queira chamar.
Na verdade, o facto de estes bandalhos poderem não assistir à derrota das suas criminosas construções... é mesmo a única coisa que me faz, ainda hoje, lamentar a morte “tão prematura” de António de Oliveira Salazar”.


Seguro – Que tristeza!



Chega-se a casa, janta-se uma boa “chinezada” comprada pelo caminho... e, finalmente, dá-se uma espreitadela nas notícias do “google”. Lá está a coisa: «Seguro escreve à troica a explicar porque pretende derrubar o governo».
Seguro aproveita ainda para lhes garantir que podem estar sossegados, já que pretende cumprir tudo o que está no memorando, ou seja, no essencial, garante que levará a cabo a mesmíssima política do actual governo.
Fico a pensar na renovação na continuidade que parece vir por aí.
Fico a pensar no facto de Seguro, goste-se ou não dele, ter sido eleito pelos militantes do PS e correr o risco de vir a ser primeiro ministro com os votos de várias centenas de milhar de portugueses... e não sei o que pensar desta sua necessidade de se explicar perante a “troica” e os seus funcionários que ninguém elegeu.
Fico com aquela embaraçosa, mesmo insuportável, sensação de profunda vergonha. Mesmo não sendo comigo. Mesmo não sendo militante ou simpatizante do PS.
É tão triste!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Troica – O cheiro inconfundível...


Abebe Selassie, o tal “incolor” elemento da troica, uma espécie de bandalho sem memória, nem vergonha... tem as costas quentes. Sabe que, não importa o que diga, não terá que dar contas a nenhuma das pessoas a quem destrói as vidas.
O canalha, com o “governo” de Passos pela arreata, nem se dá ao incómodo de ser coerente com o que ele próprio afirma. Numa sequência tremenda de títulos retirados de um jornal gratuito (confesso que gosto destes jornais que já se compenetraram do insulto que é cobrar por “aquilo” que produzem), podemos ler que:
«É muito desapontante que os preços da luz (porquê só da luz? O resto da conta da electricidade não conta?!) e das telecomunicações não desçam»
Entretanto, enquanto exactamente essas medidas fazem prever, como já antes fizeram, que o desemprego continue a crescer...
... quanto mais não seja, porque segundo a própria troica, «Portugal continua no bom caminho».

Não tenho ideia de como comentar esta avalanche. Não tenho sequer as “ferramentas” necessárias para o fazer. Para ser “politicamente correcto” até posso fazer de conta de que alinho na ilusão de que o senhor Abebe Selassie e a quadrilha que representa, são incolores... mas não consigo fazer de conta que são inodoros!

domingo, 24 de março de 2013

Bach – O homem que sonhou um bandoneon


No dia em que estou a “pagar” a intensidade (saborosa intensidade!) da tarde de ontem, na Aula Magna, apetece-me a calma suave da beleza desta ária de Bach. Se existem bálsamos sonoros, esta ária tem que estar na lista.
Esta versão é tocada pelo, normalmente, vertiginoso acordeonista de jazz, o francês Richard Galliano, interpretada num bandoneon, instrumento ligado ao imaginários dos amantes do tango argentino e uruguaio.
Johann Sebastian Bach, como grande visionário, sabia que cerca de cem anos após a sua morte viria a existir um seu compatriota, Heinrich Band, que nos escassos quarenta anos que teve de vida, haveria de criar o “bandoneon”. Bach sabia que, independentemente das tórridas coreografias dançadas ao som dos tangos produzidos pelas palhetas deste bandoneon depois de ter sido levado para a Argentina e Uruguai por emigrantes alemães, este era o instrumento com a sonoridade, a suavidade e a respiração perfeitas para protagonizar esta sua fantástica ária.
Como “extra” partilho ainda uma interpretação de “Minuete e Badinerie”, desta vez, tocado numa “accordina”, um instrumento criado muito mais recentemente... e com a ajuda dos excelentes músicos de uma das diferentes formações que, dependendo do género musical, acompanham Galliano.
Bom domingo!
“Aria na corda de Sol” - Richard Galliano
(Johann Sebastian Bach)



“Minuete & Badinerie” - Richard Galliano
(Johann Sebastian Bach)



sábado, 23 de março de 2013

Aula Magna – Sessão cultural


Alguns dos leitores habituais deste blog não irão ler este texto senão lá para as tantas... por uma excelente razão: estarão, exactamente à hora a que este post vai “para o ar”, a instalar-se nas cadeiras da Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, para assistir a uma tarde cultural dedicada à figura de Álvaro Cunhal.
Sobre o homenageado, não preciso de acrescentar, hoje, mais palavras; sobre o elenco presente no palco, passe a imodéstia (dada a minha pequena quota parte no acontecimento)... mas é de peso!
Durante algumas horas vai-se ali respirar um “ar” de primeiríssima qualidade! Porque para alguns de nós a nossa arte não é amorfa, inodora e incolor. Porque a nossa arte se deixa "contaminar" pela realidade e quer "contaminar" aqueles que toca. Porque toda a arte intervém no que a rodeia... dependendo apenas de cada criador a decisão sobre qual o tipo de intervenção em que se quer empenhar.
Maldigo la poesía 

concebida como un lujo 
cultural
por los neutrales, 

que lavándose las manos 

se desentienden y evaden, 

maldigo la poesía 

de quien no toma partido, 
   
partido hasta mancharse
(Gabriel Celaya)

Óscar Lopes (1917-2013)


A História, a boa literatura, o pensamento e a inteligência... perderam um grande militante.
O PCP perdeu um grande ser humano.
A Humanidade perdeu um dos "imprescindíveis".

sexta-feira, 22 de março de 2013

O Parlamento... e a nobre “Arte de Talma”


Quando os debates parlamentares começam, perigosamente, a ultrapassar a linha difusa que separa o discurso com conteúdo, da palha, e o discurso político sério, da antiga, palavrosa e, por vezes, apenas estridente representação de papéis teatrais (então se houver câmaras de televisão!...)... como classificá-los?
Será que para alguns senhores e senhoras deputadas... é aquilo que entendem por democracia “representativa”?
Não vale a pena tentar encontrar nas entrelinhas desta minha “reflexão” qualquer destinatário ou destinatários específicos, sentados nesta ou naquela bancada, à direita, ao centro, ou à esquerda. Esta “piada” é transversal... apenas deixando de fora as, felizmente, muitas e salutares excepções!

Sócrates – Uma graçola com quase dez dias de avanço...




Há coisas para as quais nunca se está verdadeiramente preparado!
Depois de um dia começado logo bem cedo com reuniões, preparando a continuação de um projecto de trabalho feito com gosto, reunião prolongada para a boa conversa regada a companheirismo (e um excelente Borba, admito), na bela Casa do Alentejo, dia terminado, em termos “públicos”, com a presença, enquanto simples munícipe, na apresentação dos cabeças de lista da autarquia do meu novo Concelho de residência... chego a casa e levo com a bruta notícia: «Sócrates será comentador na RTP».
Afinal, ao que parece, vou (vamos) continuar a ajudar a pagar os fatinhos “queques” desse elegante inútil, desta vez, via orçamento da televisão do Estado, com a desculpa de que se trata de pagar os tais comentários.
Sem prejuízo de futuras opiniões sobre esta (para dizer o mínimo) insólita notícia... por hoje faço apenas uma pergunta:
Se a comunicação social em peso deu agora esta notícia... que diabo vai colocar nas primeiras páginas no próximo dia 1 de Abril? Vai ter que ser coisa “forte”, já que esta, como “piada”, não é fácil de bater!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Limitação de mandatos nas autarquias – Começou o “circo”?!...



Esta lei de limitação de mandatos nas autarquias nunca deveria ter visto a luz do dia! Claro que esta é apenas uma opinião... embora saiba que não estou sozinho.
O que deveria existir, sim, era a vontade política de fazer um rigoroso “controlo da qualidade” dos mandatos dos autarcas, em termos de promessas cumpridas, ou cumpríveis dentro da legalidade, em termos de honestidade e trabalho feito.
O que deveria existir, sim, era a possibilidade e vontade de promover uma muito maior participação democrática das populações nos destinos das suas autarquias, criando, ao mesmo tempo, meios expeditos de apear todos aqueles que, tendo concorrido e ganho as eleições com um programa político, se desviassem desse programa por razões não justificáveis.
Nesses casos, os “independentes” deveriam poder ver os seus mandatos retirados pelo voto popular dos cidadãos e movimentos que os elegeram e sim, sem dúvida alguma, os partidos políticos que retirassem a confiança política a um seu presidente de câmara, por considerarem terem sido traídos os princípios do partido, assim como o programa eleitoral sufragado,deveriam ter a possibilidade “reaver” o lugar, entregando-o a outro membro da vereação, ou, no limite, recorrendo a novas eleições.
Não, não acho que os lugares de pessoas eleitas em listas de partidos políticos, passadas as eleições, devam passar a “pertencer” a essas pessoas e não ao partido que deu a cara pelo programa e arrostou com todas as tarefas que levaram até à eleição, como hoje acontece. Nem em autarquias, nem no Parlamento.
Não, não acho que um partido – qualquer partido – deva estar condenado a arrostar com a vergonha pública de ter que responder politicamente por aquilo em que, por vezes, se tornam aqueles que um dia apoiou. Seja a pura traição política, seja o oportunismo, populismo e clientelismo, seja a encapotada corrupção, seja o que for.
Assim, assistimos ao espectáculo desmoralizador de ver um deputado ou presidente de Câmara que, perdendo o apoio, quando não mesmo sendo expulso do seu partido, mesmo assim fica agarrado ao lugar como sua propriedade particular.
Assim, vamos continuar a assistir a cenas como esta, em que a democracia e os direitos políticos de um cidadão ficam reféns de um “da” ou de um “de”... ou da disposição momentânea de um qualquer juiz e da sua pessoal interpretação de uma lei que, já que existe (e, repito, não deveria existir!)... deveria, pelo menos, ser clara. Uma lei que trata com pretensa igualdade aquilo que não é igual. Um político que serve, não pode ser tratado como o outro que se serve!
Com este caso de Seara (cidadão que só conheço de vista), temo que tenha sido dado o tiro de partida para a fase “circence” das autárquicas 2013!
Sei que esta minha espécie de “proposta de revisão da lei eleitoral” vai ao arrepio de um famoso manifesto que anda para aí e que defende, grosso modo e em vários pontos, o contrário(*) do que eu aqui, por alto, defendi quanto ao papel e importância dos partidos na vida política do país... mas paciência!
Confesso que antevejo um tempo assaz estranho, a avançar todo aquele projecto defendido pelo tal manifesto. Um tempo em que, apesar da propaganda a favor das liberdades individuais e da democratização, os caciques serão como cogumelos, os “tinos de rans multiplicar-se-ão por cem, os candidatos tiririca aparecerão a cada esquina... e debaixo de cada pedra nascerá um manuel coelho” pronto a ocupar o lugar que deveria ser ocupado por um verdadeiro deputado.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Igreja Ortodoxa – Avé!!!




Depois do rotundo não do povo e deputados cipriotas (quase todos) ao plano de saque de Chipre, planeado pela banca e dirigentes europeus ao seu serviço, chega da ilha uma notícia, digamos, bastante diferente do habitual.
Independentemente da real motivação (se é que há uma motivação escondida) e reconhecendo que o facto de até há poucas semanas terem tido como Presidente da República um comunista é uma realidade que pode colocar qualquer Igreja Católica de “Saltos altos”, perdão... “À beira de um ataque de nervos” (confundo muito os filmes do Pedro Almodovar)... a verdade é que a Igreja Ortodoxa de Chipre, pela voz do seu dirigente máximo, Chrysostomos II, ao colocar todos os seus bens à disposição do Estado, no sentido de ajudar o país a evitar a bancarrota e a dependência de estrangeiros... brilhou!!!
Será que a Igreja Católica portuguesa lê as notícias?...

Belmiro – O pensador


Já não há dúvidas para praticamente ninguém quanto ao facto de o chamado “Clube dos Pensadores” de Gaia, apesar de já ter tido, acidentalmente, gente (de vários quadrantes políticos) que realmente pensa, tanto no “palco” como entre a assistência, ser o mais das vezes uma perfeita anedota... a começar pelo nome algo pascácio.
Desta vez, o “pensador” foi Belmiro de Azevedo, perorando com o seu permanente ar de enjoado, perante uma plateia amorfa de gente que gosta de estar perto de milionários... na esperança de “aquilo” se pegue.
Belmiro de Azevedo não pensa merda nenhuma, perdoem o meu espanhol. Belmiro de Azevedo é um espertalhaço. Belmiro de Azevedo quando vê uma oportunidade de fazer dinheiro – a sua única habilidade – salta sobre ela, não porque tenha pensado sobre isso, mas como o tubarão que é: por puro reflexo e instinto “assassino”.
Belmiro de Azevedo vive de vendas a retalho, ganhando fortunas em cima da exploração dos produtores e dos próprios trabalhadores das suas lojas. Belmiro de Azevedo não produz nada! Quase todas as tentativas de produção de Belmiro de Azevedo têm sido medíocres, quando não são mesmo verdadeiros fiascos, sempre cobertos pelo rio de dinheiro garantido que corre das caixas das suas hiper-mercearias.
Fora a venda a retalho, faz dinheiro “imaterial” proveniente da especulação financeira em participações no capital de bancos, hoje transformados em teatros de operações de aventureiros e bandidos internacionais... ou vende “serviços”, nomeadamente, nas tecnologias da comunicação.
Desde que, como bem lembra um leitor no post anterior, se apoderou da herança do falecido patrão logo após o 25 de Abril de 74, quando era ainda um garotão, aproveitando-se da fragilidade da viúva e dos herdeiros, assim como da conjuntura confusa e turbulenta que então se vivia, não se tornou uma melhor pessoa. Continua o mesmo pedaço de esterco!
Não admira, portanto, que perante a situação que se vive e sabendo que, mesmo com cortes tremendos no seu nível de vida, os portugueses sejam obrigados a comer para sobreviver, o bandalho, ao constatar que os seus lucros tendem até a aumentar, defenda que o país e a Economia podem ser construídos na base dos «baixos salários».
Não admira, portanto, que ache as manifestações contra a “crise”, a troika e o governo... um «carnaval».
Não admira, portanto, que ache as manifestações «um divertimento» para o milhão de desempregados.
Não admira... mas enoja!
Imaginar este reles bandalho a ter um dia o que merece - e que não é ser o terceiro mais rico de Portugal - também não faz de mim um grande “pensador”... mas lá que imagino, imagino. Muito... e de diversas formas!

terça-feira, 19 de março de 2013

Papa Francisco – A importância de um apelido


Para grande alegria dos católicos do PS e enorme desapontamento dos do PSD... foi desfeito o mistério à volta do apelido que inspirou o novo Papa a adoptar o nome de Francisco. Como se pode ler, foi Assis e não Sá-Carneiro.
Ou então... fui eu que não entendi bem a estória...

Passos Coelho – Demita-se! Já!!! Olhe que é uma “oportunidade”...


Mais uma vez, o estropício Pedro passos Coelho repete a “graça”. Já o tinha dito sobre o desemprego, agora volta a dizê-lo sobre os despedimentos, perdão... as rescisões de contrato na Função Pública: «São uma oportunidade!»
Pressionados pela constante ameaça de mais cortes nos vencimentos, de menos direitos, de menos esperança e antes que sejam despedidos à força, com “direito” a uma indemnização miserável, alguns trabalhadores optam pela rescisão de contratos por “mútuo acordo”... com a falsa sensação de que realmente negociaram ou ganharam alguma coisa.
Passos Coelho, tal como da primeira vez, quando se referiu ao desemprego como uma “oportunidade”, parece não ter noção do carácter profundamente nojento desta ideia porca que habita a cabeça dos (pretensos) ultra-liberais. Não tem noção, pelo menos por três razões... ficando apenas por saber qual a percentagem que cada uma dessas razões representa na “fórmula” do raciocínio do primeiro-ministro.
1. “Não tem noção”... por profunda e espessa estupidez.
2. “Não tem noção”... por não ter qualquer espécie de eco do efeito que as suas asquerosas ideias e declarações têm no país real.
3. “Não tem noção”... por não passar de um vulgar canalha salazarento e de um reles provocador.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Demissão, já! - Porque há correntes e correntes...


Sim, na verdade, de quando em vez aparece uma “corrente” que faz sentido! Uma corrente capaz de “juntar” pessoas diferentes que, apesar disso, estão a procurar fazer o mesmo caminho... mais atalho menos desvio.
Fui desafiado pelo “O tempo das cerejas”, passo a bola a mais três: ao “O cheiro da ilha”, ao “Anónimo do Séc.XXI, e ao “Rei dos leittões... e, claro, a todos os outros e outras que por aqui passarem.

Demissão, já!

Um-dó-li-tá-cara-de-amendoá... ... ...


Ambos risíveis, ambos cantores frustrados, ambos incompetentes, ambos aldrabões, ambos desprezíveis, ambos uma ameaça à democracia, ambos repetidamente vaiados onde quer que vão... Passos Coelho e Berlusconi têm, no entanto, formas distintas de reagir às adversidades.
Passos Coelho, explica a devastadora hecatombe das suas políticas, das suas promessas e das suas previsões, respondendo, de forma insolente, que «Previsões são apenas previsões».
Sílvio Berlusconi, vaiado por manifestantes à entrada do Senado italiano, responde, de forma insolente, «Vocês deviam ter vergonha, são pobres e estúpidos!»
Confesso... se é para escolher entre dois canalhas com queda para farsantes... acho que prefiro a “sinceridade” de Berlusconi!

domingo, 17 de março de 2013

Fanhais - Canto do ceifeiro


Depois da bela experiência colectiva que foi o nosso “ensaio geral” com público, no passado dia 6, em Arraiolos, a digressão do nosso espectáculo dedicado ao fenómeno da Reforma Agrária e integrado no centenário do político, criador artístico e ser humano que foi Álvaro Cunhal.
Aproxima-se um mês de Abril meio alucinado com trabalho, entre canções e outras actividades. Uma forma de dar a conhecer o nosso repertório a quem não tiver oportunidade de assistir a nenhuma das apresentações destes convívios de memórias, amizades, História e canções da resistência e de intervenção... irei aqui apresentando algumas dessas canções. Dentro de algumas semanas poderei mesmo publicá-las já cantadas por nós, ao vivo, ou tiradas do CD de estúdio que vamos fazer... ou, como hoje, cantadas pelos seus criadores originais.
Este “Canto do ceifeiro” faz parte de um grande “LP” (Canções da cidade nova – 1970) do Francisco Fanhais” e tem versos de Eduardo Valente da Fonseca e música de F. Fernandes. Como nós não temos a voz de cristal do Fanhais... no espectáculo... fazemos o que podemos.
Bom domingo!
“Canto do ceifeiro” – Francisco Fanhais
(Eduardo V. Da Fonseca/ F. Fernandes)



sábado, 16 de março de 2013

O bom caminho



Enquanto passeava pela oferta info-recreativa da internet, pensando sobre o que escrever neste sábado, o electrodoméstico falante, por detrás de mim, ia debitando notícias e comentários sobre os vergonhosos números do vergonhoso falhanço deste vergonhoso “governo” de bandidos. Todas as previsões falharam! – dizia uma voz, dramaticamente, nas minhas costas.
Enquanto estava, tremendamente abalado, a tentar absorver esta informação tão surpreendente quanto inédita neste governo e neste ministro das Finanças, dei de caras com as boas notícias.
1. O PSD está muito feliz com o facto de a troika nos ter dado mais um ano... porque, dizem, «o programa de assistência económica e financeira a Portugal estava mal desenhado». É sempre bom saber que o viveiro de candidatos a maus-palhaços-maus está a transbordar abundantemente...
2. A troika diz que Portugal está no «bom caminho e a exceder as espectativas». Pudera!!!...
Assim de repente, estes são os únicos que estão a “ser sinceros”. Na verdade eles acham mesmo que este é o bom caminho, já que o plano que têm para Portugal é o do empobrecimento do país e dos portugueses, pela baixa de salários e toda a sorte de cortes sociais, garantidos pela pressão de um desemprego gigantesco. Essa é a garantia de poderem carrear milhões para os seus bancos e para os bolsos do capital selvagem.
De facto, isto não lhes podia estar a correr melhor!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Governo miserável!



Em mais uma demonstração da "qualidade" do governo miserável que nos é imposto pela finança sem cara, pelos agiotas internacionais e da teoria do “bom caminho” que nos é diariamente vendida... o PIB cairá 2,3%, em vez do 1% “previsto” pelo governo, ao mesmo tempo que o desemprego poderá atingir os 19% no final do próximo ano.
Diz Gaspar, o soporífero lacaio que faz de ministro das Finanças, que se trata de um “valor muito elevado”... acrescentando que «O desemprego é um flagelo pessoal, familiar e social. Uma das experiências mais traumáticas».
Tem razão! Pena é que não seja “traumático”, mas em primeiro lugar para os canalhas que o provocam e ganham fortunas com ele!

…mas nunca é tarde!!!
(...pois quando o povo acorda é sempre cedo)