sábado, 29 de maio de 2010

Viagens



A escrever alguma coisa sobre o dia de hoje, terá que ser sobre viagens. Logo desde manhã cedo, milhares e milhares de mulheres e homens, vindos de todo o país, viajando para Lisboa, todas e todos com muitas coisas para dizer, alto e bom som, à clique que se apoderou do poder em Portugal, trocando-o entre si com a arrogância e prepotência de quem dispõe de uma propriedade privada...

Também de manhã muito cedo viajo eu, não para Lisboa, mas para o Porto. Compromisso já antigo, para evocar (sem vedetas e sem cachets) o último concerto dado pelo Zeca no Coliseu daquela cidade.

As cantigas do Zeca formaram e “animaram” muita da “malta” que vai para Lisboa. Ainda fazem falta! Estivesse o Zeca entre nós e seria, certamente, uma das vozes presentes na grande manifestação. Estará nas vozes dos manifestantes.

Estará nas nossas vozes, no Porto, quando cantarmos as suas cantigas tentando desatar o nó que nos aperta as gargantas desde que partiu. Será um concerto feito à medida para muitos, do Porto e arredores, que mesmo querendo vir até Lisboa... por algum motivo não puderam.

Hoje estaremos por todo o lado... em viagem para (e por) um mundo melhor.

É pena que a corja que nos desgoverna não viaje, ela também, mas lá para onde quer que viaja a gente dessa estirpe, quando o povo acorda. Viajarão um dia...

7 comentários:

Milan Kem-Dera disse...

"quando o povo acorda"... mas este povo já não tem tem espinha, como poderá erguer-se?
Pois se é mesmo por causa desta cambada de imbecis invertebrados que votou para que esta cambada de pulhas tivesse levado este país à ruina!...
Mas isto já não é mais um povo, antes uma colónia de moluscos que, mesmo rastejando na lama e no esterco, jamais moverá um dedo para premir o gatilho contra todos estes perigosos assassinos desta Nação (que já foi)... só são valentes para sovar professores nas escolas e médicos nas urgências; é esta a grande valentia portuguesa!
Para este povo de répteis, basta-lhes a festa do futebol, a festa de Fátima e deixar-se embalar pelo fado dos pulhas que tudo continuam a comer, até nada mais restar!
E viva a festa!...

Maria disse...

Um dia o povo acorda. Um dia!
Que não te doa a voz, e a nós também não. Muitas e boas cantigas. Por cá faremos o nosso melhor.

Abreijos!

Fernando Samuel disse...

Boas viagens com o Zeca: a tua para o Porto, a nossa para Lisboa: o destino é o mesmo.

Um abraço.

Anónimo disse...

Eu, Adriano Correia de Lima, tive hoje o privilégio de "conviver" (de perto) com autênticos mitos da nossa canção de resistência e não só, casos de Francisco Fanhais,
Tino Flores, Maria do Amparo e, sobretudo de... Samuel. Disse-lho:-"que pena não saber que ia estar assim tão perto de si porque traria o seu Album "Ao Alcance das Mãos", lembra-se? Compensou-me com a gentileza do seu autógrafo, e, concedendo-mo "Com um abraço do... Samuel". Muito Obrigado! Foi no Coliseu do Porto (à entrada) num espectáculo lindissimo e muito bem conseguido de Homenagem ao Grande Zeca. O conhecer pessoalmente e trocar umas breves palavras com outro mito da (outra) resistência Alipio de Freitas, também nos honrou assim como o seu autógrafo! Foi uma tarde de grandes emoções! Um última confissão: Samuel, além do Fausto e do Luis Cilia... são os meus mitos! Um abraço!

Daniel disse...

Melhor momento: 300.000 pessoas ergeram-se para protestar.

Pior momento: os bloquistas entrincheirados a evidenciarem-se com cartazes de propaganda partidária (sim, não tinham o símbolo! tinham só a cor, grafismo, tipo de letra e palavras de ordem de milhares de mupis do bloco!)

Ainda andaram a distribuir os seus autocolantes a pessoas que não faziam a mínima ideia de estar assim a fazer propaganda ao BE, pensando que eram da CGTP.

Absolutamente lamentável mas as acções ficam com quem as pratica

Anónimo disse...

não estive. mas estou com toda esta luta que se adensa.
Quanto a essa corja que viajem sim , mas para longe... e que se deixem ficar com o "major tom".
abraço do vale

Graciete Rietsch disse...

Bonita atitude a tua, camarada Samuel, que vieste trazer ao Porto, juntamente com Zeca Afonso, as mais de trezentas mil vozes de protesto que se ergueram em Lisboa.

Um grande abraço.